À CONFEDERAÇÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO / ESPANHA. (Avda. de Portugal, 81; Madrid)

Documentos relacionados
Origens do direito da água

QUERCUS- ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA. Relatório de avaliação da implementação da Directiva Quadro da Água

DESAFIOS DO PLANEAMENTO HIDROLÓGICO

AS RELAÇÕES LUSO-ESPANHOLAS E OS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA. Conselho Nacional da Água (CNA) 03 de Dezembro de 2010

DIREITO INTERNACIONAL DAS ÁGUAS E CONVENÇÃO SOBRE AS BACIAS HIDROGRÁFICAS LUSO-ESPANHOLA S. António Gonçalves Henriques 1

- Procedeu-se à construção de um açude de terra para fechar o rio Sorraia de forma a se conseguir aproveitar toda a água disponível no mesmo.

5685/00 PB/ccs PT DG I

Aprova o Regulamento interno de funcionamento da Comissão de Gestão de Albufeiras

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS. Nesse sentido o Homem tem o dever de proteger e melhorar o ambiente para as gerações actuais e vindouras :

Mesa Redonda: Desafios Futuros do Planeamento Hidrológico no Quadro do Convénio de Albufeira. Bacia Hidrográfica

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA TERRA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO RURAL DIRECÇÃO NACIONAL DO AMBIENTE DEPARTAMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL

Regulamento para submissão de pedidos de parecer prévio

O Papel da cidadania na gestão dos recursos hídricos. Carla Graça Coordenadora do Grupo de Trabalho da Água

CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, SA COMISSÃO DE RISCOS FINANCEIROS REGULAMENTO

s. R. TRIBUNAL DA COMARCA DE LISBOA Rua Marquês de Fronteira - Palácio da Justiça de Lisboa - Edifício Norte (Piso 4) Lisboa

RELATÓRIO de Consulta Pública. Ensaios com organismos geneticamente modificados Notificações B/PT/08/01 e B/PT/08/02

Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas dos rios Vouga, Mondego e Lis

2.º CICLO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA. QUESTÕES SIGNIFICATIVAS DA ÁGUA (QSiGA) Conclusão do processo de Participação Pública

BREVE NOTA SOBRE AS CHEIAS NO TEJO E O SEU SISTEMA DE VIGILÂNCIA E ALERTA

2013 RELATÓRIO DE ACTIVIDADES E CONTAS 2014 PROGRAMA DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO

O Planeamento Hidrológico e as Alterações Climáticas no contexto Transfronteiriço

Licenciamento de Agentes de Jogadores

Em cumprimento do disposto na Decisão da Comissão de /531/CE. Período de abrangência

ENQUADRAMENTO COMUNITÁRIO DOS AUXÍLIOS ESTATAIS SOB A FORMA DE COMPENSAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

Ponto de Situação dos trabalhos

IMPLEMENTAÇÃO DA DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA MINISTÉRIO DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Tema 1 Eficácia dos planos no contexto nacional e comunitário José Gomes Ferreira

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO

DQA e DQEM - Sobreposição ou complementaridade?

PGRH Planos de Gestão das Regiões Hidrográficas e Agricultura Nuno Lacasta Presidente do Conselho Diretivo da APA

Planeamento dos recursos hídricos

Estrutura institucional de gestão dos recursos hídricos portugueses Modelo em estudo

AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA DECLARAÇÃO AMBIENTAL

CONTRIBUTO PNA PGRH. Investimentos em regadio Limitação de acesso a Fundos Europeus

MANIFIESTO EN DEFENSA DE UN TAJO VIVO

RELATÓRIO de Consulta Pública. Ensaios com organismos geneticamente modificados Notificação B/PT/10/01

CONVENÇÃO SOBRE A COOPERAÇÃO PARA A PROTECÇÃO E O USO SUSTENTÁVEL DAS ÁGUAS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS LUSO-ESPANHOLAS

CONSELHO DE MINISTROS Decreto n. 1/2005

PT 1 PT COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS BRUXELAS, 20/10/2009 ORÇAMENTO GERAL SECÇÃO III COMISSÃO, TÍTULOS 07, 17, 40

REGULAMENTO INTERNO DA ASSEMBLEIA DE PARCEIROS DO GRUPO DE ACÇÃO LOCAL CASTELOS DO COA

AMBIENTE E TERRITÓRIO 9 ª aula

PROJECTO DE LEI N.º 593/XI/2.ª

Serviços dos Ecossistemas (Avaliação)

