São Paulo, 19 de outubro de 2015. Ilmo. Sr. Guilherme Rocha Lopes Gerência de Acompanhamento de Empresas 2 CVM Comissão de Valores Mobiliários Ref.: OFÍCIO nº 340/2015//CVM/SEP/GEA-2, de 19 de outubro de 2015 Solicitação de Esclarecimentos Prezado Senhor, Em atendimento ao r. Ofício em referência, anexo à presente como Anexo 1, a CCR S.A. ( CCR ou Companhia ) tece as considerações a seguir: A Companhia preza o relacionamento e a transparência para com os seus acionistas, investidores e o mercado em geral, e reitera, nesta oportunidade, o seu posicionamento manifestado em ofícios anteriores, de que pauta suas decisões relativas à divulgação de Fato Relevante ou Comunicado ao Mercado, pela legislação em vigor e pelas orientações da CVM. A Companhia também se baseia no quanto previsto na Instrução Normativa CVM nº 358/02 que elenca, adicionalmente, alguns exemplos do que seria caracterizado como Fato Relevante. Em atenção ao quanto indagado por V.Sas., quanto à notícia divulgada pela mídia, especificamente no jornal O Estado de São Paulo no dia 19/10/2015, sob o título Andrade Gutierrez oferece fatia da CCR no mercado, o entendimento da Companhia é de que não há qualquer esclarecimento a ser feito pela CCR, vez que desconhece integralmente o assunto, não tendo sido partícipe ou tomado conhecimento de qualquer providência ou atitude com esse intuito. Na realidade, a única informação que temos a respeito, além da matéria de jornal, é o que consta da resposta da Andrade Gutierrez Concessões S.A. ( AG Concessões ) à CVM, apresentada na data de ontem, em atenção ao mesmo questionamento, da qual a Companhia recebeu cópia, pela qual a AG Concessões nega peremptoriamente qualquer intenção de venda de sua participação na CCR. A
empresa nega ainda que tenha feito qualquer tipo de oferta a agentes do mercado em relação à venda de suas ações na empresa, em qualquer momento., afirmando que a matéria baseia-se em boato infundado (Anexo 2). Colocando-nos à inteira disposição de V.Sa. para eventuais esclarecimentos adicionais que sejam considerados necessários, subscrevemo-nos, Atenciosamente, CCR S.A. Arthur Piotto Filho Diretor de Relações com Investidores
Ofício nº 340/2015/CVM/SEP/GEA-2 Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2015. Ao Senhor ARTHUR PIOTTO FILHO Diretor de Relações com Investidores da CCR S.A. Av Chedid Jafet 222 - Bloco B 5º Andar - Vila Olímpia CEP: 04551-065 SÃO PAULO/SP Tel: (11)3048-5900 Fax:(11)30485903 E-mail: invest@grupoccr.com.br Assunto: Solicitação de esclarecimentos Senhor Diretor, 1. Reportamo-nos à notícia veiculada no jornal O Estado de São Paulo no dia 19/10/2015, sob o título Andrade Gutierrez oferece fatia da CCR no mercado, transcrita abaixo: Envolvido na Lava Jato, conglomerado que atua em construção, infraestrutura e telefonia começou a oferecer a estrangeiros a fatia que detém na concessionária rodoviária; pelo menos três investidores - Temasek, GIC e Brookfield - já foram procurados O grupo Andrade Gutierrez, uma das 23 empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, que investiga corrupção em contratos da Petrobrás, começou a ofertar parte de seus ativos para grupos e fundos de investimentos estrangeiros. O 'Estado' apurou que o conglomerado já ofereceu sua participação de 17% na concessionária CCR para pelos menos três grupos - os fundos Temasek e GIC, ambos de Cingapura, e a canadense Brookfield. Fontes afirmam, no entanto, que ainda não há negociações firmes. A empresa detém 17% das ações da CCR, mesma fatia da Camargo Corrêa. Outro sócio é o grupo Soares Penido, com 17,22%. Pelo acordo de acionistas da concessionária, no caso de venda de participação, os demais investidores da companhia devem ser consultados primeiro e têm preferência na compra das ações. Ainda segundo fontes, a Andrade Gutierrez só venderia esse ativo, que é considerado atrativo no mercado e tem vários interessados, se o comprador pagar um grande prêmio pelo negócio. O valor de mercado da CCR é avaliado em R$ 23 bilhões. Há um ano, valia R$ 30 bilhões. Além de concessões rodoviárias, como o sistema Anhanguera-Bandeirantes, a empresa administra o Aeroporto de Belo Horizonte. Em nota, a Andrade Gutierrez negou veementemente que esteja vendendo sua participação na CCR. Página 1 de 3
Continuação do OFÍCIO/CVM/SEP/GEA-2/Nº 340/2015 O Estado apurou que Brookfield e Temasek, que já têm investimentos no País em infraestrutura, estão de olho em outros ativos de companhias envolvidas na Lava Jato. Segundo o presidente da assessoria financeira BF Capital, Renato Sucupira, em função do câmbio, empresas brasileiras têm despertado a atenção do investidor estrangeiro. Com a desvalorização do real, os ativos ficaram, em média, 50% mais baratos em dólar. A CCR, por exemplo, custaria na moeda americana US$ 5,6 bilhões, na cotação de sexta-feira. "Já entre os brasileiros, a situação é mais complicada. Dos oito grandes grupos nacionais que teriam condições de entrar numa empreitada desse tamanho, dois são acionistas da empresa e os demais também estão vendendo ativos." Segundo o executivo, hoje há muita oferta, vários investidores interessados e um ambiente adverso para fechar negócios. "Mesmo com o Brasil barato, há incertezas. Hoje, não vale a pena pagar por esse risco, mesmo que o negócio seja atrativo", disse uma fonte de um grande fundo. (...).. 