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Transcrição:

Comunicado 95 Técnico ISSN 188-682 Julho, 9 Bento Gonçalves, RS Efeito da irrigação por microaspersão nas condições microclimáticas de vinhedos Marco Antônio Fonseca Conceição 1 Introdução Em regiões tropicais produtoras de uvas de mesa, como no noroeste paulista, costuma-se utilizar a irrigação, sendo que o sistema mais empregado é a microaspersão. Alguns produtores acreditam que a irrigação pode elevar a umidade relativa do ar dentro do vinhedo, afetando a incidência de doenças fúngicas na cultura. Outros, por sua vez, defendem a idéia de que a irrigação pode reduzir a temperatura ambiente nos períodos mais quentes do ano, o que beneficiaria a qualidade dos frutos. Diversos trabalhos foram realizados buscando-se avaliar as condições microclimáticas em vinhedos, sob diferentes condições de condução e cobertura (LULU et al., 5; PEDRO JÚNIOR et al., 7; CARDOSO et al., 8; CHAVARRIA et al., 8). Não existem, contudo, informações sobre as modificações microclimáticas devido ao uso da irrigação por microaspersão. O objetivo do presente trabalho foi, assim, avaliar o efeito do uso da microaspersão sobre as condições microclimáticas no interior de um vinhedo, localizado na região noroeste de São Paulo. Metodologia As avaliações foram realizadas na Estação Experimental de Viticultura Tropical da Embrapa Uva e Vinho (EEVT), em Jales, SP ( 16'S, 5 33'W e 483 m), em um parreiral conduzido no sistema latada e coberto com tela plástica de polietileno com sombreamento nominal de 18%. Foi empregado um sistema de microaspersão, com as mangueiras fixadas nos arames da latada e os microaspersores, com vazão de 35 L/h e espaçamento de 4, m x 5, m, operando de forma invertida abaixo do dossel das plantas e a cerca de 1,5 m do solo (Fig. 1). As irrigações foram realizadas, em média, uma vez por semana, sendo a lâmina calculada com base na evapotranspiração da cultura (ETc). Os valores de ETc foram obtidos multiplicando-se a evapotranspiração de referência (ETo) pelos coeficientes da cultura (Kc). 1 D.Sc. Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Viticultura Tropical, Caixa Postal 241, 157-971 Jales, SP. E-mail: marcoafc@cnpuv.embrapa.br.

2 Efeito da irrigação por microaspersão nas condições microclimáticas de vinhedos coletados nos dias anteriores aos dias com irrigação. As avaliações foram realizadas entre o início de julho e o final de setembro de 4, período em que ocorreram poucas chuvas na região (28,5 mm nos três meses). Resultados Nas Figuras 2 a 13, os valores dos coeficientes das equações nos gráficos representam a relação entre os dados obtidos dentro e fora do vinhedo. Fig. 1. Irrigação por microaspersão em um vinhedo. Jales, SP. Foto: M. A. F. Conceição. A ETo foi estimada pelo método de Penman-Monteith, de acordo metodologia apresentada por Allen et al. (1998). Foram utilizados valores de Kc iguais a,4, da poda ao florescimento; e,6 a partir do florescimento. Para a coleta das variáveis meteorológicas, foram empregados dois sistemas automáticos de aquisição de dados, um dentro e outro fora do vinhedo. Os sistemas foram programados para efetuarem registros a cada hora, sendo os sensores aferidos anteriormente, sob as mesmas condições. As variáveis analisadas foram a temperatura (T) e a umidade relativa do ar (UR). Assim, se Tv=,97.Te, por exemplo, considera-se que as temperaturas no vinhedo foram, em média, 3% inferiores às da estação. Quando o coeficiente é igual a 1,, os valores médios no vinhedo são considerados iguais aos da estação. Já os coeficientes de determinação (R 2 ) representam o quanto os pontos estão dispersos em relação à linha de tendência. Quanto mais dispersos, menor o valor de R 2. Dados em geral Na ausência de irrigação, não houve diferença entre os valores médios da temperatura do ar dentro do vinhedo (Tv) e os registrados na estação meteorológica (Te) (Fig. 2). Já, com a irrigação, os valores de Tv apresentaram uma redução de 3% em relação a Te (Fig. 3). No vinhedo, os sensores foram instalados a cerca de 1,8 m de altura, próximos à região dos cachos da cultivar BRS Morena, sobre porta-enxerto IAC 572, que apresentou espaçamentos de 2, m entre plantas e 2,5 m entre fileiras. Os sensores ficaram em um mesmo local durante as avaliações, situando-se na região central do vinhedo, para evitar o efeito das bordaduras. Os resultados registrados dentro do vinhedo foram comparados aos coletados na estação meteorológica da EEVT, uma vez que os registros com e sem irrigação foram obtidos em dias diferentes. Para os valores sem irrigação foram empregados dados 3 1 T geral - sem irrigação Tv = 1,.Te R 2 =,97 1 3 Fig. 2. Relação entre as temperaturas do ar no vinhedo (Tv) e na estação meteorológica (Te), sem irrigação. Jales, SP, 4.

