Perfil Demográfico da População

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Transcrição:

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Perfil Demográfico da População Dos 26,4 milhões de habitantes do Semi-árido, 10,9 têm até 17 anos, representando 41,3% da população total. Comparado ao Brasil (35,9%), o Semi-árido tem uma porção maior de pessoas com idade entre 0 e 17 anos, inclusive quando separamos por idades representativas dos ciclos de vida da infância e adolescência. Tabela 1 - População de Criança e Adolescente e População Total Brasil e Semiárido, ano 2000 12 O Semi-árido representa 15,5% da população brasileira. Um aspecto a ser destacado neste levantamento está relacionado com o número de crianças e adolescentes. As crianças de 0 a 6 anos representam 17,5% do total da região, número superior à média nacional (13,6%). Na faixa de 7 a 14 anos, o percentual é de 18,2% para o Semi-árido, novamente superando a média brasileira (16,01%). Na última faixa do ciclo de vida da infância e adolescência, a diferença é ainda maior: 18,3% da população do Semi-árido tem de 12 a 17 anos, enquanto a média nacional é de 12,3%. Esta comparação de números revela algo importante em vários aspectos da vida no Semi-árido. Nesta imensa região do país, a população é relativamente mais nova do que a média brasileira. Pensar e discutir criança e adolescente no Semi-árido representa uma urgência não apenas pela eloqüência dos números, mas pelas muitas políticas públicas que podem resultar, de forma concreta, em melhorias na educação, saúde, acesso a água, cultura e lazer de milhões de pessoas.

A Casa das Crianças e Adolescentes Era uma casa, muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada ninguém podia entrar nela não, porque na casa, não tinha chão. (Toquinho/Vinícius) Analisar a casa das crianças e adolescentes do Semi-árido, em alguns momentos, nos faz lembrar a famosa canção de Toquinho e Vinicius. Acesso a água, rede de esgoto, energia, infra estrutura e comunicação, se revelam muito mais difíceis nesta região. No gráfico 1, podemos ver as características do domicílio, em comparação com o restante do Brasil. Gráfico 1 - Proporção de crianças e adolescentes por características do domicílio, comparações Brasil e Semi-árido, 2000 13 O acesso à água, um problema histórico na região, afeta diretamente uma parcela importante da população na faixa de 0 a 17 anos. Quase a metade delas (42%) não têm acesso à rede geral, poço ou nascente, em sua casa ou no entorno. A falta de água implica em muitas horas por mês na busca deste produto essencial à vida.

14 Pesquisa realizada em 1999 pela Diaconia na região do Alto Pajeú (PE) demonstra que, durante todo o ano, as famílias gastam mais de uma hora por dia na obtenção de água para consumo 1. Segundo a Embrapa, em épocas de seca, este dado se torna dramático, com uma média mensal de três dias somente para garantir água. Este dado revela o grau de comprometimento a que esta parcela da população está sendo submetida no cotidiano e aponta para a urgência de políticas públicas concretas para enfrentar o problema. O trabalho de centenas de organizações da sociedade civil vem demonstrando que é possível mudar esse quadro. A Articulação no Semi-Árido Brasileiro, que agrupa mais de 800 entidades nesta região, desenvolve, desde 2001, em parceria com o Governo Federal, o Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semi-árido: 1 Milhão de Cisternas Rurais (P1MC). Outras ações, como as luta contra os processos de desertificação e disseminação de tecnologias apropriadas ao Semiárido, fazem parte das estratégias da ASA. A captação da água de chuva em cisterna tem se revelado uma alternativa de baixo custo e capaz de resolver o problema da demanda difusa de água para o consumo humano, em virtude de disponibilizar a água no quintal das casas. Do ponto de vista da segurança hídrica nos anos de seca, é uma alternativa eficaz. Nas condições climáticas do Semi-árido, num ano de seca, um sistema de captação e armazenamento da água de chuva eficiente consegue captar, na pior das hipóteses, 10.500 litros de água. Isso significa atender quase 100% da demanda anual de água para beber e cozinhar uma família de tamanho médio de 5 pessoas, que é de 10.950 litros. Somente na primeira fase do P1MC 2, foram construídas 12.400 cisternas, beneficiando diretamente 65.555 pessoas. Deste total, 26 mil eram crianças e adolescentes. É possível imaginar o impacto que um programa deste porte causa no cotidiano de milhares de pessoas. Com a cisterna, construída de forma comunitária, passam a dispor, a poucos metros de casa, de água limpa e de boa qualidade para beber e cozinhar. 3 1 Diaconia. Diagnóstico da situação hídrica de 22 comunidades do Sertão do Pajeú. Recife, Diaconia, 1999. 2 O convênio foi assinado em 23/08/2000 e concluído em 30/07/2003. Foram realizados também 42 cursos para a formação de pedreiros e 414 famílias no Semi-árido fizeram cursos de gerenciamento hídrico. 3 Neste momento, o P1MC está em fase de amplo desenvolvimento. O convênio com a Agência Nacional de Águas foi renovado, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) viabilizou a construção de 10 mil cisternas, e diversas entidades estão apoiando o Programa. O Unicef é parceiro da ASA desde o surgimento.

