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Transcrição:

2 Edição eletrônica promocional RECADOS DO CÉU A ética profética de Deus para as grandes questões da nossa época Deivinson Bignon Edição do autor Todos os direitos reservados 2007

3 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.1,2).

4 O meu livro anterior já está esgotado. Voltando para a Bíblia foi um marco em meu ministério literário, não só por ser o meu primeiro livro publicado como, também, por dar o ponta-pé inicial ao enfoque ministerial que venho abordando inclusive em meu webministério. Nesse livro, agora disponível integralmente na versão on-line, trabalhei uma necessidade vital: ouvir a voz de Deus. Leia um trecho da introdução: Quero desafiá-lo a voltar para a Bíblia! Se você está desejoso de ser aprovado como obreiro (II Tm 2:15), deve aprender a manejar bem a Palavra da Verdade. Deve gastar um tempo precioso no estudo bíblico e na sua aplicação prática em constante oração. O objetivo desta pequena obra, portanto, é ajudá-lo a tomar uma atitude: aprender a analisar na Bíblia, seguindo um método adequado de interpretação, tudo o que acontece no seu dia-a-dia. Qualquer deficiência de conteúdo bíblico será suprida por aquele que busca fazer a vontade de Deus incondicionalmente, em oração e estudo da Bíblia. Se, ao terminar este livro, você estiver motivado a voltar para Bíblia em cada atitude sua e a cada momento de seu dia, terei então a certeza do dever cumprido. Ouvir a voz de Deus é o mesmo que experimentar a Sua vontade e este é o desejo de todo aquele que nasceu de novo em Cristo Jesus. Não basta ter a aparência da fé, imitando os cacoetes evangélicos. É preciso estar no centro da vontade de Deus. A igreja evangélica brasileira parece vir tendo muitas dificuldades ao longo de sua história para distinguir a voz de Deus das inúmeras vozes que a pósmodernidade insiste em dar destaque. Assim, como o cristão moderno, que deseja servir ao seu Senhor, poderá perceber a voz de Deus em meio a tantos apelos mundanos cada vez mais irresistíveis? Mais do que nunca é preciso ser fiel àquilo que a Palavra de Deus traz como a expressa vontade do Senhor.

5 Depoimento (...) Falar de ética num mundo desprovido dela é extremamente complexo. A complexidade é maior ainda quando se percebe que mesmo no mundo eclesiástico, onde o exemplo deve ser dado, ela também é escassa. Outro aspecto relevante é a coragem do autor ao tratar de assuntos considerados tabus por muitos evangélicos. A ousadia que marcou a vida dos profetas parece marcar a vida deste profeta de Deus contemporâneo, ao escolher abordar tais assuntos. Sem dúvida a sua contribuição para o mundo evangélico através desta obra é substancial. Principalmente os nossos jovens terão uma literatura de qualidade, com uma linguagem dinâmica, objetiva e com embasamento teórico e bíblico, o que nem sempre encontramos nas literaturas evangélicas. Os assuntos que estão na mídia, despertando a curiosidade, estão expressos nesta obra, propiciando aos nossos jovens informações com base bíblica, ajudando-os a tirar as suas próprias conclusões. (...) O leitor que prima pela racionalidade temporal, unida ao recado do Deus Todo Poderoso expresso pelas Escrituras, encontra nesta obra um manancial de informações. Vale a pena conferir! Pastor Decio Moraes

6 O propósito do livro Informar você sobre diversos assuntos de nossa época, trazendo sempre o recado profético dado por Deus na Bíblia, necessário para que os servos de Jesus façam uma reflexão crítica de assuntos do mundo atual: Aborto, eutanásia, suicídio e pena de morte; Doação de órgãos, clonagem humana e bioética; Tecnologia, mídia, TV Digital e robótica; O cristão e a conscientização política e social; O cristão e a guerra etc.

