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TRANSIÇÃO PARA OS IAS/ IFRS

INSTRUTIVO N.º 18/2016 de 08 de Agosto

Transcrição:

INSTRUTIVO N.º xx/20xx de xx de xxxx ASSUNTO: PERDAS POR IMPARIDADE PARA A CARTEIRA DE CRÉDITO Havendo a necessidade de estabelecer um conjunto de procedimentos para o apuramento de perdas por imparidade para a carteira de crédito concedido a clientes, no âmbito das disposições estabelecidas no Aviso n.º XX/XXXX, de xx de xxxx, sobre os princípios gerais a serem observados pelas instituições financeiras bancárias, na adopção plena das Normas Internacionais de Contabilidade/Normas Internacionais de Relato Financeiro; Nos termos das disposições constantes na Lei do Banco Nacional de Angola e na Lei das Instituições Financeiras; DETERMINO: Artigo 1.º (Objecto) O presente Instrutivo estabelece os procedimentos que as instituições financeiras bancárias devem observar para o apuramento de perdas por imparidade para a carteira de crédito concedido a clientes, nos termos previstos pela Norma Internacional de Contabilidade 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, adiante abreviadamente designadas por IAS 39. Artigo 2.º (Âmbito) São destinatárias das disposições constantes no presente Instrutivo as instituições financeiras bancárias sob supervisão do Banco Nacional de Angola, nos termos e condições previstos na Lei das Instituições Financeiras, adiante abreviadamente designadas por instituições. Artigo 3.º (Definições) Sem prejuízo das definições estabelecidas na Lei das Instituições Financeiras, para efeitos do presente Instrutivo, entende-se por: 1. «Back-testing»: comparação entre os valores observados e os valores estimados para os diferentes parâmetros de risco utilizados na quantificação das perdas por imparidade para a carteira de crédito concedido a clientes, com o 1

objectivo de aferir sobre a aderência do modelo estatístico utilizado às perdas históricas registadas; 2. «Crédito em incumprimento»: corresponde ao conjunto das seguintes categorias: a) crédito com prestações de capital ou juros vencidos há mais de 90 (noventa) dias; e b) crédito com prestações de capital ou juros vencidos há menos de 90 (noventa) dias, mas sobre o qual existam evidências que justifiquem a sua classificação como crédito em incumprimento, designadamente a falência, liquidação do devedor, entre outros; 3. «Créditos reestruturados por dificuldades financeiras dos clientes»: operações de crédito em que ocorreram alterações contratuais motivadas por dificuldades financeiras dos clientes; 4. «Factor de conversão de crédito»: probabilidade de uma exposição creditícia extrapatrimonial se transformar numa exposição creditícia patrimonial; 5. «Grupo económico»: conjunto de sociedades, residentes e não residentes, independentemente do seu sector de actividade, em que existe a relação de domínio de uma entidade para com as demais; 6. «Indícios de imparidade»: evidência objectiva de que um cliente/grupo económico se encontra em imparidade; 7. «Perda por imparidade»: montante pelo qual a quantia escriturada de um activo excede o seu valor recuperável; 8. «Quantia recuperável» ou «Valor recuperável»: valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados da exposição creditícia, descontados à taxa de juro efectiva original, ou considerando o spread original, no caso de operações com taxa de juro fixa ou variável, respectivamente; 9. «Rácio financiamento-garantia» ou «loan-to-value (LTV)»: corresponde ao rácio entre o montante do financiamento concedido e o valor da garantia recebida; 10. «Sucursal»: estabelecimento principal, em Angola, de instituição financeira bancária, ou não bancária com sede no estrangeiro ou estabelecimento principal, no estrangeiro, de instituição financeira bancária ou não bancária com sede em Angola desprovido de personalidade jurídica própria e que efectue directamente, no todo ou em parte, operações inerentes à actividade da empresa; 11. «Taxa de cura»: probabilidade dos créditos em incumprimento regressarem ao estado de créditos em cumprimento, conjuntamente com a verificação simultânea das seguintes condições: 2

