GRUPO XVI GRUPO DE ESTUDO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÃO PARA SISTEMAS ELÉTRICOS - GTL

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Transcrição:

SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GTL - 34 16 a 21 Outubro de 2005 Curitiba - Paraná GRUPO XVI GRUPO DE ESTUDO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÃO PARA SISTEMAS ELÉTRICOS - GTL AVALIAÇÕES E MELHORIAS NO SISTEMA DE PROTEÇÃO E ATERRAMENTO DA ESTAÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES DE PEDRA DA MACELA PARA MELHORIA DE DESEMPENHO FRENTE A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS Alexandre R. Nóbrega, MSc * Alexandre P. Soares Alexandre S. Girardi Silvério Visacro, Dr. FURNAS S/A FURNAS S/A FURNAS S/A UFMG - LRC RESUMO No artigo, constam as melhorias implementadas no sistema de proteção e aterramento da estação de telecomunicações Pedra da Macela de 2001 a 2002, as quais reduziram danos aos equipamentos conectados à rede de alimentação CA, e contribuíram para a diminuição das ativações do sistema de alimentação de emergência, resultando no aumento da confiabilidade do sistema de telecomunicações. Adicionalmente, as ocorrências de descargas atmosféricas detectadas pela Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas no período de 2001 a 2004 são analisadas e correlacionadas com os dados coletados por sensores. Estes últimos integram o sistema de supervisão de telecomunicações de FURNAS. PALAVRAS-CHAVE Descarga Atmosférica, Proteção, Aterramento, RINDAT, Telecomunicações. 1.0 - INTRODUÇÃO O sistema de telecomunicações via microondas de FURNAS é composto por equipamentos SHF instalados no Escritório Central no Rio de Janeiro, em estações repetidoras, subestações e usinas. Estas últimas muito suscetíveis a distúrbios eletromagnéticos (1,2). O sistema engloba mais de 100 estações, localizadas nas regiões sudeste e centro-oeste do país, e é usado para as funções de comunicação, controle, supervisão e proteção do sistema elétrico de geração (usinas), e de transmissão (subestações e linhas de transmissão). A localização geográfica de algumas estações e a alta resistividade do solo tornam as instalações de telecomunicações suscetíveis às descargas atmosféricas e às diferenças de potencial resultantes na malha de terra. A possível incidência de descargas, com correntes transitórias de magnitude elevada, representa uma ameaça à operação do sistema elétrico, cuja confiabilidade depende da disponibilidade do sistema de telecomunicações. Dentre as estações de microondas, destaca-se a estação Pedra da Macela, localizada na Serra do Mar a 1.800m de altitude (coordenadas geográficas: 23 o 8 24 S, 44 o 48 54 W). Esta estação, situada numa região de alta incidência de descargas atmosféricas, foi construída em solo rochoso de elevada resistividade, com valor aproximado de 30.000ohm.m (3). Tais aspectos determinam uma alta freqüência de solicitação da estação Pedra da Macela por descargas atmosféricas diretas. Determinam, também, dificuldades em se alcançar soluções de proteção adequadas, em decorrência das condições desfavoráveis do solo. Restringem, ainda, a qualidade dos aterramentos elétricos das estações, que constituem elemento fundamental nas práticas de proteção contra descargas. *FURNAS Centrais Elétricas S/A Rua Real Grandeza, 219, Bloco B, s/ 308 - CEP 22283-900 Rio de Janeiro - RJ - BRASIL Tel.: (021) 2528-4919 - Fax: (021) 2528-2186 - e-mail: anobrega@furnas.com.br

2 Em decorrência de um histórico de desligamento das estações de microondas devido a descargas atmosféricas, (e conseqüente comprometimento do sistema de supervisão e controle da operação do sistema elétrico da empresa), algumas modificações para melhoria da infra-estrutura de proteção e aterramento das estações de telecomunicações foram implementadas na década de 1990, tendo como referência um trabalho publicado pelos autores na Conferência Internacional de Proteção contra Descargas Atmosféricas (ICLP2000) (4). Dentre estas modificações, destaca-se a instalação do transformador (corrente alternada) próximo a Estação de telecomunicações. A implementação destas melhorias resultou, ainda, na diminuição do número de interrupções do sistema de telecomunicações, devido a descargas. Dando continuidade a este trabalho, a equipe técnica de FURNAS tem realizado novos desenvolvimentos neste campo, sendo destacável as realizações relativas à Estação Pedra da Macela, devido à sua condição crítica quanto à incidência de descargas e