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Transcrição:

Sumário Introdução 11 Prefácio 15 Parte Um: As doutrinas da graça Capítulo 1 - Por que o Evangelicalismo precisa do Calvinismo 21 Capítulo 2 - O que o Calvinismo faz na História 45 Parte Dois: Os Cinco Pontos Capítulo 3 - Depravação radical 79 Capítulo 4 - Eleição incondicional 103 Capítulo 5 - Redenção particular 129 Capítulo 6 - Graça eficaz 153 Capítulo 7 - Graça perseverante 177 Parte três: Redescobrindo a graça de Deus Capítulo 8 - O verdadeiro calvinista 205 Capítulo 9 - O Calvinismo em ação 229 Notas 259 Índice geral 267 Índice de referências bíblicas 277

Introdução Muitas vezes imaginei como o meu ministério mudaria se eu ouvisse do meu médico um prognóstico de que tinha uma doença terminal e me restavam apenas meses ou semanas de vida. Eu me aposentaria das atividades do ministério para cuidar exclusivamente das minhas próprias necessidades? Tentaria prosseguir com o ministério, movido por um senso de urgência renovado? Minhas mensagens seriam mais ousadas? Não sei as respostas para essas perguntas. Mas sei o que Jim Boice fez quando esse cenário se tornou real para ele. Desde o dia em que soube que estava morrendo de câncer até o dia de sua morte, passaram-se meras seis semanas. Quarenta e dois dias. Nas duas últimas daquelas semanas, ele esteve acamado e extremamente fraco. Enquanto a enfermidade mortal minava as suas forças diariamente, o Dr. Boice encontrou um reservatório de energia em sua própria alma, uma força vivificada e sustentada pela graça de Deus para continuar a escrever hinos e também este volume que você tem em mãos. Ele não viveu tempo suficiente para ver esta obra concluída, mas foi encorajado pela certeza de que seu colega, Dr. Philip Ryken, a completaria para ele. Posso dizer que estou bastante familiarizado com o estilo e o conteúdo de Jim Boice, mas mesmo assim não consegui detectar, numa primeira leitura, onde a escrita de Jim terminava e a de Phil começava. De uma coisa eu tinha certeza: Jim não escrevera o último capítulo. Todavia, em uma versão anterior do capítulo 2, ao falar acerca de Abraham Kuyper, foi feita referência às famosas Palestras Stone (Stone Lectures) proferidas por Kuyper na Universidade de Princeton, em 1898. Essa referência era seguida pelo comentário: Voltaremos ao assunto dessas palestras em nosso capítulo final. Ao ler esse comentário, comecei a imaginar a quem voltaremos e 11

12 As Doutrinas da Graça nosso se referiria. Seria aquela expressão em plural um resultado da edição feita após a morte do Dr. Boice, indicando o projeto conjunto com o Dr. Ryken? Ou será que o Dr. Boice apenas empregou o recurso do nós editorial? Nesse caso, não era da vontade de Deus que Jim escrevesse o capítulo prometido. Não é surpresa para mim o fato de que este trabalho final de Jim Boice, que escreveu literalmente dezenas de livros ao longo de seu ministério, concentre-se nas doutrinas da graça. Ele era um homem que não somente cria nas doutrinas da graça, mas também as amava e se sentia compelido ardentemente a propagá-las. Conheci Jim Boice por mais de trinta anos e nunca vi essa chama diminuir. Sua alma foi cativada pelas doutrinas da graça. Seu ministério foi uma doxologia contínua às doutrinas da graça, por elas manifestarem tão claramente o Deus dessa graça. Neste livro, os Drs. Boice e Ryken não só apresentam uma exposição lúcida e convincente das doutrinas da graça, mas também proporcionam um arcabouço histórico para o seu desenvolvimento. O livro traça o impacto histórico dessas verdades bíblicas. Ele também revela a triste condição que aflige a Igreja quando essas doutrinas são negadas ou negligenciadas. Em nossos dias, restam muitos que ainda confessam sua crença nas doutrinas da graça em particular e na teologia reformada em geral. De fato, penso haver hoje nos Estados Unidos mais instituições acadêmicas que abraçam a teologia reformada do que em qualquer momento da história dessa nação. Entretanto, são poucos os que têm zelo e paixão por propagar essa fé. James Montgomery Boice não era simplesmente um adepto da teologia reformada ou um admirador dos reformadores magistrais; ele mesmo era um reformador. Seu ministério na Décima Igreja Presbiteriana e na Conferência de Teologia Reformada da Filadélfia, seu ministério como escritor, seu zelo pelo centro urbano da Filadélfia, sua posição política como líder cristão nacional todas essas expressões de serviço fluíam de seu amor pela fé reformada.

