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Transcrição:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL I. Impedimentos e Auxiliares da Justiça (arts. 134 a 144)... 002 II. Dos Atos Processuais. (arts. 154 a 242)... 005 III. Do Processo e Procedimento (arts. 270 a 475)... 050 IV. Dos Recursos (arts. 496 a 538)... 053 V. Do Juizado Especial Cível (arts. 1º a 19)... 055 VI. Do Juizado Especial da Fazenda Pública... 095 1

DIREITO PROCESSUAL CIVIL I. IMPEDIMENTOS E AUXILIARES DA JUSTIÇA 1. DOS IMPEDIMENTOS Impedimento e suspeição representam situações distintas, geradoras de consequências igualmente distintas. De acordo com Hélio Tornaghi, o impedimento é a circunstância que priva o juiz do exercício de suas funções em determinado caso, dada a sua relação com o objeto da causa, enquanto a suspeição, por sua vez, é a desconfiança, a dúvida, o receio de que o juiz, ainda quando honesto e probo, não terá condições psicológicas de julgar com isenção dada a sua relação com qualquer das partes. O impedimento se apresenta como verdadeira proibição, imposta ao juiz, de oficiar no processo em que se encontre presente qualquer das circunstâncias apontadas no artigo 134 do Código de Processo Civil. Vale dizer, deve ele abster-se de participar da relação processual. O impedimento tem natureza de objeção processual, na medida em que pode ser alegado a qualquer tempo pela parte e deve, mesmo, ser reconhecido de ofício pelo juiz. Representa, portanto, obstáculo absoluto, intransponível ao exercício da função jurisdicional pelo juiz assim incompatibilizado, invalidando a sentença por ele proferida, consoante o art. 485, II do CPC. A suspeição, por sua vez, recomenda ao juiz o afastamento da presidência do processo sempre que se verificarem quaisquer dos motivos arrolados pelo artigo 135. Em tais casos, pode o juiz abster-se de prosseguir na condução da lide; não o fazendo, à parte fica reservado o direito de recusá-lo. No entanto, contrariamente ao impedimento, a suspeição, se não arguida na forma e prazo previstos em lei, deixa de acarretar qualquer consequência no processo, pois se apresenta apenas como um óbice superável ao exercício da função jurisdicional pelo juiz suspeito. Em razão disso, a arguição da suspeição está sujeita à preclusão, entendendo-se que a parte aceitou a presença do juiz no processo caso não a deduza no prazo e forma legais. Por fim, é imprescindível lembrar que os casos de impedimento e de suspeição não se aplicam tão-somente ao juiz, uma vez que o art. 138 determina que também promotores de justiça, serventuários, peritos e intérpretes podem ser considerados suspeitos ou impedidos. 2

Seção II Dos Impedimentos e da Suspeição Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário: I - de que for parte; II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão; IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. Parágrafo único. No caso do n o IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz. Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando: I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo. Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta e no segundo grau na linha colateral, o primeiro, que conhecer da causa no tribunal, impede que o outro participe do julgamento; caso em que o segundo se escusará, remetendo o processo ao seu substituto legal. 3

Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento e suspeição aos juízes de todos os tribunais. O juiz que violar o dever de abstenção, ou não se declarar suspeito, poderá ser recusado por qualquer das partes (art. 304). Art. 138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição: I - ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos casos previstos nos ns. I a IV do art. 135; II - ao serventuário de justiça; III - ao perito; (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992) IV - ao intérprete. 1 o A parte interessada deverá argüir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos autos; o juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão da causa, ouvindo o argüido no prazo de 5 (cinco) dias, facultando a prova quando necessária e julgando o pedido. 2 o Nos tribunais caberá ao relator processar e julgar o incidente. 2. DO SERVENTUÁRIO E DO OFICIAL DE JUSTIÇA Para que um processo judicial possa se desenvolver, além das partes, é necessária a atuação de serventuários da justiça e de terceiros particulares colaboradores do desenvolvimento da função jurisdicional do Estado. Assim, todos os servidores públicos e os particulares que exerçam o munus público, ainda que transitoriamente, são denominados auxiliares da justiça (ou auxiliares do juízo), como os oficiais de justiça, os peritos muitas vezes alheios aos quadros permanentes da justiça os depositários, os administradores, os intérpretes, os porteiros de auditórios, dentre outros. Note-se que, quando o texto legal menciona o termo juízo, pode-se dizer que tal termo corresponde à Vara. Em cada Vara há um juiz titular, podendo também haver um juiz substituto. Para cada Juízo haverá, no mínimo, um ofício de justiça ou seja, uma secretaria ou cartório o qual é chefiado pelo escrivão, sendo possível que um mesmo juízo possua mais de um ofício de justiça a seu serviço. 4

