Agronomia/CCA/UNIOESTE, R. Pernambuco, 1777 / Marechal C. Rondon PR /

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Transcrição:

Tratamento de Sementes de Milho com Zeavit, Stimulate e Inoculação com VERONA, D.A. 1, DUARTE JUNIOR, J.B. 2, ROSSOL, C.D. 1, ZOZ, T. 1 e COSTA, A.C.T. da 2 1 Acadêmico de Agronomia CCA/UNIOESTE. 2 Docente do curso de Agronomia/CCA/UNIOESTE, R. Pernambuco, 1777 / Marechal C. Rondon PR / 85960-000 e-mail: bduarte7@yahoo.com.br Palavras chave: Fitorreguladores, híbrido, simbiose. Revisão Bibliográfica O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo, respondendo por aproximadamente 6% da produção mundial, atrás apenas dos Estados Unidos da América e da China (FAO, 2008). O elevado potencial produtivo, composição química e valor nutritivo, fazem com que esse cereal seja considerado um dos mais importantes, sendo consumido e cultivado mundialmente (Fancelli & Dourado Neto, 2000). A cultura se destaca no cenário nacional, cultiva-se em média área de 14,1 milhões de hectares, que produzem cerca de 51,4 milhões de toneladas de grãos (CONAB, 2008). A capacidade produtiva do milho pode ser alterada por alguns fatores como cultivar, propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, clima, práticas culturais, controle de pragas e doenças, colheita, etc. (Nakano et al., 1981). Estes fatores fazem com que a produção média brasileira seja de 3.645 kg ha -1, de acordo com a CONAB, 2008. O emprego de fitorreguladores como técnica agronômica para se aperfeiçoar as produções em diversas culturas tem crescido nos últimos anos. Os órgãos vegetais de uma planta são alterados morfologicamente pela aplicação de fitorreguladores, de modo que o crescimento e o desenvolvimento das plantas são promovidos, inibidos, influenciado ou modificado os processos fisiológicos de modo a controlar a atividade meristemática (Weaver, 1972). Os fitorreguladores fazem parte do grupo de substâncias vegetais denominada de hormônios vegetais. Dentre esses, pode-se citar as auxinas, citocininas e as giberelinas. Os primeiros hormônios descobertos pelo homem foram às auxinas, que são responsáveis pelo crescimento das plantas, que influenciam diretamente nos mecanismos de expansão celular. A vida do vegetal depende continuamente da presença de auxinas e citocininas. Quanto ao segundo grupo de reguladores vegetais (as citocininas), essas foram descobertas em estudos relacionados ao processo de divisão celular. Além dessa atividade fundamental ao desenvolvimento do vegetal, outras atividades estão ligadas a esse hormônio, como a senescência foliar, a mobilização de nutrientes, a dominância apical, a formação e a atividade dos meristemas apicais, o desenvolvimento floral, a germinação de sementes e a quebra de dormência de gemas. Mais recentemente foram descobertas outras funções para as citocininas como produto intermediário em processos de desenvolvimento das plantas regulado pela luz, incluindo a diferenciação dos cloroplastos, o desenvolvimento do metabolismo autotrófico, e a expansão de folhas e cotilédones (Taiz & Zeigler, 2004). Como terceiro grupo de hormônios pode-se citar as giberelinas, que foram descobertas e intensivamente estudadas a partir da década de 50. Esse grupo de hormônios vegetais possui 125 representantes. A função das giberelinas esta associada à promoção do crescimento caulinar. Plantas submetidas a 3731