Efeito da irrigação por microaspersão nas condições microclimáticas de vinhedos 3 A umidade relativa média do ar no vinhedo (URv), sem irrigação, foi 3% inferior à observada na estação (URe), enquanto que com irrigação os valores da URv foram 4% superiores aos da URe (Fig. 4 e 5). 35 3 25 15 1 T geral - com irrigação Tv =,97.Te R 2 =,95 1 15 25 3 35 Fig. 3. Relação entre as temperaturas do ar no vinhedo (Tv) e na estação meteorológica (Te), com irrigação. Jales, SP, 4. Período diurno No período diurno (das 6: h às 18: h), verifica-se que os valores de Tv sem irrigação também apresentam-se, em média, iguais aos de Te (Fig. 6), enquanto que com o uso da irrigação os valores de Tv foram 3% inferiores aos de Te (Fig. 7). T diurno - sem irrigação Tv = 1,.Te 3 R 2 =,99 1 1 3 UR geral - sem irrigação 1 URv =,97.URe 8 R 2 =,93 6 6 8 1 Fig. 4. Relação entre a umidade relativa do ar no sem irrigação. Jales, SP, 4. Fig. 6. Relação entre a temperatura do ar no vinhedo período diurno, sem irrigação. Jales, SP, 4. 35 3 25 15 1 T diurno - com irrigação Tv=,97.Te R 2 =,93 1 15 25 3 35 8 6 UR geral - com irrigação URv = 1,4.URe R 2 =,72 6 8 Fig. 7. Relação entre a temperatura do ar no vinhedo período diurno, com irrigação. Jales, SP, 4. Os valores médios de URv, sem a irrigação, apresentaram-se apenas 1% abaixo aos da URe (Fig. 8), enquanto que, com a irrigação, a URv foi 6% superior à URe (Fig. 9). Fig. 5. Relação entre a umidade relativa do ar no com irrigação. Jales, SP, 4. 3

4 Efeito da irrigação por microaspersão nas condições microclimáticas de vinhedos UR diurno - sem irrigação 1 URv =,99.URe 8 R 2 =,98 6 T noturno - sem irrigação Tv = 1,1.Te 3 R 2 =,88 1 6 8 1 1 3 Fig. 8. Relação entre a umidade relativa do ar no durante o período diurno, sem irrigação. Jales, SP, 4. UR diurno - com irrigação 8 URv = 1,6.URe 6 R 2 =,7 6 8 Fig. 9. Relação entre a umidade relativa do ar no durante o período diurno, com irrigação. Jales, SP, 4. Período noturno Durante o período noturno (das 18: h às 6: h), na ausência de irrigação, a temperatura média dentro do vinhedo foi 1% maior do que a da estação (Fig. 1), enquanto que durante a irrigação os valores de Tv ficaram 3% abaixo de Te (Fig. 11). Fig. 1. Relação entre a temperatura do ar no vinhedo período noturno, sem irrigação. Jales, SP, 4. T noturno - com irrigação 35 Tv =,97.Te R 2 =,85 3 25 15 1 1 15 25 3 35 Fig. 11. Relação entre a temperatura do ar no vinhedo período noturno, com irrigação. Jales, SP, 4. A URv média foi 5% menor do que a URe na ausência de irrigação (Fig. 12), enquanto que com o uso da irrigação ela foi apenas 1% inferior à URe (Fig. 13). UR noturno - sem irrigação 1 URv =,95.URe 8 R 2 =,87 6 6 8 1 Fig. 12. Relação entre a umidade relativa do ar no durante o período diurno, sem irrigação. Jales, SP, julho a setembro de 4.