7 Sumário Dedicatória Agradecimentos Prefácio Introdução Capítulo 1 O que é a ética profética? Capítulo 2 As faces da morte: aborto, eutanásia, suicídio e pena de morte Capítulo 3 As faces da vida: doação de órgãos, clonagem humana e bioética Capítulo 4 Evangelho high-tech: as novas tecnologias e a mídia Capítulo 5 O cristão como profeta social Conclusão Para entender mais

8 Introdução Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.2). Você se considera uma pessoa alienada? O alienado é aquele que se mostra indiferente em relação a tudo o que acontece ao redor. É aquele que está sempre dormindo quando tudo acontece à sua volta. Quando Paulo disse que os crentes devem despertar do sono Façam isso, compreendendo o tempo em que vivemos. Chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos (Romanos 13.11), ele tinha em mente a sonolência espiritual dos que negligenciavam sua própria fé, e, por causa disso, não perceberam que tudo mudou à sua volta. Mas, como ouvir o recado de Deus para as questões difíceis de nossa época? Vivemos a chamada pós-modernidade. Para ouvir a voz de Deus, primeiramente você precisará entender bem o conceito de pós-modernidade e suas contradições, para que, depois, possa definir a sua posição como seguidor de Cristo: desde que continuem alicerçados e firmes na fé, sem se afastarem da esperança do evangelho, que vocês ouviram e que tem sido proclamado a todos os que estão debaixo do céu. Esse é o evangelho do qual eu, Paulo, me tornei ministro (Colossenses 1.23). Entendendo a pós-modernidade Pós-modernidade é o termo usado para caracterizar o momento em que vivemos, marcado pela rebeldia e pela cultura individualista, onde tudo gira em torno do prazer e da fragmentação dos valores cristãos. Mas, que são valores? São os princípios ou padrões sociais aceitos e mantidos por um indivíduo ou grupo social. Pós-modernidade quer dizer, literalmente, após a modernidade, ou ainda, após o modernismo. Mas, o que foi o modernismo? Segundo a ciência, o modernismo foi o período da história humana que aconteceu depois da Idade das Trevas (ou Idade Média). Nesta época a ciência e a razão foram novamente valorizadas, o que caracterizou o abandono de Deus como o centro da humanidade e a inauguração

9 de uma nova visão, em que o homem passa a ser o centro da cultura e ciências do mundo. A partir desses acontecimentos, o homem passou a confiar apenas em si mesmo e a achar que estava sozinho no universo. Portanto, o ateísmo (crença de que Deus não existe) cresceu assustadoramente na época modernista. Hoje, a pós-modernidade baseia-se em três filosofias principais que vieram do modernismo. A busca incessante do prazer Existe uma filosofia que diz que o prazer é a fonte principal da felicidade humana. Ela parte da suposição de que o homem vive para buscar a realização dos seus prazeres mais íntimos. O homem é visto por esta forma de pensar como um ser extremamente egoísta, que busca apenas a realização do seu prazer individual. Hoje, as pessoas são cada vez mais preocupadas consigo mesmas, e, por causa disso, têm muita dificuldade para olhar as necessidades do próximo. Os meios de comunicação aproveitaram essa característica do ser humano e padronizaram ainda mais o egoísmo, promovendo produtos supérfluos como se fossem gêneros de primeira necessidade. Por exemplo, muitos jovens de classe média e alta gastam fortunas na compra de um tênis da moda, enquanto tantos outros jovens pobres morrem de fome, sem ter sequer um prato de comida à mesa. Essa filosofia de vida valoriza somente o aqui e agora em sua constante busca pelo prazer. Ela considera como importante apenas o momento presente e não está interessada nas conseqüências futuras das ações humanas. Você tem seguido essa filosofia? Para vencer essa forma de pensar é preciso que reconheça esta tendência que a humanidade tem para o egoísmo, e, depois, não tomar a forma do mundo, ou seja, não ter um estilo de vida igual ao das pessoas não cristãs (Rm 12.1,2).

