INTERAÇÃO GENÓTIPO-AMBIENTE EM BOVINOS DA RAÇA HOLANDESA BRASILEIROS E COLOMBIANOS*

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Transcrição:

INTERAÇÃO GENÓTIPO-AMBIENTE EM BOVINOS DA RAÇA HOLANDESA BRASILEIROS E COLOMBIANOS* GENOTYPE BY ENVIRONMENT INTERACTION IN BRAZILIAN AND COLOMBIAN HOLSTEIN POPULATION Cerón-Muñoz, M.F. 1, H. Tonhati 2, C.N. Costa 3, D. Rojas Sarmiento 4 e C. Solarte Portilla 5 1 Facultad de Ciencias Agrarias. Universidad de Antioquia. Carrera 75 nº 65-87. Medellín. Colombia. E-mail: mceronm@universia.net.co 2 Departamento de Melhoramento Genético Animal. FCAV-UNESP. 14884-900. Jaboticabal, SP. Brazil. E-mail: tonhati@fcav.unesp.br 3 EMBRAPA Gado de Leiete. 36038-330. Juiz de Fora, MG. Brazil. E-mail: cnc(@cnpgl.embrapa.br 4 Asoholstein de Colombia. Autopista Norte km 19. Bogotá. Colombia. 5 Facultad de Ciencias Pecuarias. Universidad de Nariño. Ciudadela Universitaria Torobajo. Pasto. Nariño. Colombia. E-mail: csolarte@udenar.edu.co PALAVRAS CHAVE ADICIONAIS Gado leiteiro. Parâmetros genéticos. ADDITIONAL KEYWORDS Dairy cattle. Genetic parameters. RESUMO *Parte da Tese de doutorado do primeiro autor - FCAV-Unesp. Financiado pela FAPESP - Brasil. O objetivo deste trabalho foi verificar a existência da interação genótipo-ambiente (IGA) na produção de leite (PL) de bovinos da raça Holandesa do Brasil e da Colômbia. Foram utilizadas 47484 e 23591 primeiras lactações de vacas brasileiras e colombianas, respectivamente, filhas de 1898 touros, sendo 481 touros norteamericanos comuns aos dois países. Foi utilizada uma análise bi-característica com modelo animal, considerando as PL de cada país como características distintas. Foram incluídos os efeitos fixos de grupo contemporâneo (rebanhoano de parto), grupo genético do touro, grupo genético de vaca e os efeitos aleatórios de animal e resíduo. As médias e desvios-padrão da PL para o Brasil e Colômbia foram de 6589,72 ± 1678,07 kg e 5881,00 ± 1595,91 kg, respectivamente. Os componentes de variância genético aditivo para o Brasil e a Colômbia foram 470238,78 kg 2 e 259546,85 kg 2, os residuais foram 951346,52 kg 2 e 684076,24 kg 2 e as herdabilidades 0,31 e 0,28, respectivamente. A correlação genética da PL entre o Brasil e a Colômbia foi 0,74, evidenciando resposta à seleção potencialmente diferente à esperada pelo uso de sêmen importado nos dois países. Portanto, cada país deve estruturar seus próprios programas de avaliação genética, orientados em seus objetivos nacionais já que existe inconsistência da superioridade dos genótipos com a variação ambiental. SUMMARY The objective of this research was to determine the existence of genotype by environment interaction (GxE) in milk yield (MY) in Holstein Arch. Zootec. 53: 239-248. 2004.

