VIA SACRA NO ANO DA FÉ

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Transcrição:

VIA SACRA NO ANO DA FÉ Nova Oeiras 24 de Fevereiro de 2013 VIGARARIA DE OEIRAS

Acolhimento V. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. R. Amen. Irmãos e irmãs, aqui reunidos, somos convidados a meditar a Paixão de Cristo. A Ele uniram-se muitas gerações de cristãos ao longo dos séculos. Em pleno Ano da Fé, seremos guiados ao longo desta Via Sacra pelas palavras do Sr. Patriarca na sua Carta Pastoral A Peregrinação da Fé que nos ajudará a percorrer juntos o caminho da cruz, para chegarmos a contemplar com o olhar da fé a vitória da alegria sobre a tristeza, do amor sobre o ódio, da vida sobre a morte. Iremos contemplar em cada estação o testemunho de personagens bíblicas trilhando o caminho de fé proposto pela Carta aos Hebreus, para que nos tornemos também nós fortes na fé e generosos no seguimento de Jesus Cristo. Introdução - D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 1. O Santo Padre Bento XVI proclamou um Ano da Fé, para celebrar cinquenta anos da Abertura do Concílio Ecuménico Vaticano II e assim preparar a Igreja para a sua missão evangelizadora, respondendo ao desafio de uma nova evangelização. Há cinquenta anos o Concílio foi uma resposta de fé às exigências da missão da Igreja de anunciar o Evangelho no mundo contemporâneo em acelerada transformação. Ele foi, antes de mais, uma afirmação de fé na Igreja como enviada de Jesus Cristo e sacramento de salvação. No Concílio a Igreja olhou para si mesma com fé, meditou no seu mistério, na sua identificação com Cristo, pois só a essa luz ela descobrirá a sua vocação à santidade, a sua maneira de celebrar o mistério pascal, e se deixará possuir pela urgência da evangelização. Como os Apóstolos de Jesus, ela é a enviada ao mundo, com amor, difundindo em todas as circunstâncias da vida dos homens a luz de Cristo. Viver um Ano da Fé supõe, necessariamente, aceitar a atualidade do Concílio como expressão da fé da Igreja e viver a nossa fé de forma que ela tenha esse novo ardor que nos há de pôr a caminho em ordem à santidade e ao anúncio da salvação na nossa sociedade contemporânea. Oração Senhor Pai Santo, que nos amastes até sacrificardes o vosso Filho muito amado, fazei de nós verdadeiros discípulos de Cristo experimentados na sabedoria da cruz, firmes na fé e alegres na esperança da salvação eterna. Por Cristo Nosso Senhor.

Cruz e Tochas: Nova Oeiras 1ª Estação Jesus é condenado à morte ABEL V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 1-4 (São Julião) Da Carta aos Hebreus A fé é garantia das coisas que se esperam e certeza daquelas que não se veem. Foi por ela que os antigos foram aprovados. Pela fé, sabemos que o mundo foi organizado pela palavra de Deus, de modo que o que se vê provém de coisas não visíveis. Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício maior que o de Caim; com base nela, foi declarado justo, porque Deus aceitou os seus dons e, por meio dela, fala ainda depois da morte. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 2. (São Julião) O Santo Padre Bento XVI lembrou-nos que a fé é uma porta que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja. É possível cruzar este limiar quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar aquela Porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira É, pois, um longo caminho, percorrido pessoalmente e em Igreja, que dura toda a vida. Na parábola dos trabalhadores da vinha (cf. Mt 20,1-16) é dito que se pode sempre entrar. O Santo Padre diz que esta porta está sempre aberta; e essa porta é o próprio Cristo. Entrar por ela é escolher uma perspetiva de vida que é a do próprio Senhor, que nos une a Ele para vivermos como Ele viveu. É um longo caminho, comparável à experiência da peregrinação. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

2ª Estação Jesus carrega a sua cruz ENOCH Cruz e Tochas: Algés V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 5-6 (Nova Oeiras) Da Carta aos Hebreus Pela fé, Henoc foi arrebatado, para não ver a morte, e não foi encontrado porque Deus o tinha levado. Porém, antes de ser levado, obtivera o testemunho de que tinha agradado a Deus. Ora, sem a fé é impossível agradar-lhe; e quem se aproxima de Deus tem de acreditar que Ele existe e recompensa aqueles que o procuram. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 2. (Nova Oeiras) Durante este ano somos convidados a percorrer este caminho, em Igreja, onde nos apoiamos uns aos outros, aprendemos uns com os outros e nos fortalecemos mutuamente, sabendo que é o Senhor quem nos guia. O peregrino ainda não chegou ao santuário que o atrai; pode perder-se no caminho, sofrer o cansaço e a tentação do desânimo. O peregrino deve manter o coração atento Àquele que o atrai e que é o motivo da sua caminhada; deve confiar humildemente que as agruras do caminho não impedem a chegada ao santuário. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