Foto: Harald Schistek Um aspecto importante do P1MC está diretamente ligado às crianças e adolescentes. A escolha das comunidades beneficiadas leva em conta dados levantados pelo Data SUS e IBGE, como o IDH, além do número de crianças e adolescentes em situação de risco, mortalidade infantil etc. Para a escolha das famílias, o programa prioriza as casas que têm mulheres chefes de família, o número de crianças de zero a seis anos e o número de crianças e adolescentes na escola. Na outra ponta do sistema de abastecimento de água está o saneamento. O acesso à rede geral de esgoto também está abaixo do nível nacional. Enquanto no Brasil, 18,7% das casas das crianças e adolescentes não possuem rede geral, fossa séptica ou rudimentar, no Semi-árido este número chega a 38,47%. No Semi-árido rural, o número passa para 66,58%. Bens de consumo Em relação aos bens de consumo, menos de 30% das famílias que vivem na área rural semi-árida têm acesso a itens intensivos em energia, como geladeira ou freezer, já incorporados ao cotidiano de praticamente 80% das crianças e adolescentes brasileiros. A quase ausência de infra-estrutura social também pode ser observada pelo acesso à comunicação. Embora a disponibilidade de telefone no Brasil ainda seja baixa, no Semi-árido essa realidade é bem mais intensa: mais de 90% das famílias não dispõem de uma simples linha telefônica. Mesmo entre os 20% mais ricos do Semi-árido, o número da carência é expressivo - cerca de 50% não possui esse serviço em seu domicílio. Completando o cenário, a exclusão digital aparece de modo generalizado na região: menos de 3% das famílias com crianças e adolescentes têm acesso ao computador. 15

Não é difícil imaginar o que representa, no cotidiano de milhões de crianças e adolescentes, viver numa casa sem rede de esgoto, não dispor de uma simples geladeira ou ter acesso a uma linha telefônica. Iniqüidade no Semi-árido Brasileiro 4 Quando é isolado o fator renda, assim como no restante do país, a iniqüidade devido ao local de domicílio é marcante na região. O gráfico 2 dá a medida dessa intensidade: cerca de 75% das crianças e adolescentes do Semi-árido vivem em famílias onde a renda per capta é menor que ½ salário mínimo. Este valor se eleva para 88% no caso dos que vivem na zona rural. Mesmo no Semi-árido urbano, a proporção de crianças e adolescentes pobres ainda é muito elevada e bastante superior à média nacional. Gráfico 2 - Proporção de crianças e adolescentes pobres (vivendo com renda familiar per capita de até 1/2 salário mínimo), total e por situação do domicílio, Brasil e Semi-árido - 2000 16 Cotejando renda com raça, 83,5% das crianças e adolescentes negros da região são pobres. Para os brancos este valor cai para 68%. Comparado ao Brasil, todos os níveis de pobreza em relação à raça são piores para o Semi-árido. Em síntese os brancos do Semi-árido são em média, mais pobres do que os negros do Brasil. 4 Para detalhes conceituais e da tabulação especial do censo, ver Unicef Situação da Infância Brasileira 2003, que aborda o tema da iniqüidade existente no País. Como o Semi-árido tem presença forte na área rural, a análise que se segue terá este recorte de iniqüidade como eixo principal.