10 Uma utilidade prática para tudo Um filósofo chamado John Dewey dizia que todas as atitudes humanas precisavam ser feitas com alguma utilidade prática, visando sempre o bem da maioria. A frase preferida daquele que segue esta filosofia de vida é a seguinte: tempo é dinheiro. Basta olhar para os Estados Unidos da América que você verá isso em pleno funcionamento. O pensamento americano está estampado nos filmes de Hollywood, nas séries de TV e no próprio estilo de vida nacional. Temos que constatar um horrível fato: aqui no Brasil sempre tivemos uma espécie de torcicolo cultural, pois sempre viramos o rosto buscando a cultura de outros povos, ditos de primeiro mundo (nos primórdios, começamos copiando os europeus; agora, copiamos os americanos). Deste modo, é fácil perceber na prática que a sociedade brasileira tenta desesperadamente absorver cada vez mais do estilo de vida norte-americano, tornando-se escrava, econômica e culturalmente, dos Estados Unidos. Como vencer a guerra contra esta filosofia? A Bíblia nos dá alguns princípios gerais bastante úteis: 1. Há tempo para todas as coisas (Eclesiastes 3.1); 2. O trabalho é uma coisa passageira (Eclesiastes 1.14; 2.11,17,23). 3. Os que querem ficar ricos a qualquer custo são reprovados por Deus (Eclesiastes 5.10; 1 Timóteo 6.9,10,17). A existência vem antes da essência O filósofo Jean Paul Sartre defendia a noção de que o homem constrói a história de sua vida eliminando a existência anterior de valores imutáveis. Sartre propôs uma filosofia que toma o modo de ser próprio do homem como ponto de partida da sua reflexão mental. Essa filosofia tem influenciado grandemente a sociedade pós-moderna, pois reafirma a liberdade humana, estimulando dessa maneira o individualismo. Sartre nega qualquer influência fora do ser humano (como a Bíblia, por exemplo) para a formação dos valores humanos. O homem é senhor de si, e adota os valores que ele próprio cria. Nisso, Deus não tem participação alguma sobre as decisões humanas, pois o homem está no centro de tudo.

11 O remédio para esse pensamento é uma dose generosa de humildade e dependência de Deus (Salmo 46.10; Tiago 4.10; 1 Pedro 5.6). O cristão e a pós-modernidade Talvez você esteja pensando: o que eu tenho a ver com tudo isso? ou que proveito prático eu posso tirar disso para a minha felicidade pessoal?. Somos todos influenciados pela filosofia de vida dominante na sociedade que fazemos parte. No entanto, você é que escolhe o nível de influência que receberá desta sociedade. Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo (Colossenses 2.8). Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.2). O cristão não pode se deixar influenciar totalmente pelo que o mundo impõe como sendo a conduta ideal. Não pode tomar a forma de sua filosofia demoníaca, mas, pelo contrário, deve influenciar positivamente o mundo como sal da terra e luz do mundo que é Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte (Mateus 5.13,14).

12 Capítulo 1 O que é a ética profética? Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a verdade e não usa a língua para difamar, que nenhum mal faz ao seu semelhante e não lança calúnia contra o seu próximo, que rejeita quem merece desprezo, mas honra os que temem o Senhor, que mantém a sua palavra, mesmo quando sai prejudicado, que não empresta o seu dinheiro visando lucro nem aceita suborno contra o inocente. Quem assim procede nunca será abalado! (Salmo 15). Falar sobre ética no mundo da pós-modernidade é uma tarefa desafiadora já que os valores e os costumes da sociedade atual vêm se modificado com uma enorme rapidez. Mas também é uma tarefa importante e urgente. Você poderá observar no seu dia-a-dia, de uma forma bem simples, que a sociedade se conduz cada vez mais para longe dos padrões ideais de moralidade. Como a igreja evangélica tem se posicionado mediante tanta injustiça e corrupção? Os valores e a postura da sociedade não estão se tornando influências comuns dentro da igreja? Qual o papel da Igreja dentro deste mundo corrompido? Alguns afirmam que é mais difícil ser cristão nos dias de hoje, esta afirmação é verdadeira? Profecia na Bíblia Como entender a voz profética nos dias atuais? Seria apenas sair profetizando bênçãos a torto e a direito? É claro que não! Para que possamos ter a certeza de que somos, de fato, profetas de Deus de que a palavra proferida por nós é profética, é preciso ter uma base concreta: a profecia das profecias, a Bíblia Sagrada. Mas, antes de vermos as referências bíblicas para a ação profética, convém verificarmos uma definição bastante interessante feita por um autor muito conceituado no meio teológico: O que faz de alguém um profeta é a vocação divina, a ordem para comunicar a outros a revelação divina. Assim, não adianta sair profetizando bênçãos por aí! Tem de haver o chamamento divino para que o dom profético seja exercido segundo a vontade de Deus. O profeta, no Antigo Testamento, é descrito com três palavras hebraicas: nabi (ocorre mais de 300 vezes), roeh (ocorre 12 vezes) e hozeh (ocorre 19 vezes).