às características do solo. A localização dos pontos de incidência de descargas atmosféricas, ao redor de estações de microondas, pode ser determinada através de um sistema integrado de detecção de descargas atmosféricas, cujos sensores estão instalados em vários Estados do país. Os sensores instalados em FURNAS e em outras empresas de energia integram a RINDAT (Rede Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas). Neste artigo, os registros provenientes desta Rede são correlacionados com eventos, possivelmente causados por descargas atmosféricas, os quais são monitorados por unidades remotas, instaladas na estação de microondas Pedra da Macela. Estas unidades integram o sistema automático de supervisão e coleta de dados do sistema de telecomunicações de FURNAS. A correlação foi feita de janeiro de 2001 a dezembro de 2004, tendo como referência um artigo publicado pelos autores no GROUND2004 (5). 2.0 - SISTEMA DE PROTEÇÃO E ATERRAMENTO 2.1 Levantamento inicial A proteção contra a incidência direta de descargas atmosféricas na estação é feita por intermédio de um pára raios tipo Franklin, cujos cabos de descida estão conectados à malha de terra da estação. Este dispositivo foi instalado no topo da torre de telecomunicações, com altura de 19m, e situada ao lado do prédio da estação. A malha de terra é composta por cabos radiais, cujas extremidades se originam no anel de aterramento da cerca interna, e terminam no anel de aterramento da cerca externa (Figura 1). Ao redor do prédio e da base da torre foram instalados condutores de aterramento, os quais são conectados ao cabo de aterramento da cerca interna. Adicionalmente, foram instalados três cabos radiais, cujas extremidades estão conectadas ao cabo de aterramento da cerca externa, e se estendem pelo terreno em declive ao redor da estação (estes cabos têm comprimento de 280, 160 e 150m). 160m BASE DA TORRE (DIMENSÕES: 3,0 x 3,0m) ESTAÇÃO DE MICROONDAS 30m ESTAÇÃO DE RÁDIO 150m 280m FIGURA 1 Malha de terra da estação, cujo desenho no interior da cerca mais externa está na escala 1:500.

3 A estação Pedra da Macela é alimentada por um transformador trifásico, 13,8kV/220-127V, 30kVA, (configuração: Delta-Estrela), o qual será denominado transformador ao longo do texto. Instalado ao lado do prédio da estação de microondas, ele alimenta três estações repetidoras de Rádio de outras empresas, construídas ao redor da cerca externa, e fora dos limites do terreno da estação de microondas. O condutor de neutro do transformador estava conectado a dois pontos distintos da malha de terra: na Barra Comum de Aterramento da estação de microondas (BCA), e no anel de aterramento da cerca externa, ao lado de uma das estações repetidoras de Rádio. Estes pontos da malha estavam distanciados de 30m, conforme indicado pelas setas na Figura 1. O sistema de proteção contra sobretensões transitórias, via cabo de alimentação CA era constituído por (Figura 2): - Pára-raios de óxido de zinco, instalados no primário do transformador, entre os condutores de fase e um condutor da malha de terra junto ao poste; - Varistores de óxido de zinco, instalados no Quadro principal junto ao poste, entre os condutores de fase e o condutor de aterramento de carcaça; - Varistores de óxido de zinco, alocados no Quadro de Proteção de Rede 1 (QPR1), e instalados entre os condutores de fase e um condutor de aterramento isolado da carcaça. CABOS DA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA QUADRO PRINCIPAL JUNTO AO POSTE QPR1 3 FASES P P PARA EQUIP. PÁRA-RAIOS NEUTRO CABO PASSANTE DA MALHA DE TERRA CABO DE ATERRAMENTO GERAL GUIADO VIA CANALETA NO INTERIOR DA INSTALAÇÃO FIGURA 2 Configuração inicial de aterramento e proteção. Os terminais de aterramento dos pára-raios, instalados no primário do transformador, e dos varistores instalados no Quadro principal estavam conectados ao mesmo cabo passante da malha de terra, num ponto próximo ao poste da Distribuidora de energia. Diferentemente, o terminal de aterramento dos varistores, alocados no QPR1, estava conectado ao cabo de aterramento geral, guiado via canaleta no interior da instalação. Adicionalmente, as carcaças de equipamentos estavam conectadas à BCA, separadamente, por cabo de cobre isolado. 