Uma outra constatação é que a melhoria na escolaridade da mãe amplia o nível de vida das crianças e adolescentes, mas não significativamente. Os 4 primeiros anos de estudo da mãe significam apenas 8 pontos percentuais a menos no nível de pobreza dos filhos. Mesmo para mães com alta escolaridade, ainda há mais que o dobro de crianças e adolescentes pobres no Semi-árido (23%) comparado ao Brasil (10,6%). As crianças e adolescentes do Semi-árido representam 30% entre as de menor renda do Brasil, 43% daquelas que não tem abastecimento de água adequado e mais de 41% dos que não possuem geladeira ou freezer. O grau de pobreza e o baixo nível de vida das crianças e adolescentes do Semi-árido brasileiro ficam evidenciadas no gráfico abaixo. Gráfico 3 - Características domiciliares, proporção das crianças e adolescentes do Semi-árido em relação ao Brasil - 2000 O Desenvolvimento Humano Municipal no Semi-árido Brasileiro As informações do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) são mais uma face da situação sócio-econômica do Semi-árido, dando a dimensão relativa do baixo nível de desenvolvimento encontrado nos municípios da Região. Esta dimensão do desenvolvimento humano dada pelos valores do IDH-M é relativa. Apesar da expressiva maioria dos municípios apresentarem desenvolvimento humano médio ou alto (conforme tabela a seguir), somente 401 (28,6%) têm IDH-M maior que 17

o IDH do estado de Alagoas - que é indicado como o pior do Nordeste. Apenas dois municípios têm IDH maior que o do Brasil (0,764). Além disto, os piores IDH-M do Brasil estão, em sua maioria, localizados no Semi-árido. Tabela 2 - Região Semi-árida. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Total e Percentual de Municípios, segundo Intervalos do IDH 18 Entre os 1.100 Municípios com mais alto IDH-M do Brasil apenas dois (Piuí e Montes Claros, ambos em Minas Gerais) estão no Semiárido, não havendo nenhum entre os 500 maiores. Ampliando a análise para os 60% maiores IDH-M do Brasil, apenas 111 (3,5%) estão na região Semi-árida. No outro extremo, os 1.100 piores IDH-M, 527 cidades estão no Semi-árido, ou seja, quase metade do total desta faixa. Contextualizando melhor a realidade dos municípios do Semi-árido em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, temos: 75% dos 1.000 piores IDH-M no Semi-árido; Foto: Alejandra Martins

Entre os 500 menores, 68% IDH-M estão no Semi-árido; Entre os 100 menores, 58% IDH-M estão no Semi-árido; Entre os 10 piores IDH-M do Brasil, 6 localizam-se na região Semi-árida; Em média, 60% dos menores Índices de Desenvolvimento humano municipal estão no Semi-árido brasileiro, quando este representa apenas 26% do total dos municípios do País. Na tabela 3, vamos encontrar os diversos componentes do IDH-M para os municípios da Região: Esperança de vida ao nascer (expectativa média de anos vividos por uma pessoa); Taxa de alfabetização de adultos (percentual de pessoas maiores de 15 anos de idade alfabetizadas); Taxa de escolarização bruta (número de matriculados no ensino fundamental, médio e superior dividido pelo total de pessoas da faixa etária de 7 a 22 anos); Renda per capta (somatório dos rendimentos de todas as pessoas com renda dividida pelo total da população). Tabela 3 - Municípios do Semi-árido Segundo os Componentes do IDH-M 19

