UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG INSTITUTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS ICEAC CENTRO INTEGRADO DE PESQUISAS www.cip.furg.br e-mail: cip@furg.br Equipe Técnica Coordenadores: Prof. Flavio Tosi Feijó Prof. Tiarajú Alves de Freitas Bolsistas - Acadêmicos: Abelardo Soares Alécio Duarte Graziele Peixoto Souza Laura Gaieski Raquel Pereira Pontes Tatiane Marques RELATÓRIO SOBRE O CESTO BÁSICO NOVEMBRO / 2010 Sumário Nota Metodológica do custo do cesto básico CIP/ICEAC... pág. 02 Custo do cesto básico nos três locais pesquisados... pág. 02 Nova Metodologia do custo do cesto básico nos três locais Pesquisados... pág. 05
Nota Metodológica do custo do Cesto Básico calculado pelo CIP/ICEAC/FURG O Cesto Básico 1 é composto por 51 produtos, divididos nos grupos de: alimentação; higiene; limpeza e gás de cozinha. Também fazem parte do cesto o cigarro e a cerveja. As despesas do cesto básico correspondem em média a uma família de três pessoas com uma faixa de renda média de 01 a 21 salários mínimos. A metodologia que gerou o cesto básico envolve o comportamento das famílias em relação aos principais itens adquiridos mensalmente. Por isto, mesmo que teoricamente não faça sentido o cigarro e a cerveja serem itens básicos no consumo das famílias, o cesto básico reflete que as famílias assim os consideram frente as suas escolhas. Cesto básico registrou aumento de preços em Rio Grande de 1,38%, no Balneário Cassino um acréscimo 2,81% e em São José do Norte de 1,88%. O custo do cesto básico nas três localidades pesquisadas acompanha a tendência nacional, de acordo com o DIESSE houve um aumento no valor do cesto em todas as 17 capitais pesquisadas no mês de novembro de 2010. Em Porto Alegre, de acordo com a pesquisa feita pelo IEPE-UFRGS o valor do cesto teve um aumento de 2,08% custando no mês de novembro R$ 453,67. Rio Grande O cesto básico para o município de Rio Grande no mês de novembro registrou aumento de preços em termos monetários de R$5,89. No mês de novembro o custo do cesto foi de R$ 432,39 uma elevação de 1,38% ao compará-lo com o custo do cesto básico do mês anterior, quando seu valor foi de R$ 426,49. 1 A metodologia utilizada para o cálculo do Cesto Básico foi criada pelo IEPE Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul baseado em uma Pesquisa Orçamentária Familiar POF realizada pelo IBGE 2002/2003 em um grupo de famílias ao longo de um período de tempo. Desta POF resultaram os 51 produtos que formam o cesto básico.
Na cidade de Rio Grande, o setor que mais contribuiu para a elevação do cesto foi o de Produtos Industrializados, como por exemplo, a cerveja, o queijo lanche/mussarela e o refrigerante, com variação positiva de 41,05%, 8,97% e 3,77% respectivamente. A cerveja, carne bovina e o arroz foram os produtos que mais contribuíram para o aumento no valor do cesto para o consumidor neste mês de novembro, com uma variação positiva de 41,05%, 4,56% e 12,73% respectivamente. Já os produtos que apresentaram maiores variações negativas foram os produtos do setor In Natura como: a alface com queda de 39,18%, o tomate com diminuição de 32,81%, a cebola com queda de 29,21% chegando a custar R$0,48 o quilo e a cenoura com queda de 28,53%. Cassino O cesto básico no balneário do Cassino no mês de novembro foi de R$ 434,80 representando um acréscimo em termos monetários de R$ 11,90, comparado ao mês de outubro no qual o custo foi de R$ 422,90. O setor que mais contribuiu para o aumento no valor do cesto foi o de Produtos de Limpeza, como por exemplo, o alvejante e o sabão em barra com uma variação positiva de 69,35% e 15% respectivamente. Por outro lado, o setor que apresentou uma variação negativa, ou seja, uma queda significativa de preços foi o setor In Natura como a cebola, laranja e a batata inglesa com uma queda de preço de 18,55%, 16,04% e 13%. São José do Norte Em São José do Norte, no mês de novembro, obteve um aumento no valor do cesto, sendo de 1,88% a variação positiva do cesto, custando R$ 418,53, o que demonstra um aumento em termos monetários de R$ 7,73 ao comparar com o mês de outubro, o qual o custo do cesto foi de R$ 410,80. Os produtos que apresentaram maiores contribuições positivas para o aumento do valor do cesto foi os produtos do setor de Produtos de Elaboração