3ª Estação Jesus cai pela primeira vez NOÉ Cruz e Tochas: Barcarena V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 7 (Algés) Da Carta aos Hebreus Pela fé, Noé, avisado acerca de coisas que ainda se não viam, e, tomando o aviso a sério, construiu uma Arca para salvar a sua família; por essa fé, condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça que se obtém pela fé. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 3. (Algés) Em Igreja diocesana, vamos continuar a nossa peregrinação da fé. Para vivermos este Ano como uma peregrinação da fé temos de, com humildade e verdade, ver qual é o nosso ponto de partida, quais as etapas deste caminho e qual o ponto de chegada que nos atrai. Qual é o nosso ponto de partida, pessoalmente e como membros da Igreja? Qual é a nossa relação com Jesus Cristo? É uma relação de amor e de fidelidade? Acreditamos que somos um com Ele, membros do seu Corpo que é a Igreja? Como escutamos a sua Palavra? Aceitamos que Ele muda a nossa vida? Como celebramos a Eucaristia? Damos testemunho d Ele aos outros homens nossos irmãos? Uma análise sincera do nosso ponto de partida, é exigida pela sinceridade da nossa peregrinação. Precisamos de fazer este exame de consciência em Igreja. O que Deus nos pede e nos dá é para cada um de nós, mas é prioritariamente para o seu Corpo, a Igreja que é o seu Corpo místico. Esta peregrinação só se pode fazer em Igreja. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

4ª Estação Jesus encontra a Sua Mãe

ABRÃAO Cruz e Tochas: Carnaxide V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 8-10. 17-19 (Barcarena) Da Carta aos Hebreus Pela fé, Abraão, ao ser chamado, obedeceu e partiu para um lugar que havia de receber como herança e partiu sem saber para onde ia. Pela fé, estabeleceu-se como estrangeiro na Terra Prometida. Pela fé, Abraão, quando foi posto à prova, estava preparado para oferecer o seu único filho, ele que tinha recebido as promessas e a quem tinha sido dito: Por meio de Isaac será assegurada a tua descendência. De facto, ele pensava que Deus tem até poder para ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, recuperou o seu filho. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 3. (Barcarena) Durante esta nossa peregrinação temos de purificar este desejo da vida definitiva em Deus. O que significa, para nós, esta caminhada para a vida eterna? Estamos demasiadamente marcados e motivados pela vida neste mundo, sem aceitar que ela é efémera e passageira, que o Senhor nos criou para a vida eterna. A Liturgia, que é a principal expressão da fé da Igreja, aviva-nos sempre essa esperança. É na Eucaristia que a Igreja se sente peregrina da Jerusalém celeste e que descobre que a vida presente pode ser vivida ao ritmo da eternidade, como primícias da vida definitiva. Supondo que cada um de nós purifica, na humildade e na verdade, o momento presente da sua fé, tomemos consciência das etapas que queremos percorrer nesta peregrinação. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

Cruz e Tochas: Cruz Quebrada 5ª Estação Simão de Cirene carrega a cruz de Jesus SARA V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 11-12 (Carnaxide) Da Carta aos Hebreus Pela fé, também Sara, apesar da sua avançada idade, recebeu a possibilidade de conceber, porque considerou fiel aquele que lho tinha prometido. Por isso, de um só homem, e já marcado pela morte, nasceu uma multidão tão numerosa como as estrelas do céu e incontável como a areia da beira-mar. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 4a. (Carnaxide) A fé torna-se a surpresa da salvação. Em que consiste essa surpresa? Deus criou o homem à sua Imagem, para atingir a felicidade e a plenitude da vida na comunhão de amor com Ele e n Ele com todos os homens seus irmãos. Para isso ser possível, Deus criou o homem livre. A felicidade que deseja para nós, tem de ser querida e escolhida. A essência da liberdade é a capacidade de escolher sempre a verdadeira vida e o amor. Mas foi exatamente no exercício dessa liberdade que o homem se afastou de Deus, e isso alterou profundamente a qualidade e o sentido da sua vida. Será que Deus ficou tão triste e magoado que abandonou a humanidade ao seu destino? Mostra que não quando lhe dirige a sua Palavra, em acontecimentos que são sinais do seu amor e na palavra dos Profetas. Deus diz aos homens que não os abandonou, que os ama, que continua a querer para eles a felicidade eterna. Quando o homem escuta essa Palavra, fica comovido, acredita, reacende a esperança. A fé dá-lhe segurança. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