CERÓN-MUÑOZ, TONHATI, COSTA, ROJAS SARMIENTO E SOLARTE PORTILLA cattle form Brazil and Colombia. Data consisted of 47484 and 23591 first lactation of cows daughter of 1898 sires, those at 481 north American sires. REML bivariate animal model analyses were used to estimate genetic correlations for MY between countries. The means of milk yield from Brazil and Colombia where 6589.72 ± 1678.07 kg and 5881.00 ± 1595.91 kg, respectability. The genetic variance in Brazil and Colombia where 470238.78 kg 2 and 259546.85 kg 2, the residual variances where 951346.52 kg 2 e 684076.24 kg 2 and the heritabilities 0.31 and 0.28, respectability. The genetic correlation the MY PL between Brazil and Colombia was 0.74 indicated existence of GxE. Therefore, these results incourage to propose that a genetic evaluation program in cattle, may be done in each country, considering its own economical aspects. INTRODUÇÃO A importação de material genético de gado Holandês para a América Latina produziu um aumento na produção de leite, permitindo atender às necessidades imediatas dos produtores nacionais que procuram melhorar seus rebanhos baseados no potencial genético adquirido. Entretanto, o desempenho produtivo e reprodutivo destes animais nem sempre alcança níveis esperados, pois sofre influência de vários fatores ambientais que determinam a expressão dos genótipos submetidos a diversas condições climáticas, nutricionais e de manejo (Solarte, 1992; Menendez e Guerra, 1984; Stanton, 1990; Costa, 1998b; Cienfuegos-Rivas et al., 1999). O potencial genético dos animais é expresso na medida em que as condições ambientais o permitem. O ambiente não modifica a constituição genética do indivíduo, ainda que os fatores ambientais determinam a extensão com a qual se expressa o genótipo, portanto há possibilidade de que o melhor genótipo em um ambiente não o seja no outro (Warwick e Legates, 1980; Cruz e Regazzi, 1994). Assim, vários pesquisadores que compararam países latino-americanos com os Estados Unidos e o Canadá mostraram que o desempenho do material genético importado foi diferente de país para país em virtude das condições ambientais a que foram submetidos, e que touros com bons desempenhos em seus países de origem nem sempre expressaram seus potenciais em outros ambientes (Menendez e Guerra, 1984; Abubakar et al., 1987; Blake et al., 1988; Cienfuegos-Rivas et al., 1999; Holman et al., 1990; Stanton, 1990; Powell et al., 1990; Houri Neto, 1996; Costa, 1998b). Cienfuegos-Rivas et al. (1999), Stanton (1990) e Costa (1998b) também verificaram que o coeficiente de resposta correlacionada em países Latino-americanos à seleção praticada nos Estados Unidos foi drasticamente menor do que 1.0 porque existem menores variâncias genéticas nos países importadores e reclassificação dos reprodutores. No caso do Brasil e da Colômbia os coeficientes de resposta correlacionada da produção de leite foram 0,66 e 0,56, respectivamente (Costa, 1998b; Stanton, 1990), o que leva à redução considerável no progresso genético nestes países. Portanto, é necessário que as populações bovinas sejam avaliadas nestes países e dever-se-ia procurar a realização de avaliações genéticas conjuntas entre países como ferramenta adicional para complementar as Archivos de zootecnia vol. 53, núm. 203, p. 240.

INTERAÇÃO GENÓTIPO-AMBIENTE avaliações genéticas nacionais (Costa, 1998a). Banos e Smith (1991) indicaram que a seleção de touros em avaliação conjunta aumenta o progresso genético nos países envolvidos, principalmente, quando estes apresentam objetivos semelhantes de seleção ou são agrupados em países com populações pequenas e/ou com baixo progresso genético. No sentido de consolidar a cooperação dos países latino-americanos e a sua possível participação no cenário de avaliação genética internacional, é necessário conhecer as relações genéticas e verificar a possível interação genótipo-ambiente (IGA) nas populações bovinas leiteiras destes países. Este tipo de estudos permite mostrar a influência dos ambientes (sub) tropicais no germoplasma proveniente de climas temperados, onde o retorno econômico pelo investimento na utilização de sêmen em alguns sistemas de produção pode ser pequeno em conseqüência do uso inapropriado (Stanton, 1990). O objetivo desta pesquisa foi determinar a existência de interação genótipo-ambiente da produção de leite de bovinos da raça Holandesa no Brasil e na Colômbia. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados registros de produção de leite de vacas primíparas da raça Holandesa de rebanhos brasileiros e colombianos, provenientes dos arquivos das Associações Estaduais filiadas à Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH) e disponibilizadas no Arquivo Zootécnico Nacional, gerenciado pela Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora, Minas Gerais e dos arquivos da Asociación Holstein de Colombia. A produção de leite foi corrigida para 305 dias de lactação, idade e época de parto, utilizando-se fatores de ajustamento calculados por Torres (1998) e Torres et al. (2000a), para o Brasil e por Cerón- Muñoz et al. (2003), para a Colômbia. Foram descartados registros por informações incompletas e causas de secagem anormais. Posteriormente foram formados grupos contemporâneos por rebanho e ano (RA) e eliminados os grupos com menos de cinco lactações. Também foram eliminados reprodutores com menos de 2 filhas e não estivessem em no mínimo em dois rebanhos por país, sendo então analisadas 71075 lactações (tabela I). Foram formados grupos genéticos de touros, considerando-se as suas origens (Brasil, Canadá, Colômbia e Estados Unidos) e período de nascimento dentro de cada origem, conforme descrito na tabela II. Também as vacas foram agrupadas segundo a classificação das associações de criadores de gado Holandês de cada país (Holandês puro de origem e com composição genética igual ou superior a 31/32 da raça Holandesa). Os componentes de (co)variância foram estimados utilizando uma análise bi-característica com modelo animal, usando o método de máxima verossimilhança restrita (REML-Restricted Maximum Likelihood) com um algoritmo livre de derivações, incluindo os efeitos fixos de RA, grupo genético de touro, grupo genético de vaca e os efeitos aleatórios de animal e resíduo. Archivos de zootecnia vol. 53, núm. 203, p. 241.

