O agronegócio da banana

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Transcrição:

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Mandioca e Fruticultura Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento O agronegócio da banana Claudia Fortes Ferreira Sebastião de Oliveira e Silva Edson Perito Amorim Janay Almeida dos Santos-Serejo Editores Técnicos Embrapa Brasília, DF 2015

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Mandioca e Fruticultura Rua Embrapa s/nº Caixa Postal 007 CEP 44380-000 Cruz das Almas, BA Fone: (75) 3312-8048 Fax: (75) 3312-8097 www.embrapa.br www.embrapa.br/fale-conosco/sac Unidade responsável pelo conteúdo Embrapa Mandioca e Fruticultura Comitê de Publicações Aldo Vilar Trindade Presidente Maria da Conceição Pereira Borba dos Santos Secretária-executiva Áurea Fabiana Apolinário de Albuquerque Cláudia Fortes Ferreira Harllen Sandro Alves Silva Hermínio Souza Rocha Jacqueline Camolese de Araújo Léa Ângela Assis Cunha Lucidalva Ribeiro Gonçalves Pinheiro Márcio Eduardo Canto Pereira Tullio Raphael Pereira Pádua Membros Embrapa Informação Tecnológica Parque Estação Biológica (PqEB), CEP 70770-901 Brasília, DF Fone: (61) 3448-4236 Fax: (61) 3448-2494 www.embrapa.br/livraria livraria@embrapa.br Unidade responsável pela edição Embrapa Informação Tecnológica Coordenação editorial Selma Lúcia Lira Beltrão Lucilene Maria de Andrade Nilda Maria da Cunha Sette Supervisão editorial Juliana Meireles Fortaleza Revisão de texto Maria Cristina Ramos Jubé Sabrina Déde de Castro L. D. Pontes Iara Del Fiaco Rocha Carlos Eduardo Felice Barbeiro Fotos da capa Claudia Fortes Ferreira Edson Perito Amorim Fernando Haddad Janay Almeida dos Santos-Serejo José Maria Milanez Marciene Amorim Rodrigues Taliane Leila Soares 1ª edição 1ª impressão (2015): 1.000 exemplares Todos os direitos reservados A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Embrapa Informação Tecnológica O agronegócio da banana / Claudia Fortes Ferreira... [et al.], editores técnicos. Brasília, DF : Embrapa, 2015. 832 p. : il. color. ; 18,5 cm x 25,5 cm. ISBN 978-85-7035-523-2 1. Musa sp. 2. Cadeia produtiva. 3. Economia agrícola. I. Ferreira, Claudia Fortes. II. Silva, Sebastião de Oliveira e. III. Amorim, Edson Perito. IV. Santos- -Serejo, Janay Almeida dos. V. Embrapa Mandioca e Fruticultura. CDD 634.772 Embrapa, 2015

Homenagem ao dr. Kenneth Shepherd (1927-2001) Grande parte do conteúdo deste livro é fruto dos conhecimentos que o dr. Kenneth Shepherd deixou como legado à equipe de banana da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Esse britânico foi um grande cientista apaixonado pela cultura da bananeira. Durante sua permanência na Embrapa (1981 1996) como consultor, implantou o programa de melhoramento genético da bananeira e exerceu efetiva liderança sobre uma equipe de jovens pesquisadores, de pessoal de apoio e de estudantes (alguns dos quais hoje pesquisadores da Embrapa), transmitindo, com a humildade que lhe era peculiar, todo o conhecimento que possuía. Além disso, desempenhou uma atividade vital para o programa de melhoramento da bananeira, que foi a introdução de germoplasma de outros países. Tarefa essa de grande complexidade e entraves envolvidos que, somente foi possível, graças ao seu relacionamento e à sua credibilidade perante instituições internacionais ligadas à cultura. Homem de hábitos simples, via no Brasil um lugar bom para se viver. Com seu entusiasmo e dedicação, contagiou todos os que tiveram o privilégio e a oportunidade de trabalhar com ele. Além de seguidores e admiradores, deixou amigos que são unânimes em reconhecer sua inestimável contribuição ao programa de melhoramento genético da bananeira.