6ª Estação Verónica enxuga o rosto de Jesus ISAAC Cruz e Tochas: Caxias V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 20 (Cruz Quebrada) Da Carta aos Hebreus Pela fé, Isaac abençoou Jacob e Esaú, relativamente às coisas futuras. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 4b. (Cruz Quebrada). A fé é a resposta do homem a essa manifestação do amor de Deus. A fé traz consigo a esperança de vencer o pecado que nos separa de Deus e de reconstruir a intimidade com Ele. Ela não tem a luz da felicidade original, não nos faz experimentar ainda o esplendor da vida eterna. É uma adesão humilde e corajosa ao amor de Deus que nos quer salvar. É uma etapa exigente e redentora, donde brota já uma luz nova, a luz da fé, que ilumina o caminho a percorrer, mas que tem a exigência da redenção. O caminho novo que ela nos abre exige conversão e redenção. Deus promete-nos a plenitude da vida eterna, mas isso supõe uma transformação da vida, já neste mundo, tornando-a digna de viver com Deus. Não se vai para o Céu só porque Deus é bom e esquece os nossos pecados; temos de aceitar a conversão da nossa vida, a purificação da nossa liberdade, que Deus vai fazendo em nós na caminhada da fé. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

Cruz e Tochas: Linda-a-Velha 7ª Estação Jesus cai pela segunda vez JACOB V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 21 (Caxias) Da Carta aos Hebreus Pela fé, Jacob, estando para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e prostrou-se, apoiando-se na extremidade do seu bastão. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 5. (Caxias) A Palavra de Deus é a grande protagonista da História da Salvação. Nela Deus revela-se como Deus-amor; escutá-l O é conhecê-l O, não teoricamente, mas numa experiência de vida, porque a salvação é um caminho de redenção que exige uma nova maneira de viver. Deus revela-nos na sua Palavra o caminho dessa vida nova. Acolher a Palavra é acreditar. Mas a escuta da Palavra contem em gérmen toda a perfeição cristã: a fé, porque a Palavra é revelação; a esperança, porque a Palavra é promessa; o amor, porque nos desafia à intimidade com Deus e nos convida à obediência aos mandamentos do Senhor. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

Cruz e Tochas: Oeiras 8ª Estação Jesus encontra-se com as mulheres de Jerusalém JOSÉ V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 22 (Linda-a-Velha) Da Carta aos Hebreus Pela fé, José, no fim da vida, evocou o êxodo dos filhos de Israel e deu instruções acerca dos seus ossos. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 5. (Linda-a-Velha) No Antigo Testamento os Profetas para anunciarem, com a sua própria palavra, a Palavra de Deus, são possuídos por ela. Deus fala-lhes com tanta força que os leva a anunciarem como Palavra de Deus o que Deus lhes disse. Este dinamismo tornase pleno e definitivo em Jesus Cristo, Palavra eterna, humanizada em Jesus de Nazaré. Tudo em Jesus é Palavra de Deus e não apenas as palavras da sua pregação. A partir desse momento em que a Palavra eterna de Deus, o Seu Verbo, se fez Homem no seio de Maria, basta acolhê-l O, escutando o que Ele ensina, seguindo-o com a totalidade da nossa vida, amando-o, partilhando com Ele o caminho da redenção. Ele é plenamente revelação, Lei e promessa. É por isso que, na tradição cristã se tornou claro que o que Deus pede ao cristão é que escute Jesus Cristo. Escutar o Senhor é acolhê-l O na totalidade do seu mistério. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