aplicações de giberelinas podem ser induzidas a obter um maior crescimento na sua estatura. Na cultura do milho, a aplicação de giberelina (GA1) pulverizado sob as plantas de milho normal e anão, ocasiona o alongamento das plantas de milho anão e, conseqüentemente, aumento da estatura, e no milho normal apresenta pouco ou nenhum efeito (Taiz & Zeigler, 2004). Para a cultura do milho, o efeito da aplicação de reguladores de crescimento, na formulação de citocinina (0,135 g) + ácido indol-butílico (0,075 g) + ácido giberélico (0,075 g), em tratamento de sementes, aumentou o rendimento de grãos (Dourado Neto et al., 2004). Segundo estes autores a aplicação do fitorregulador é mais eficiente quando executada no tratamento de sementes, em comparação com a pulverização na linha de semeadura e pulverização aos 43 dias após a semeadura. Aragão et al. (2001) estudaram os fitorreguladores na germinação e no vigor de sementes de milho e constataram maior eficiência na germinação, e que doses maiores proporcionaram a melhor percentagem de germinação. Alguns microorganismos também possuem a capacidade de fazer associações simbióticas, a fim de maximizar e/ou melhorar o desenvolvimento da planta em questão. Um exemplo são as bactérias do gênero Azospirillum, que são microrganismos de vida livre fixadores de nitrogênio atmosférico, que vivem em associação com plantas na rizosfera. Um dos benefícios desse processo é a promoção do desenvolvimento e do aumento na produção de biomassa. Na rizosfera, essas bactérias podem auxiliar as plantas por meio da secreção de hormônios. Esses fitormônios sintetizados pelos microrganismos aumentam a taxa de respiração e de metabolismo e a proliferação das raízes, promovendo melhor absorção de água e de nutrientes pelas plantas (Okon & Itzigsohn, 1995). As características benéficas do Azospirillum como inoculante são: a bactéria é endofítica, ou seja, penetra na raiz das plantas; apresenta antagonismo a agentes patogênicos; associa-se com várias gramíneas (milho, trigo, sorgo, arroz, e outras) e com não gramíneas (morango, tabaco, café e outras); produz fitormônios; não é muito sensível às variações de temperatura e ocorre em todos os tipos de solo e clima (ARAÚJO, 2008). Baseando-se em dados acumulados durante 22 anos de pesquisa de campo com experimentos de inoculação, Okon & Vanderleyden (1997), concluíram que o gênero Azospirillum promove ganhos em rendimento em importantes culturas nas mais variadas condições de clima e de solo; contudo, esses autores salientam que, além da fixação biológica de nitrogênio, essas bactérias auxiliam no aumento da superfície de absorção das raízes da planta e, conseqüentemente, no aumento do volume de substrato de solo explorado. Outros autores também encontraram respostas semelhantes, trabalhando com inoculação bactérias do gênero Azospirillum. Cavallet et al. (2000) encontraram aumento de 17% na produção de grãos de milho, de 5.211 para 6.067 kg ha -1, e de 6% na média do comprimento das espigas, quando inocularam as sementes de milho com Azospirillum spp. OLIVEIRA et al. (2007) observaram que a inoculação das sementes de Brachiaria brizantha cv. Marandu com Azospirillum aumentou a produção de forragem no primeiro corte. De forma semelhante GOMES et al. (2009), trabalhando com inoculação de sementes de diferentes variedades de arroz, inoculadas com Azospirillum lipoferum sp. 59 e Azospirillum brasilense sp. 245 foi observado um aumento significativo no comprimento da raiz e no número de raízes secundárias. Trabalhando com Azospirillum amazonense em genótipos de milho sob diferentes regimes de nitrogênio, REIS JUNIOR et al.(2008) visualizaram que a inoculação com A. amazonense promoveu maior produção de matéria seca e acúmulo de N nas raízes de milho. O Stimulate é um estimulante vegetal da Stoller Interprises Inc., contendo reguladores vegetais e traços de sais minerais quelatizados. Seus reguladores vegetais 3732