CERÓN-MUÑOZ, TONHATI, COSTA, ROJAS SARMIENTO E SOLARTE PORTILLA Tabela I. Distribuição dos registros de produção de leite, rebanhos e reprodutores da raça Holandesa no Brasil e na Colômbia. (Distribution of the records of production of milk, herds and sires in Brazil and Colombia Holstein). Brasil Colômbia Total Número de registros de produção de leite 47484 23591 71075 Número de rebanhos 944 366 1310 Número de grupos contemporâneos Rebanho-Ano 3804 1928 5732 Número de reprodutores 1370 1009 1898* *481 touros comuns aos dois países. O modelo em notação matricial para análise bi-característica das produções de leite entre os dois países pode ser representado como: y i = Xibi + Zia i + e com y1 X1 y = = y2 0 0 b1 Z1 + X 2 b2 0 em que: y i = Vetor de observações para a i- ésima produção de leite, i= 1= Brasil e 2= Colômbia. b i = Vetor dos efeitos fixos de RA, grupo genético de vaca e grupo genético do touro para i-ésima característica. a i = Vetor de efeito aleatório genético aditivo do animal para a i- ésima característica. e i = Vetor de efeitos aleatórios residuais para a i-ésima característica. e X i é a matriz de incidência relacionada aos efeitos fixos relacionados a b i e Z i é a matriz de incidência relacionada ao efeito aleatório genético aditivo do animal (a i ). As pressuposições em relação aos 1º e 2º momentos foram: i 0 a1 e1 + Z 2 a 2 e2 a 0 G 0 ~ NMV, e 0 0 R sendo que: G = A G 0 é a matriz de (co) variâncias genéticas aditivas entre as características e, 2 σ a G = 11 0 σ a21 σ a12 2 σ a22 em que σ 2 é a variância genética aii aditiva da característica i= 1,2 e σ 2 é a12 a covariância genética aditiva entre as características 1 e 2; e R = I R 0 é a matriz de (co) variâncias residuais entre as características e, 2 σ e 0 11 R0 = 2 0 σ e22 em que σ 2 é a variância residual da eii característica i= 1,2. Os componentes de (co)variância foram estimados por meio do programa computacional MTDFREML desenvolvido por Boldman et al. (1993). Archivos de zootecnia vol. 53, núm. 203, p. 242.

INTERAÇÃO GENÓTIPO-AMBIENTE Tabela II. Número de touros e filhas por grupo genético de touro no Brasil e na Colômbia. (Number of sires and daughters in sire genetic group in Brazil and Colombia). Grupo genético Brasil Colômbia Touros comuns Touros Filhas Touros Filhas aos dois países Br ( 1979) 84 2413 - - 0 Br (1980-1984) 214 4482 - - 0 Br (1985-1993) 270 2650 - - 0 Ca ( 1976) 69 2729 50 1104 29 Ca (1977-1982) 40 3275 34 1816 19 Ca (1983-1993) 56 2165 59 1554 38 Co ( 1979) - - 52 1220 0 Co (1980-1984) - - 78 1780 0 Co (1985-1993) - - 91 1514 0 Eu ( 1974) 162 6251 158 3540 109 Eu (1975-1979) 180 10406 134 3296 104 Eu (1980-1983) 116 6850 175 4247 78 Eu (1984-1993) 179 6263 178 3520 104 Br= Touros brasileiros; Ca= Touros canadenses; Co= Touros colombianos; Eu= Touros estadounidenses. RESULTADOS E DISCUSSÃO As médias e desvios-padrão da produção de leite para o Brasil e Colômbia foram de 6589,72 ± 1678,07 kg e 5881,00 ± 1595,91 kg, respectivamente. Nos Estados Unidos, caracterizado por ser o maior exportador de sêmen para a América Latina, a média de produção de leite foi 8329 kg (Zwald et al., 2003). Para Stanton (1990), como a média de produção de leite em países (sub) tropicais é inferior à dos Estados Unidos da América, espera-se que a média da resposta das filhas para a seleção de touros seja menor nesses países. Observou-se que existiram diferenças nas médias e variâncias fenotípicas da produção de leite entre os dois países nos diferentes anos (figura 1). A produção de leite em rebanhos colombianos nos diferentes anos de estudo diminuiu entre 1986 e 1990, com posterior aumento. Este fenômeno foi discutido por Correa (1992), o qual manifestou que a produção de leite a partir de 1986 diminuiu em aproximadamente 400 kg/vaca/ano, possivelmente em razão de problemas de origem social e relocalização dos rebanhos. No caso do Brasil, foi observado incremento do número de rebanhos e animais controlados e da média de produção de leite ao longo dos anos, especialmente a partir de 1986, quando foi melhor estruturado o sistema de controle leiteiro e iniciaramse as avaliações genéticas de touros (Costa, 1998b). Segundo Waltrick e Koops (2002), no início dos anos 90, a crise política Archivos de zootecnia vol. 53, núm. 203, p. 243.

