SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA. Análise da proposta do governo aos docentes da Rede Federal

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Transcrição:

SINASEFE Fundado em // 988 CNPJ: 03.658.80/000-63 Análise da proposta do governo aos docentes da Rede Federal O governo tenta impressionar a categoria e a sociedade divulgando uma tabela de valores com salários atrativos para o topo da tabela, mas que contempla apenas aos doutores com Dedicação Exclusiva (DE). Mantém a mesma lógica de propostas anteriores, mas piorando em muito as questões relacionadas ao desenvolvimento e à estrutura da malha salarial docente. Essa proposta deve, inclusive, ser analisada não apenas em termos de valores/tabelas; deve ser debatida principalmente pelo conjunto de elementos que compõem a estrutura de uma tabela ou carreira, modificada de forma ampla e prejudicial pela proposta apresentada. Ao divulgar na mídia apenas os valores salariais (destacando os percentuais destinados aos doutores com DE como se esses fossem aplicados a todos), o governo tenta esconder os aspectos extremamente negativos da sua proposta que, como veremos a seguir, nem mesmo é uma proposta financeira tão vantajosa como tentam nos convencer. ASPECTOS FINANCEIROS Deve-se ter em mente que os valores e percentuais divulgados na mídia só serão atingidos em 05 e o primeiro reajuste só será concedido em julho de 03 (daqui a meses) e corresponderia a 0% dos recursos destinados ao aumento proposto. Os dois outros aumentos ocorrerão em maio de 0, quando seriam aplicados 30% dos recursos e em março de 05 onde seriam aplicados os 30% restantes. O governo anuncia um reajuste de até 5%, mas esses valores só se aplicam aos professores doutores com DE na classe de titular, num percentual de no máximo 0% da força de trabalho da rede nessas condições acadêmicas. Os professores graduados com DE, com aperfeiçoamento e com especialização, também teriam um aumento dessa ordem no salário inicial, contudo seriam muito prejudicados na estrutura e no desenvolvimento na nova tabela, com critérios que claramente impossibilitam seu desenvolvimento apenas pelo cumprimento de interstício entre uma progressão e outra. Os índices anunciados pelo governo são calculados a partir da tabela salarial de fevereiro de 0, quando ainda não havia sido concedido o reajuste de % acordado no ano passado. Desse modo os índices reais, calculados em relação ao salário atual, são menores que os anunciados já que devemos subtrair os % do percentual de cada nível presente na tabela. Mais uma estratégia midiática do governo em tentar transformar o conteúdo da proposta em algo mais robusto e aceitável pela categoria e pela sociedade. No geral, os reajustes variam de acordo com o nível, titulação e o regime de trabalho. Calculando os percentuais de aumento em relação ao salário atual, estabelecido em março de 0 (ver tabela anexa), vemos que em algumas faixas o índice de reajuste chega a ser de apenas 3%, divididos pelos três anos e fica, na maioria dos casos, na faixa de 0% a 5%. Os maiores reajustes situam-se em %, mas para apenas uma faixa pequena de docentes com DE. SCS QD 0 ENT. BL. C ED. SERRA DOURADA SLS.09/0 CEP 70.300-90 BRASÍLIA/DF FONES: (06) 9-050 FAX: 9-095 e-mail: dn@sinasefe.org.br

