Introdução ao Livro de Jeremias, conhecendo um pouco da vida do profeta

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Transcrição:

Introdução ao Livro de Jeremias, conhecendo um pouco da vida do profeta Paz e Bem! Começamos hoje mais uma leitura bíblica. Vamos agora meditar no livro de Jeremias, mas quem foi ele? Onde viveu? Para isso, vamos mergulhar um pouco na vida dele. Ele era filho de Hilquias, Sacerdote em Ananote (território de Benjamim, hoje Israel). Algumas Bíblias, inclusive a nossa (Versão Ave-Maria) chama Hilquias de Helcias, então, não será estranho se encontrarmos essa diferença no nome. Nasceu em 655 a.c, começou a profetizar por volta de 626 ou 627 a.c e seguiu até 586 a.c. morreu no Egito no mesmo ao e segundo alguns relatos ele foi apedrejado por denunciar a idolatria de seus conterrâneos.

Jeremias era pesquisador e historiador. Acredita-se que tenha sido ele o autor do livro que leva seu nome. A atividade profética de Jeremias se iniciou entre os anos de 626 ou 627 AC (1, 2; 25:3), quando ele ainda era jovem (jer 1,6), razão pela qual teria demonstrado receio ao assumir tal tarefa, e prosseguiu até 586 AC. Durante esse tempo, governaram quatro reis e Jeremias de certa forma influenciou nesses reinados. O reinado de Josias (627 a 609 AC). Que com apenas oito anos de idade, Josias foi nomeado rei pelo povo da terra, expressão que indica a camada rural da sociedade. No início deste reinado, Jeremias proclamou um julgamento contra Israel e Judá por causa de sua infidelidade a Iahweh e sua adesão a outros deuses (idolatria), especialmente os deuses que garantiam a fertilidade da natureza, os chamados baalins. O reinado de Joaquim (609 a 598 AC). Com

a decadência da Assíria (queda de Nínive em 612 AC), outros povos entram no cenário: citas, medos, babilônios e também os egípcios que tentam ressurgir depois de um período decadente. Com isso, a Palestina volta a ser palco de disputas políticas e militares. Josias morre em Megido, em 609 AC (2Rs 23, 29), quando tenta impedir a incursão do Faraó Neco; este, coloca no trono de Judá o despótico Joaquim. O povo detestava Joaquim e Jeremias critica violentamente esse rei (Jr 22,13-19). Sendo que Jeremias, quase perde a vida nessa história. No começo do governo de Joaquim, Jeremias O denuncia como ganancioso, assassino e violento (22, 13-19), pois não cumpre sua função real de exercer a justiça, o direito e de proteger os mais fracos, e vai dizer ao rei que ele, quando morrer, nem merece ser sepultado, mas como um jumento deverá ser jogado para fora das muralhas de Jerusalém, pois, ao contrário de seu pai, Joaquim não conhece Iahweh, o profeta foi ao pátio do Templo e anunciou a destruição de Jerusalém (19, 14-20,6), e, por isso, foi preso por Fassur, chefe da guarda do Templo, surrado e colocado no tronco por uma noite. Depois disso, foi-lhe proibida (36,5), a entrada no Templo. Assim mesmo, Jeremias continua denunciando o povo que se esqueceu de Deus, por falsear o culto, pela falsa segurança, pelas idolatrias e pelas injustiças sociais. E aponta os principais responsáveis: são as pessoas