CERÓN-MUÑOZ, TONHATI, COSTA, ROJAS SARMIENTO E SOLARTE PORTILLA 8000 Desvio padrão (kg) Média (kg) 7000 6000 5000 4000 2000 1500 1000 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 94 92 93 94 95 9 97 Ano 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 Anos Figura 1. Médias e desvios-padrão da produção de leite na primeira lactação de gado Holandês brasileiro ( ) e colombiano (--) nos anos de estudo. (Means and standards deviation of the milk yield in first calving in Brazilian and Colombian Holstein population). brasileira levou à diminuição de animais controlados e diminuição na produção de leite; posterior a esta crise existiu rápido incremento no número de animais e registros. Tais fatos evidenciaram que as condições meteorológicas e características sócioeconômicas próprias de cada país são determinantes na produção de leite e de suas variações ao longo de determinado período. Os componentes de variância genético aditivo e residual para o Brasil foram 470238,78 kg 2 e 951346,52 kg 2, respectivamente (tabela III). Estas estimativas estão dentro da variação encontrada em outros trabalhos brasileiros que utilizaram a mesma fonte de informação, mas com número de registros de produção e informações genealógicas diferentes. Torres et al. (2000b) utilizaram um modelo animal, sem incluir o efeito de grupo genético de touro. Estes autores obtiveram estimativas dos componentes de variância genética aditiva e residual de 394234,54 kg 2 e 815114,08 kg 2, respectivamente. Costa (1998b) utilizou um modelo touro, incluindo o efeito de grupo genético de touro e obteve estimativas de variância genética de touro de 87592 kg 2 e a variância residual de 1263,474 kg 2. Para a Colômbia, os componentes de variância genética aditiva e residual foram 259546,85 kg 2 e 684076,24 kg 2, respectivamente; estes valores foram semelhantes aos estimados por Stanton Archivos de zootecnia vol. 53, núm. 203, p. 244.

