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Transcrição:

DATA: Sábado, 25 de Setembro de 1993 NÚMERO: 226/93 SÉRIE I-A EMISSOR: Ministério do Emprego e da Segurança Social DIPLOMA/ACTO: Decreto-Lei n.º 327/93 SUMÁRIO: Estabelece o enquadramento dos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas no regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem. ALTERAÇÕES: Decreto-Lei n.º 103/94, de 20 de Abril, altera os artigos 6.º e o artigo 11.º e revoga a alínea b) do artigo 7.º e o n.º 1 do artigo 17.º do Decreto- Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro. Lei nº 10-B/96, de 23 de Março, altera o artigo 13º do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, e artº 5º do Decreto-Lei n.º 103/94, de 20 de Abril. Decreto-Lei n.º 571/99, de 24 de Dezembro, altera os artigos 6.º e 9.º do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro. TEXTO INTEGRAL O Decreto-Lei n.º 8/82, de 18 de Janeiro, integrou no âmbito do regime de segurança social dos trabalhadores independentes os administradores, directores e gerentes de sociedades. Essa opção fundamentou-se na natureza específica da relação jurídica de prestação de serviços, não subsumível num contrato de trabalho, estabelecida entre aqueles agentes e as pessoas colectivas de cuja gestão são encarregados. Não obstante esse enquadramento formal no regime de segurança social dos trabalhadores por conta própria, em conjunto com os empresários em nome individual e os profissionais livres, a verdade é que a efectiva existência de uma entidade jurídica, a pessoa colectiva, distinta da pessoa dos respectivos administradores, directores e gerentes, que beneficia da actividade por eles desenvolvida, determinou a previsão legal de alguns ajustamentos, que caracterizam o seu estatuto perante a segurança social. Assim, as normas que especificamente lhes foram aplicáveis em matéria de benefícios e as que regulam a obrigação contributiva estão mais próximas dos preceitos que regulam o regime dos trabalhadores por conta de outrem do que das regras que são próprias dos demais trabalhadores independentes. Entretanto, a entrada em vigor do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) veio também, de certo modo, consagrar a aproximação dos administradores, directores e gerentes das pessoas colectivas aos trabalhadores subordinados. De facto, a alínea a) do n.º 3 do artigo 2.º daquele Código veio considerar como rendimento de trabalho dependente «as remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas ou entidades equiparadas, com excepção dos que neles participem como revisores oficiais de contas». Por estas razões, tanto de natureza jurídica como social, afigura-se agora mais ajustado integrar no âmbito pessoal do regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem os membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas e entidades equiparadas. As particularidades que caracterizam o estatuto profissional destes beneficiários determinam, porém, alguns ajustamentos no âmbito do regime geral no que diz respeito à obrigação contributiva. Assim, embora a base de incidência contributiva corresponda ao valor das remunerações reais dos beneficiários, estabelece-se um limite máximo, igual a 12 vezes o valor da remuneração mínima mensal mais elevada garantida por lei à generalidade dos trabalhadores.