2.2 Melhorias implementadas As modificações na infra-estrutura de proteção e aterramento da estação Pedra da Macela foram realizadas no período de 2001 a 2002. A função estratégica do sistema de telecomunicações de FURNAS na operação do sistema elétrico brasileiro, cuja confiabilidade depende da disponibilidade de suas estações, requer um dimensionamento adequado desta infra-estrutura frente a descargas atmosféricas. O objetivo destas modificações foi minimizar os danos aos equipamentos eletrônicos instalados, sobretudo nos módulos conectados à rede de alimentação CA, e diminuir o número de acionamentos do Sistema de Alimentação de Emergência (SAE), decorrentes da solicitação da estação por descargas atmosféricas. Principalmente pela atuação de dispositivos de proteção, frente a sobretensões transitórias, os quais estavam referenciados a pontos distintos da malha de terra e, provavelmente, com alto valor de indutância entre os mesmos. A configuração de aterramento e proteção implementada na estação é mostrada na Figura 3, e as modificações realizadas estão discriminadas abaixo (6): - Os varistores foram substituídos por unidades de maior capacidade de corrente de pico (40kA), e instalados entre os condutores de fase e neutro nos seguintes quadros: Quadro principal junto ao poste; no QPR1 e num novo Quadro de proteção situado no interior da estação (QPR2); - No Quadro principal foi instalada uma barra de aterramento, isolada da carcaça, na qual conectou-se um dos terminais dos varistores. Esta barra foi conectada diretamente à malha de terra; - O condutor de neutro, proveniente do terminal X o do transformador, foi conectado à barra de aterramento do Quadro principal junto ao poste. Este procedimento diminui a magnitude de possíveis correntes transientes conduzidas pelo cabo neutro para o interior da instalação; - Os terminais de aterramento dos pára-raios (instalados no primário do transformador) foram conectados ao mesmo ponto de aterramento da barra de terra, instalada no Quadro principal;

4 3 FASES QUADRO PRINCIPAL QPR1 QPR2 DO P P P PARA A USCA NEUTRO CABO PASSANTE DA MALHA DE TERRA BCA FITA METÁLICA A SER SOLDADA NAS DUAS EXTREMIDADES CAIXA DE INSPEÇÃO FIGURA 3 Configuração de aterramento e proteção implementada na estação Pedra da Macela. - Nos quadros QPR1 e QPR2, o condutor de neutro foi conectado a uma barra de aterramento interna isolada da carcaça. As barras foram conectadas, separadamente, ao cabo passante da malha de terra, situado na caixa de inspeção junto à porta de acesso do prédio (Figura 4); - O condutor de neutro foi conectado à BCA através de um cabo de aterramento separado, instalado entre a BCA e a caixa de inspeção da malha de terra junto a porta de acesso da estação. Adicionalmente, o condutor neutro foi conectado à malha de terra, junto ao transformador, por intermédio da barra de aterramento do Quadro principal; - A configuração de proteção contra sobretensões transitórias, adotada nas modificações da infra-estrutura da estação Pedra da Macela, requer que os dispositivos de proteção estejam referenciados a pontos da malha de terra, que apresentem a menor indutância possível no trecho de ligação entre eles. Para reduzir os efeitos de uma possível indutância elevada entre os pontos de aterramento do condutor neutro (situados junto ao poste e na caixa de inspeção da malha de terra) a qual poderia comprometer a configuração de proteção dos varistores e considerando os efeitos da alta incidência de descargas atmosféricas no local, adotou-se o seguinte procedimento: Os dois pontos de aterramento de neutro (distanciados de 5m em linha reta), foram interligados através de uma fita de cobre nu, cuja utilização reduz a indutância do trecho considerado (Figura 5). As seguintes dimensões foram usadas: Comprimento aproximado de 8m (levando-se em conta o desnível do terreno), 0,1m de largura e 2 mm de espessura. A fita foi enterrada no solo a 0,4m de profundidade, e soldada nas extremidades por solda contínua de oxi-acetileno. Adicionalmente, esta fita foi embutida em concreto no percurso junto à escada de acesso à estação; - O comprimento do cabo de aterramento (proveniente da barra isolada fixada nos QPR s), foi reduzido ao máximo, evitando-se curvas no percurso de instalação, as quais aumentariam a indutância do trecho; - O aterramento do cabo neutro em pontos distintos da malha de terra e distantes um do outro, pode acarretar diferenças de potencial elevadas entre os mesmos, na ocorrência de sobretensões transitórias na rede de alimentação CA, ou devido à incidência direta de descargas atmosféricas na infra-estrutura da estação. Sobretudo devido à drenagem de correntes transitórias elevadas pela malha de terra em solo de alta resistividade. Para reduzir possíveis