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

1.Introdução. 2.Enquadramento Geral

REGULAMENTO DO FUNCIONAMENTO E COMPETÊNCIA DAS DELEGAÇÕES REGIONAIS DA ORDEM DOS NOTÁRIOS 1

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone : Fax :

CONSELHO SUPERIOR DE ESTATÍSTICA

O serviço de Postos Públicos

Regulamento para o Recrutamento do Director do Agrupamento de Escolas de Marinhas

MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DO AMBIENTE. Portaria n. 174/97 de 10 de Março

DIA NACIONAL DA ÁGUA 2007 Água, um bem ambiental global António Eira Leitão

TAGUSGÁS Empresa de Gás Natural do Vale de Tejo, SA COMENTÁRIOS À PROPOSTA DE REVISÃO REGULAMENTAR ERSE

PROCEDIMENTOS PARA A MONITORIZAÇÃO DE SECAS. Palavras-chave: Secas, Planeamento de Recursos Hídricos, Gestão de Recursos Hídricos, Precipitação.

A ARH do Tejo, I.P., enquanto Promotora. de Instrumentos de Gestão Territorial

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS DECISÃO DA COMISSÃO. de 04-XII-2007

PROGRAMA OPERACIONAL SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Regulamento de acesso à Medida Competências Básicas. CAPÍTULO I Disposições gerais

Estatuto da Carreira Docente. Faltas

(6) É necessário estabelecer regras relativas ao formato e à apresentação dos relatórios anuais de execução.

RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA TELEFÓNICA, S.A. EM RELAÇÃO À PROPOSTA DE MODIFICAÇÃO DOS ARTIGOS 5, 8.1, 11, 13.1, E 14.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA TERRA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO RURAL DIRECÇÃO NACIONAL DO AMBIENTE DEPARTAMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL

PLANO NACIONAL DA ÁGUA

Bolsas asppa+ Regulamento para o ano de Este regulamento está sujeito a alterações anuais

Bolsas asppa+ Regulamento para o ano de 2017

2014 RELATÓRIO DE ACTIVIDADES E CONTAS 2015 PROGRAMA DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO

16.º ENCONTRO DE VERIFICADORES AMBIENTAIS EMAS

REGULAMENTO DA COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE ÍLHAVO

COMISSÃO DE AUDITORIA E CONTROLO INTERNO DO BANCO BPI, SA REGULAMENTO

Decreto-Lei n.º 84/2004 de 14 de Abril

DOCUMENTO DE CONSULTA PÚBLICA N.º 2/2010. Projectos de Norma Regulamentar e de Circular sobre Políticas de Remuneração

CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, SA COMISSÃO DE GOVERNO REGULAMENTO

16 de Junho de 2017 REGULAMENTO DA COMISSÃO DE REMUNERAÇÕES DA ASSEMBLEIA GERAL CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A.

REGULAMENTO HOMOLOGAÇÃO DE GRADUAÇÕES

Avaliação Ambiental Estratégica

3 de Julho de Reunião Comissão de Albufeiras

REGULAMENTO DO CONSELHO CONSULTIVO DA MISERICÓRDIA DE CINFÃES

Água e Alterações Climáticas

Tema I: Composição e Funcionamento do Fórum da CETS

ÂMBITO. Política de gestão COMPROMISSOS SOCIEDADES

PROJECTO CO FINANCIADO PELA UNIÃO EUROPEIA FUNDO DE COESÃO

REGIMENTO DAS COMISSÕES TÉCNICAS RELACRE

Jornal Oficial da União Europeia

CONSELHO NACIONAL DA ÁGUA AS RELAÇÕES LUSO-ESPANHOLAS E OS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

ELABORADO VERIFICADO APROVADO

UNIÃO EUROPEIA FIN 299 INST 145 AG 37 INF 134 CODEC 952

Anexo 1. Fichas A1 e A2 do Plano de Actividades

GESTÃO de PROJECTOS. Condições prévias de sucesso para a maioria dos projectos

RECONHECIMENTO MÚTUO PORTUGAL - ESPANHA GUIA DE REQUISITOS DOS CENTROS DE MANUTENÇÃO DE MATERIAL CIRCULANTE FERROVIÁRIO

PARECER n.º 05/2007 DA AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA DA AVIAÇÃO

PLANO DE AVALIAÇÃO DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DE LISBOA

República de Moçambique PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Decreto Presidencial nº4/2000 de 17 de Março

Código Mundial Antidopagem

PLANIFICAÇÃO MODULAR ANO LECTIVO 2016 / 2017

Direito de Participação dos Trabalhadores. Ana Filipe Lisboa, 29 de Fevereiro e 1 de Março de 2008

