JANSENIO DELGADO RENEWABLE ENERGY EXPERT ECREEE PRAIA, 10 DE ABRIL DE

Documentos relacionados
A Regulação e o Desenvolvimento das Energias Renováveis em Cabo Verde

BOLETIM OFICIAL. I Série SUMÁRIO. Número 1. Segunda-feira, 3 de Janeiro de 2011

BOLETIM OFICIAL. I Série Número 64 ÍNDICE. Segunda-feira, 15 de outubro de 2018

LEI N 92/IV/93 De 15 de Dezembro de 1993

Regime Jurídico das Unidades de Produção (UP) Distribuída

CAE Rev_3: 60200, 61100, 61200, e TELECOMUNICAÇÕES

PRODUÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DE FONTES

Economia Direção-Geral de Energia e Geologia Aviso Nos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 99º a 101º, do Código do Procedimento

Alberto Mendes Ministério do Turismo, Indústria e Energia Cabo Verde

Lei do Financiamento do Serviço Público de Radiodifusão e de Televisão

QUADRO REGULATÓRIO. Rui Cunha Marques. Prof. Catedrático da Universidade de Lisboa Consultor da EU

Proposta de alteração do. Regulamento de Relações Comerciais. para permitir a sua aplicação nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira

CONTRATO DE COMPRA e VENDA DE ENERGIA ELÉCTRICA UNIDADES DE MINIPRODUÇÃO

Instalações de Microprodução Procedimentos de Certificação

Foram ouvidos os órgãos de Governo próprios das Regiões Autónomas.

Prinicipais Características do Novo Regime Autoconsumo e Pequena Produção

CADERNO DE ENCARGOS AJUSTE DIRETO Nº 01/2015 FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA

bdd d03967d57713eb4984e

MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DO AMBIENTE. Portaria n. 174/97 de 10 de Março

PROGRAMA OPERACIONAL SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Regulamento de acesso à Medida Competências Básicas. CAPÍTULO I Disposições gerais

ARTIGO 1º Legislação Habilitante. ARTIGO 2º Objecto. ARTIGO 3º Âmbito de Aplicação. ARTIGO 4º Princípios

REGULAMENTO E TABELA DE TAXAS FREGUESIA DE SANTA MARIA

Legislação Consolidada. Diploma

Sumário POLÍTICA ENERGÉTICA DE CABO VERDE... 2 PRODUTORES DE ENERGIA... 3 TARIFAS DE ENERGIA EM VIGOR... 5 ELECTRICIDADE ENTREGUE À REDE...

Tarifa Social na Eletricidade e impactes. Aspetos principais

CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE ENERGIA ELÉCTRICA UNIDADES DE MINIPRODUÇÃO

MINUTA DE CONTRATO DE GESTÃO ACESSO E PERMANÊNCIA DA ACTIVIDADE DE INSPECÇÃO TÉCNICA A VEÍCULOS

Minuta de Contrato de Adesão ao Serviço de. Interruptibilidade. (ao abrigo da Portaria n.º 1309/2010)

Financiado pela AAC - Agência de Aviação Civil

REGULAMENTO DO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO PÚBLICO DE ÁGUA DO MUNICÍPIO DE ALCOUTIM. Primeira alteração. (Projeto)

REVISÃO DOS REGULAMENTOS DO SETOR ELÉTRICO

Tarifário dos serviços de abastecimento de água, de saneamento e de gestão de resíduos urbanos para o ano 2019

Ministério da Indústria e Energia Decreto-Lei n.º 313/95 de 24 de Novembro

1 Segurança energética e redução da dependência das importações; 4 Eficiência no fornecimento, distribuição e consumo

3638 Diário da República, 1. a série N. o de Maio de 2007

Divisão de Informação Legislativa e Parlamentar

Tarifário para Tarifário para 2019

PARCERIA ESTRATÉGICA LICENCIAMENTO DA ACTIVIDADE INDUSTRIAL. Industria do Vinho. Julho 2008

