Protecção MN, Dec , DG 136 de 23 Junho 1910 e Dec. nº , DG 228 de 15 Outubro 1927 *1

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Transcrição:

Page 1 of 8 Igreja de São Fins de Friestas IPA Monumento Nº IPA PT011608100002 Designação Igreja de São Fins de Friestas Localização Viana do Castelo, Valença, Sanfins Acesso EN. 101 de Valença - Monção, Km 8 ou de Monção - Valença, Km 11; virar à direita nas placas que indicam Boivão e Gondomil; novo desvio à direita, onde existe placa indicando Sanfins Protecção MN, Dec. 16-06-1910, DG 136 de 23 Junho 1910 e Dec. nº 14 425, DG 228 de 15 Outubro 1927 *1 Enquadramento Rural, isolado. Ergue-se a 200 m. de altitude, no cimo de um monte, envolto pelo resto da antiga mata de carvalhos do antigo mosteiro e tendo fronteiro monte despido onde se dedicam à pastorícia e caça. Descrição Planta longitudinal composta de nave única e cabeceira de 2 tramos, o primeiro rectangular e da mesma largura e o segundo semicircular. Volumes articulados com coberturas escalonadas cobertas por telhados de duas águas. Fachada principal orientada, terminada em empena com cornija enxaquetada e em laçaria; portal arco pleno formado por três arquivoltas, a primeira enxaquetada e a segunda percorrida por veio, sobre pés-direitos ou dupla coluna, de capitéis vegetalistas; tímpano gravado com serpente e ornatos geométricos sobre imposta quadrangular. Encima-o duas frestas

Page 2 of 8 sobrepostas. Fachadas laterais com contraforte, percorridas por cornija enxaquetada sobre cachorros zoomórficos, geométricos e vegetalistas, rasgadas por dois níveis de frestas desencontradas e por portais de arco pleno, de duas arquivoltas, assentado o do lado N. sobre pés-direitos e coluna com capitel vegetalista; possuem tímpanos lisos sobre impostas zoomórficas. A cabeceira é percorrida por cornija enxaquetada sobre cachorros esculpidos e tem o primeiro tramo contrafortado e fresta abrindo para fora, com duas arquivoltas, a exterior enxaquetada, sobre impostas decoradas e colunas de capitéis vegetalistas; o segundo tramo é ritmado por colunas com grandes capitéis vegetalistas e, ao centro, abre-se fresta semelhante às anteriores. INTERIOR vazio, com frestas a abrirem para o interior, a inferior do frontíspício com arco pleno enxaquetado sobre imposta. Tecto da nave em madeira. Arco triunfal pleno sobre colunas com capitéis esculpidos encimado por fresta. Capela-mor percorrida, sensivelmente a meio, por friso enxaquetado e coberta por abóbada de berço no primeiro tramo e em concha no segundo. No topo, abre-se fresta sobre impostas esculpidas. Do antigo mosteiro subsistem ainda muitos elementos, mas todos eles em ruínas. É o caso do longo muro da cerca que a S. da igreja cria pátio, aberto por portal de arco pleno, e sobre o qual ali corria, a grande altura, um aqueduto com canais a céu aberto que, desde o monte, trazia água para abastecer o mosteiro. As dependências monacais ainda existentes têm planta em L, organizadas a E., a N., fachadas de dois pisos, tendo no primeiro arcadas lavradas e no segundo janelas rectangulares, e uma outra ala a O., num nível inferior à igreja, com interior abobadado. No cunhal da intersecção da arcada do claustro para a escada do terreiro, encontra-se reaproveitado silhar que parece ter vestígios da cavidade onde engatava o forcps e uma inscrição latina. Numa das faces viradas a N. tem uma escultura tosca de um mamífero e na outra a de um bovino com a inscrição esculpida "BOVE". No pátio existe também pequena fonte e caleira sobre toscos pilares que conduzia a água ao moinho. Descrição Complementar Não definido Utilização Inicial Religiosa: mosteiro beneditino