13 Nabi é uma palavra que significa aquele que anuncia as mensagens de Deus, por revelação direta ou por discernimento intuitivo. Nabi é muito usada para designar a missão profética. Roeh e hozeh são palavras que servem para designar a qualidade dos profetas terem visões, portanto, significam vidente. Veja algumas referências bíblicas onde aparece a palavra nabi: Gênesis 20.7; Êxodo 7.1; Números 12.6; Deuteronômio 13.1; Juízes 6.8; 1Samuel 3.20; 2Samuel 7.2; 1Reis 1.8; 2Reis 3.11; Esdras 5.1; Salmo 74.9; Jeremias 1.5; Ezequiel 2.5 e Miquéias 2.11. Ainda segundo o Antigo Testamento, outros títulos são atribuídos àquele que exerce a missão profética: Atalaia (em hebraico, sophim Jeremias 6.16; Ezequiel 3.17) e pastor (em hebraico, raah Zacarias 11.5,16). A Bíblia apresenta os seguintes ofícios dos profetas: 1) Recebimento de orientações divinas particulares (também chamadas de oráculos); 2) Ensinamento sobre pecado e retidão (incluindo a denúncia dos pecados do povo Isaías 58.1; Ezequiel 22.2; 43.10; Miquéias 3.8); 3) Pastoreio, consolação, aviso do juízo divino e chamada ao arrependimento (Isaías 40.1,2); 4) Trabalho dos atalaias (vigias Ezequiel 3.17; 33.7-9); 5) Obra de um embaixador (leia todo o livro de Jonas); 6) Alguns profetas desempenhavam funções sacerdotais (1Samuel 16.6-13); 7) Aconselhamento de reis e outros oficiais civis (função de estadistas 2Samuel 7.3-16); 8) Preservação da identidade nacional, seguindoos passos de Moisés, o primeiro profeta nacional (Isaías 45.20-22; 60.3; 65.25; êxodo 2.11ss; Deuteronômio 24.19-22; Miquéias 5.4); 9) Registro da Palavra de Deus nas Sagradas Escrituras. Os profetas gozavam de liberdade dada por Deus (Números 11.29). Isso acontecia porque era o próprio Deus quem preparava os profetas (Êxodo 3.1 a 4.17; Isaías cap. 6; Jeremias 1.4-19; Ezequiel caps. 1 a 3; Oséias 1.2; Amós 7.14,15; Jonas 1.1). A consagração se dava através da unção com óleo (Salmo 105.15). O Espírito Santo era o inspirador dos profetas (Números 11.17,25; 1Samuel 10.6; 19.20; 2Pedro 1.21). A inspiração se dava pelos seguintes modos: revelação direta de Deus (2Reis 3.15; 1Samuel 10.5; 1Crônicas 25.1); sonhos e visões (Números