SINASEFE Fundado em // 988 CNPJ: 03.658.80/000-63 Índices de aumento - DE Enquadramento Básico Aperf Espec Mestr Dout Titular para Titular 39,5% DV-3 para DIV- 7,5% 3,0%,% 5,8% 30,% DV- para DIV-3 7,% 3,% 0,9% 5,8% 8,8% DV- para DIV 6,9% 30,% 39,%,6%,8% DIV-S para DIV-,8% 6,% 6,% 7,7% 9,6% DIII- para DIII- 3,0% 35,8% 33,6% 9,9% 33,% DIII-3 para DIII-3 35,8% 37,% 35,% 0,6% 3,7% DIII- para DIII- 37,6% 38,% 36,8% 0,8% 30,5% DIII- para DIII- 39,% 0,% 39,0%,% 3,% DII- para DII- 3,% 33,% 3,7% 0,% 6,% DII-3 para DII- 35,3% 36,3% 35,8%,9% 8,7% DII- para DII- 37,0% 38,% 37,6%,7% 30,% DII- para DII- 0,%,3% 0,8% 7,6% 3,9% DI- para DI- 3,8% 3,9% 35,0% 3,6% 3,% DI-3 para DI- 35,8% 38,0% 38,% 6,3% 33,8% DI- para DI- 37,% 39,% 38,9% 6,0% 3,7% DI- para DI- 39,7%,%,% 8,7% 3,9% Índices de aumento - 0 horas Enquadramento Básico Aperf Espec Mestr Dout Titular para Titular 5,3% DV-3 para DIV-,3%,% 3,3% 0,8% 3,9% DV- para DIV-3,5%,% 3,0% 9,%,0% DV- para DIV,8%,0% 30,% 7,6% 8,9% DIV-S para DIV-3,3% 3,%,5% 6,% 7,6% DIII- para DIII- 6,% 8,6% 8,% 8,9% 9,% DIII-3 para DIII-3 7,3% 9,8% 9,% 0,5% 0,7% DIII- para DIII- 8,5% 0,9% 0,8%,8%,0% DIII- para DIII-,8% 5,% 5,0% 5,8% 5,% DII- para DII- 5,5% 8,5% 9,3% 0,6%,7% DII-3 para DII- 7,6% 0,8%,7%,7% 3,8% DII- para DII-8,%,9% 5,% 3,7%,6% DII- para DII- 0,%,% 9,7% 5,9% 6,6% DI- para DI- 3,% 7,%,7% 8,9% 9,8% DI-3 para DI- 5,0% 9,%,9% 0,9%,7% DI- para DI-5,7% 9,6% 5,% 0,% 9,7% DI- para DI-7,6%,5% 7,%,%,% Índices de aumento - 0 horas Enquadramento Básico Aperf Espec Mestr Dout Titular para Titular 3,% DV-3 para DIV- 5,8% 3,9% 38,5% 8,8% 6,5% DV- para DIV-3 5,0% 3,9% 37,5% 9,6% 8,% DV- para DIV,% 3,0% 36,% 8,% 9,8% DIV-S para DIV-,9% 9,3% 5,% 5,7% 8,0% DIII- para DIII- 9,8% 5,9% 7,7%,3% 9,7% DIII-3 para DIII-3 0,6% 6,7% 8,5%,% 9,% DIII- para DIII-,% 7,5% 9,%,% 8,7% DIII- para DIII- 6,8% 7,0%,% 5,8%,6% DII- para DII- 8,% 9,% 6,9% 9,0% 8,3% DII-3 para DII- 9,7% 0,7% 8,9%,0% 0,% DII- para DII- 0,0%,% 9,7%,9%,% DII- para DII-,6%,7%,7% 3,9%,9% DI- para DI- 3,%,6%,3% 8,3% 8,3% DI-3 para DI-,5% 6,0% 5,8% 30,% 0,0% DI- para DI-,7% 6,0% 5,8% 9,5% 8,8% DI- para DI-6,0% 7,% 7,3% 30,9% 0,5% Além disso, devemos ter em mente que, de julho de 00 a junho de 0, a inflação acumulada ficou em torno de 5%. Se projetarmos uma inflação semelhante até 05, teremos um valor de aproximadamente 3% no período de 00 a 05. Desse modo, a proposta do governo sequer irá repor as perdas da maior parte da categoria e representa uma redução do salário real para muitos docentes. Também devemos notar que a suposta valorização da DE e da Titulação anunciada pelo governo é falaciosa: a faixa salarial proposta aos doutores com dedicação exclusiva equivale ao que outras categorias recebem sem as exigências de titulação e dedicação exclusiva. Na realidade o que está sendo proposto é uma depreciação dos professores de 0 horas, de 0 horas e daqueles que não possuem doutorado. A proposta para um graduado em regime de 0 horas é de ridículos R$.60,73 a serem atingidos apenas em 05. Compare-se esse valor com o que recebem outras carreiras do serviço público de nível superior e se terá uma pequena ideia de como a oferta do governo é absurda! Porém, como veremos a seguir, a proposta é ainda pior ao se considerar a estrutura da carreira proposta e as formas de desenvolvimento na carreira. ESTRUTURA DE CARREIRA (por enquanto só tabela) O maior problema na proposta do governo é a estrutura e desenvolvimento na carreira, sendo uma versão piorada de uma proposta apresentada no ano passado. São mantidas duas carreiras separadas: do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e do Magistério Superior (MS) com estruturas e remuneração iguais. A estrutura de classes é mantida, porém o número de níveis é reduzido dos atuais 6 para 3, sendo que o atual cargo isolado de Professor Titular passa a ser o décimo terceiro nível. Por exemplo, as agências reguladoras pagam R$.08,00 de salário inicial. A Polícia Federal paga R$ 7.5,33 para agente e R$ 3.368,68 para peritos e delegados como salários iniciais. Disponível em http://portal.andes.org.br/imprensa/noticias/imp-pri-39356893.zip. SCS QD 0 ENT. BL. C ED. SERRA DOURADA SLS.09/0 CEP 70.300-90 BRASÍLIA/DF FONES: (06) 9-050 FAX: 9-095 e-mail: dn@sinasefe.org.br