Page 3 of 8 Utilização Actual Marco histórico-cultural: igreja sem culto Propriedade Pública: estatal (igreja) / Municipal (Mosteiro e cerca) Afectação Sem afectação Época Construção Séc. 12 / 13 (conjectural) / 16 / 18 Arquitecto Construtor Autor Desconhecido. Cronologia 604 - Já havia sido fundado o mosteiro, segundo sentença datada de 813 que Frei João do Apocalipse achou no cartório de Ganfei; séc. 11, 1º quartel - contado entre os mais ricos e populares do reino de D. Afonso V de Leão; 1134 - carta de couto de D. Afonso Henriques, cujo território abrangia as actuais freguesias de Sanfins, Friestas, Gondomil, Taião e Verdoejo; segundo a carta de couto, o abade do Mosteiro tinha direito a receber anualmente o primeiro veado, javali ou corça e o salmão salmão do Rio Minho, apanhados na área do couto; *3 - Subsistem ainda muitos elementos do antigo mosteiro, mas todos eles em ruínas; 1172 - D. Afonso I coutou o mosteiro e a freguesia, dando o couto aos frades; os abades eram senhores do couto no espiritual e temporal, mas a justiça de Coura aqui vinha fazer audiências 15 em 15 dias; 1221 - doação testamentária de D. Afonso II; data gravada em silhar fotografado em 1988; 1242 - transacção com Bispo de Tuy por causa das suas igrejas anexas, que eram São Mamede, Gondomil, Taião e Verdoejo; 1258 - segundo Inquirições, os moradores de Sanfins não eram obrigados a ir à guerra, a não ser se o rei estivesse presente; 1320 - foi taxado em 1.100 libras; 1363 - D. Pedro confirma-lhe privilégios; séc. 14 / 15 - D. João I amplia-lhe privilégios; a administração do mosteiro passou para o poder de

Page 4 of 8 comendatários, que com as suas extorsões levaram à redução da comunidade religiosa; 1542 - D. João III conseguiu que seu filho, o Infante D. Duarte, fosse nomeado comendatário do mosteiro; 1545 - D. João III deu o couto ao mosteiro, com as igrejas de que era padroeiro aos frades da Companhia de Jesus, para fundarem e construirem o seu Colégio de Coimbra; as rendas do mosteiro passaram para o Colégio de Coimbra, ficando no mosteiro apenas a congrua para um superior e dois ou três religiosos que então ali habitavam ordinariamente; 1546 - avaliado em 1800.000 rs com as suas igrejas anexas; 1548 - Bula do Papa Paulo III autoriza anexação; data gravada em silhar assinalando grande campanha de obras; 1554 - Companhia de Jesus toma posse, ficando a sustentar um cura no mosteiro e procedendo a algumas obras, tornando o edifício em sua residência; séc. 16 - época provável de um silhar siglado com "Pº" nas dependências monacais; 1682, Julho - colocação de três novos marcos nos limites da freguesia de Ganfei, que dividia o termo da vila de Valença, pelos Padres da Companhia e couto de Sanfins; 1759 - com extinção da Companhia, pelo Marquês de Pombal, o convento transita para posse de particulares e a igreja passa a servir de paroquial; desde que o culto foi transferido para a capela da Senhora dos Remédios, ficou abandonada; 1780 - data gravada na porta; 1873 - segundo Pinho Leal, havia junto ao antigo convento uma torre que era usada por vezes como prisão para pessoas nobres; 1921, Dezembro - melhoramentos na quinta do convento; 1931, Setembro - decide-se restaurar a igreja, então ao abandono; 1933, Abril - o Ministro da Instrução assinou portaria concedendo 10 mil escudos para as obras na igreja do Convento; 1934 - atribuição de subsídio de 10 contos para o restauro do mosteiro; Dezembro - concessão de 15 contos para continuação dos trabalhos de restauro do mosteiro; 1935, Setembro - atribuição de mais 9 mil escudos para conclusão das obras no convento; 1937, Maio - comunicação do MOP autorizando o dispêndio de mais 10 mil escudos nas obras; 1938, até - a igreja funcionou como Paroquial; 1941, Abril - a Câmara recebeu de Júlio de Lemos, de Viana do Castelo, um manuscrito contendo as cartas régias relativas ao couto de Sanfins; 1942, Abril - subsídio do M.O.P. e Fundo de