a) uma melhoria da situação do devedor, sendo expectável, mediante a análise da condição financeira, o reembolso total de acordo com as condições originais do contrato ou modificadas; b) o devedor não apresenta qualquer valor vencido; e c) decorreu um período de quarentena de um ano, após o primeiro pagamento de capital, em que o devedor cumpriu com as suas responsabilidades regularmente, ou seja, em que o devedor liquidou um valor significativo de capital e juros do contrato sem que tenha apresentado qualquer exposição vencida por um período superior a 30 dias; 12. «Taxa de juro efectiva»: taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos de caixa futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto na quantia escriturada líquida do activo financeiro ou do passivo financeiro; 13. «Valor da garantia associada ao crédito (rateada)»: separação do valor da garantia recebida de forma proporcional por todos os créditos concedidos pela instituição aos quais a garantia se encontra associada. Artigo 4.º (Mensuração) 1. As perdas por imparidade devem ser reconhecidas quando incorridas, sendo que as perdas esperadas resultantes de eventos futuros não são reconhecidas. As perdas por imparidade devem ser consideradas como incorridas caso exista uma evidência objectiva de perda por imparidade como resultado de um ou mais acontecimentos que ocorreram após o reconhecimento inicial do activo financeiro (ou grupo de activos financeiros). 2. As perdas por imparidade correspondem à diferença entre o valor da exposição creditícia à data de reporte e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados, os quais devem ser descontados à taxa de juro efectiva original da exposição creditícia, ou considerando o spread original da mesma, no caso de exposições creditícias com taxa de juro fixa ou variável, respectivamente. As perdas por imparidade são reconhecidas em resultados. 3. No que se refere especificamente a créditos reestruturados por dificuldades financeiras dos clientes, nos termos previstos pelo artigo 5.º, as perdas por imparidade devem ser apuradas com base na taxa de juro efectiva da exposição creditícia que vigorava antes da reestruturação do crédito, com excepção das situações em que a taxa de juro efectiva aumente por ocasião da reestruturação do crédito. 3

4. O processo de estimar a quantia de uma perda por imparidade pode resultar tanto numa única quantia como num intervalo de possíveis quantias. Neste último caso, a instituição deve reconhecer uma perda por imparidade igual à melhor estimativa dentro do intervalo considerando as informações relevantes disponíveis antes das demonstrações financeiras serem emitidas em relação às condições existentes à data do balanço. Artigo 5.º (Créditos reestruturados por dificuldades financeiras dos clientes) 1. As instituições devem proceder à identificação e marcação, nos respectivos sistemas de informação, dos créditos reestruturados por dificuldades financeiras dos clientes. 2. Para efeitos do número anterior, as instituições devem estar em conformidade com o disposto no Anexo I do presente Instrutivo. Artigo 6.º (Evidência objectiva de perdas por imparidade) As instituições devem avaliar se existe qualquer evidência objectiva de perdas por imparidade dos activos financeiros ou grupo de activos financeiros no final de cada período de reporte, adoptando para o efeito princípios conservadores e apropriados, devendo considerar, no mínimo, os indícios de imparidade apresentados no Anexo II do presente Instrutivo. Artigo 7.º (Exposições analisadas individualmente) 1. Sem prejuízo do disposto no artigo 9.º do presente Instrutivo, a avaliação da perda por imparidade deve ser efectuada numa base individual para as exposições creditícias consideradas individualmente significativas, e numa base individual ou colectiva para exposições creditícias que não sejam individualmente significativas. 2. Nas situações em que uma instituição determine que não existe evidência objectiva de perda por imparidade para uma exposição creditícia avaliada individualmente, esta deve ser incluída num grupo de exposições creditícias com características de risco de crédito semelhantes, as quais são avaliadas colectivamente, conforme o disposto no artigo 8.º do presente Instrutivo. 4