SINASEFE Fundado em // 988 CNPJ: 03.658.80/000-63 EBTT MS Classe Nível Classe Nível Titular Único Titular Único DIV 3 3 Associado DIII 3 3 Adjunto DII Assistente DI Auxiliar Todos os docentes entrarão no primeiro nível (DI- no EBTT) e a progressão entre níveis ocorrerá a cada meses (o governo retrocedeu na sua proposta original de 8 meses de interstício, inclusive já implantada pela Lei.78/008). Além da avaliação de desempenho haverá uma exigência de carga horária mínima a ser estabelecida pelo MEC futuramente, que irá se sobrepor às regras, atualmente estabelecidas por cada Instituto. No Magistério Superior, essa carga horária mínima será de horas. Desse modo, o MEC terá a liberdade de elevar a carga horária dos docentes nos Institutos. Na proposta do governo, vale salientar que há uma intencionalidade clara de expandir a jornada de trabalho docente. Isso se materializa na medida em que, na referida proposta, o regime de trabalho com DE se opera em tempo integral. No entanto, o artigo da lei.78/008, que atualmente regulamenta a carreira dos docentes da EBTT, garante que o regime de trabalho de 0 horas semanais deve ser executado em turnos consecutivos de trabalho. A promoção entre classes as (de DI para DII e assim sucessivamente) exigirá não só o interstício de meses no último nível da classe anterior, mas também outros critérios. A promoção para a classe DII exigirá especialização e certificação ou mestrado e para a classe D-III exigirá mestrado e certificação ou doutorado. A classe de Titular, além de exigir doutorado, será restrita a apenas 0% do quadro de docentes da instituição e exigirá aprovação de Memorial que deverá considerar as atividades de ensino, pesquisa, extensão, gestão acadêmica e produção profissional relevante, ou de defesa de tese acadêmica inédita. Exigências semelhantes serão feitas no MS para as classes de Assistente, Adjunto e Titular. Isso representa uma piora em relação ao que temos hoje no EBTT, na qual não há barreiras de titulação para se chegar ao topo da tabela, e também em relação à atual carreira do MS em que só há barreira de titulação na classe de Associado (cuja exigência é doutorado). Apesar de a tabela salarial divulgada possuir valores para todas as titulações até o nível DIV-, apenas os docentes que já estão nesses níveis receberiam esses valores, pois os novos docentes não teriam como atingir o topo da tabela. Mesmo os atuais não SCS QD 0 ENT. BL. C ED. SERRA DOURADA SLS.09/0 CEP 70.300-90 BRASÍLIA/DF FONES: (06) 9-050 FAX: 9-095 e-mail: dn@sinasefe.org.br

SINASEFE Fundado em // 988 CNPJ: 03.658.80/000-63 poderiam progredir para as classes seguintes se não atenderem aos critérios estabelecidos. Na proposta para a EBTT o governo criará um Certificado de Conhecimento Tecnológico, com dois níveis, que possibilitaria a um especialista chegar à classe DII se possuir o Certificado de nível I e a um mestre chegar à classe DIII se possuir o Certificado de nível II. A obtenção dessas Certificações demandam dois () anos para o nível I e três (3) anos para o nível II e estão atreladas à participação em programas de interesse do governo, como o Pronatec 3. Desse modo a Certificação se torna uma forma do governo impor a adesão aos seus projetos. Não está claro na proposta como essa Certificação afetaria os docentes das áreas não técnicas, que acabam com isso correndo o risco de não serem contemplados inicialmente. Desse modo um graduado (ou portador de aperfeiçoamento) não sairá da classe DI- e terá apenas uma progressão em toda carreira caso não consiga ultrapassar todas as barreiras propostas. Existe uma aceleração da promoção por meio da titulação: após o estágio probatório o docente pode ser promovido para DII- (Assistente ) se obtiver o título de mestre e para DIII- (Adjunto ) se obtiver o título de doutor, desde que aprovado em avaliação de desempenho. Atualmente essa promoção existe no MS, mas é automática já na entrada da carreira. A carreira terá as seguintes durações: Graduados (ou aperfeiçoamento): 0 anos, chegando apenas até DI- caso não obtenha outra titulação. Especialistas: 06 anos, chegando até DII-, se obtiver o Certificado de Conhecimento Tecnológico I. Caso não obtenha outra titulação ficará parado neste nível da tabela. Mestres: 3 anos, com a aceleração de promoção, chegando a DIII- se obtiver o Certificado de Conhecimento Tecnológico II. Só progredirá aos demais níveis atingindo a titulação de doutor. Doutores: 9 anos com a aceleração de promoção, se entrar nos 0% dos docentes que podem ser titulares. Novamente vemos que a suposta valorização da titulação na verdade é uma depreciação dos graduados, especialistas e mestres. A remuneração será composta de Vencimento Básico e Retribuição por Titulação definida nominalmente em lei, sem qualquer vínculo percentual com os regimes de trabalho ou com os vencimentos básicos presentes na tabela. Dessa forma, a estrutura salarial não possui nenhuma lógica, como defendemos em nossa proposta e que esteve presente até a implementação da Lei.78/008: o vencimento do regime de 0 horas não é metade do valor para 0 horas, nem a DE representa 55% a mais que o valor de 0 horas. Também não há nenhuma lógica nas variações remuneratórias entre níveis. Há ainda a possibilidade de uma Retribuição de Projetos Institucionais de Pesquisa e uma Gratificação de Atividade de Preceptoria para docentes com DE, mas que também não foram explicitadas na proposta do governo. 3 Ver diretrizes em http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivos/noticias/srh/0/073_certificacao.pdf. SCS QD 0 ENT. BL. C ED. SERRA DOURADA SLS.09/0 CEP 70.300-90 BRASÍLIA/DF FONES: (06) 9-050 FAX: 9-095 e-mail: dn@sinasefe.org.br