Page 5 of 8 Melhoramentos Rurais para a conclusão do restauro da Igreja; 1995 - assinatura de protocolo entre a Região de Turismo do Alto Minho, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, a Direcção-Geral do Património e o Fundo de Turismo para recuperação, beneficiação e criação de um itenerário de visitas integradas das igrejas românicas da bacia do Alto Minho; 1998, final - lançamento público do Itenerário Românico da Ribeira Minho; 2006 - estudo de um projecto de remodelação do edifício e adaptação a um projecto turístico, com o apoio de técnicos das Universidades do Minho e do Porto. Tipologia Arquitectura religiosa, românica e setecentista. Igreja conventual de planta composta por uma nave e cabeceira contrafortada, de dois tramos, o primeiro da mesma largura e o segundo semicircular, formando três volumes escalonados, da primeira fase do Românico Português, que adapta cabeceira redonda e capitéis com volutas e decoração vegetal; de entre esta, inserese, mais particularmente, na primeira fase do foco românico do Alto Minho. Dependências monacais de estrutura e fenestração setecentista. Características Particulares Incluída no Itinerário do Românico da Ribeira Minho. Igreja com nave estreita, quase com a mesma largura da capela-mor, e de grande altura, adoptando dois níveis de frestas para solucionar o problema da iluminação. Segundo Carlos Ferreira de Almeida, a dimensão da nave, pequena em relação à cabeceira, deverá apontar para a sua construção em data posterior. Dessa segunda fase, ou até mesmo de uma terceira, deverá datar, segundo o mesmo autor, a galilé, cuja existência explicava a relativa pobreza e a pouca profundidade do portal principal da igreja; A exuberância da sua decoração arquitectónica, com grande quantidade de cachorros, capitéis e mísulas de volumosa escultura animalesca e vegetal, faz desta igreja um dos exemplos mais importantes do Românico em Portugal, segundo os padrões da Escola da Sé de Tuy que o Alto Minho nos fins do séc. 12 e inícios do sec. 13 ainda adaptava.

Page 6 of 8 Destacamos a frequência com que o motivo do boi de raça galega aparece, existindo mesmo no interior um capitel com cabeça de novilho. O tímpano do portal axial gravado com serpente e banda de ornatos geométricos - como surge em Rubiães (v. PT011605200002) e na igreja da Comenda de Távora (v. PT011601370009) - tem carácter apotropaico, tal como as impostas zoomórficas dos laterais. A ábside, com um tramo rectangular e outro em semicírculo, representa já uma evolução sobre o de Ganfei (v. PT011608080006). As dependências monacais, actualmente de planta em L, dada a demolição de outro corpo que as interligava à igreja, contêm silhares siglados de três tipos, uma delas medieval, e outra em C deitada, cuja posição poderá indiciar uma reconstrução do edifício. Dados Técnicos Paredes autoportantes na nave e estrutura mista na capela-mor. Materiais Cantaria granítica aparelhada. Pavimento de lajes e cobertura exterior de telha. Bibliografia VIEIRA, José Augusto, O Minho Pittoresco, vol. 1, Lisboa, 1886; DGEMN, A Igreja de S. Fins de Friestas, Boletim nº 11, s.l., 1938; MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, DGEMN, Obras em Monumentos Nacionais - Congresso Internacional de História da Arte, s.l., 1949; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho (Dissertação de Doutoramento em História de Arte), vol. 2, Porto, 1978; OLIVEIRA, A. Lopes de, Valença do Minho, Póvoa de Varzim, 1981; COSTA, Avelino de Jesus da, A comarca eclesiástica de Valença do Minho, Porto, 1981; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, O Românico in História da Arte em Portugal, vol. 3, Lisboa, 1986; idem, Alto Minho, Lisboa, 1987; ALVES, Lourenço, Arquitectura Religiosa do Alto Minho, Viana do Castelo, 1987; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Porto,