Apresentação

Com a missão de viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, com foco em banana, em benefício da sociedade brasileira, a Embrapa Mandioca e Fruticultura tem gerado uma série de publicações, ora específicas para os integrantes da cadeia produtiva da banana ora direcionadas ao público científico interessado em Musa sp. No entanto, nenhuma publicação é tão útil aos dois públicos como esta. O livro O agronegócio da banana aborda os temas filogenia, história, evolução, distribuição geográfica e habitat; estrutura da planta; considerações ecológicas, fisiológicas e de manejo; germoplasma de Musa conservação, caracterização e uso; cultivares; melhoramento genético; biofortificação: resultados, perspectivas e avanços; produção de mudas de bananeira com alta qualidade fitossanitária; técnicas moleculares; manejo e conservação do solo; nutrição e adubação; planejamento e estabelecimento de um plantio comercial; irrigação; práticas culturais; nematoides; controle integrado de doenças; viroses; artrópodes praga da bananeira e controle; colheita e pós-colheita; processamento; aspectos econômicos e comercialização; produção integrada de banana; e cultivo orgânico de bananeira. Esta obra vai satisfazer a todos os leitores interessados no conhecimento da bananicultura. Domingo Haroldo R. C. Reinhardt Chefe-geral da Embrapa Mandioca e Fruticultura

Prefácio

A banana é a fruta mais consumida no mundo e o alimento básico de milhões de pessoas nos trópico, e a bananicultura é uma das atividades de grande importância econômica e social do agronegócio mundial e brasileiro, não só pela geração de renda, mas, também, por contribuir com a fixação do homem no campo. No Brasil, a maioria dos bananicultores pratica a agricultura familiar, embora, a cada dia, aumenta-se o número de empresários de pequeno, médio e grande porte que se inserem na cadeia produtiva dessa fruta. A busca e o efetivo emprego das informações tecnológicas disponíveis representam, cada dia mais, fatores decisivos para o sucesso da atividade agrícola, desde o planejamento de ocupação e uso da propriedade e a definição de variedades, passando pela adoção e execução do sistema de produção, até o manejo pós-colheita. Os consumidores mundiais têm novas demandas, traduzidas principalmente pela necessidade de alimento seguro, nesse caso específico, frutas produzidas em sistemas de produção sustentáveis, baseados na utilização de boas práticas agrícolas e de fabricação, que ofereçam garantia de rastreabilidade. Atualmente, a maior parte dos bananais é conduzida de forma tradicional, no entanto, em diversos polos de produção iniciaram-se as atividades de produção integrada e de cultivo orgânico, como sendo sistemas de produção capazes de oferecer frutas certificadas e com as garantias desejadas pelos consumidores. Dessa forma, os novos manuais sobre a cultura devem incluir abordagem com esses temas. O livro intitulado O agronegócio da banana, que a Embrapa Mandioca e Fruticultura, junto com seus parceiros, tem o privilégio de apresentar à sociedade brasileira, foi elaborado por pesquisadores com larga experiência na cultura da bananeira. Por discutir tópicos como cultivo tradicional, produção integrada, cultivo orgânico, melhoramento, pós-colheita, processamento e biotecnologia, entendemos que é uma obra de importância para agricultores, agroindústrias, estudantes, extensionistas, pesquisadores, professores e todos que estejam direta ou indiretamente ligados à cadeia produtiva da banana. Os Editores