O escrivão, também denominado Diretor de Secretaria, é o mais importante auxiliar do juízo, tendo diversas atribuições. Ele exerce a função de chefe do cartório ou secretaria, sendo responsável pelo andamento dos processos e documentação de todos os atos praticados no curso processual. O art. 162 do CPC prevê e seu 4º alguns casos em que se dispensa juízo de valor do magistrado, devendo o processo ser impulsionado de ofício pelos servidores ou pelo próprio Diretor de Secretaria. No mais, a juntada é o ato praticado em cartório para se juntar alguma petição ou documento aos autos. A vista obrigatória é a permissão para que os autos saiam do cartório em poder dos Procuradores das partes. Outra atribuição conferida ao escrivão diz respeito à expedição de certidões, atestados e pareceres. Nesse contexto, a certidão é uma declaração realizada pela Administração Pública sobre algo que se encontra registrado em livros ou arquivos da própria administração, como, por exemplo, certidão de antecedentes criminais, certidão de casamento ou certidão de nascimento. Trata-se de ato administrativo de caráter meramente enunciativo, ou seja, que apenas declara algo. Já o atestado diz respeito a uma declaração presencial, reportando-se a um fato que tenha ocorrido na presença do atestante, e, a exemplo da certidão, também tem efeito meramente declaratório. É bastante comum a confusão entre os dois instrumentos, inclusive entre oficiais de justiça, os quais por vezes certificam quando o correto seria atestar, ou viceversa. E o parecer, por sua vez, é um ato administrativo de caráter consultivo e, via de regra, também tem natureza apenas enunciativa, embora existam algumas situações, expressamente previstas na lei, em que ele tem força obrigatória, ou seja, passa a possuir efeito imperativo, cogente, vinculante. É importante observar, no tocante às certidões, que a expedição das mesmas sofre restrições quando o processo correr sob segredo de justiça, consoante o disposto no art. 155 do CPC. A principal função do oficial de justiça é providenciar o cumprimento das medidas determinadas pelo juízo, atuando como o braço do juízo. Ao oficial de justiça é confiada a execução de múltiplas medidas bastante importantes e comuns na prática forense, aqui incluídas as medidas constritivas de bens, direitos ou até mesmo pessoas penhora de imóvel, arresto de patrimônio, busca e apreensão de menores, etc. 5

Contudo, o oficial de justiça deve praticar apenas os atos necessários à realização das diligências para as quais foi designado, e suas diligências devem ser suportadas pela parte que as requerer. Ademais, não se pode esquecer que os atos do oficial de justiça merecem fé pública e, portanto, gozam de presunção de veracidade até prova em contrário presunção jures tantum. Deve ser ressaltada a introdução do inciso V na redação do artigo 143 do CPC pela Lei 11.382/06, a qual possibilitou que o próprio oficial de justiça possa efetuar avaliações durante a realização de suas diligências. Por fim, cumpre notar que oficiais de justiça têm responsabilidade direta pelos seus atos, devendo responder pelos prejuízos eventualmente causados a terceiros jurisdicionados. A responsabilidade aqui é de cunho subjetivo, ou seja, impõe a comprovação do dolo ou da culpa. Assim, se o oficial de justiça causar dano, o prejudicado pode, em ação autônoma, ajuizar pretensão indenizatória em face do poder público, nos termos do 6º do art. 37 da CF, ou em face dos auxiliares do juízo causadores do dano. Além da responsabilidade civil, os faltosos poderão responder por falta administrativa, cabendo ao magistrado determinar a instauração do respectivo processo, consoante os art. 193 e 194, ambos do CPC. 1 CAPÍTULO V DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete. Seção I Do Serventuário e do Oficial de Justiça Art. 140. Em cada juízo haverá um ou mais oficios de justiça, cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária. Art. 141. Incumbe ao escrivão: I - redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais atos que pertencem ao seu ofício; II - executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem como praticando todos os demais atos, que Ihe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária; III - comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo; 1 Nery Junior, Nelson; Nery, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado e Legislação Extravagante, 9. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p. 360. 6

IV - ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que saiam de cartório, exceto: a) quando tenham de subir à conclusão do juiz; b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública; c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor; d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo; V - dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo do processo, observado o disposto no art. 155. Art. 142. No impedimento do escrivão, o juiz convocar-lhe-á o substituto, e, não o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato. Art. 143. Incumbe ao oficial de justiça: I - fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais diligências próprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com menção de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á na presença de duas testemunhas; II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; III - entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido; IV - estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da ordem. V - efetuar avaliações. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). Art. 144. O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis: I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os atos que Ihes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, Ihes comete; II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa. 7