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ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR JOÃO PEDRO SILVESTRIN Órgão Julgador: 4ª Turma

Transcrição:

A C Ó R D Ã O (5ª Turma) GMCB/acsf RECURSO DE REVISTA. 1. HOMOLOGAÇÃO DO TERMO RESCISÓRIO FORA DO PRAZO DO ARTIGO 477, 6º, DA CLT. INAPLICABILIDADE DA MULTA DO ARTIGO 477, 8º, DA CLT. O entendimento desta Corte Superior é no sentido de que a aplicação da penalidade do artigo 477, 8º, da CLT dá-se, exclusivamente, na hipótese de quitação a destempo das verbas rescisórias, não havendo qualquer previsão legal de sua incidência no caso de homologação do termo rescisório fora do prazo do 477, 6º, da CLT. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. 2. DANOS MATERIAIS E MORAIS. PERDA DE UMA CHANCE. NÃO CONFIGURAÇÃO. PROFESSOR UNIVERSITÁRIO. INSTITUIÇÃO PRIVADA. Na hipótese, a Corte Regional condenou a reclamada ao pagamento de danos morais e materiais, sob o fundamento de que o autor foi dispensado no início do período letivo, o que lhe acarretou evidente prejuízo, pois perdeu a chance de recolocação em outras instituições de ensino. Contudo, ao contrário do que concluiu a Corte a quo, entendo que a empregadora tem o direito de dispensar imotivadamente o seu empregado, mormente porque a Constituição Federal, ao dispor sobre os princípios norteadores do ensino, não garante a estabilidade dos professores. Assim, tendo em vista que o reclamante foi contratado por universidade privada, sob o regime celetista, e ainda, a diretriz do artigo 209 da Constituição Federal no sentido da liberdade da iniciativa privada na ministração do ensino, conclui-se que a reclamada utilizou-se do poder potestativo de resilir o contrato de Firmado por assinatura digital em 22/08/2013 pelo sistema AssineJus da, nos termos da

fls.2 trabalho, não havendo falar, portanto, em ato ilícito e, consequentemente, em responsabilidade civil. Recurso de revista conhecido e provido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n TST-RR-1208-04.2011.5.05.0023, em que é Recorrente IREP - SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR, MÉDIO E FUNDAMENTAL LTDA. e Recorrido RAYME VASCONCELLOS SOARES. O egrégio Colegiado Regional da 5ª Região, por meio do v. acórdão de fls. 625/642 (numeração eletrônica), deu parcial provimento ao recurso ordinário da reclamada para retificar os cálculos da sentença líquida quanto à contribuição previdenciária. Por outro lado, deu parcial provimento ao recurso ordinário do reclamante para deferir: danos materiais decorrentes da perda da chance; multa do artigo 477 da CLT e honorários advocatícios. Inconformada, a reclamada interpõe recurso de revista (fls. 647/656 - numeração eletrônica) pugnando pela reforma do v. acórdão regional. eletrônica). (numeração eletrônica). autos. Decisão de admissibilidade às fls. 669/672 (numeração Foram apresentadas contrarrazões às fls. 675/701 O douto Ministério Público do Trabalho não oficiou nos É o relatório. V O T O 1. CONHECIMENTO Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade recursal, consideradas a tempestividade, a Firmado por assinatura digital em 22/08/2013 pelo sistema AssineJus da, nos termos da

fls.3 representação regular e o preparo, passo ao exame dos pressupostos intrínsecos. Regional: 1.1. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT Neste particular, assim decidiu o egrégio Tribunal MULTA DO ART. 477. INTERPRETAÇÃO AMPLIATIVA. A multa prevista no art. 477 8 da CLT destina-se a estimular o cumprimento voluntário e aprazado das obrigações decorrentes da extinção do contrato e penalizar o empregador pelo atraso verificado. A regra que a define não deve ser compreendida de forma literal e, por isso, também incidirá a sanção no retardamento da homologação da rescisão para fins de levantamento dos depósitos de FGTS e recebimento do seguro-desemprego. (fl. 625 numeração eletrônica) - grifamos. No recurso de revista, alega a reclamada que o egrégio Tribunal Regional, ao assim decidir, teria violado o disposto nos artigos 477, 6º, CLT, 5º, II, da Constituição Federal e suscitado divergência jurisprudencial. Alega que a multa do artigo 477 da CLT somente é devida no caso de mora no pagamento das verbas rescisórias. O recurso alcança o conhecimento. Cinge-se a presente controvérsia em saber se a homologação do termo de rescisão do contrato de trabalho fora do prazo do artigo 477, 6º, da CLT enseja a aplicação da multa do artigo 477, 8º, da CLT, apesar de as verbas rescisórias terem sido pagas tempestivamente. O entendimento desta Corte Superior é no sentido de que a aplicação da penalidade do artigo 477, 8º, da CLT dá-se, exclusivamente, na hipótese de quitação a destempo das verbas rescisórias, não havendo qualquer previsão legal de sua incidência no caso de homologação do termo rescisório fora do prazo do artigo 477, 6º, da CLT. Nesse sentido, cito os seguintes precedentes: Firmado por assinatura digital em 22/08/2013 pelo sistema AssineJus da, nos termos da