Sumário

Capítulo 1. Filogenia, história, evolução, distribuição geográfica e habitat... 15 Capítulo 2. Estrutura da planta... 29 Capítulo 3. Considerações ecológicas, fisiológicas e de manejo... 45 Capítulo 4. Germoplasma de Musa: conservação, caracterização e uso...111 Capítulo 5. Cultivares...137 Capítulo 6. Melhoramento genético...171 Capítulo 7. Biofortificação: resultados, perspectivas e avanços...201 Capítulo 8. Produção de mudas de bananeira com alta qualidade fitossanitária...223 Capítulo 9. Técnicas moleculares...243 Capítulo 10. Solo: manejo e conservação...277 Capítulo 11. Nutrição e adubação...331 Capítulo 12. Planejamento e estabelecimento de um plantio comercial...399 Capítulo 13. Irrigação...441 Capítulo 14. Práticas culturais...471 Capítulo 15. Nematoides...505 Capítulo 16. Doenças fúngicas e bacterianas...545 Capítulo 17. Viroses...577 Capítulo 18. Artrópodes-praga e controle...595 Capítulo 19. Colheita, manuseio pós-colheita e conservação dos frutos...645 Capítulo 20. Processamento e utilização...695 Capítulo 21. Aspectos econômicos e comercialização...727 Capítulo 22. Produção integrada de banana...753 Capítulo 23. Cultivo orgânico...773 Glossário...811

Capítulo 1 Filogenia, história, evolução, distribuição geográfica e habitat 15 Capítulo 1 Filogenia, história, evolução, distribuição Jorge Luiz Loyola Dantas Sebastião de Oliveira e Silva Walter dos Santos Soares Filho Paulo César Lemos de Carvalho

Capítulo 1 Filogenia, história, evolução, distribuição geográfica e habitat 17 Introdução O centro de origem da banana (Musa spp.) é o sudeste asiático e oeste do Pacífico. Foi introduzida na África, nas Américas e no sul do Pacífico, onde ganhou popularidade e importância econômica (DE LANGHE et al., 2009; VALMAYOR et al., 2001), constituindo-se em uma das principais fontes de alimento para milhões de pessoas (BOONRUANGROD et al., 2009). Atualmente, a banana é cultivada em uma extensa área dos trópicos e subtrópicos, sendo uma das frutas mais consumidas no mundo. Além da importância como fonte alimentar nos trópicos e subtrópicos, é também utilizada como planta ornamental e produtora de fibra. A maioria das cultivares de bananeira e plátanos originou-se de cruzamento natural entre as espécies selvagens diploides M. acuminata Colla (genoma A) e M. balbisiana Colla (genoma B). As diversas espécies e cultivares de bananeira apresentam genomas com vários níveis de ploidia: diploides (AA, BB e AB), triploides (AAA, AAB e ABB) e tetraploides (AAAA, AAAB, AABB e ABBB), com 22, 33 ou 44 cromossomos, respectivamente (SIMMONDS; SHEPHERD, 1955). Filogenia Desde os últimos anos do século passado, a sistemática filogenética vem passando por uma das épocas mais produtivas em termos de geração de conhecimento, principalmente no que se refere às relações evolutivas entre os táxons, resultado, principalmente, dos avanços nos estudos moleculares que têm modificado os sistemas de classificação das angiospermas. A morfologia, durante muito tempo, foi o único critério para a circunscrição das famílias. Ela ainda é, nos dias atuais, uma ferramenta fundamental, embora seja reconhecida a importância da contribuição dos dados moleculares, principalmente nas questões que estavam em aberto e em relação às quais existiam divergências insolúveis entre os autores, pois dependiam de decisões subjetivas. Atualmente, essa situação é contornada pelo uso de técnicas eficientes que refletem melhor a realidade do que qualquer outro método já utilizado na taxonomia, que são as análises cladísticas e filogenéticas. O reconhecimento de um táxon por metodologia cladística é fundamentado em seu histórico evolutivo, resultando na formação de grupos monofiléticos ou naturais, não se restringindo apenas a valorizar semelhanças que podem ser produto de convergência. Nesse ponto, destaca-se a importância da morfologia desde quando a maioria das famílias vegetais tradicionalmente reconhecidas forma grupos monofiléticos, mantendo-as sem alterações em suas circunscrições, sendo que as principais mudanças ocorreram em grupos tradicionalmente reconhecidos como artificiais.