14 12.6); palavra de autoridade divina: assim diz o Senhor (Jeremias 1.8,19; 2.19; 30.11; Amós 2.11; 4.5; 7.3); e por revelações súbitas e estranhas (Números 22.31; 2Reis 6.15-17). Mas, apesar de todo o cuidado, existiam os falsos profetas de Deus eram aqueles que se denominavam profetas sem, de fato, o serem (Jeremias 14.14; 23.21). Esses falos profetas falavam por sua própria imaginação ou interesses (Jeremias 23.16; Ezequiel 13.3). Reconhecer os falsos profetas era algo muito importante para a nação de Israel, pois a profecia era vista como uma intervenção divina no curso da história humana (Isaías 45.20-22; Êxodo 2.11ss; Deuteronômio 24.19-22). Para combater o problema dos falsos profetas, a missão profética foi considerada uma instituição de Israel; desse modo, não era qualquer um que poderia profetizar, mas somente aqueles que eram reconhecidos e oficializados pela nação de Israel (veja Deuteronômio 18.9,15). A instituição profética possui raies fortes na cultura do Israel antigo (Deuteronômio 13.1; 17.18; 18.20). O fato da institucionalização foi tão grande para Israel, que foram criadas inclusive as escolas de profetas. Estas escolas surgiram nos dias de Samuel para revitalizarem o ofício profético que estava em baixa naquela época (1Samuel 3.1; 19.18,20; 2Reis 2.3,5; 4.38; 6.1). Um outro detalhe interessante é que o ofício profético poderia vir seguido de prodígios especiais operados por Deus (Êxodo 4.8; Isaías 7.11,14). Mas, os prodígios também podem acontecer por uma obra do acaso ou ser produto de artimanhas humanas ou malignas (Deuteronômio 13.1,2; Êxodo 7.11,22; 2Tessalonicenses 2.9). As maiores e mais completas profecias bíblicas são denominadas profecias messiânicas (pois apontavam para Jesus, o Messias de Deus): Gênesis 3.15; 12.3; 49.10; Deuteronômio 18.15; Salmo 2.2; 45.2; 68.18; 69.21; 110.1; 118.22; 132.11; Isaías 2.4; 7.14; 9.2,7; 11.10; 25.8; 28.16; 42.1; 49.6; 52.14; 53.2; 55.4; 59.16; 61.1; 62.11; 63.1; Jeremias 23.5; Ezequiel 17.22; Daniel 2.34,44; 7.13; 9.25; Miquéias 5.2; Ageu 2.7; Zacarias 3.8; 6.12; 9.9; 11.12; 12.10; 13.7; Malaquias 3.1. Veja também: Mateus 1.22; 2.4,15; 8.17; Marcos 1.2,70; 4.17; 18.31; 24:27,44; João 1.45; 4.25; 5.39,46; 8.18; 19.28; Atos 2.30; 3.18,24, 7.37; 8.32; 10.43; 13.32; 17.3; 18.28; 26.6,22; Romanos 1.2; 9.4; 15.8; 16.26; Gálatas 3.23; 1Pedro 1.11.

15 Exemplos do ato de profetizar em geral na Bíblia: Números 11.25; 1Reis 11.31; 14.12; 20.22; 2Reis 3.17; 2Crônicas 20.37; Esdras 5.1; Jeremias 26.18; 28.8; Ezequiel 37.7; Lucas 1.67; Judas 14. Veja também: Números 24.14; Deuteronômio 31.29; 1Samuel 10.2; 1Reis 13.3; 18.41,44; 20.13; 22.18,25; 2Reis 1.4; 7.1; 8.12; 19.6; 20.17; Isaías 2.2; 7.8; 39.5; Jeremias 19.15; 21.11; 38.3; Ezequiel 4.7; 6.2; 20.46; 21.2,9,14,28; 30.9; 36.1; 38.17; Joel 2.28; Miquéias 4.1; Atos 2.18. O profeta, no Novo Testamento, é descrito com uma única palavra grega: prophétes. Se desmembrarmos essa palavra, teremos pro (antes, em favor de) e phemi (falar). Assim, o profeta do Novo Testamento é aquele que fala em favor de Deus, o intérprete da vontade de Deus para o povo. Prophéte ocorre 149 vezes em todo o Novo Testamento. Veja algumas passagens mais significativas: Mateus 1.22; 2.5,16; Marcos 8.28; Lucas 1.70,76; 7.16; João 1.21,23; 3.18,21; Romanos 1.2; 11.3; 1Coríntios 12.28,29; 14.29,32,37; Efésios 2.20; Tiago 5.10; 1Pedro 1.10; 2Pedro 2.16; 3.2; Apocalipse 10.7; 11.10. Na igreja do Novo testamento havia profetas (1Coríntios 12.28), mas não formavam uma classe regular de homens como no Antigo Testamento ou como os apóstolos e presbíteros. Homens e mulheres recebiam influências especiais para falarem a revelação divina (Atos 21.9). Eles falavam predizendo o futuro, sob o poder do Espírito Santo (Atos 11.27,28; 21.10,11); ensinavam e exortavam, edificando grandemente a igreja (1Coríntios 14.3,4,24). No exercício dos dons espirituais, os profetas ocupavam posição inferior somente em relação aos apóstolos, conforme se entende de 1Coríntios 12.28; Efésios 2.20; 3.5; 4.11 e Apocalipse 22.9. Apesar da importância dos profetas, alguns se deixavam arrastar pelo seu entusiasmo e causavam desordem no culto público (1Coríntios 14.29,30). Também no Novo Testamento poderia acontecer de alguma profecia proceder de fonte maligna (1João 4.1; 1Tessalonicenses 5.20,21). Mateus 7.20 nos dá uma dica para sabermos a procedência de uma profecia. O padrão do Novo Testamento para as profecias é a consolidação e a edificação da igreja local, além de também servir para convencer os incrédulos sobre as verdades do Evangelho. Assim, o dom da profecia inclui: a predição do futuro (Atos 21.10ss); uma elevada autoridade, abaixo apenas do dom de apóstolo; o caos, quando o dom é exercido de forma inautêntica (1Coríntios 14.29ss); e o avanço espiritual da igreja (Efésios 4.11ss).

