Nota sobre os resultados da PIM-PF Regional 1 Agosto de 2016 A produção física da Indústria de Transformação da Bahia apresentou queda de 5,3%, na comparação dos últimos 12 meses, terminados em agosto, com igual período anterior, após o decréscimo (-4,0%) registrado em julho. Com esse resultado, a Bahia continua no 3º lugar dentro do ranking dos quatorze estados que participam da PIM PF-R, do qual apenas o estado de Mato Grosso vem apresentando resultado positivo (7,4%). Os demais estados registraram resultados negativos: Amazonas (-17,5%), Rio de Janeiro (-11,7%), Pernambuco (-11,1%), São Paulo (-9,2%), Rio Grande do Sul (-8,8%) Paraná (-8,5%), Minas Gerais (-7,3%), Ceará (-7,2%), Pará (-7,1%), Santa Catarina (-6,7%), Goiás (-5,3%) e Espírito Santo (-2,0%). Na Bahia, apenas três dos onze segmentos pesquisados registraram crescimento: Metalurgia (14,3%), Bebidas (9,2%) e Alimentos (2,7%). Apresentaram resultados negativos: Equipamentos de Informática (-37,2%), Veículos automotores (-28,0%), Minerais não metálicos (-15,9%), Refino de petróleo e biocombustíveis (-6,7%), Borracha e plástico (- 4,0%), Couro e Calçados (-1,9%), Celulose e Papel (-0,7%) e Produtos químicos (-0,3%). Na comparação de agosto de 2016 com igual mês do ano anterior, a produção física da Indústria de Transformação baiana apresentou queda de 10,6%. Quatro dos onze segmentos industriais da Bahia apresentaram resultados positivos: Couro e Calçados (13,6%, maior produção de tênis de material sintético, calçados femininos de material sintético e calçados masculinos de couro); Alimentos (6,7%, maior produção de açúcar cristal, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, leite em pó e massas alimentícias secas); Bebidas (6,5%); e Borracha e Plástico (0,1%). Apresentaram resultados negativos: Refino de Petróleo e Biocombustíveis (-24,3%, devido a uma parada não programada da unidade de craqueamento catalítico de resíduos U-39 durante todo o mês de julho); Metalurgia (-21,2%, menor produção de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre, fio-máquina de aços ao carbono e vergalhões de aços ao carbono); Minerais não metálicos (-18,4%, menor produção de cimentos Portland, massa de concreto preparada para construção e argamassas ou outros aglomerantes não refratários); Veículos automotores (-8,5%, menor produção de painéis 1 A partir de maio de 2014 tem início a divulgação da nova série da PIM-PF. A reformulação teve como objetivos: atualizar a amostra de atividades, produtos e informantes; elaborar uma nova estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes; adotar, na PIM-PF, as novas classificações, de atividades e produtos, usadas pelas demais pesquisas da indústria a partir de 2007 (CNAE 2.0); e produzir indicadores para aquelas Unidades da Federação que no ano de 2010 responderam por pelo menos 1% do Valor da Transformação Industrial e, também, para a Região Nordeste. A série reformulada tem início em janeiro de 2012 e sua implantação não implicou em total ruptura das séries históricas iniciadas em 2002, uma vez que essas foram encadeadas à nova, em termos regionais, nas atividades em que houve uma relativa aderência entre as duas séries. 1
para instrumentos dos veículos automotores); Equipamentos de Informática (-5,1%); Celulose e papel (-1,1%); e Produtos Químicos (-1,0%, menor produção de adubos ou fertilizantes, misturas de alquilbenzenos, hidróxido de sódio e polietileno de alta densidade). A menor queda da produção física da indústria da Bahia em comparação ao Brasil deve ser relativizada: no início de 2015, foi registrada redução acentuada da produção na atividade de refino (que representa 31,5% do VTI da Indústria de Transformação Baiana) por conta de uma parada de manutenção na RLAM, deprimindo a base de comparação. No entanto, a