constituintes são ácido índolbutírico (auxina) 0,005%, cinetina (citocinina) 0,009% e ácido giberélíco (giberelina) 0,005%. Esse produto químico incrementa o crescimento e o desenvolvimento vegetal estimulando a divisão celular, a diferenciação e o alongamento das células, também aumenta a absorção e a utilização dos nutrientes e é especialmente eficiente quando aplicado com fertilizantes foliares, sendo também compatível com defensivos. O Zeavit é um fitoestimulante que contém fitorreguladores e traços de sais minerais, promove a liberação de compostos voláteis ou exsudatos radiculares que apresentam ação sobre microorganismos podendo favorecer possíveis associações simbióticas, além de maximizar o metabolismo vegetal (ASG, 2008). O objetivo desse trabalho foi avaliar os possíveis efeitos da aplicação de Zeavit, Stimulate via semente na cultura do milho, assim como os efeitos da inoculação de e uma possível interação entre a bactéria fixadora de nitrogênio com os fitorreguladores. Material e Métodos O experimento foi conduzido no ano de 2009, em casa-de-vegetação, no município de Marechal Cândido Rondon-PR, na área experimental da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados (D.B.C.), com quatro repetições, num esquema fatorial 2x2x2 e 4 tratamentos adicionais. Os tratamentos fatoriais constaram de duas condições hídricas do solo (com déficit e sem déficit hídrico), presença e ausência de inoculação com Azospirillum e aplicação, ou não, dos fitorreguladores Zeavit e Stimulate nas doses comerciais recomendadas, inoculados em sementes de milho híbrido BM810. Para a realização do experimento em casa-de-vegetação, o milho foi semeado em recipientes (vasos) com capacidade para 10L, contendo como substrato solo adubado de acordo com análise química, depositando-se 3 sementes por vaso. Após a emergência das plântulas de milho, procedeu-se ao desbaste deixando uma planta por vaso, sendo esta a que melhor aspecto visual apresentava. Foram avaliadas as seguintes variáveis respostas: altura de plantas, massa da matéria seca de raízes e massa da matéria seca parte aérea, das plantas de milho, quando estas atingiram o estádio de 8 folhas desenvolvidas, ou seja, com a lígula desenvolvida. Os resultados obtidos nos experimentos foram submetidos à análise de variância aplicando o teste F e, quando constatada a significância, as médias foram comparadas entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão Através dos dados obtidos no experimento, observou-se que entre os tratamentos fatoriais (com e sem estresse hídrico; com ou sem inoculação de Azospirillum e inoculação com Zeavit e Stimulate ), não houve diferença significativa na comparação de médias para altura de plantas, massa seca de parte aérea e massa seca de raiz, Tabela 1. No entanto, verifica-se que os tratamentos onde o Azospirillum foi inoculado, produziram diferença significativa, na comparação das médias. Resultados semelhantes foram encontrados por Braccini et al. (2008), que em seus estudos com eficiência de inoculação de Azospirillum em milho, observaram que os tratamentos com a bactéria proporcionaram maiores valores de altura de planta e massa de matéria seca. 3733

Trabalhando com inoculação de fitorreguladores na cultura de trigo e aveia Campos et al. (1999), concluíram que o produto utilizado por eles não é eficiente para essas culturas. Outros trabalhos corroboram com este resultado, a exemplo da pesquisa realizada por Rossol et al. (2009) os quais verificaram que não houve acréscimo de rendimento de forma significativa na cultura do milho na safra anterior, ou seja, 2008/09, no entanto, a forma de aplicação dos tratamentos foi diferente, pois se aplicou naquela ocasião os produtos por via foliar. Tabela 1. Altura de plantas, diâmetro de caule, massa seca de parte aérea e massa seca de raiz do híbrido de milho BM810, em função da condição hídrica do solo, da inoculação dos produtos comerciais Zeavit e Stimulate e da bactéria, em casa de vegetação no município de Marechal Cândido Rondon Tratamentos Altura de plantas Diâmetro de caule parte aérea de raiz Condição Com estresse 96,13 a 1 15,24 a 56,74 a 44,05 a Hídrica Sem estresse 97,37 a 14,64 a 56,01 a 36,14 a Estimulantes Stimulate 96,37 a 14,96 a 57,57 a 39,25 a Zeavit 97,13 a 14,91 a 55,19 a 40,94 a Azospirillum Não inoculado 94,35 a 14,50 a 53,55 a 37,48 a Inoculado 99,15 a 15,38 b 59,21 a 42,71 a Média 96,75 14,94 56,38 40,09 C.V. (%) 8,50 7,13 19,15 41,81 1/ Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna, diferem estatisticamente pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Já Silva et al. (2008) observaram que sementes de milho quando conduzidas sob condições de estresse, a utilização de tratamentos contendo o bioestimulante Stimulate parecem reduzir a qualidade fisiológica de sementes de milho. No entanto, ao comparar os tratamentos adicionais, ou testemunhas, com os ditos fatoriais, verificou-se em apenas uma das variáveis a diferença significativa, sendo esta entre dois dos tratamentos adicionais, Tabela 2. Observa-se que esta diferença ocorre entre o tratamento submetido a estresse hídrico com inoculação de e o tratamento conduzido sem estresse hídrico, sendo que o tratamento submetido à estresse e inoculado com a bactéria proporcionou um diâmetro de caule superior aos demais tratamentos. Este fato pode ser atribuído à atividade fixadora de N da bactéria. Comparando os dados das duas tabelas, pode-se observar uma relação benéfica proporcionada pela inoculação de Azospirillum nas plantas de milho, uma vez que a inoculação do mesmo proporcionou maior diâmetro de caule e mesmo sob condição de estresse hídrico, as plantas inoculadas com a bactéria obtiveram o maior peso em relação à massa seca de parte aérea. Vale salientar que, além das folhas, grande parte das reservas produzidas pela planta, na fase reprodutiva, e utilizadas na fase reprodutiva para suprir os drenos, representados pelas espigas, são armazenadas nos colmos, podendo então, esta relação de maior massa de parte aérea e maior diâmetro de caule produzir melhores condições de armazenagem e uma possível maior produção final. 3734