16 Perceba que os profetas trabalhavam sempre dentro do contexto das igrejas, nunca fora delas (Atos 13.1,2). Isso talvez seja porque, junto com os apóstolos, os profetas eram considerados os alicerces humanos da igreja (Efésios 2.20). Atuavam em grupos especiais (Atos 11.27; 13.1; Apocalipse 19.10; 22.9; 1Coríntios 12.29) e tinham os seus pronunciamentos proféticos totalmente influenciados pela Palavra de Deus (Atos cap. 7; Romanos 11.27; 1Coríntios 15.51,54,55). As profecias bíblicas têm cumprimento absolutamente confiável e seguro, garantido por Deus: 1Reis 8.56; Salmo 93.5; 111.7; Ezequiel 12.25; Daniel 9.12; Mateus 5.18; Lucas 21.33; Romanos 4.16. Agora, você poderia perguntar: como saber se alguém é realmente usado por Deus para me entregar determinada profecia?. Duas atitudes serão extremamente úteis para você ter a certeza de que o Senhor realmente usou alguém para falar com você. 1) Seja meio cético não aceite de imediato determinada profecia; 2) Espere com paciência pelo cumprimento da palavra recebida, só depois, caso seja cumprida, considere-a como verdadeira (Deuteronômio 18.21,22). Ética e profecia bíblica A palavra ética vem do grego hethos, que significa hábito, costume, uso. Trata-se de uma parte da filosofia que se ocupa com as regras ideais para que você governe com acerto a sua vida. Em outras palavras: ética é o conjunto de princípios que levam um grupo social a viver honrosamente. Profecia é a mensagem de Deus anunciada por meio de um profeta a respeito da vida religiosa e moral do seu povo (2Pe 1.20-21). As profecias tratam, às vezes, do futuro, mas geralmente se prendem às necessidades presentes das pessoas. O objetivo da ética profética é estabelecer uma conduta, uma lista dos valores desejáveis ou ideais de uma sociedade, baseados na Palavra de Deus. A Bíblia faz inúmeras referências à importância da ética, veja apenas alguns exemplos: 1. Ele retribui ao homem conforme o que este fez, e lhe dá o que a sua conduta merece (Jó 34.11). 2. Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! (Salmo 1.1). 3. O Senhor firma os passos de um homem, quando a conduta deste o agrada (Salmo 37.23).

17 4. Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra (Salmo 119.9). 5. Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras (Jeremias 17.10). Além disso, Paulo demonstrou preocupação ética quando escreveu ao jovem pastor Timóteo: Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza (1 Timóteo 4.12). O que é moralidade? A moralidade é a harmonia do comportamento humano com os bons costumes nas relações com os seus semelhantes. Por bons costumes podemos entender o bom modo de proceder dos homens. Alguns filósofos entendem que a moral não muda, nem com o tempo, nem com o espaço, nem com a cultura. Afirmam que ela tem princípios eternos e, do ponto de vista cristão, ditados por Deus, podendo até ser chamada de uma ciência teológica. A lei moral Lei moral é uma lei de conduta que pode ser verificada dentro da mente de um ser humano quando ele examina o mundo natural e a finalidade da própria humanidade. É a lei que regula o comportamento humano em seu convívio social e vai até o mais íntimo de sua consciência. A liberdade de escolha torna o ser humano capaz de não cumprir essa lei moral e daí é que se originam as noções de mérito, de culpa e de responsabilidade; exclusivas do ser humano. A lei moral é superior à lei jurídica. A lei moral regula o comportamento humano até o mais íntimo e profundo de sua consciência. A lei jurídica regula apenas tudo aquilo que é um direito ou uma obrigação entre pessoas ou empresas. Dar esmola, por exemplo, pode ser uma obrigação moral; pagar uma dívida, além de ser uma obrigação moral, é também uma responsabilidade jurídica. Dar esmolas não é uma atitude obrigatória; saldar uma dívida certamente o é.