A conetividade longitudinal em rios portugueses Enquadramento legal e institucional. Francisco Nunes Godinho

Banco de Portugal. Carta-Circular nº 1/2006/DSB, de

MINISTÉRIO DO AMBIENTE. Decreto-Lei n.º 166/97 de 2 de Julho

REGULAMENTO DA ASSOCIAÇÃO BIODIVERSIDADE PARA TODOS

Estrutura Local de Apoio Baixo Alentejo (ELA_AA) Apoio Zonal. Outras Áreas Estepárias (OAE) Regulamento Interno

Transcrição:

À CONFEDERAÇÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO / ESPANHA (Avda. de Portugal, 81; 28071 Madrid) participa.plan@chtajo.es Sérgio Paulo Silva Lopes, maior de idade, com Cartão de Identidade n.º 7324840, membro do Movimento pelo Tejo protejo a, agindo em nome próprio, com endereço para efeito de notificações na Avenida Marquês de Pombal, nº 204, 3º Frente, 2380-014 Alcanena, respeitosamente, através desta carta, e em relação à "PROPOSTA DE RELATÓRIO DO ORGANISMO DA BACIA SOBRE OS COMENTÁRIOS, PROPOSTAS E SUGESTÕES DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA; E PROPOSTA DAS QUESTÕES SIGNIFICATIVAS DA GESTÃO DA ÁGUA (QSIGA), QUE MODIFICA O DOCUMENTO INICIAL SUBMETIDO A CONSULTA, vem apresentar os seguintes: COMENTÁRIOS PRIMEIRO : Os documentos referidos, que pretendem aprovar dia 3 de Novembro de 2010, pelo Conselho Executivo realmente NÃO DÁ RESPOSTA ÀS ALEGAÇÕES E OBSERVAÇÕES QUE REALIZÁMOS, E NÃO FORAM INCORPORADAS NO TEXTO DAS QSIGA OS NUMEROSOS CONTRIBUTOS QUE LHES FORAM COMUNICADOS ao longo de todo o processo de participação, nem sequer as apresentadas pelas associações de cidadãos e grupos ambientais da bacia do Tejo. Em primeiro lugar, reiteramos, como temos vindo a fazer, não nas alegações das QSIGA, mas nas observações aos documentos anteriores, ou nas poucas reuniões para as quais temos sido convocados, que SEM INFORMAÇÃO, NÃO HÁ PARTICIPAÇÃO. Podem dizer que cumpriram os procedimentos de participação cívica, mas a verdade é que neste momento ainda faltam, dados e informações essenciais, sem os quais é impossível uma participação real e efectiva. Ao faltar toda a informação básica remetida para o projecto de plano hidrológico, as fases iniciais de participação e a possibilidade de fazer declarações ou observações com o conhecimento de números e dados fundamentais ficaram sem conteúdo. Finalmente, a participação pública ficará reduzida, basicamente, um período de 6 meses de alegações para o projecto do plano de bacia, onde é suposto que, finalmente, se proporcione aos participantes, dados e números que não tenham sido publicitados até esse momento. Ou seja, o novo plano de bacia terá tido uma participação meramente formal, mas no fundo, terá violado as determinações previstas sobre a participação pública, tanto a Directiva Quadro da Água, como a Convenção de Aarhus (que deve ser aplicado com força de lei dentro do nosso sistema jurídico). Como exemplo do que dizemos, basta remetermo-nos à sua resposta (ou mais correctamente, falta de resposta) aos pontos-chave das observações que apresentámos:

1. SOBRE A NOMEAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ESTADO ACTUAL DAS MASSAS DE ÁGUA "A delimitação das massas de água, tanto naturais como artificiais e fortemente modificadas está a ser revista para se adequar aos critérios do PH. Os resultados desse estudo serão colocados à disposição dos interessados no processo de participação pública do projecto de plano." 2. SOBRE O CÁLCULO E IMPLEMENTAÇÃO DE CAUDAIS ECOLÓGICOS "No plano de água serão caracterizados os caudais ambientais em todas as massas de água da Região Hidrográfica de métodos hidrológicos e em aproximadamente 10% destes será realizado um contraste mediante a simulação de habitats", "Quanto à implantação dos ditos caudais na bacia do Tejo, tal como se afirma no ponto 3.4.6 da Instrução de Planeamento Hidrológico (IPH) - Ordem ARM n.º 2656/2008, será desenvolvido de acordo com um processo de consulta/ concertação". 3. SOBRE O ESTABELECIMENTO DE OBJECTIVOS AMBIENTAIS "... é inadequado, portanto, apresentar neste momento uma proposta de objectivos ambientais a alcançar em todas as massas de água, bem como de prorrogações ou excepções, sem contar com as informações necessárias de estudos que estão actualmente em processo de elaboração. Todas essas informações estarão disponíveis no futuro projecto de Plano. 4. SOBRE A PROPOSTA INICIAL DE SISTEMAS DE EXPLORAÇÃO A resposta dada é incoerente e, de nenhuma forma explica a motivação para a nova definição de sistemas, que não se encontra justificada, pois é absurdo dizer que se faz porque o novo regulamento de planeamento não contempla "subsistemas". Muito menos se justifica a definição de um único sistema operacional para toda a bacia, e não está garantido que indiquem ou proporcionem outro sistema operacional integrado no Alto Tejo conceito, segundo vós, análogo ao macro - sistema - de modo a que se possam contemplar as inter-relações entre sistemas de exploração. Porque, mais uma vez, como as restantes questões significativas, esta definição fica adiada, e "terá lugar nas normas do Plano." 5. CÁLCULO DOS BALANÇOS PROVISIONAIS Não responderam aos nossos comentários sobre o sobredimensionamento do cálculo dos recursos disponíveis e da ineficácia do balanço previsional que apresentam, ao realizarem-se os cálculos unicamente para a série 1940-2006. Solicitámos que se calculem os recursos disponíveis assim como o balanço, com a série 1980-2006, tendo em conta o possível efeito da mudança climática. No entanto, a resposta da CHT e as QSIGA definitivas não dão resposta a este pedido, alegando, absurdamente que a série longa contém os anos da série curta. Incumprindo as determinações da IPH, neste ponto, que foram calculados nas QSIGA de outras Regiões, como a do Segura. Finalmente, voltam a adiar esta informação essencial para o plano, dizendo que "O balanço de recursos do Plano

será feito considerando as orientações da IPH em relação à mudança climática e à utilização de séries hidrológicas." 6. SOBRE A ANÁLISE ECONÓMICA DO USO DA ÁGUA Não respondem aos comentários sobre a necessidade de realizar um estudo económico do uso da água em conformidade com a regulamentação estabelecida e que se caracterize económica e ambientalmente as medidas de base e complementares contempladas. Voltam a adiar esta informação, essencial, que ainda não foi fornecida, para o novo plano, sem que tenha existido, portanto, a participação pública sobre este aspecto fundamental para os novos planos estabelecidos pela DQA. Indicam simplesmente em resposta a essa afirmação que "o plano hidrológico acolherá um resumo das análises efectuadas em várias actividades económicas que afectam o uso da água, fornecendo informação agregada para a bacia hidrográfica e, quando necessário, à escala regional. Incluirá informações sobre as actividades económicas e a sua evolução até à actualidade. O plano hidrológico também acolherá as previsões hidrológicas dos investimentos previstos pelos diversos agentes para cada um dos serviços de água ". 7. SOBRE MEDIDAS EM CURSO OU A APLICAR Não respondem aos nossos comentários acerca de alternativas de actuação e possíveis medidas para alcançar os objectivos ambientais. As medidas propostas ainda são genéricas e não foram caracterizadas ambientalmente e economicamente. Nem sequer especificam os sectores e grupos afectados pelo programa de medidas nem se caracteriza a possível afectação. 8. SOBRE FENÓMENOS METEREOLÓGICOS EXTREMOS Indicámos nos nossos comentários que o Plano Especial de Alerta e Eventual Seca do Tejo (PES 2007), aprovado fora do actual processo de planeamento, não contempla dados imprescindíveis que devem ser debatidos e fixos no novo plano, sem que seja recebida a resposta da CHT no sentido de que, as possíveis alterações devem ser incluídas na finalização do plano hidrológico, furtando mais uma vez esta informação essencial para o processo de participação pública. 9. TEJO - SEGURA E OUTROS TRANSVASES PARA BACIAS HIDROGRÁFICAS EXTERIORES Não se responde aos comentários sobre a necessidade de incorporação como um tema importante o transvase Tejo - Segura e considerar o desvio de água do mesmo como uma pressão significativa. Voltam a remeter-se às determinações do Plano Hidrológico Nacional (PNH), atirando bolas para fora e esquecendo, que é competência do novo Plano do Tejo identificar todas as pressões significativas sobre a bacia hidrográfica (como, aliás, é a diminuição da transferência), as consequências das mesmas (como a afectação dos caudais ambientais ou o agravamento dos problemas de qualidade no Médio Tejo por falta de capacidade de diluição) e propor as medidas necessárias para cumprir os objectivos ambientais, que deve necessariamente implicar a existência de maiores reservas na cabeceira