SINASEFE Fundado em // 988 CNPJ: 03.658.80/000-63 Não há qualquer perspectiva de correção das distorções sofridas pelos aposentados que estavam estacionados na antiga classe especial, que era o topo da tabela à época, quando da implantação da Lei.78/008 que impediu a progressão dos mesmos para os níveis da última classe da tabela, a DV. O que nós conseguimos reverter a partir de 00, mantendo a paridade entre ativos e aposentados e dar possibilidade da construção de uma carreira que contemplasse igualmente a ativos e aposentados, acaba tendo sua distorção ampliada com a nova proposta. Regra de transposição de uma tabela para a outra: EBTT atual EBTT nova Classe Nível Nível Classe Titular Único Único Titular 3 DV 3 DIV DIV Único 3 3 DIII DIII DII DII DI DI 3 3 O COMPARATIVO ENTRE AS POSIÇÕES E O QUE EXISTE HOJE Os prejuízos que a nova proposta estabelece para os docentes poderá ser resumidamente analisado a partir da tabela comparativa abaixo: ITENS PREVISTOS PARA CARREIRA ESTRUTURA DA MALHA SALARIAL DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA PROPOSTA SINASEFE CARREIRA ÚNICA 3 padrões de vencimento, com diferença constante (step) entre estes padrões Progressão a cada 8 meses, sem nenhum critério impeditivo para ATUAL EBTT 6 padrões de vencimento, com divisão de classes, e sem qualquer padrão lógico na diferença entre cada nível ou classe Progressão a cada 8 meses, sem restrições para se chegar ao topo da PROPOSTA DO GOVERNO 3 padrões de vencimento, com divisão em classes, sem qualquer padrão lógico na diferença entre cada nível ou classe Progressão a cada meses, com critérios restritivos ao desenvolvimento na tabela: SCS QD 0 ENT. BL. C ED. SERRA DOURADA SLS.09/0 CEP 70.300-90 BRASÍLIA/DF FONES: (06) 9-050 FAX: 9-095 e-mail: dn@sinasefe.org.br

SINASEFE Fundado em // 988 CNPJ: 03.658.80/000-63 TITULAÇÃO RELAÇÃO ESTRUTURAL E SALARIAL ENTRE OS REGIMES DE TRABALHO desenvolvimento na carreira. Percentuais de titulação incorporados ao vencimento básico Manter a relação entre os regimes de trabalho, estabelecendo a diferença entre os pisos: o piso de 0 h como dobro do piso de 0 h. E no caso da DE o piso de 0 h será acrescido de 55% COMANDO NACIONAL DE GREVE SINASEFE JUL 0 tabela Transformação dos percentuais por titulação em valores nominalmente identificados (RT retribuição por titula-ção), que sofrem reajuste apenas quando da revisão geral Não existe vínculo ou proporção entre os regimes de trabalho, apenas uma tabela que mantém a diferença através de valores por nível, em cada classe, acrescidos da RT por titulação e/ou certificação (critérios definidos pelo MEC) Manutenção da RT enquanto valores nominalmente identificados, que sofrerão reajuste apenas quando da revisão geral dos servidores federais Ampliar ainda mais a distorção entre os regimes de trabalho, dando o maior reajuste ao regime de DE em detrimento à tabela de 0 e 0 h SCS QD 0 ENT. BL. C ED. SERRA DOURADA SLS.09/0 CEP 70.300-90 BRASÍLIA/DF FONES: (06) 9-050 FAX: 9-095 e-mail: dn@sinasefe.org.br