9ª Estação Jesus cai pela terceira vez MOISÉS Cruz e Tochas: Outurela V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 23-29 (Oeiras) Da Carta aos Hebreus Pela fé, Moisés, acabado de nascer, foi escondido durante três meses pelos seus pais, porque viram que o menino era belo e não tiveram medo do decreto do rei. Pela fé, Moisés, já crescido, recusou ser chamado filho da filha do Faraó, preferindo ser maltratado com o povo de Deus a desfrutar por breve tempo o gozo do pecado. Ele considerou a humilhação de Cristo uma riqueza maior do que os tesouros do Egipto, pois tinha os olhos fixos na recompensa. Pela fé, deixou o Egipto, sem temer a ira do rei, mantendo-se firme, como se contemplasse o Invisível. Pela fé, celebrou a Páscoa e fez a aspersão do sangue, a fim de que o Exterminador não tocasse nos primogénitos de Israel. Pela fé, atravessaram o Mar Vermelho como se fosse terra seca. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 6. (Oeiras) A nossa peregrinação da fé tem de ser marcada por esta escuta de Jesus, da sua Palavra, da sua Pessoa, dos seus mandamentos, da sua promessa. No dia do Pentecostes Pedro, cheio da força do Espírito, proclama solenemente o mistério de Jesus Cristo (cf. Act. 2,14-36). O anúncio de Jesus Cristo, com a força da fé de quem o faz, rasga o coração. Mais uma vez o anúncio da salvação é uma surpresa. Jesus Cristo, se O escutarmos e O acolhermos, rasga-nos o coração, é como se a nossa vida começasse de novo. Os Apóstolos vão perceber, em Igreja, que Cristo é o caminho, e que segui-l O e imitá-l O é o novo caminho de vida. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

Cruz e Tochas: Paço de Arcos 10ª Estação Jesus é despojado das suas vestes BARAC V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 32-33 (Outurela) Da Carta aos Hebreus Que mais direi? Faltar-me-ia o tempo se quisesse falar acerca de Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, David e Samuel e dos profetas, os quais, pela fé, conquistaram reinos, exerceram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca de leões. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 6. (Outurela) Neste Ano da Fé precisamos, antes de mais, que a Palavra seja proclamada com o ardor com que os Apóstolos o fizeram no dia de Pentecostes. A proclamação do Evangelho não é, apenas, o anúncio de uma doutrina, mas da Pessoa de Jesus. Só essa toca no coração e o transforma. Isto desafia todos os anunciadores da Palavra, sacerdotes, diáconos, leitores, catequistas. Que ninguém proclame a Palavra sem antes a ter meditado e rezado sobre ela. Como nos profetas é preciso deixar que ela penetre em nós e nos invada, para a podermos anunciar. A nova evangelização supõe esse novo ardor na escuta da Palavra que, por ministério, devemos anunciar. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

11ª Estação Jesus é pregado na cruz GEDEÃO Cruz e Tochas: Porto Salvo V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 34 (Paço de Arcos) Da Carta aos Hebreus Pela fé extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza, recobraram a força, tornaram-se fortes na guerra, e puseram em fuga exércitos estrangeiros Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 7. (Paço de Arcos) A fé é um caminho contínuo de conversão. Deus indica àqueles que acreditaram o caminho da vida nova, luta de todos os dias enquanto estivermos neste mundo. A indicação desse caminho faz parte da mensagem da Palavra de Deus, é vontade do próprio Senhor. Já vimos que a Palavra de Deus, além de ser revelação é Lei, isto é, mandamento, indicação do caminho da vida nova, da fidelidade a Jesus que nos convida a segui-l O. Não há caminhada da fé sem fidelidade aos mandamentos. E qual é esse mandamento do Senhor, os mandamentos da Lei de Deus, como aprendemos no catecismo? Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com toda a tua mente e ao teu próximo como a ti mesmo, respondeu o doutor da Lei a Jesus. O amor dos irmãos é, para nós, o sinal de que entramos na vida nova: nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos (1Jo. 3,14). Jesus tinha ensinado os discípulos: o que fizerdes a um dos meus irmãos mais pequeninos, é a Mim que o fazeis (cf. Mt. 25,40). Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