diferenças de potencial entre pontos de aterramento do cabo neutro, eles foram interligados através de uma configuração de cabos de cobre enterrados no solo, e distanciados de 30m, aproximadamente, conforme indicado pelas setas na Figura 6. Estes pontos estão situados no anel de aterramento da cerca externa, (ao lado de uma das estações repetidoras de Rádio), e no ponto de aterramento de neutro junto ao poste da Distribuidora de energia. Os seguintes fatores determinaram as dificuldades encontradas na estação Pedra da Macela para se alcançar as melhorias na infra-estrutura de proteção e aterramento da estação: (a) Características da região (elevada resistividade do solo e alta incidência de descargas atmosféricas, com correntes transitórias de grande magnitude); (b) compartilhamento da infra-estrutura da estação com outras empresas; (c) dificuldade de diminuição da resistência de aterramento da malha; (d) dificuldades de acesso à estação e (e) dificuldade de obtenção de dados relativos à construção da malha de terra (início da década de 1980). Os fatores mencionados de (a) a (d) têm justificado a preocupação constante da equipe técnica da empresa na busca de um desempenho de qualidade das estações de microondas frente às descargas atmosféricas.

5 CABOS DE ALIMENTAÇÃO CA USCA PRÉDIO DA ESTAÇÃO QPR2 BARRA DE NEUTRO ISOLADA QPR1 GMG CABO ISOLADO VIA CANALETA CAIXA DE INSPEÇÃO DA MALHA DE TERRA CABO PASSANTE DA MALHA CABOS DE ALIMENTAÇÃO DO FIGURA 4 Configuração de aterramento da barra de neutro dos Quadros: QPR1 e QPR2. PRÉDIO DA ESTAÇÃO SALA DE COMUNICAÇÕES / EMO CAIXA DE INSPEÇÃO PORTA PRINCIPAL CAIXA DE INSPEÇÃO PORTA / SALA GMG MALHA DE TERRA HASTE SOLDA FITA METÁLICA DE COBRE NÚ ENTERRADA ROCHA BARRA 5,0 3F + N FITA METÁLICA 0,5 QUADRO PRINCIPAL / ALVENARIA TRAFO MALHA DE TERRA DESENHO SEM ESCALA COTAS EM METRO FIGURA 5 Fita metálica entre o ponto de aterramento de neutro junto ao poste e a caixa de inspeção. ESTAÇÃO DE RÁDIO FIGURA 6 Interligação de dois pontos de aterramento do cabo neutro: junto ao poste da Distribuidora de energia e no anel de aterramento da cerca externa.

6 3.0 - CORRELAÇÃO DE REGISTROS DA RINDAT COM OS DADOS DO SISTEMA DE SUPERVISÃO O objetivo da correlação é mostrar os resultados alcançados com as melhorias na infra-estrutura de aterramento e proteção da estação, implementadas no período de 2001 a 2002. 3.1 Considerações básicas O sistema de supervisão de telecomunicações de FURNAS SST é um sistema automático, responsável pela monitoração da operação dos equipamentos, instalados nas estações de microondas. Ele é composto por dois microcomputadores, instalados no Escritório Central da empresa no Rio de Janeiro, e por um conjunto de 80 Unidades Remotas, localizadas nas estações de microondas (Figura 7). Os dados relativos à operação dos equipamentos são coletados através de sensores (relés de contato seco), e enviados em intervalos de 15 segundos à estação situada no Escritório Central, através de um enlace via microondas (estão disponíveis cerca de 96 tele-sinais e 8 tele-medidas). Os dados são coletados pelo sistema de supervisão automático, e armazenados num banco de dados para processamento posterior. Este banco pode ser usado para análises estatísticas de interrupções no sistema de telecomunicações, e de danos a equipamentos eletrônicos, cujos dados podem ser analisados através de aplicativos comerciais. SISTEMA DE TRANSMISSSÃO PEDRA DA MACELA OUTRAS ESTAÇÕES ESCRITÓRIO CENTRAL FIGURA 7 Configuração do Sistema de Supervisão de Telecomunicações via microondas. A RINDAT é uma rede de detecção de descargas atmosféricas, composta por 25 sensores distribuídos pelo país. Os sensores compartilham dados sobre a localização de tempestades, características estimadas de descargas, (como: corrente de pico, polaridade, multiplicidade), e localização de descargas nuvem-solo através de coordenadas geográficas (7). Os sensores detectam o campo eletromagnético radiado pela descarga de retorno, e correlacionam o mesmo com as características de um sinal padrão armazenado localmente. Após a discriminação dos sinais, os dados coletados são transmitidos para uma unidade central através de um enlace de telecomunicações dedicado. São processados, posteriormente, e distribuídos para monitores de vídeo. A Figura 8 mostra alguns sensores da RINDAT, próximos a estação Pedra da Macela. SENSORES DA RINDAT MG RJ SP ESTAÇÃO PEDRA DA MACELA FIGURA 8 Localização de sensores da RINDAT próximos à estação Pedra da Macela.