Tabela 2. Altura de plantas, diâmetro de caule, massa seca de parte aérea e massa seca de raiz de plantas de milho híbrido BM810, em condição de sem e com estresse hídrico, conduzida em casa de vegetação no município de Marechal Cândido Rondon Tratamentos BM810 sem estresse hídrico + Zeavit e Stimulate + BM810 com estresse hídrico + Zeavit e Stimulate + Altura de plantas Diâmetro de caule parte aérea de raiz 97.37 a 1 14.64 a 56.01 ab 36.14 a 96.13 a 15.24 a 56.74 ab 44.05 a BM810 + Stimulate 96.37 a 14.96 a 57.57 ab 39.25 a BM810 + Zeavit 97.13 a 14.91 a 55.19 ab 40.94 a BM810 + 99.15 a 15.38 a 59.21 ab 42.71 a BM810 com estresse + Azospirillum 93.52 a 15.12 a 66.87 a 36.83 a BM810 sem estresse + 89.57 a 14.65 a 58.62 ab 36.33 a BM810 com estresse hídrico 94.07 a 15.31 a 55.63 ab 42.23 a BM810 sem estresse hídrico 91.62 a 14.15 a 43.59 b 31.46 a Médias 94.99 14.93 56.60 38.88 C.V. (%) 7.7 6.4 16.9 40.7 1/ Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna, diferem estatisticamente pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. O efeito da bactéria no desenvolvimento do milho e em outras gramíneas, tem sido pesquisado, não somente quanto ao rendimento das culturas mas, também, com relação às causas fisiológicas que, possivelmente, aumentam esse rendimento. De acordo com Muñoz-Garcia et al. (1991) a inoculação das sementes de milho com Azospirillum brasiliense cepa UAP 77, promoveu aumento na matéria seca de raízes, da ordem de 54 a 86% e de 23 a 64% na matéria seca da parte aérea. Há a menção por parte de Didonet et al. (1996) das evidências de que a inoculação das sementes de milho com Azospirillum brasiliense seja responsável pelo aumento da taxa de acúmulo de matéria seca, principalmente na presença de elevadas doses de nitrogênio, o que parece estar relacionado com o aumento da atividade das enzimas fotossintéticas e de assimilação de nitrogênio. A interação positiva entre estas bactérias e o milho tem sido demonstrada por vários autores e, embora ainda não seja prática agrícola consolidada, levantamentos de diversos experimentos realizados em vários países mostram que a inoculação com Azospirillum resultou, na maioria dos casos, em aumento de matéria seca, de produção de grãos e de 3735

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