Porém, mediante acordo escrito entre a entidade contribuinte e o beneficiário, e desde que cumpridas determinadas condições legalmente previstas, permite-se a eliminação daquele limite, de modo a fazer incidir as contribuições sobre a totalidade das remunerações efectivamente auferidas. Mantém-se, no entanto, o limite mínimo do valor de base de incidência contributiva fixado no montante da remuneração mínima mensal garantida aos trabalhadores. A especificidade do vínculo que une os administradores, directores e gerentes abrangidos pelo presente diploma às pessoas colectivas a cujos órgãos estatutários pertencem, bem como as características de exercício da respectiva actividade, determinam algumas dificuldades, a que é preciso atender, na caracterização de uma possível situação de desemprego involuntário. Deste modo, o âmbito material do regime geral dos trabalhadores por conta de outrem não integra, em relação aos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas, a protecção naquela eventualidade. Assim, no desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 28/84, de 14 de Agosto, e nos termos das alíneas a) e c) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1.º Objectivo O presente diploma visa assegurar a efectivação do direito à segurança social dos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas, bem como das entidades que sejam equiparadas a pessoas colectivas. Artigo 2.º Equiparação a pessoas colectivas Para os efeitos do presente diploma, são equiparadas a pessoas colectivas: a) As entidades a quem a lei confere personalidade jurídica após o respectivo processo de formação, entre o momento em que tiverem iniciado esse processo e aquele em que o tiverem terminado; b) As entidades desprovidas de personalidade jurídica que, prosseguindo objectivos próprios e realizando actividades diferenciadas das dos seus sócios ou membros, sejam, nessa qualidade, considerados sujeitos passivos do imposto sobre os rendimentos das pessoas colectivas. CAPÍTULO II Âmbito pessoal Artigo 3.º Enquadramento como beneficiários São abrangidos pelo regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem, com as especificidades constantes deste diploma, na qualidade de beneficiários, os membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas e entidades equiparadas, ainda que seus sócios ou membros e independentemente da respectiva nacionalidade.

Artigo 4.º Enquadramento como contribuintes As pessoas colectivas e as entidades equiparadas são, para os efeitos deste diploma, consideradas entidades empregadoras, ficando abrangidas, na qualidade de contribuintes, pelo regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem. Artigo 5.º Pessoas singulares abrangidas Consideram-se abrangidos pelo presente diploma, na qualidade de beneficiários: a) Os administradores, directores e gerentes das sociedades e das cooperativas; b) Os administradores de pessoas colectivas gestoras ou administradoras de outras pessoas colectivas, quando contratados a título de mandato para aí exercerem funções de administração, desde que a responsabilidade pelo pagamento das respectivas remunerações seja assumida pela administrada; c) Os gestores de empresas públicas ou de outras pessoas colectivas, qualquer que seja o fim prosseguido, que não se encontrem obrigatoriamente abrangidos pelo regime de protecção social da função pública nem tenham optado, nos termos legais, por diferente regime de protecção social de inscrição obrigatória; d) Os membros dos órgãos internos de fiscalização das pessoas colectivas; e) Os membros dos demais órgãos estatutários das pessoas colectivas. Artigo 6.º Pessoas singulares excluídas São excluídos do âmbito de aplicação do presente diploma: a) Os membros de órgãos estatutários de pessoas colectivas sem fim lucrativo que não recebam pelo exercício da respectiva actividade qualquer tipo de remuneração; b) Os sócios que, nos termos do pacto social, detenham a qualidade de gerentes, mas não exerçam, de facto, essa actividade nem aufiram a correspondente remuneração; c) Os trabalhadores por conta de outrem eleitos, nomeados ou designados para cargos de gestão nas entidades a cujo quadro pertencem, quando já abrangidos por regime de protecção social de inscrição obrigatória; d) Os sócios gerentes de sociedades constituídas exclusivamente por profissionais incluídos na mesma rubrica da lista anexa ao Código do IRS e cujo fim social seja o exercício daquela profissão; e) As pessoas que, integrando as situações referidas no artigo anterior, sejam nomeadas, por imperativo legal, para funções a que corresponda inscrição em lista oficial especialmente elaborada para esse efeito, a qual contém os nomes das pessoas habilitadas para o exercício de tais funções,