7 3.2 Correlação de dados Uma lista de registros com algumas características de descargas foram obtidas do banco de dados da RINDAT no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2004. As descargas foram detectadas dentro de quatro regiões circulares, cujos centros coincidem com as coordenadas geográficas da estação Pedra da Macela. Os seguintes raios foram escolhidos: 1, 2, 5 e 10km. Para realizar a correlação, foi feito um levantamento de dados dos Relatórios técnicos do SST: Somente os Relatórios, possivelmente relacionados com a incidência de descargas foram selecionados, considerando-se a experiência técnica dos autores. Posteriormente, as informações (referentes ao número de dias com danos aos equipamentos), foram correlacionadas com os registros da RINDAT e com os dados de um dos sensores do SST instalados na estação. O sensor selecionado monitora a ativação do Sistema de Alimentação de Emergência (SAE). A Tabela 1 mostra a correlação dos dados do sensor, relativo à ativação do SAE, com as informações dos Relatórios técnicos do SST, os quais indicam danos aos equipamentos instalados na estação. Nesta correlação, considera-se somente o número de dias, nos quais as descargas atmosféricas foram detectadas pela RINDAT. TABELA 1 Número de dias relativos à ativação do SAE, nos quais houve danos a equipamentos de telecomunicações. ANO ESTAÇÃO PEDRA DA MACELA NÃO ATIVAÇÃO DO SAE NÚMERO DE DIAS(*) ATIVAÇÃO DO SAE 2001 01-01 2002 03-03 2003 01-01 2004 01 01 02 (*) Número de dias relativos a danos aos equipamentos, possivelmente causados por descargas atmosféricas. 4.0 - ANÁLISE DOS RESULTADOS Após as melhorias implementadas na infra-estrutura de aterramento e proteção da estação, o número de dias nos quais o SAE foi ativado, (possivelmente devido a descargas atmosféricas), foi reduzido de 03 dias em 2002, para 01 dia em 2003 (Tabela 1). De fato, as ativações do SAE em 2002 ocorreram antes da implementação das melhorias mencionadas no subitem 2.2, as quais foram concluídas no final de 2002. De acordo com a Tabela anterior, o número de dias nos quais ocorreram danos a equipamentos, relativos ao período de 2001 a 2003, coincidiu com o número de dias de ativação do SAE (inclusive com relação à data de ocorrência). Na maioria dos casos, os danos causados por descargas nas estações de microondas estão associados à interrupção da alimentação comercial em corrente alternada, tornando-se necessária a instalação de um sistema confiável de alimentação de emergência. Diferentemente dos resultados coincidentes apresentados na Tabela 1 para o período de 2001 a 2003. O SAE foi ativado quatro vezes em 2004, de acordo com os Relatórios técnicos do SST, sem ocorrência de danos aos equipamentos. Estas informações foram correlacionadas com os registros da RINDAT nestes quatro dias, relativos à incidência de descargas num raio máximo de 10km da estação. De acordo com estes registros, as descargas incidiram em pontos do solo, distanciados de 2 a 10km do prédio da estação, (provavelmente nas linhas de transmissão da rede de alimentação comercial), causando a interrupção do fornecimento de energia. As sobretensões transitórias resultantes destas descargas, que possivelmente atingiram a instalação, não danificaram os equipamentos conectados ao circuito de alimentação CA, devido às melhorias implementadas na infra-estrutura da estação. De acordo com a correlação dos Relatórios técnicos do SST (relativos à possível ocorrência de descargas na estação Pedra da Macela), com os registros da RINDAT, dois eventos foram detectados no ano de 2004: O primeiro em 31 de maio, e o segundo em 02 de junho. Em ambos os casos, não houve danos aos módulos de equipamentos de telecomunicações, conectados à rede de alimentação CA. Somente equipamentos conectados ao circuito de alimentação em corrente contínua (48VCC) foram danificados: No dia 02 de junho, houve falha dos módulos em CC (corrente contínua) do Retificador, e de um dispositivo responsável pelo envio de telecomandos do Grupo Motor Gerador (GMG); no dia 31 de maio houve danos à Remota de supervisão e a módulos em CC do Retificador. Estes danos resultaram, provavelmente, de elevadas diferenças de potencial entre partes metálicas no interior da estação, decorrentes da incidência direta de descargas atmosféricas na malha de terra. De fato, estas diferenças de potencial provocam centelhamentos entre as partes metálicas dos equipamentos eletrônicos, podendo causar danos. Novos estudos estão sendo realizados pela equipe técnica da empresa para a implementação de melhorias na configuração de aterramento e proteção da estação, objetivando a redução de danos aos equipamentos conectados ao circuito em corrente contínua.