INTERAÇÃO GENÓTIPO-AMBIENTE Tabela III. Estimativas de (Co)variância, herdabilidades e correlação genética da produção de leite de gado Holandês do Brasil e da Colômbia. ((Co)variances, heritabilities and genetic correlations estimates of milk yield of brazilian and colombian Holstein cattle). Brasil Colômbia Média da produção de leite (kg) 6589,72 5881,00 Desvio-padrão da produção de leite (kg) 1678,07 1595,91 Coeficiente de variação (p.100) 25,46 27,14 Variância genética aditiva (kg 2 ) 470238,78 259546,85 Variância residual (kg 2 ) 951346,52 684076,24 Herdabilidade 0,33 0,28 Brasil - Colômbia Covariância genética entre Brasil e Colômbia (kg 2 ) 260151,91 Correlação genética entre Brasil e Colômbia 0,74 (1990) que encontrou componentes de variância de touro e residual de 66006 kg 2 e 837896 kg 2, respectivamente. As variâncias genética e residual da produção de leite na Colômbia foram respectivamente 55,20 p.100 e 72,00 p.100 das variâncias estimadas no Brasil, portanto, haveria menor ganho genético nos rebanhos colombianos. Costa (1998b) e Stanton (1990) obtiveram menores componentes de variância no Brasil e na Colômbia, quando comparados com os Estados Unidos, o que indicou que a resposta à utilização de material genético importado foi menor que a esperada. Os coeficientes de herdabilidade para produção de leite no Brasil e na Colômbia foram 0,31 e 0,28, respectivamente. Esses valores foram semelhantes aos estimados por Houri Neto (1996), Torres et al. (2000b) e Costa (1998b) no Brasil, os quais variaram de 0,26 a 0,33 e por Stanton (1990), Correa (1992) e Solarte (1992) na Colômbia, os quais variaram de 0,20 a 0,29. Também essas estimativas foram semelhantes às estimadas em outros países latino-americanos como Equador, Venezuela, Cuba, México e Porto Rico (Mendoza et al., 1987, Morales et al., 1990, Cordovi et al., 1989, citados por Solarte, 1992; Cienfuegos- Rivas et al., 1999; Stanton, 1990). A correlação genética da produção de leite entre o Brasil e a Colômbia foi 0,74. Este valor indica que possivelmente existiram alterações na ordem de classificação dos touros nos dois países, sugerindo a existência de IGA (Stanton, 1990; Costa, 1998b). Este fato evidencia que nos ambientes brasileiros e colombianos as progênies de touros norte-americanos mostraram desempenhos diferentes nos dois países e, conseqüentemente, a resposta à seleção foi potencialmente diferente à esperada, porquanto existiu inconsistência de superioridade dos genótipos com a variação ambiental. Diferenças na magnitude das variâncias e correlações genéticas não unitárias da produção de leite entre ambientes sugerem que cada país deve estruturar Archivos de zootecnia vol. 53, núm. 203, p. 245.

CERÓN-MUÑOZ, TONHATI, COSTA, ROJAS SARMIENTO E SOLARTE PORTILLA seus próprios programas de seleção, orientando-se em seus objetivos nacionais. Todavia, a integração latino-americana em programas globais de melhoramento genético pode ser uma decisão estratégica no sentido de estabelecer envergadura aos seus programas nacionais de seleção, o que favoreceria as decisões de criadores nos investimentos para melhorar seus rebanhos. No contexto do cenário internacional, o conhecimento das relações genéticas dos bovinos da raça Holandesa nos países latino-americanos estabelecer-se-ia as condições preliminares para uma futura participação destes países no Interbull. A unificação de países latino-americanos permitiria construir uma estrutura sólida para a seleção de material genético próprio para estes países. São muitas a similitudes nos sistemas de produção de leite com gado Holandês nos países latino-americanos, entre elas, estes países caracterizam-se pela falta de programas de seleção e por apresentarem bases genéticas semelhantes devido à realização de importações de material genético, principalmente de sêmen norte-americano. O fato de apresentarem sistemas de produção semelhantes, conexões genéticas e possivelmente os mesmos objetivos de seleção, permitiria a realização de avaliações genéticas conjuntas para aumentar potencialmente a confiabilidade destas avaliações, porquanto seria incrementado o número de progênies avaliadas por reprodutor. Estes países poder-se-iam agrupar para avaliar seus recursos genéticos no contexto de suas próprias condições sócio-econômicas. Não existem dúvidas sobre os potenciais benefícios da avaliação genética conjunta, principalmente porque permitiria maior progresso genético em países latino-americanos e deixaria evidente a posição desses países no contexto internacional, os quais são responsáveis por alta porcentagem das exportações de sêmen dos Estados Unidos e do Canadá. No sentido de cooperação de países latino-americanos e possível participação no cenário mundial de avaliação genética, em princípio é necessário conhecer as relações genéticas e verificar a possível IGA nas populações bovinas leiteiras desses países. Neste trabalho foi observada a existência de IGA sob diferentes processos de identificação e medida da sua existência entre ambientes brasileiros e colombianos. REFERÊNCIAS Abubakar, B.Y., R.E. MC Doweel and L.D. Van Vleck. 1987. Interaction of genotype and environment for breeding efficiency and milk production of Holstein in Mexico and Colombia. Trop. Agric., London, 64: 17-44. Banos, G. and C. Smith. 1991. Selection bulls across countries to maximize genetic improvement in dairy cattle. J. Anim. Breed. Genet., Berlin, 108: 174-181. Blake, R.W., F.J. Holmnn, J. Gutierrez and G.F. Cevallos. 1988. Comparative profitability of United States Holstein artificial insemination sires in Mexico. J. Dairy Sci., Champaign, 71: 1378-1388. Archivos de zootecnia vol. 53, núm. 203, p. 246.

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