Verifica-se que quase dois terços dos municípios do Semi-árido têm esperança de vida menor que 65 anos, quando a média nacional é de 67,8 anos. Quatro em cada cinco municípios do Semi-árido estão abaixo deste patamar. 20 Educação Temos uma série de dados que podem ajudar a uma reflexão sobre a realidade escolar da região. Pode-se afirmar que o analfabetismo se configura como o grande problema do Semi-árido brasileiro. Em 1.005 municípios (72% do total) a taxa de alfabetização é menor que 70% entre as pessoas com mais de 15 anos. A taxa brasileira é de 87,3% de pessoas desta faixa etária alfabetizadas. Apenas cinco municípios do Semi-árido têm valor superior ao observado para o Brasil, todos no estado de Minas Gerais. A partir das informações do Censo de 2000, calculamos a taxa de analfabetismo, para pessoas com mais de 15 anos, em 32%. De acordo com a taxa de escolarização bruta, mais de 98% das cidades do Semi-árido têm valor inferior a 90%. Observa-se que mais de 10% das pessoas entre 7 e 21 anos não estão matriculadas em nenhuma escola, ou seja, não têm acesso à educação. Somente dois municípios, localizados no Ceará (Jardim e Catunda) têm média maior valor superior ao brasileiro. Por outro lado, para cada faixa etária relevante este cenário revela uma iniqüidade importante para o futuro da juventude brasileira. Enquanto as crianças de 7 a 14 anos do Semi-árido representam 18,2% do total do Brasil, entre aquelas que não freqüentam a escola, quase 24% moram no Semi-árido. Dos não alfabetizados, 36,3% vivem no Semi-árido. Proporcionalmente, o total de não alfabetizados é o dobro da participação da população brasileira nessa faixa etária. Logo, a possibilidade de uma criança de 7 a 14 anos não ser alfabetizada é duas vezes maior no Semi-árido do que no restante do Brasil. Este fato ocorre com maior intensidade para a faixa etária de 12 a 17 anos. Do total de não alfabetizados no Brasil, 43%, estão no Semi-árido. É 2,3 vezes maior a possibilidade de um adolescente ser analfabeto no Semi-árido do que no Brasil. A educação no Semi-árido, portanto, surge como uma necessidade vital. Investir maciçamente nesta região, com políticas definidas e integradas com parcerias e projetos da sociedade civil, é fundamental para modificar esta

realidade, que compromete o presente e o futuro de milhões de crianças e adolescentes. O gráfico a seguir mostra que a taxa de analfabetismo vai crescendo à medida que aumenta a idade, chegando a mais de 60% entre as pessoas mais velhas. Duas entre cada três pessoas com mais de 60 anos é analfabeta. Os índices são os maiores do Brasil em todas as faixas etárias observadas. Gráfico 4 - Taxa de Analfabetismo por Faixa Etária Renda Analisando com maiores detalhes a renda, vemos que a pobreza está concentrada no Semi-árido e que há também uma alta desigualdade, tanto internamente, quanto em relação ao país. Os dados do Censo de 2000 demonstram que a maior parte dos responsáveis pelas famílias ganha até 1 salário mínimo e, destes, quase 14% não têm rendimento. Quanto à renda per capta, quase 93% têm renda inferior a R$ 120,00 80% do salário mínimo da época (2000), revelando o baixo nível de renda da população local, o que compromete o acesso a bens e serviços dos habitantes da Região. 21

22 Tabela 4 - Percentual de Moradores em domicílios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal do Chefe de Família - Semi-árido por estado, total e Nordeste, ano 2000 (em salário mínimo).