2. A respeito, requeremos a manifestação de V.S.a sobre a veracidade das afirmações veiculadas na notícia e se confirmada, explicar ainda os motivos pelos quais entendeu não se tratar de Fato Relevante, nos termos da Instrução CVM nº 358/02. 3. Tal manifestação deverá incluir cópia deste Ofício e ser encaminhada ao Sistema IPE, categoria Comunicado ao Mercado, tipo Esclarecimentos sobre consultas CVM/BOVESPA. 4. Ressaltamos que, nos termos do art. 3º da Instrução CVM nº 358/02, cumpre ao Diretor de Relações com Investidores divulgar e comunicar à CVM e, se for o caso, à bolsa de valores e entidade do mercado de balcão organizado em que os valores mobiliários de emissão da companhia sejam admitidos à negociação, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado aos seus negócios, bem como zelar por sua ampla e imediata disseminação, simultaneamente em todos os mercados em que tais valores mobiliários sejam admitidos à negociação. Lembramos ainda da obrigação disposta no parágrafo único do art. 4º da Instrução CVM nº 358/02, de inquirir os administradores e acionistas controladores da Companhia, com o objetivo de averiguar se estes teriam conhecimento de informações que deveriam ser divulgadas ao mercado. 5. De ordem da Superintendência de Relações com Empresas SEP, alertamos que caberá a esta autoridade administrativa, no uso de suas atribuições legais e, com fundamento no inciso II, do artigo 9º, da Lei nº 6.385/76, e no artigo 7º c/c o artigo 9º da Instrução CVM nº 452/07, determinar a aplicação de multa cominatória, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), sem Página 2 de 3
Continuação do OFÍCIO/CVM/SEP/GEA-2/Nº 340/2015 prejuízo de outras sanções administrativas, pelo não atendimento ao presente ofício, ora também enviado e-mail, no prazo de 1 (um) dia útil. Atenciosamente, GUILHERME ROCHA LOPES Gerente de Acompanhamento de Empresas 2 Página 3 de 3
Belo Horizonte, 19 de outubro de 2015. À CVM Comissão de Valores Mobiliários Att: Sr. Nelson Barroso Ortega Superintendência de Acompanhamento de Empresas c.c.: Sr. Fernando Soares Vieira - Superintendente de Relações com Empresas Sr. Waldir de Jesus Nobre - Superintendente de Relações com o Mercado e Intermediários Ref.: Ofício 3104/2015-SAE - Solicitação de esclarecimentos sobre notícia veiculada na imprensa Prezados Senhores, Recebemos em 19/10/2015 o Ofício 3104/2015-SAE, em que V.Sas. nos consultam nos seguintes termos: Em notícia veiculada no jornal O Estado de São Paulo, em sua edição de 19/10/2015, consta que a Andrade Gutierrez oferece fatia da CCR no mercado. Não identificamos essa informação nos documentos enviados por essa companhia, por meio do Sistema Empresas.NET. Em caso de contraditório, favor informar o documento e as páginas em que constam as informações e a data e hora em que as mesmas foram enviadas. Cabe ressaltar que a companhia deve divulgar informações periódicas, eventuais e demais informações de interesse do mercado, por meio do Sistema Empresas.NET, garantindo sua ampla e imediata disseminação e o tratamento equitativo de seus investidores e demais participantes do mercado. Isto posto, solicitamos, até 20/10/2015, esclarecimentos sobre referida notícia, com a sua confirmação ou não, bem como outras informações consideradas importantes. Em resposta ao Ofício supra citado, vimos informar a V.Sas. que a Andrade Gutierrez Concessões S.A. nega peremptoriamente qualquer intenção de venda de sua participação na CCR. A empresa nega ainda que tenha feito qualquer tipo de oferta a agentes do mercado em relação à venda de suas ações na empresa, em qualquer momento.
A Andrade Gutierrez Concessões S.A. aproveita para lamentar que esse tipo de boato infundado e irresponsável, que tem como objetivo apenas causar tumulto no mercado, possa gerar matéria igualmente irresponsável sobre o tema. A empresa ressalta que não foi procurada pelo Estado de São Paulo durante a apuração da reportagem, e só teve oportunidade de enviar seu posicionamento ao veículo porque soube da matéria por terceiros e entrou em contato com o jornal a fim de esclarecer a questão. Infelizmente, mesmo tendo recebido tempestivamente da empresa a informação correta, o jornal insistiu na publicação da matéria mentirosa que, com certeza, deve ter atendido ao propósito da fonte, seja lá qual tenha sido este propósito. A companhia não só nega sua intenção de venda de participação na CCR como reafirma seu compromisso com essa importantíssima investida que, à custa de muito esforço e dedicação de seus acionistas, conselheiros de administração, diretores, gestores e demais colaboradores, tem obtido grande sucesso, prestado grandes serviços à sociedade e gerado resultados muito relevantes para todos os seus acionistas. Atenciosamente, Andrade Gutierrez Concessões S.A. Sr. Renato Torres de Faria Diretor de Relações com Investidores