Não surpreende que a última obra literária de James Boice fosse focada em seu primeiro amor: as doutrinas da graça. Esta obra não é simplesmente uma homenagem ao Dr. Boice e ao seu ministério ela é, em sua essência, um tributo à graça de Deus, a quem pertence toda a glória pela nossa redenção. Enquanto o Dr. Boice agora desfruta da felicidade de seu descanso eterno, somos deixados para trabalhar pela recuperação da fé reformada em nosso tempo. R. C. Sproul Quaresma, 2001 Orlando, Flórida Introdução 13

Prefácio James Boice gostava de terminar o que começava, razão pela qual não surpreende que em seus meses finais ele estivesse trabalhando para completar dois grandes projetos. Um deles era um livro de Hinos para uma Reforma Moderna. O outro era o presente volume uma apresentação bíblica, teológica, histórica e prática das doutrinas da graça. Quando se tornou evidente que o Dr. Boice seria incapaz de completar qualquer um desses projetos por conta própria, ele os confiou a colegas da equipe da Décima Igreja Presbiteriana da Filadélfia. O Dr. Paul Jones escreveu a música para os hinos, portanto, era natural que ele preparasse também o hinário para a publicação. Então, durante a última reunião de equipe em nossa igreja antes de sua morte, em junho de 2000, o Dr. Boice me pediu para terminar de escrever As Doutrinas da Graça. Felizmente, metade do trabalho já estava feito. Dr. Boice não só preparara um esboço completo do livro e determinara a tese para cada capítulo, mas também escrevera um rascunho completo dos cinco capítulos sobre os Cinco Pontos do Calvinismo. Esses capítulos compõem a seção central do livro (capítulos 3 a 7). Minhas únicas contribuições a essa parte foram algumas edições estilísticas breves e pequenos acréscimos que integram essa seção ao restante do livro. Dr. Boice e eu só tivemos tempo para uma discussão breve acerca dos capítulos que ainda tinham de ser escritos. Contudo, fiquei muito feliz ao descobrir que, para cada um desses capítulos, ele deixara notas contendo ideias que desejava enfatizar, citações que esperava usar, livros que pretendia consultar, e assim por diante. Fiz uso desse material o máximo possível, incorporando-o ao fluxo geral do livro. O Capítulo 1 é uma introdução às doutrinas da graça. As seções intituladas As Doutrinas da Graça, Os Cinco Pontos do Arminianismo e Os Cinco Pontos do Calvinismo foram adaptadas parcialmente 15

16 As Doutrinas da Graça a partir do material preparado pelo Dr. Boice para a classe de novos membros da Décima Igreja. Como indicado no próprio texto, O Falso Evangelho de Hoje é um resumo do argumento apresentado em seu livro O Evangelho da Graça, * publicado em 2003. A tese principal do capítulo 2 é a mesma que o Dr. Boice queria promover, ou seja, que o Calvinismo é bom para a Igreja e que o seu abandono costuma levar ao liberalismo. Além disso, os exemplos dados também são os que ele pretendia usar: João Calvino, Jonathan Edwards e Abraham Kuyper. Mantendo uma sugestão que fiz a ele em uma conversa anterior, acrescentei uma seção sobre os puritanos. A análise das tendências atuais da teologia evangélica feita ao final é inteiramente minha, embora acredite que ela esteja em completa consonância com os pontos de vista do Dr. Boice. Em alguns aspectos, o capítulo 8 é o capítulo mais importante do livro. James Boice queria retratar o tipo de Cristianismo que, em minha opinião, ele representava de modo tão eficaz: um Calvinismo teologicamente rigoroso com base na Bíblia e, ao mesmo tempo, com visão prática e coração bondoso. Em conformidade com as notas que me foram deixadas, o esquema básico do capítulo vem do livreto As Implicações Práticas do Calvinismo, de Al Martin. Fiz o melhor que pude para transmitir o que o Dr. Boice desejava tão sinceramente transmitir: o calor e a vitalidade da verdadeira espiritualidade reformada. As notas para o capítulo 9 eram menos extensas. O Dr. Boice planejava extrair algo do livro Calvinismo, escrito por Kuyper, mas coube a mim a tarefa de desenvolver as implicações da teologia reformada para a Igreja e a cultura. Contudo, o apelo final a uma resposta pessoal às doutrinas da graça vem do próprio Dr. Boice. Os leitores descobrirão que este é um livro polêmico. Com isso quero dizer que ele defende uma posição teológica o Calvinismo definido em oposição ao Arminianismo. É nossa convicção que o Movimento Evangélico necessita desesperadamente do melhor tipo de Calvinismo. Era intenção do Dr. Boice que este livro fosse uma defesa * O livro de James Montgomery Boice, Whatever Happened to the Gospel of Grace? foi publicado em língua portuguesa no ano de 2003 pela editora Cultura Cristã, com o título O Evangelho da Graça. (N. do T.)