3. Para efeitos da selecção das exposições creditícias a analisar em base individual, as instituições devem observar os requisitos estabelecidos na Parte 3 do Anexo III do presente Instrutivo. 4. A análise das exposições creditícias numa base individual deve ser realizada tendo em conta a totalidade da exposição creditícia ao nível do grupo económico. 5. As instituições devem adoptar pressupostos e estimativas conservadoras no que respeita à estimativa dos fluxos de caixa futuros e à valorização das garantias recebidas, tendo em conta o estabelecido na Parte 4 do Anexo III do presente Instrutivo. 6. As instituições devem estimar o valor recuperável das exposições creditícias tendo em conta os requisitos estabelecidos na Parte 1 do Anexo III do presente Instrutivo. 7. As instituições devem considerar na análise de cada cliente e/ou grupo económico o disposto na Parte 2 do Anexo III do presente Instrutivo. 8. As instituições devem considerar na análise das exposições extrapatrimoniais aspectos os requisitos definidos na Parte 5 do Anexo III do presente Instrutivo. Artigo 8.º (Exposições analisadas colectivamente) 1. As instituições devem garantir um nível adequado de conservadorismo nas metodologias utilizadas na mensuração das perdas por imparidade das exposições creditícias analisadas colectivamente. 2. Sem prejuízo do disposto no artigo 9.º do presente Instrutivo, as exposições creditícias analisadas numa base colectiva devem ser agrupadas por grupos homogéneos tendo em conta à qualidade dos seus activos/características de risco de crédito. 3. As instituições devem considerar na determinação de grupos homogéneos de risco, os requisitos estabelecidos na Parte 1 do Anexo IV do presente Instrutivo. 4. As instituições devem estimar os fluxos de caixa futuros de um grupo de exposições creditícias objecto de análise colectiva com base na experiência de perdas históricas das instituições para exposições creditícias com características de risco de crédito semelhantes, devendo a informação sobre as perdas históricas ser aplicada a grupos de activos consistentes com os grupos utilizados para a determinação das perdas históricas. 5. As instituições devem ajustar o modelo de perdas por imparidade de forma a reflectir as condições económicas actuais (condições vigentes no último ano) 5

que não afectaram o período histórico no qual se baseia o referido modelo e excluindo os efeitos das condições no período histórico que não se verificam actualmente (metodologia point-in-time ) nos termos previstos na Parte 4 do Anexo IV do presente Instrutivo. 6. As instituições devem observar os procedimentos estabelecidos na Parte 2 do Anexo IV do presente Instrutivo sobre a classificação dos créditos e respectiva mensuração de perdas por imparidade em base colectiva. 7. Para efeitos do apuramento dos factores de risco relevantes para os modelos de determinação de perdas por imparidade, as instituições devem proceder à recolha de informação histórica sobre o comportamento da carteira de crédito para um período mínimo de 5 (cinco) anos. 8. As metodologias e pressupostos utilizados para estimar os fluxos de caixa futuros relevantes para a determinação de perdas por imparidade devem ser revistos com uma periodicidade mínima anual. 9. As instituições devem actualizar os factores de risco utilizados na quantificação das perdas por imparidade com uma periodicidade mínima anual. 10. As instituições devem assegurar com uma periodicidade mínima anual a realização de procedimentos de back-testing aos modelos estatísticos utilizados na determinação de perdas por imparidade para créditos analisados colectivamente, tendo em conta os requisitos estabelecidos na Parte 3 do Anexo IV do presente Instrutivo. Artigo 9.º (Isenção de constituição de perdas por imparidade) 1. Estão isentas da constituição de perdas por imparidade as exposições creditícias que sejam: a) assumidas pelo Estado Angolano, englobando as suas administrações centrais e provinciais; b) assumidas por administrações centrais ou bancos centrais de países incluídos nos grupos 1, organizações internacionais ou bancos multilaterais de desenvolvimento, na acepção prevista no Instrutivo n.º xx/xxxx, de xx de xx, sobre classificação de países; c) totalmente garantidas por depósitos em numerário ou certificados de depósito constituídos ou emitidos pela instituição mutuante ou por instituições em relação de domínio ou de grupo com a instituição mutuante e tenha sede em Angola ou país incluído no grupo 1, na acepção prevista no Instrutivo n.º xx/xxxx, de xx de xx, sobre classificação de países, desde 6