Primária, como por exemplo, a carne bovina e o leite longa vida, com elevação de 12,02% e 6,52% respectivamente. Cebola, alface e tomate tiveram variações negativas, com uma queda no seu preço de 45,45%, 23,53% e 19,12% respectivamente. No mês de outubro 18 produtos apresentaram elevação em seus preços, 9 produtos se mantiveram constantes e 24 produtos apresentaram redução em seus preços. São José do Norte continua sendo o melhor local para os consumidores realizarem suas compras em relação ao custo do cesto básico, nas cidades pesquisadas. Explicação dos motivos das variações de alguns produtos: A queda observada nos preços de produtos In Natura se deu em função de período de colheitas desses produtos na região sul do país. São José do Norte, Mostardas e Tavares, por exemplo, já começaram a colheita da cebola. A expectativa de acordo com a Emater/RS é de que a produção em Tavares e em Mostardas seja de 30,8 mil toneladas. Já no Paraná a produção de cenoura foi tanta que os produtores estão destruindo parte de produção, a caixa que custava R$20,00 no ano passado, está custando neste ano R$5,00. O fenômeno La Niña, no qual, traz uma redução nas chuvas, preocupa bastante os produtores, algumas plantações se beneficiaram com o clima, por estarem com boas reservas de água no solo, acumuladas no inverno deste ano como, por exemplo, o trigo, tomate e a batata inglesa, mas com a continuação deste fenômeno pode vir a prejudicar muitas lavouras e pastos. Alguns pastos já vêm sendo prejudicados com uma diminuição na qualidade devido à estiagem causando o aumento dos preços da carne bovina, leite longa vida e o queijo. Já em função das festas de fim de ano, e do começo do verão, alguns produtos começam a ter uma maior demanda, que é o caso da cerveja e da carne e consequentemente o preço sobe, e esse aumento do preço já esta sendo observado em Rio Grande, no qual, teve um aumento de 41,05% e 4,56% respectivamente e no Cassino o aumento foi de 8,45% na cerveja.
Nova Metodologia do custo do Cesto Básico calculado pelo CIP/ICEAC/FURG A atual metodologia utilizada pelo CIP - Centro Integrado de Pesquisa - calcula o cesto básico com algumas modificações. As mudanças iniciam-se pelo número de itens que compõem o Cesto Básico, saindo de 54 produtos da composição passada, para 51 produtos na nova formação. Além disso, ocorreram alterações: Lã de Aço, Fósforos, Leite Natural Tipo C, Biscoitos Doces e Salgados, Farinha de Mandioca e Ervilha em Lata não fazem mais parte do cesto. Por outro lado, entram no novo Cesto Básico: Amaciante de Roupa, Leite Longa Vida Integral e Bolacha Recheada. Uma das importantes causas das mudanças no valor do Cesto Básico está relacionada com a média do número de membros da família que reduziu de aproximadamente 4 pessoas da POF (Pesquisa Orçamentária Familiar) 1994/1995 para 3 pessoas na POF 2002/2003, significando uma queda de 25% na composição média familiar considerando a faixa de renda de 01 a 21 salários mínimos. A POF 2002/2003 apontou uma transformação importante ocorrida nos hábitos de consumo das famílias pesquisadas nestes oito anos de intervalo entre as POFs, que foi o aumento nos gastos das famílias com despesas de alimentação fora do domicílio. Esta mudança no comportamento dos gastos externos aos domicílios contribuiu para a redução nas quantidades dos produtos que compõem o Cesto Básico e conseqüentemente sobre o seu valor. Maiores informações sobre o Centro Integrado de Pesquisa podem ser obtidos junto ao site www.cip.furg.br. Neste site o visitante poderá ter acesso a serie histórica do custo do cesto básico nos três locais onde o CIP realiza a pesquisa, participar de enquetes, entrar em contato com os integrantes e também obter informação sobre mais projetos que o CIP realiza.