fls.4 A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ART. 477 DA CLT. HOMOLOGAÇÃO TARDIA. Dá-se provimento ao agravo de instrumento diante da aparente violação do art. 477, 6º, da CLT. B) RECURSO DE REVISTA. (...) 7. MULTA DO ART. 477 DA CLT. HOMOLOGAÇÃO TARDIA. O 8º do art. 477 da CLT é claro ao dispor que o empregador será penalizado com aplicação de multa caso não efetue o pagamento das parcelas rescisórias incontroversas, constantes do instrumento de rescisão, no prazo previsto do 6º do art. 477 da CLT. Dessarte, é irrelevante para fins de aplicação da multa do art. 477 da CLT o momento em que ocorre a homologação da rescisão. Recurso de revista conhecido e provido. (RR-21840-09.2009.5.03.0013, Rel. Min. Dora Maria da Costa, 8ª Turma, DEJT: 19/08/2011) (...) PAGAMENTO DAS PARCELAS RESCISÓRIAS NO PRAZO PRECONIZADO NO 6º DO ART. 477 DA CLT. HOMOLOGAÇÃO POSTERIOR. MULTA. A multa prevista no art. 477, 8º, da CLT é referente à mora no pagamento das parcelas rescisórias, de modo que, uma vez pagas essas parcelas no prazo legal, a homologação posterior ao decurso do prazo estabelecido no 6º não pode ser considerada fato gerador da aludida multa. Recurso de Revista de que se conhece em parte e a que se dá provimento. (RR-77000-83.2009.5.03.0024, Rel. Min. João Batista Brito Pereira, 5ª Turma, DEJT: 17/06/2011) RECURSO DE REVISTA. (...) 6. MULTA DO ART. 477 DA CLT. Conforme inteligência do art. 477 da CLT, o fato gerador da multa prevista no 8º está vinculado, exclusivamente, ao descumprimento dos prazos especificados no 6º do mesmo artigo, e não ao atraso da homologação da rescisão e/ou entrega das guias. Recurso de revista conhecido e provido. 7. (...). (RR-124800-49.2009.5.03.0108, Rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT: 05/08/2011) Firmado por assinatura digital em 22/08/2013 pelo sistema AssineJus da, nos termos da

fls.5 da CLT. RECURSO DE REVISTA. (...) MULTA DO ART. 477, 8º DA CLT. ATRASO NA HOMOLOGAÇÃO DA RESCISÃO CONTRATUAL. O artigo 477, 6º, da CLT trata apenas dos prazos para o pagamento das verbas da rescisão do contrato de trabalho. Tem-se que o fato gerador da multa de que trata o 8º do artigo 477 da CLT é o retardamento na quitação das verbas rescisórias, e não a homologação da rescisão. Se a reclamada, ao efetuar o pagamento da rescisão, observou os prazos previstos na lei, não incide a penalidade prevista no art. 477, 8º, da CLT. Recurso de revista conhecido e provido. (...) (RR-169800-63.2009.5.03.0014, Rel Min. Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, DEJT: 26/08/2011) Conheço do recurso, por violação do artigo 477, 6º, 1.2. DANOS MATERIAIS E MORAIS. PERDA DE UMA CHANCE. NÃO CONFIGURAÇÃO. PROFESSOR UNIVERSITÁRIO. INSTITUIÇÃO PRIVADA. O egrégio Colegiado Regional assim decidiu: Postula indenização por danos decorrentes de sua dispensa ocorrida no início do ano letivo, o que impossibilitou a sua recolocação no mercado, em razão das peculiaridades do trabalho do professor. Argumenta que as instituições de ensino definem previamente o seu corpo docente e, pela época de sua dispensa, não mais pode disputar vagas, o que ocasionou a perda da chance de obter novo emprego. Para o doutrinador Silvio Venosa, a perda de uma chance está entre o dano emergente e o lucro cessante, como uma terceira modalidade. Assim, leciona que "nos danos patrimoniais, devem ser computados não somente a diminuição no patrimônio da vítima, mas também o possível aumento patrimonial que teria havido se o evento não tivesse ocorrido." Exemplo bastante conhecido da perda de uma chance é o que aconteceu nas Olimpíadas de 2004, com um maratonista brasileiro, Vanderlei Cordeiro de Lima, que, estando em primeiro lugar, a seis quilômetros da chegada, de um percurso de 42 quilômetros, com quase Firmado por assinatura digital em 22/08/2013 pelo sistema AssineJus da, nos termos da