Page 7 of 8 1988; ABREU, (cord.) Alberto Antunes de, 1987-88 - Dois anos de pesquisa em arqueologia medieval e moderna, in Cadernos Vianenses, nº 14, Viana do Castelo, 1990, p. 121-182; ROCHA, J. Marques, Valença, Valença, Porto, 1991; NEVES, Manuel Augusto A. Pinto Valença na História e na Lenda, Braga, 1990; MORAIS, Faria de, Convento de Sanfins vai ser recuperado, Jornal de Notícias, 7 Setembro 1997, p. 35; NEVES, Manuel Augusto Pinto, Valença - Das origens aos nossos dias, Valença, 1997; SAMPAIO, Francisco ( coord. ), Românico da Ribeira Minho, Porto, 1999; NEVES, Augusto Pinto, Valença entre a História e o Sonho, Valença, 2003; VIEIRA, Carla Alexandra, Valença - Monumento Nacional está a cair aos pedaços há anos, in Jornal de Notícias - Minho, 25 Junho 2006; Autarquia investe 2,5 milhões para recuperar convento beneditino, in Correio do Minho, 27 Junho 2006. Documentação Gráfica IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN Documentação Fotográfica IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN Documentação Administrativa IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN; IAN/TT: Casa do Infantado - Comarca de Valença, Mç. 1109 Intervenção Realizada DGEMN: Anos 30 - obras de restauro; apeamento e reconstrução completa dos telhados; demolição do campanário; apeação e demolição de construções anexas; demolição de galilé, que funcionara como capela mortuária; apeamento do coro; alargamento do adro; desentaipamento e reconstituição do portal S.; reconstrução da parede de ábside a S.; restauro das frestas; rebaixamento do chão e seu lajeamento; construção do altar; raspagem de rebocos e lavagem de cantarias exteriores e interiores; reconstrução das escadas de acesso ao frontispício; reconstrução e modificação da casa que será a sacristia; reconstrução e consolidação do cunhal S.; colocação de impostas no portal principal e no portal S.; colocação de pia baptismal e de vidros nas frestas; 1959 - obras de

Page 8 of 8 reparação do telhado; 1976 - reparação do telhado e beneficiação; 1977 - reparação de portas e vitrais; F.A.O.J. - instalação de um Campo de Trabalho de Férias Internacional para limpeza da vegetação que cobria o imóvel, por uma equipe de jovens portugueses e franceses; DGEMN: 1988 - telhados, caixilharias, vitrais, pintura e instalação eléctrica; 1990 - reconstrução da capela-mor e absidíolos e ramal de alimentação; 1998 - beneficiação do caminho de acesso. Observações *1 - O Decreto de 1910 classificava apenas como Monumento Nacional trechos da Igreja de São Fins, passando a classificação a abranger todo o imóvel só em 1927, pelo Decreto nº 14 425. *2 - No âmbito do projecto da Rota do Românico da Ribeira Minho, estão previstas obras de beneficiação da igreja e mosteiro de São Fins de Friestas em três fases: acessos; arranjo dos claustros, aqueduto e limpeza; e reabilitação do convento. *3 - Aqui viveu algum tempo São Francisco de Borja (1510-1572), terceiro geral da Companhia de Jesus. Autor Data Paula Noé 1992 Actualização Paula Noé 2003