importantes que detêm o poder em Jerusalém (rei, ministros, falsos profetas, sacerdotes), para isso convoca o escriba Baruc e dita-lhe as Profecias de julgamento contra a nação (36,1-32), no quarto ano do governo de Joaquim, em 605 AC. Em dezembro de 604 AC Jeremias manda Baruc ler o livro, em um momento em que Nabucodonosor atacava a cidade filistéia de Ascalão, vizinha de Judá, é o momento em que o profeta alerta: O inimigo do norte está às portas, ou a conversão ou a destruição. Joaquim mandou queimar o escrito e prender Jeremias e Baruc (36,21-26), que se esconderam e não foram achados. Posteriormente, Jeremias manda que Baruc escreva tudo de novo e ainda acrescenta ao livro outras palavras (36,27-32). Jeremias também luta para desmascarar os falsos profetas (14, 13-16; 23,13-40) que, segundo o profeta: falam em seu próprio interesse, fortalecem as mãos dos perversos, para que ninguém se converta de sua maldade, seduzem o povo com suas mentiras e seus enganos, roubando um do outro a palavra de Iahweh. Jeremias apregoara que este castigo seria decorrente ruptura da aliança. Em Judá, Jeremias só via rebeldia contra Iahweh, levando o povo a maldades e crimes sem conta. Não havia o mínimo conhecimento de Deus, que só é possível através da prática do direito, da justiça, da solidariedade. Os poderosos tramam sistematicamente contra o povo, todos buscam desesperadamente a riqueza e não há paz. A mentira domina desde o ensinamento dos profetas à lei dos sacerdotes, levando o país ao caos. Todos se

tornam inimigos de todos. Impera a idolatria. O fim será trágico, segundo os capítulos 8 e 9 de Jeremias. Jeremias constata a ausência do direito e da verdade entre as pessoas comuns (5,1), mas maior corrupção encontra entre os grandes e poderosos, que não agem mal por ignorância, senão por determinação consciente e persistente (5:4-5). Quanto mais a crise nacional se aprofunda, mais os líderes se recusam a encontrar soluções. Só procuram satisfazer seus interesses imediatos e deixam o país afundar: Eles cuidam da ferida do meu povo superficialmente, dizendo: Paz! Paz!, quando não há paz, (6,14; 8,11). Em 5, 26-28 são descritos os poderosos e suas armadilhas para apanhar o povo e escravizá-lo impunemente. O reinado de Zedequias (597 a 586 AC). Zedequias assume o trono com 21 anos de idade, para dirigir um Judá arruinada, com várias cidades destruídas e uma economia desorganizada, se submete aos babilônios e se mostra indeciso. Nesse momento surge uma disputa para determinar a identidade do Povo de Deus entre aqueles que foram para o Exílio na Babilônia e aqueles que ficaram em Judá.Jeremias se nega a participar de uma visão simplista (cap. 24) e coloca o assunto dentro da política realista: Zedequias e a corte de Jerusalém são incapazes de salvar o povo do desastre. Por isso os deportados ainda são os que podem trazer esperança, pois estão aprendendo uma dura lição. Essa idéia leva Jeremias novamente para a prisão. Em 586 AC, Nabucodonosor resolve

destruir Jerusalém totalmente: incendeia o Templo, o palácio, as casas e derruba as muralhas. Mas permite que Jeremias fique no país, então, o profeta vai viver com Godolias (ou em outras traduções, Gedalias), novo governador da Judéia. Nesse mesmo ano, Godolias é assassinado por um grupo anti-babilônico, liderado por um descendente da casa real de Judá, Ismael, e o profeta se vê forçado a fugir para o Egito, obrigado por Joanã (um dos comandantes do exército de Judá). Esse grupo passa a residir na cidade de Tafuis, cidade situada a leste do delta do Nilo, onde passa a repreender a idolatria que seus conterrâneos ali praticavam (40,7-44,30). Caríssimos irmãos vemos que Jeremias como Profeta do Senhor defendeu a verdade, mesmo que isso lhe custasse noites na prisão, fugas, manterse escondido. Jeremias denunciava aquilo que desagradava a Deus.Hoje somos chamados a ser como ele, Nossa Senhora de Anguera nos convida a Amar e defender a verdade. Que possamos aprender a cada dia com a leitura do livro de Jeremias. Um homem do povo, que tinha suas atribuições, foi escolhido pelo Senhor e morreu denunciando a idolatria e outros pecados e amando e defendendo AA verdade. Nossa introdução histórica sobre Jeremias foi fruto de pesquisas em diversos sites, mas o a maior parte do texto, foi da Wikipédia, pois esse se aproximou do Jeremias que imaginava que fosse. Um homem comum, para mostrar que Deus não escolhe

os capacitados, mas que capacita os escolhidos. Seja um Jeremias nas mãos do Senhor! Grupo de Oração Mensageiros de Nossa Senhora de Anguera!