vigorosa da teologia reformada e, ao mesmo tempo, mantivesse os mais elevados padrões de caridade cristã. Essa também foi a minha intenção. Os leitores terão de julgar por si mesmos o nosso sucesso em fazê-lo, o que me leva a enfatizar que, embora eu desejasse dar ao meu finado colega um reconhecimento pleno do seu papel ao escrever este livro, também aceito a responsabilidade total por seus defeitos. Muitos amigos ajudaram a concluir este projeto. Randall Grossman, Michael Horton, Mark Noll, Richard Phillips, Jonathan Rockey, Leland Ryken e R. C. Sproul revisaram o manuscrito e deram sugestões úteis para a sua melhoria. A assistente pessoal do Dr. Boice, Mary Beth McGreevy, fez correções de estilo; Patricia Russell ajudou a preparar os índices. Sou grato à assembleia da Décima Igreja Presbiteriana por me permitir um tempo de estudo suficiente para completar o livro durante o mês que antecedeu a minha posse como ministro sênior. Agradeço também a Greg e Maria Berzinsky por proporcionar-me um lugar para trabalhar sem distrações. Por fim, expresso aqui publicamente o que comuniquei a James Montgomery Boice em particular: gratidão a Deus pelo privilégio extraordinário de compartilhar com ele o ministério de pregação da Décima Igreja e de me unir a ele na defesa da ortodoxia bíblica. Anteriormente, mencionei que o Dr. Boice escreveu Hinos para Uma Teologia Reformada. Estrofes desses cânticos que se relacionam ao tema dos capítulos aparecem no início de cada um deles. Os hinos completos foram publicados pela Décima Igreja Presbiteriana; hinários e gravações podem ser encomendados à Alliance of Confessing Evangelicals [Aliança de Evangélicos Confessionais] em www.alliancenet.org. Philip Graham Ryken Memorial Day * de 2001 Filadélfia * Memorial Day é um feriado nacional norte-americano que acontece anualmente na última segunda-feira de maio. Formalmente conhecido como Decoration Day, o feriado homenageia os militares norte-americanos que morreram em combate. Fonte: Wikipédia. (N. do T.) Prefácio 17

Parte um

Por que o Evangelicalismo precisa do Calvinismo Quão maravilhoso, quão sábio, quão grande, Quão infinito contemplar: O plano salvífico de Jeová. Ele me viu na minha perdição Contudo, se propôs regenerar Este infiel homem que caído está. O mundo deveria enxergar com mais clareza que, se o Calvinismo cai por terra, o Evangelicalismo também cai. 1 O grande teólogo de Princeton, Benjamin Breckinridge Warfield, escreveu essas palavras há um século. Na época, o Calvinismo ainda tinha grande influência sobre o Evangelicalismo e ajudava a definir a sua teologia, moldar a sua espiritualidade e esclarecer a sua missão. Isso já não é mais tão verdadeiro quanto antes. Cada vez mais o Calvinismo é definido em oposição ao Movimento Evangélico. E embora muitos calvinistas ainda se considerem evangélicos, a maioria dos evangélicos levanta suspeitas contra o Calvinismo. Em uma primeira leitura, portanto, a alegação de Warfield parece excessiva e provavelmente falsa. É improvável que ela encontrasse aceitação generalizada na igreja contemporânea. O que o Calvinismo tem a ver com o Evangelicalismo? E por que a vitalidade da igreja evangélica dependeria, de algum modo, da teologia calvinista? Embora possa parecer surpreendente, a alegação de Warfield é a tese deste livro: a ideia de que se o Calvinismo cai por terra, o Evangelicalismo também cai. Para colocar isso de uma maneira um pouco menos provocante, podemos dizer que o Evangelicalismo 21