18 Conceitos morais cristãos (a ética de Jesus) Jesus é a completa revelação da vontade de Deus. Nele os ensinos morais da lei de Moisés e dos profetas se cumprem e são aperfeiçoados. 1. Jesus é o principal mestre da moralidade, pois sempre esteve interessado na salvação do homem e também no seu comportamento. Além disso, Jesus ensinou princípios éticos e não apenas regras (isso deu ao seu ensino grande valor e firmeza). Os ideais de Cristo são sempre atuais, pois abrangem toda a humanidade, apelam para o comportamento interno do ser humano e são baseados no amor. 2. O Reino de Deus é o centro da mensagem de Jesus e é o objetivo de sua missão. O Evangelho de Jesus é o Evangelho do Reino Jesus foi por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças entre o povo (Mateus 4.23). O Reino de Deus é o reino espiritual de Cristo em cada cristão. É uma realidade presente que se transforma também numa esperança futura. 3. O conteúdo da ética de Cristo pode ser resumido no Sermão do Monte (veja os capítulos 5 a 7 de Mateus). Padrões éticos para o cristão moderno O cristão que vive uma ética fundamentada na Palavra de Deus se torna um agente transformador da sociedade. Foi isto que aconteceu nos países protestantes que foram profundamente influenciados pela ética cristã. Neles a democracia e a justiça tornaram-se fundamentos básicos da sociedade. Observe, agora, alguns padrões éticos para o cristão moderno: 1. Ética centralizada em Deus A ética cristã está fundamentada na Revelação de Deus e de sua vontade, que está nas Escrituras. A questão básica é o que Deus quer da vida dos cristãos, e isto está declarado em sua Palavra (Deuteronômio 8.1; Miquéias 6.8). 2. Ética cristã Está condicionada a Cristo, em quem você encontra a mais perfeita revelação da vontade de Deus. A conduta correta torna cada crente um imitador de Cristo, e deve resultar em transformação, conforme a sua imagem (2 Coríntios 3.18; Efésios 4.11-13). Uma ética que torna o cristão apenas diferente do mundo, mas não o aproxima da imagem de Cristo, não é uma ética cristã. 3. Ética evangélica As suas atitudes revelam às pessoas o que Deus fez em sua vida e o amor de Deus pelo ser humano. O mundo não está capacitado para discutir as doutrinas do Evangelho, mas pode avaliar tranqüilamente a atitude dos evangélicos. Ou seja, o que você faz fala tão alto que as pessoas não ouvem o que

19 você diz. Em resumo, as pessoas precisam ver o Evangelho em ação através de sua vida (Mateus 5.14-16; 1 Pedro 3.14-17). 4. Ética imutável Os princípios morais que foram fixados por Deus são válidos para todas as épocas, sendo um referencial para os cristãos que vivem em uma sociedade em constante mudança (Mateus 5.17-18; Tiago 1.17; 1 Pedro 1.24,25). 5. Ética universal Todos os homens estão debaixo das normas da lei de Deus, e a quebra desta lei torna-se pecado (1 João 3.4). Os homens são pecadores por não viverem de acordo com esta lei universal (Romanos 3.22). 6. Ética abrangente Não existe uma área sequer da vida humana para a qual Deus não tenha deixado normas. No texto de Colossenses 3, você poderá identificar as áreas em que a ética cristã envolve a sua vida: (a) vida pessoal (vv. 5-11); (b) vida na igreja (vv. 12-16); (c) vida em família (vv. 18-21); (d) vida profissional (vv. 22-25); (e) todas as suas ações pessoais (vv. 17 e 23).

20 Sobre o autor Deivinson Gomes Bignon é mestre em Ciências da Religião com especialização em Bíblia e é formado em Letras (Português e Literaturas); exercendo as seguintes atividades: pastor auxiliar da Igreja Evangélica Congregacional de Vila Paraíso, professor, conferencista, escritor e cartunista. Autor dos livros Voltando para a Bíblia (2002) e Recados do céu: a ética profética de Deus para as grandes questões da nossa época (2007).

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