que a exposição creditícia e o depósito ou certificado estejam denominados na mesma moeda; d) totalmente garantidas por depósitos em numerário ou certificados de depósito constituídos ou emitidos pela instituição mutuante ou por sucursais da instituição mutuante, não abrangidas pela alínea anterior, desde que a exposição creditícia e o depósito ou certificado estejam denominados na mesma moeda; e) totalmente garantidas por títulos ou obrigações emitidas pelo Estado Angolano ou pelo Banco Nacional de Angola. 2. Ficam isentas as exposições creditícias vinculadas na sua totalidade a garantias, elegíveis nos termos previstos no Aviso n.º xx/xx, de xx de xx, sobre características e requisitos de garantias recebidas, concedidas pelas entidades mencionadas nas alíneas a) e b) do número 1 do presente artigo. 3. Os depósitos mencionados nas alíneas c) e d) do número 1 do presente artigo devem respeitar as condições previstas no Aviso n.º xx/xx, de xx de xx, sobre características e requisitos de garantias recebidas, para a elegibilidade como garantias reais. 4. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, estão isentas da constituição de perdas por imparidade as exposições creditícias das operações previstas nas alíneas a) e b) no número 1 do presente artigo, mesmo em circunstância de observação de atraso no pagamento da parcela do capital ou dos juros. Artigo 10.º (Documentação) 1. As instituições devem garantir a adequada formalização do processo de apuramento de perdas por imparidade para a carteira de crédito concedido a clientes, contemplando, no mínimo, os aspectos definidos no Anexo V do presente Instrutivo. 2. O órgão de administração da instituição é responsável pela aprovação da metodologia de apuramento de perdas por imparidade para a carteira de crédito e assegurar que a metodologia em vigor em cada data de reporte se revela adequada. 3. As metodologias de apuramento de perdas por imparidade para a carteira de crédito concedido a clientes devem ser submetidas para aprovação do Banco Nacional de Angola de acordo com o formato nos termos e condições a serem definidos. Quaisquer alterações às metodologias de apuramento de perdas por 7

imparidade para a carteira de crédito concedido a clientes devem ser sujeitas à prévia aprovação do Banco Nacional de Angola. Artigo 11.º (Monitorização e validação da informação) As instituições devem implementar mecanismos específicos de monitorização da informação de base utilizada, devendo ser efectuado um conjunto de validações de modo a assegurar a consistência/fiabilidade dos dados utilizados, conforme o Anexo VI do presente Instrutivo. Artigo 12.º (Divulgações) Sem prejuízo do disposto no Instrutivo XX/XXXX de xx de xx, sobre divulgações relativas a instrumentos financeiros, o qual estabelece requisitos de divulgação adicionais aos que se encontram previstos no presente Instrutivo, as instituições devem divulgar, entre outras que considerem relevantes, as informações enumeradas no Anexo VII do presente Instrutivo. Artigo 13.º (Disposição transitória) As instituições devem estar em conformidade com o disposto no presente Instrutivo a partir de 1 de Janeiro de 2016. Artigo 14.º (Disposições Finais) 1. O presente Instrutivo não dispensa a consulta das Normas Internacionais de Contabilidade/Normas Internacionais de Relato Financeiro ou International Accounting Standards/International Financial Reporting Standards, adiante abreviadamente designadas por IAS/IFRS. 2. O presente Instrutivo não pretende efectuar quaisquer interpretações das IAS/IFRS, as quais são desenvolvidas exclusivamente pelo IFRS Interpretations Committee e emitidas pelo International Accounting Standards Board. Artigo 15.º (Dúvidas e omissões) As dúvidas e omissões suscitadas na interpretação e aplicação do presente Instrutivo serão resolvidas pelo Banco Nacional de Angola. 8

Artigo 16.º (Revogação) Fica revogada toda a regulamentação que contrarie o disposto no presente Instrutivo. Artigo 17.º (Entrada em vigor) O presente Instrutivo entra em vigor na data da sua publicação. Em anexo: Anexo I Anexo II Anexo III Anexo IV Anexo V Anexo VI Anexo VII CRÉDITOS REESTRUTURADOS POR DIFICULDADES FINANCEIRAS DOS CLIENTES EVIDÊNCIA OBJECTIVA DE PERDAS POR IMPARIDADE EXPOSIÇÕES ANALISADAS INDIVIDUALMENTE EXPOSIÇÕES ANALISADAS COLECTIVAMENTE DOCUMENTAÇÃO MONITORIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DA INFORMAÇÃO DIVULGAÇÕES 9