designadamente as correspondentes às funções de gestores judiciais ou revisores oficiais de contas; f) Os membros dos órgãos estatutários das sociedades de agricultura de grupo e das cooperativas de produção e de serviços. Artigo 7.º Comprovação da exclusão A não aplicação deste diploma às pessoas singulares referidas no artigo anterior depende: a) Da comprovação das respectivas situações, incluindo, nos casos previstos nas alíneas a) e b), da inexistência de remuneração; b) Revogado pelo DL 103/94 Artigo 8.º Cidadãos estrangeiros excluídos 1 - Consideram-se excluídos do âmbito de aplicação do presente diploma os cidadãos estrangeiros que, integrando as situações referidas na alínea a) do artigo 5.º do presente diploma, exerçam actividade temporária em Portugal por um período limitado e provem a sua vinculação a um regime de protecção social de outro país. 2 - Salvo o disposto em instrumento internacional a que Portugal se encontre vinculado, o período a que se refere o número anterior tem o limite de um ano, prorrogável por igual período, mediante autorização do Departamento de Relações Internacionais e Convenções de Segurança Social, a requerimento do interessado. 3 - Nos casos em que os conhecimentos técnicos ou as aptidões especiais das pessoas referidas no n.º 1 deste artigo o justifiquem, será dado consentimento por um período superior, para efeitos de exclusão da aplicação do presente diploma. CAPÍTULO III Regime contributivo Artigo 9.º Base de incidência das contribuições 1 - A base de incidência das contribuições devidas pelas entidades contribuintes em função de beneficiários abrangidos pelo presente diploma corresponde ao valor das remunerações por eles efectivamente auferidas, com o limite mínimo igual ao valor da remuneração mínima mensal mais elevada garantida por lei à generalidade dos trabalhadores e o limite máximo igual a 12 vezes o valor da mesma remuneração mínima. 2 - O limite máximo fixado no número anterior é aferido em função do conjunto das remunerações auferidas pelos membros dos órgãos estatutários nas várias pessoas colectivas em que exerçam actividade.

Artigo 10.º Remunerações abrangidas 1 - Para efeitos do disposto no artigo anterior, considera-se que integram a remuneração dos administradores, directores e gerentes abrangidos pelo presente diploma os montantes pagos a título de gratificação, desde que atribuídos em função do exercício de actividade de gerência sem adstrição à qualidade de sócio e sem que sejam imputáveis aos lucros. 2 - Os valores das gratificações que, nos termos do número anterior, integrem o conceito de remuneração devem ser declarados por referência aos meses civis a que se reportam. 3 - Na falta da declaração a que se refere o número anterior, devem os valores das gratificações ser parcelados e registados por referência ao mês a que respeita a folha de remunerações e aos 11 meses civis imediatamente anteriores em que não se tenha verificado registo de remunerações por equivalência. Artigo 11.º Base de incidência optativa Os membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas abrangidas pelo presente diploma podem optar pelo pagamento de contribuições com base no valor real das remunerações quando estas excedam o limite máximo da base de incidência fixado no artigo 9.º, de acordo com as regras estabelecidas no artigo seguinte. Artigo 12.º Exercício da opção 1 - A opção pela base de incidência é válida se for aprovada pelo órgão da pessoa colectiva competente para a designação do membro do órgão estatutário interessado. 2 - A opção produz efeitos a partir do mês seguinte ao da sua comunicação à instituição de segurança social competente, mas só pode ter lugar em relação a beneficiário com idade inferior a 55 anos e que se encontre capaz para o exercício da sua actividade. 3 - A capacidade para o exercício da actividade é atestada pelo médico assistente do beneficiário, mas a instituição de segurança social pode a todo o tempo determinar que a situação seja confirmada pelo respectivo serviço de verificação de incapacidades permanentes. Artigo 13.º Taxa contributiva 1 - O cálculo das contribuições devidas em função das pessoas abrangidas pelo presente diploma é efectuado pela aplicação, à base de incidência estabelecida, da taxa de 31,25%, correspondendo 21,25% às entidades contribuintes e 10% aos beneficiários (taxa fixada pela Lei nº 10-B/96, de 23 de Março, que aprovou o Orçamento de Estado para 1996). 2 revogada.