8 5.0 - CONCLUSÃO As melhorias implementadas na infra-estrutura de aterramento e proteção, frente a descargas atmosféricas, aumentaram a disponibilidade da estação, resultando em maior confiabilidade do sistema de telecomunicações de FURNAS, o qual se caracteriza como um sistema estratégico na operação do sistema elétrico brasileiro. Estas melhorias: - Reduziram o número de dias relativos a danificação de equipamentos, causados por descargas atmosféricas, sobretudo nos módulos conectados à rede de alimentação CA; - Contribuíram para a diminuição dos gastos operacionais, relativos ao atendimento de ocorrências, causadas por descargas, como: reparo de equipamentos, deslocamento da equipe técnica até a estação, estadia em cidades próximas a mesma, etc; - Reduziram as ativações do SAE, causadas por descargas, as quais podem danificar os equipamentos, resultando em economia de combustível, consumido pelo GMG da estação. A possível instalação de novos equipamentos digitais na estação Pedra da Macela, os quais são muito sensíveis a distúrbios eletromagnéticos, requer o aprofundamento dos estudos na Área de proteção e aterramento contra descargas atmosféricas, por parte da equipe técnica de FURNAS, com o objetivo de desenvolver novos critérios de proteção e aterramento, e garantir o funcionamento adequado dos equipamentos. 6.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (1) Nobrega, A. R.: "Protection of telecommunication equipment in an electric power company", XIII International Conference on Electromagnetic Disturbances (EMD2003), Bialystok, Polônia, Outubro 22-24, 2003. (2) Nobrega, A. R.; Rodrigues C. A.: Grounding and Protection of Telecommunication Equipment Furnas Hidropower Plant, International Conference on Grounding and Earthing (GROUND2000), Belo Horizonte, Brasil, Junho 18-21, 2000. (3) Serqueira, R.M.; Sampaio, M.; Werneck, A.L.; Morelo, A.M.; Gonçalves, P.R., Levantamento das condições de aterramento e proteção da estação de microondas Pedra da Macela, Relatório Técnico de Viagem número DET.T.0065.87, FURNAS Centrais Elétricas S/A, Janeiro, 1988. (4) Nobrega A. R.; Soares, A. P.: Lightning Protection of Furnas Telecommunication System, International Conference on Lightning Protection (ICLP2000), Rhodes, Grécia, Setembro 18-22, 2000. (5) Nobrega, A. R.; Soares, A. P.; Girardi, A. S.; Oliveira, J. R.: Data Survey of Lightning Incidence on Telecommunication Stations and Correlation to RINDAT Data, International Conference on Grounding and Earthing (GROUND2004), Belo Horizonte, Brasil, Novembro 7-11, 2004. (6) Nobrega, A.R.; Girardi, A.S.; Teixeira, F.G., Levantamento da Infra-estrutura de proteção e aterramento Estações: Pedra da Macela e Agulhas Negras, Relatório Técnico de Viagem número DET.T.002.2002, FURNAS Centrais Elétricas S/A, Janeiro, 2002. (7) Página eletrônica, Rede Nacional Integrada de Detecção de Descargas Atmosféricas (RINDAT): http://www.rindat.com.br.