precisa do Calvinismo. Para chegarmos à compreensão de por que isso ocorre, será útil remover os rótulos. Por Evangelicalismo Warfield entendia essencialmente o significado dado pelos luteranos alemães quando começaram a usar o termo durante a Reforma Protestante: uma igreja fundamentada no Evangelho as boas-novas da salvação por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo. E quando Warfield falava em Calvinismo, ele se referia à Reforma Protestante, com sua insistência na justificação pela graça somente, por meio da fé somente, devido a Cristo somente. Para colocar de um modo mais simples, o Evangelicalismo defende o Evangelho, enquanto o Calvinismo defende a graça. O que Warfield estava realmente dizendo, portanto, é algo em que todo cristão pode e deve acreditar: o Evangelho é sustentado pela graça. Como Warfield reconheceu, o Evangelho não é realmente o Evangelho se não for um Evangelho da graça. Em outras palavras, o Evangelho só é boa notícia se anuncia o que Deus fez para salvar os pecadores. E se isso é verdade, então o Evangelho é sustentado pelas doutrinas da graça. 22 As Doutrinas da Graça As Doutrinas da Graça A expressão as doutrinas da graça resume cinco ensinamentos bíblicos distintos que foram reunidos em resposta à teologia que se desenvolveu na Holanda no final do século dezesseis. Essa teologia foi associada ao nome de Jacó Armínio (1560-1609). Armínio e seus seguidores enfatizavam o arbítrio livre do homem e, portanto, autodeterminante. Esse pensamento os levou, por um processo lógico, a negar a doutrina de João Calvino (1509-1564) da predestinação estrita e especialmente o ensino de que Jesus morreu somente pelos eleitos, aqueles a quem Deus escolhera. O Sínodo de Dort (1618-1619) foi convocado para responder aos desvios teológicos dos arminianos, a partir do qual teve origem a obra Os Cânones de Dort, que contém a clássica agregação das cinco doutrinas da graça conhecidas hoje como TULIP ou Cinco Pontos do Calvinismo.

TULIP * é um acróstico em inglês, cujas letras representam as doutrinas mais discutidas: depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e perseverança dos santos. Essas não são as maneiras mais sábias ou mais precisas de falar sobre essas doutrinas. Todavia, elas são a forma mais comum, e o acrônimo é uma ferramenta conveniente para nos ajudar a recordá-las. Essas doutrinas são importantes porque removem do homem a confiança em qualquer bem espiritual que se poderia acreditar residir nele, depositando-a em vez disso somente na vontade e no poder de Deus. Embora essas doutrinas constituam a expressão mais pura do Calvinismo, Calvino não as inventou; tampouco eram características exclusivas do seu pensamento durante o período da Reforma. Essas verdades estão presentes no livro de Salmos, no Antigo Testamento. Elas foram ensinadas por Jesus, até mesmo aos seus inimigos, conforme registrado em João 6 e 10, e em outras passagens. O apóstolo Paulo as confirmou em suas cartas aos Romanos, Efésios e outras. Santo Agostinho defendeu as mesmas verdades contra as negações de Pelágio. Martinho Lutero era, em muitos aspectos, um calvinista (assim como, em vários aspectos importantes, Calvino era luterano). Assim eram Ulrich Zwingli e William Tyndale. Por essa razão, talvez seja mais preciso descrever essa teologia como reformada em vez de calvinista. Os puritanos também eram teólogos reformados e por meio de seus ensinamentos a Inglaterra e a Escócia vivenciaram alguns dos maiores e mais generalizados avivamentos nacionais que o mundo já viu. Entre esses puritanos estavam os herdeiros do reformador escocês John Knox: Thomas Cartwright, Richard Sibbes, John Owen, John Bunyan, Matthew Henry, Thomas Boston e muitos outros. Nos Estados Unidos, milhares foram influenciados por Jonathan Edwards, Cotton Mather e George Whitefield, que eram calvinistas. * TULIP, acróstico em inglês para as doutrinas: Total depravity (depravação total); Unconditional election (eleição incondicional); Limited Atonement (expiação limitada); Irresistible Grace (graça irresistível); Perseverance of the Saints (perseverança dos santos). (N. do E.) Por que o evangelicalismo precisa do calvinismo 23