Artigo 14.º Exclusão de bonificações contributivas As bonificações contributivas previstas na lei para as empresas que admitam, por tempo indeterminado, trabalhadores em situação de primeiro emprego e deficientes não são aplicáveis em relação às pessoas abrangidas pelo presente diploma. CAPÍTULO IV Âmbito material Artigo 15.º Eventualidades protegidas As pessoas abrangidas como beneficiários pelo presente diploma têm direito às prestações garantidas, no âmbito do regime geral, nas eventualidades de doença, maternidade, doença profissional, invalidez, velhice, morte e encargos familiares. CAPÍTULO V Disposições transitórias e finais Artigo 16.º Disposição transitória 1 - Os gerentes equiparados a comerciantes em nome individual que, à data da entrada em vigor do presente diploma, estivessem abrangidos pelo n.º IV do Despacho n.º 9/82, de 25 de Março, publicado no Diário da República, 2.ª série, de 31 de Março de 1982, podem continuar abrangidos pelo regime dos trabalhadores independentes, desde que, na sequência de notificação pela instituição competente, façam prova de que mantêm a situação de facto determinante da aplicação daquela disposição. 2 - A prova a que se refere o número anterior deve ser realizada de três em três anos. Artigo 17.º Regulamentação 1 - Revogado pelo DL 103/94. 2 - Os procedimentos administrativos a adoptar no âmbito da aplicação do presente diploma e seus regulamentos são aprovados por portaria do Ministro do Emprego e da Segurança Social. Artigo 18.º Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor no dia de 1 de Janeiro de 1994. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 8 de Julho de 1993. - Aníbal António Cavaco Silva - José Luís Campos Vieira de Castro. Promulgado em 3 de Setembro de 1993. Publique-se.O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 7 de Setembro de 1993.O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.

DIPLOMAS QUE ALTERARAM O DL 327/93 DATA: Quarta-feira, 20 de Abril de 1994 NÚMERO: 92/94 SÉRIE I-A EMISSOR: Ministério do Emprego e da Segurança Social DIPLOMA/ACTO: Decreto-Lei n.º 103/94 SUMÁRIO: Altera o Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro (estabelece o enquadramento dos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas no regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem) TEXTO INTEGRAL O Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, procedeu à reformulação do enquadramento na segurança social dos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas, mediante a sua integração, embora com particularidades, no regime geral dos trabalhadores por conta de outrem. No entanto, dada a extrema variedade, especificidade e mutabilidade das situações em que podem encontrar-se os membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas, mostra-se necessário desenvolver e enriquecer o respectivo regime jurídico, de modo a facilitar a aplicação das normas, em adequação ao diversificado estatuto sócio-profissional dos interessados e aos princípios estabelecidos no Decreto-Lei n.º 327/93. Assim: No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 28/84, de 14 de Agosto, e nos termos das alíneas a) e c) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Exclusão de enquadramento em caso de acumulação com outra actividade ou com situação de pensionista 1 - São excluídos do âmbito de aplicação do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, os membros de órgãos estatutários de pessoas colectivas com fins lucrativos que não recebam, pelo exercício da respectiva actividade, qualquer tipo de remuneração e se encontrem numa das seguintes situações: a) Sejam abrangidos por regime obrigatório de protecção social em função do exercício de outra actividade em acumulação com aquela; b) Sejam pensionistas de invalidez ou de velhice de regimes obrigatórios de protecção social, nacionais ou estrangeiros. 2 - Consideram-se regimes obrigatórios de protecção social o regime geral e os regimes especiais de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem, o regime de segurança social dos trabalhadores independentes, o regime de protecção social da função pública e o regime que abrange os advogados e solicitadores, bem como os regimes de protecção social estrangeiros relevantes para efeitos de coordenação com os regimes de segurança social portugueses.