do rio e maiores caudais de circulação para cumprir os objectivos ambientais, prioritários sobre qualquer transvase. Reiterando, se necessário, o PHN será o que se adapte às determinações do DQA para cada plano de bacia, e não o contrário. A atitude do CHT, com esta forte pressão, com a diminuição anual de 600 hm3 da cabeceira da bacia, que deixam de circular através do Rio Tejo, é fechar os olhos e fingir que não existe, o que em todo o caso, a Cabeceira do Tejo é independente do resto da bacia, para fins de planeamento. Um exemplo claro dessa recusa em reconhecer o óbvio, está na nova ficha com o número 1-08 Flutuações do nível no troço médio do rio Tejo, que chega ao absurdo de considerar que os únicos sectores e actividades que impedem que se alcance uma continuidade de caudais circulantes compatíveis com a manutenção dos ecossistemas associados no troço médio do rio são as extracções nos rio Tejo e Jarama, tanto de áreas de regadio públicas como de regadios privados, assim como de geração hidroeléctrica. Chegando ao absurdo maior de propor como únicas medidas para resolver o problema: A construção de obras de regulação diárias no eixo do rio Tejo e a afectação de recursos adicionais para atender às procuras consumptivas, sem indicar que esses recursos devem proceder da cabeceira da bacia, já que a sua utilização para as necessidades ambientais e procuras da bacia do Tejo, são prioritários sobre qualquer transvase para o exterior. Nem sequer se informa sobre os possíveis estudos que o actual Ministério do Meio Ambiente e Assuntos Rurais e Marinhos está a realizar sobre um novo transvase desde o Médio Tejo, afirmando que "procedemos à transferência da sua petição para a Sub - Direcção Geral de Planeamento Hidrológico e Uso Sustentável da Água do Ministério, resposta inaceitável visto tratar-se de entidades pertencentes à mesma administração hidráulica. 10. SOBRE A CONSIDERAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS E CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DA BIODIVERSIDADE Continuam por determinar as exigências de habitats e espécies dependentes da água na bacia do Tejo e, portanto, ainda não propôs medidas para a implementação da DQA, a Directiva "Aves" e "Habitats", no que se refere a este ponto. SEGUNDO QUANTO À FORMA DE APROVAÇÃO DO ETI DEFINITIVO, o artigo 79 da Regulamento de Planeamento Hidrológico (RPH) exige a este respeito um relatório prévio do Conselho das Águas de Região. O Real Decreto 1161/2010 de 17 de Setembro dispôs que possa ser o antigo conselho de água da bacia hidrográfica ou, na falta deste, o Conselho Executivo do organismo da bacia que emitiu esse relatório prévio sobre o resumo das QSIGA, com o acordo do Comité das Autoridades Competentes. Assim, a maioria das QSIGA (Guadalquivir, do Ebro, Guadiana, etc) estão a ser aprovados pelos seus antigos Conselhos da Água, sem que esteja justificado que na bacia do Tejo este procedimento seja realizado pelo Conselho de Administração, que, contrariamente ao Conselho da Água, não conta na sua composição com representantes de grupos ambientalistas. Agravando mais

o défice de participação pública existente. A CHT indica que assim acontece porque "a composição do Conselho da Água da bacia estavam bastante obsoletos, pelo que a sua convocação requereria um processo demorado de eleição ou designação dos novos membros. Por conseguinte, consideraram mais conveniente acolher a opção alternativa definida no RD 1161/2010, mas esta solução não está totalmente justificada, pois não existe uma opção alternativa se, como no caso da Confederação Hidrográfica do Tejo, está constituído o anterior Conselho da Água, obsoleto ou não, por isso, se há pessoas nomeadas para o mesmo que já não ocupam os seus cargos, é necessário proceder à nomeação de substitutos, ou aplicar os mecanismos que permitiram a outras demarcações aprovar as QSIGA pelos seus antigos Conselhos da Água. Caso contrário, o relatório e a aprovação serão feitos por um órgão manifestamente incompetente. Face ao exposto, SOLICITO: Que se dêem por efectuadas e se tomem em consideração, estas observações à Proposta de Relatório do organismo da bacia sobre os comentários, propostas e sugestões resultantes do processo de participação pública, e na proposta de QSIGA que modifica o documento original apresentado para consulta. Alcanena, 8 de Novembro de 2010 Assinado. (Sérgio Paulo Silva Lopes) Sérgio Lopes