Efeito da irrigação por microaspersão nas condições microclimáticas de vinhedos 5 UR noturno - com irrigação 8 URv =,99.URe 6 R 2 =,62 6 8 Tabela 2. Resumo das relações entre a umidade relativa do ar no vinhedo (URv) e na estação meteorológica (URe), sem irrigação (SI) e com irrigação (CI). Jales, SP, 4. Período URv/URe (SI) URv/URe (CI) Geral,97 1,4 Diurno,99 1,6 Noturno,95,99 Fig. 13. Relação entre a umidade relativa do ar no durante o período diurno, com irrigação. Jales, SP, 4. Discussão Em todos os contextos apresentados, a irrigação apresentou a tendência de reduzir a temperatura e elevar a umidade relativa do ar dentro do vinhedo. Entretanto, as diferenças entre os valores com e sem irrigação foram relativamente pequenas. Com irrigação, as relações entre as temperaturas médias no interior do vinhedo e as obtidas na estação meteorológica (Tv/Te) foram de 3% a 4% inferiores às registradas durante a irrigação (Tabela 1). Tabela 1. Resumo das relações entre a temperatura do ar no vinhedo (Tv) e na estação meteorológica (Te), sem irrigação (SI) e com irrigação (CI). Jales, SP, 4. Período Tv/Te (SI) Tv/Te (CI) Geral 1,,97 Diurno 1,,97 Noturno 1,1,97 Para a infecção por míldio (Plasmopara viticola), principal doença em áreas tropicais, há a necessidade de umidade relativa do ar acima de 95%, para a produção de esporos (NAVES et al., 6). Assim, apenas quando a UR estiver próxima a esse valor é que o uso da irrigação poderá favorecer a ocorrência dessa doença. Ao se analisar os dados horários durante a irrigação, verifica-se que as maiores diferenças entre os valores dentro e fora do vinhedo são observadas no período da tarde (Fig. 14 e 15). Temperatura (ºC) 27, 25, 23, 21, 19, 17, Te Tv 11 13 15 17 19 21 Horário (h) Fig. 14. Valores horários da temperaturas do ar na estação meteorológica (Te) e no vinhedo (Tv) durante a irrigação. Jales, SP, 29 de julho de 4. As relações médias da URv em relação à URe (URv/URe), com irrigação, foram de 4% a 7% superiores às obtidas sem irrigação (Tabela 2). 5

6 Efeito da irrigação por microaspersão nas condições microclimáticas de vinhedos Umidade (%) 6, 55, 5, 45,, 35, URv URe CARDOSO, L. S.; BERGAMASCHI, H.; COMIRAN, F.; CHAVARRIA, G.; MARODIN, G. A. B.; DALMAGO, G. A.; SANTOS, H. P. dos; MANDELLI, F. Alterações micrometeorológicas em vinhedos pelo uso de cobertura de plásticos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 43, n. 4, p. 441-447, 8. 3, 11 13 15 17 19 21 Horário (h) Fig. 15. Valores horários da umidade relativa do ar na estação meteorológica (Te) e no vinhedo (Tv) durante a irrigação. Jales, SP, 29 de julho de 4. CHAVARRIA, G.; SANTOS, H. P. dos; FELIPPETO, J.; MARODIN, G. A. B.; BERGAMASCHI, H.; CARDOSO, L. S.; FIALHO, F. B. Relações hídricas e trocas gasosas em vinhedo sob cobertura plástica. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 3, n. 4, p. 122-129, 8. Esse comportamento deve-se ao fato de que à tarde as temperaturas são mais elevadas e os valores da umidade relativa do ar são menores, fazendo com que a evaporação da água aplicada durante a irrigação seja maior. Com o aumento da evaporação, há uma redução da temperatura e um aumento da umidade do ar no vinhedo, o que faz com que as diferenças em relação aos valores registrados na estação meteorológica também sejam maiores. Assim, se o produtor desejar uma redução da temperatura dentro do vinhedo, esse é o período em que ela ocorre de forma mais acentuada. Referências Bibliográficas ALLEN R. G.; PEREIRA, L.; RAES, D.; SMITH, M. Crop evapotranspiration: guidelines for computing crop water requirements. Rome: FAO, 1998. (FAO. Irrigation and Drainage Paper, 56). LULU, J.; CASTRO, J. V. de; PEDRO JÚNIOR, M. J. Efeito do microclima na qualidade da uva de mesa Romana (A115) cultivada sob cobertura plástica. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.27, n.3, p.422-425, 5. NAVES, R. de L.; GARRIDO, L. da R.; SÔNEGO, O. R. Controle de doenças fúngicas em uvas de mesa na região noroeste do Estado de São Paulo. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 6. 8 p. (Embrapa Uva e Vinho. Circular Técnica, 65). PEDRO JÚNIOR, M. J.; HERNANDES, J. L.; TECCHIO, M. A.; PEZZOPANE, J. R. M. Influência do sistema de condução no microclima, na produtividade e na qualidade de cachos da videira Niagara Rosada, em Jundiaí-SP. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 29, n. 2, p. 313-317, 7. Comunicado Técnico, 95 Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Embrapa Uva e Vinho Rua Livramento, 515 Caixa Postal 13 957- Bento Gonçalves, RS Fone: (xx) 54 3455-8 Fax: (xx) 54 3451-2792 http://www.cnpuv.embrapa.br 1ª edição 1ª impressão (9): On-line Comitê de Publicações Expediente Presidente: Henrique Pessoa dos Santos Secretária-Executiva: Sandra de Souza Sebben Membros: Alexandre Hoffmann, Flávio Bello Fialho, Kátia Midori Hiwatashi, Marcos Botton, Viviane Maria Zanella Bello Fialho Revisão do texto: Autor Tratamento das ilustrações: Autor Normatização bibliográfica: Kátia Midori Hiwatashi CGPE 79