12ª Estação Jesus morre na cruz SANSÃO Cruz e Tochas: Queijas V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 35-36 (Porto Salvo) Da Carta aos Hebreus Algumas mulheres recuperaram os seus mortos por meio da ressurreição. Alguns foram torturados, não querendo aceitar a libertação, para obterem uma ressurreição melhor; outros sofreram a prova dos escárnios e dos flagelos, das cadeias e da prisão. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 8. (Porto Salvo) Viver o Ano da Fé exige de nós a coragem de praticar os mandamentos. Eles são o caminho da caridade, e não há fé viva sem caridade. O amor do próximo é um caminho seguro e ao nosso alcance para o amor de Deus. O nosso amor aos nossos irmãos é a encarnação do amor com que Deus os ama. Os mandamentos de Deus convidam-nos a valorizar a nossa vocação de comunhão. Na família, Igreja doméstica, célula base da Igreja comunhão de amor. O amor dos esposos, o amor dos pais aos seus filhos e destes aos seus pais, que encontra a sua força no sacramento do matrimónio. O amor familiar encontra a sua principal expressão no amor casto de um coração puro. O respeito pela vida, a própria e a dos outros, nada fazendo que a prejudique. O amor à verdade, não construindo a vida sobre mentiras ou meias verdades. Cristo é a verdade e procurá-la é ir ao seu encontro. Não ter o coração demasiadamente apegado aos bens materiais, o que afasta o nosso coração dos bens definitivos e nos afasta da alegria do dom e da partilha. A caridade fraterna é um chamamento exigente na nossa peregrinação da fé. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

13ª Estação Jesus é descido da cruz e colocado nos braços de Sua Mãe DAVID Cruz e Tochas: Nova Oeiras V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 37-38 (Queijas) Da Carta aos Hebreus Pela fé foram apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada; andaram errantes cobertos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, atribulados e maltratados; homens de quem o mundo não era digno, andaram vagueando pelos desertos, pelos montes, pelas grutas e pelas cavidades da terra. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 9. (Queijas) Este Ano da Fé tem de ser desafio de aprofundamento da oração. A oração do cristão tem características que é bom recordar: antes de mais é sempre feita através de Jesus Cristo pois só Ele nos leva ao Pai e nos faz mergulhar no mistério de Deus. Em segundo lugar ela é fundamentalmente oração da Igreja. O Povo do Senhor é o verdadeiro sujeito da oração. Mesmo quando esta é individual, busca pessoal da intimidade com Deus, cada cristão deve ter consciência de ser membro da Igreja: na sua oração é a Igreja que reza. É por isso que a Liturgia é a forma privilegiada de rezar, pois ela é sempre oração da Igreja e que se deve prolongar na oração individual ou em grupo, inspirando-a. Durante este Ano da Fé procuremos descobrir a força e a beleza da oração litúrgica, a Eucaristia, o ofício das horas, a celebração de todos os sacramentos. Na Eucaristia a ponte entre a oração da Igreja e a oração pessoal é garantida pela adoração eucarística. É o Senhor ressuscitado, realmente presente na Eucaristia que reconduz a nossa oração pessoal à qualidade de ser oração da Igreja. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

Cruz e Tochas: São Julião da Barra 14ª Estação Jesus é colocado no sepulcro e Ressuscita SAMUEL V. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos. R. Porque com a vossa santa cruz remistes o mundo. Texto Bíblico: Heb 11, 39-40 (Nova Oeiras) Da Carta aos Hebreus E todos estes, apesar de terem recebido um bom testemunho, graças à sua fé, não alcançaram a realização da promessa, porque Deus tinha previsto algo de melhor para nós, de modo que eles não alcançassem a perfeição sem nós. Reflexão: D. José Policarpo, A Peregrinação da Fé, 12a. (Nova Oeiras) Deus ama todos os homens e a todos quer conduzir para a plena alegria da vida. Desde a palavra dirigida aos profetas, sempre escolheu o caminho da encarnação para atrair os homens a Si. Foi por isso que o Filho de Deus se fez Homem e Se uniu definitivamente a todos os homens. No desígnio de Deus o anúncio do seu amor pelos homens deve ser feito por homens que já se deixaram conquistar por esse desejo amoroso de Deus. A plenitude deste processo de humanização da salvação, é o Homem Jesus Cristo, Filho de Deus. Àqueles que uniu a Si, envia-os como testemunhas. Eles tornam-se palavra e a sua vida pode ganhar a força da própria Palavra de Cristo. Nesta peregrinação da fé somos chamados a assumirmo-nos como testemunhas do amor salvífico de Deus, em Jesus Cristo. A vida das outras pessoas que convivem connosco pode depender da ousadia do nosso testemunho. Foi por isso que o Papa João Paulo II, ao lançar o desafio da Nova Evangelização, lhe enunciou como primeira condição um novo ardor da fé, que pode levar à ousadia de descobrir novos caminhos. Pai Nosso V. Jesus Cristo crucificado R. Tende piedade de nós! Cântico

SÍMBOLO DOS APÓSTOLOS Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus, onde está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo. na santa Igreja Católica; na comunhão dos Santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; na vida eterna. Amen. Bênção final