fls.6 quarenta segundos de vantagem do segundo colocado, foi interrompido por um homem que o fez perder o equilíbrio e o ritmo em que corria". Depois disto, o brasileiro foi ultrapassado por dois outros atletas e terminou a prova em terceiro lugar. No caso acima, embora as chances de levar a medalha de ouro fossem muito grandes, não há como se ter certeza de que, se não houvesse o incidente, teria conquistado melhor prêmio. Entretanto, dúvida não há de que perdeu a chance de ser vitorioso em virtude do fato acima narrado. (...) Não se trata de reparação pelo que efetivamente perdeu, mas na perda da oportunidade de ganho. No caso em apreço, conforme mencionado na sentença, verifica-se que o Reclamante foi dispensado em 06/01/2011, no início do período letivo do referido ano, o que lhe acarretou evidente prejuízo, pois perdeu a chance de recolocação em outras instituições de ensino. Comprova-se a ilicitude da conduta patronal, uma vez ciente das dificuldades de reinserção no mercado em tal período, quando já formado o corpo docente das instituições de ensino, o que enseja a reparação correlata. Compulsando os autos, verifico que constam os contracheques correlatos ao ano de 2010 (fls. 172/185). Posto isto, arbitro a reparação a ser paga no montante equivalente a 5 meses de trabalho, levando em consideração a média aferida no ano de 2010, conforme pedido do item "d" (fl. 9). Na mesma linha, considerando a presunção de que tal situação tal acarreta danos morais, diante o sofrimento impingido em decorrência da própria perda do emprego e as conseqüências atreladas a esse fato, defiro a reparação por danos morais, ora fixada em R$ 2.000,00. Reformo, portanto, para deferir o pedido. (fls. 636/638 numeração eletrônica) grifamos. Inconformada, a reclamada interpõe recurso de revista ao argumento de que, na hipótese, não há comprovação de dano algum por parte da reclamante, mas tão somente a "presunção" diante da sua dispensa. Firmado por assinatura digital em 22/08/2013 pelo sistema AssineJus da, nos termos da

fls.7 Alega que o que haveria, no caso dos autos, seria a percepção de lucros cessantes, se, e somente se, a conduta da reclamada de dispensar a reclamante, tivesse sido ilícita, o que não restou configurado, pois resta amparada pelo poder potestativo do empregador, não havendo, neste caso, lei alguma que proíba a reclamada de exercê-lo. Argumenta que mesmo tratando-se de contrato por tempo indeterminado, e tendo a reclamante recebido o aviso-prévio, bem como as demais verbas trabalhistas, sem que haja previsão legal alguma, o acórdão ora vergastado condenou a reclamante a lhes pagar indenização por danos morais como se contrato por tempo determinado fosse. Indica violação dos artigos 186, 927, do CC, 333, I, do CPC, 487, 479, 818 da CLT, 5º, II, 7º, XXI, da Constituição Federal. O recurso alcança conhecimento. Na hipótese, conforme se depreende do v. acórdão regional, o reclamante foi contratado pelo regime jurídico da CLT, de modo que são aplicáveis ao respectivo contrato de trabalho as normas da CLT. Ao contrário do que concluiu a Corte a quo, entendo que empregadora tem o direito de dispensar imotivadamente o seu empregado, mormente porque a Constituição Federal, ao dispor sobre os princípios norteadores do ensino, não garante a estabilidade dos professores. Assim, tendo em vista que o reclamante foi contratado por universidade privada, sob o regime celetista, e ainda, a diretriz do artigo 209 da Constituição Federal no sentido da liberdade da iniciativa privada na ministração do ensino, conclui-se que a reclamada utilizou-se do poder potestativo de resilir o contrato de trabalho, não havendo falar, portanto, em ato ilícito e, consequentemente, em responsabilidade civil da reclamada. Conheço por violação do artigo 186 do CC. 2. MÉRITO Firmado por assinatura digital em 22/08/2013 pelo sistema AssineJus da, nos termos da

fls.8 2.1. HOMOLOGAÇÃO DO TERMO RESCISÓRIO FORA DO PRAZO DO ARTIGO 477, 6º, DA CLT. INAPLICABILIDADE DA MULTA DO ARTIGO 477, 8º, DA CLT. Como corolário do conhecimento do recurso de revista por afronta ao artigo 477, 6º, da CLT, dou-lhe provimento para restabelecer a r. sentença que indeferiu o pedido de pagamento da multa do artigo 477, 8º, da CLT. 2.2. DANOS MATERIAIS E MORAIS. PERDA DE UMA CHANCE. NÃO CONFIGURAÇÃO. PROFESSOR UNIVERSITÁRIO. INSTITUIÇÃO PRIVADA. Conhecido o recurso por violação do artigo 186 do CC, corolário lógico é o seu provimento para restabelecer a r. sentença que indeferiu o pedido de pagamento de indenização por danos morais e materiais. ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do recurso de revista em relação ao tema MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT, por afronta ao artigo 477, 6º, da CLT, e, no mérito, dar-lhe provimento para restabelecer a r. sentença que indeferiu o pedido de pagamento da multa do artigo 477, 8º, da CLT. Por unanimidade, conhecer do recurso de revista quanto ao tema DANOS MORAIS E MATERIAIS, por violação do artigo 186 do CC, e, no mérito, dar-lhe provimento para restabelecer a r. sentença que indeferiu o pedido de pagamento de indenização por danos morais e materiais. Brasília, 26 de junho de 2013. Firmado por assinatura digital (Lei nº 11.419/2006) CAPUTO BASTOS Ministro Relator Firmado por assinatura digital em 22/08/2013 pelo sistema AssineJus da, nos termos da