RLAM, que havia previsto uma parada programada para o mês de novembro deste ano das unidades 9 e 18, postergou para janeiro de 2017. Por outro lado, em 2016, a partir do 2º semestre, é esperado que a produção da indústria baiana apresente queda um pouco mais acentuada por conta de parada programada para manutenção da Braskem (produtos químicos representa 18% do VTI da Indústria de Transformação Baiana). Embora seja esperada essa parada nos próximos meses, acreditamos que ainda assim a indústria baiana fechará o ano de 2016 apresentando menor retração que o Brasil. A indústria foi um dos setores que primeiro começou a sofrer com a crise econômica. O consumo das famílias em baixa e a falta de investimentos contribuíram para os resultados negativos. A crise política tem sua parcela de responsabilidade neste cenário ruim. No entanto, alguns analistas consideram a hipótese de que a economia brasileira já tenha chegado ao fundo do poço e pode estar ensaiando uma recuperação a partir deste segundo semestre. Os indicadores que mostram essa possibilidade de reversão do ciclo econômico são a normalização dos níveis de estoque ao nível de produção, a elevada capacidade ociosa, a melhora das expectativas empresariais e o câmbio. As estimativas de mercado apontam para uma desaceleração da queda da produção industrial neste ano, que deverá encerrar em retração de 5,96% (ante os 9,2% atuais) e crescimento em 2017 (+1,11%). Na mesma direção, o PIB deverá crescer 1,3% em 2017 e a inflação deverá convergir para a meta (5,06%), de acordo com informações do Banco Central (relatório Focus). Alguns indicadores devem dificultar uma recuperação mais robusta da economia brasileira: (i) elevado nível de desemprego (11,8%, segundo a PNAD de agosto/2016); (ii) atual patamar da taxa de juros, com a Selic mantida em 14,25%; e (iii) um persistente e elevado déficit fiscal. 2
Tabelas PIM-PF Produção Física por Estados Indústria de Transformação (variação percentual) Estados Ago 16 / Ago 15 Jan-Ago 16 / Jan-Ago 15 Set 15-Ago 16 / Set 14-Ago 15 São Paulo -3,4-7,0-9,2 Minas Gerais -3,2-4,8-7,3 Rio de Janeiro -7,3-9,2-11,7 Paraná -3,5-6,6-8,5 Rio Grande do Sul -1,4-5,2-8,8 Santa Catarina 1,8-4,7-6,7 Bahia -10,6-3,3-5,3 Amazonas -7,4-14,7-17,5 Pará -0,9-6,5-7,1 Espírito Santo 2,9-2,2-2,0 Goiás -7,8-6,5-5,3 Pernambuco -1,8-14,0-11,1 Ceará -2,3-4,7-7,2 Mato Grosso -6,4 7,3 7,4 Brasil -4,2-7,4-9,2 Fonte: IBGE; elaboração FIEB/SDI 3
Bahia: PIM-PF de Agosto 2016 (variação percentual) Ago 16 / Ago 15 Jan-Ago 16 / Jan-Ago 15 Set 15-Ago 16 / Set 14-Ago 15 Indústria de Transformação -10,6-3,3-5,3 Refino de petróleo e biocombustíveis -24,3-5,5-6,7 Produtos químicos -1,0 3,3-0,3 Veículos automotores -8,5-24,3-28,0 Alimentos 6,7 4,1 2,7 Celulose e papel -1,1-0,3-0,7 Borracha e plástico 0,1-4,8-4,0 Metalurgia -21,2 16,2 14,3 Couro e Calçados 13,6 1,3-1,9 Minerais não metálicos -18,4-17,8-15,9 Equipamentos de Informática -5,1-17,6-37,2 Bebidas 6,5 11,6 9,2 Extrativa Mineral -25,0-19,7-16,1 Fonte: IBGE; elaboração FIEB/SDI 4
Gráficos PIM-PF Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14) Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14) 5
Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14) Bahia: PIM-PF de Agosto 2016 (variação percentual) Bebidas 6,5 11,6 9,2 Equipamentos de Informática -5,1-17,6-37,2 Minerais não metálicos -18,4-17,8-15,9 Couro e Calçados 13,6 1,3-1,9 Metalurgia -21,2 16,2 14,3 Borracha e plástico 0,1-4,8-4,0 Celulose e papel -1,1-0,3-0,7 Alimentos 6,7 4,1 2,7 Veículos automotores -8,5-24,3-28,0 Produtos químicos Refino de petróleo e biocombustíveis -24,3-1,0-5,5 3,3-6,7-0,3 Fonte: IBGE; Elaboração FIEB/SDI. Variação mensal (Ago 16 / Ago 15) Variação do acumulada no ano (Jan-Ago 16 / Jan-Ago 15) Variação em 12 meses (Set 15 - Ago 16 / Set 14 - Ago 15) 6