Artigo 2.º Base de incidência nos casos de acumulação de actividades remuneradas A base de incidência das contribuições relativas aos membros dos órgãos estatutários de pessoas colectivas que aufiram remuneração e se encontrem abrangidos por regime obrigatório de protecção social pelo exercício, em acumulação, de outra actividade, não está sujeita ao limite mínimo fixado no artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro. Artigo 3.º Enquadramento exclusivo como membros de órgãos estatutários de pessoas colectivas A base de incidência das contribuições relativas aos membros dos órgãos estatutários de pessoas colectivas que não exerçam outra actividade em função da qual estejam enquadrados em regime obrigatório de protecção social nem sejam pensionistas está sujeita aos limites, mínimo e máximo, fixados no artigo 9.º do Decreto-lei n.º 327/93, de 25 de Setembro. Artigo 4.º Verificação de situações 1 - A inexistência de remuneração, para os efeitos deste diploma e do Decreto- Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, é verificada pela apresentação, à instituição de segurança social competente para proceder ao enquadramento, de cópia do pacto social ou da acta da assembleia geral de que resulte a referida situação. 2 - O enquadramento em regime obrigatório de protecção social é certificado mediante declaração do empregador ou entidade equiparada ou do serviço público de que dependa o interessado. 3 - O não pagamento de contribuições relativas aos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas com fundamento na suspensão ou na cessação da actividade destas ou na daqueles membros, depende da comprovação da situação perante a instituição de segurança social competente. Artigo 5.º Taxa contributiva Revogada pela Lei nº 10-B/96, de 23 de Março, que aprovou o Orçamento de Estado para 1996. (abaixo transcrito) Artigo 6.º Nova redacção O artigo 6.º e o artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, passam a ter a seguinte redacção:

Alterações já introduzidos no local próprio Artigo 7.º Norma revogatória São revogados a alínea b) do artigo 7.º e o n.º 1 do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro. Artigo 8.º Produção de efeitos O presente diploma reporta os seus efeitos à data da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro. Visto e aprovado em Conselho de Ministro de 10 de Março de 1994. - Aníbal António Cavaco Silva - José Bernardo Veloso Falcão e Cunha. Promulgado em 31 de Março de 1994. Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 6 de Abril de 1994. O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. DATA: Sexta-feira, 24 de Dezembro de 1999 NÚMERO: 298/99 SÉRIE I-A EMISSOR: Ministério do Trabalho e da Solidariedade DIPLOMA/ACTO: Decreto-Lei n.º 571/99 SUMÁRIO: Altera o Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, que estabelece o regime de segurança social aplicável aos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas TEXTO INTEGRAL O Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, enquadrou no regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem, embora com especificidades, os membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas. Mostra-se, porém, necessário rever algumas das suas normas com vista a facilitar a sua interpretação e aplicação. É o caso da alínea e) do artigo 6.º, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 103/94, de 20 de Abril, que tem sido interpretada no sentido de excluir do regime as pessoas nomeadas pelo Governo para os órgãos de gestão, nomeadamente das empresas públicas, pelo que se procede à sua clarificação. Também no tocante à base de incidência de contribuições, que, embora corresponda ao valor das remunerações efectivamente auferidas pelos beneficiários, tem a particularidade de estar sujeita a um limite mínimo e máximo, importa introduzir ajustamentos no artigo 9.º, pelo facto de muitos membros de órgãos estatutários exercerem as suas funções em mais de uma entidade contribuinte.

Assim, no desenvolvimento do regime jurídico estabelecido na Lei n.º 28/84, de 14 de Agosto, e nos termos das alíneas a) e c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta, para valer como lei geral da República, o seguinte: Artigo 1.º Os artigos 6.º e 9.º do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, passam a ter a seguinte redacção: Alterações introduzidos no local próprio Artigo 2.º Situações constituídas 1 - Os membros dos órgãos estatutários de pessoas colectivas com idade superior a 55 anos que, à data da entrada em vigor do presente diploma, estejam a contribuir sobre uma base de incidência superior ao limite máximo fixado no artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, na redacção dada por este diploma, podem manter aquela base de incidência. 2 - Os beneficiários abrangidos pelo número anterior podem, a todo o tempo, requerer que a base de incidência seja reduzida para o limite máximo estabelecido na lei. Artigo 3.º Natureza interpretativa A alínea e) do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, na redacção dada pelo presente diploma, tem natureza interpretativa. Artigo 4.º Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor no dia 1 do mês seguinte ao da sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 18 de Novembro de 1999. - António Manuel de Oliveira Guterres - Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues. Promulgado em 10 de Dezembro de 1999. Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 16 de Dezembro de 1999. O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.