Ministério d DL 426/

Tarifa Social de Fornecimento de Gás Natural

ENERGIA DESTAQUE. Março de 2013 REGIME REMUNERATÓRIO DE CENTRAIS EÓLICAS 1. INTRODUÇÃO

MUNICÍPIO DE MANGUALDE

TARIFÁRIO DE VENDA DE ENERGIA ELÉCTRICA A CLIENTES FINAIS 2010

Processo de Urbanização da Área Residencial de Camama

Tarifário para Tarifário para Mangualde, 28 de dezembro de Página 1 de 8

Tarifário dos Serviços

LICENÇA N.º ICP-ANACOM-7/2013-SP

DATA: Quinta-feira, 3 de Dezembro de 1992 NÚMERO: 279/92 SÉRIE I-A. EMISSOR: Ministério da Indústria e Energia. DIPLOMA/ACTO: Decreto-Lei n.

Protecção dos Utentes de Serviços Públicos Essenciais (Lei nº 23/96, de 23.7)

DESCONTOS SOCIAIS NA ELETRICIDADE E NO GÁS NATURAL E MUDANÇA DE COMERCIALIZADOR

PROJETO DE LEI N.º 760/XIII/3.ª. Reforça o dever de informação do comercializador ao consumidor de energia EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Certificados RECS e Garantias de Origem. Janeiro

Procedimento interno que regula o processo de integração dos Organismos que prestam serviços de Avaliação da conformidade no Sistema Nacional da

JUNTA DE FREGUESIA FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO REGULAMENTO E TABELA GERAL DE TAXAS DA FREGUESIA DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

CONTRATO DE COMPRA DE ENERGIA ELÉTRICA UNIDADES DE MICROPRODUÇÃO

PROPOSTA DE LEI N.º 68/IX APROVA O MODELO DE FINANCIAMENTO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RADIODIFUSÃO E DE TELEVISÃO. Exposição de motivos

Empreendimentos Turísticos

Guia para a certificação de uma unidade de microprodução

MODELO, EDIÇÃO, PREÇO, FORNECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DO LIVRO DE RECLAMAÇÕES

REGULAMENTO TARIFÁRIO

CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DA BARCA REGULAMENTO MUNICIPAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

CONDIÇÕES GERAIS. (Anexo II do Despacho nº /2007, de 9 de Outubro de 2007)

GESTÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO

Legislação Farmacêutica Compilada. Decreto-Lei n.º 135/95, de 9 de Junho. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso 21

Proposta de Lei n.º 119/XII/2.ª (GOV)

LICENÇA n.º ANACOM-1/2013-SP

Guia jurídico. a) Instalação de sistema fotovoltaico Cliente: Hotel de 4 estrelas; Localização: Cabo Verde;

Princípios fundamentais da nova legislação. Karl Moosdorf

EDITAL N.O 4lTLSl20 1 7

EDITAL Nº1/2016 MEDIDA III INCENTIVO À CRIAÇÃO DE MICRO E PEQUENOS PROJECTOS CONCURSO PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS

Atributos da Proposta Gás Natural

MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DA ECONOMIA E DA INOVAÇÃO

Licenciamento de Projetos Solares Regras do Novo Concurso

MUNICÍPIO DE VILA VERDE PROPOSTA

AUTOCONSUMO PROEF UM CONCEITO. Workshop

Enquadramento Institucional e Legal do Sector Energético

MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DA ECONOMIA E DA INOVAÇÃO. N. o de Dezembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE-B 7077

Portaria n.º 934/2006 de 8 de Setembro Publicado no DR 174, Série I de

Concurso público para selecção de fornecedores de energia, serviços de gestão energética e serviços e equipamentos de produção de energia

MODELO DE REGULAMENTO DE BOLSAS NOTA EXPLICATIVA

Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas, a Associação Nacional de Municípios Portugueses e as associações de consumidores.

Enquadramento do novo regime de Produção Distribuída. Setembro de 2014

Decreto-Lei n.º 230/2008, de 27 de Novembro (Alterado pela Lei nº 7-A/2016, de 30 de março)

I - QUESTÃO APRESENTADA

LEI DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS

Deliberação n.º 1476/2013, de 12 de junho (DR, 2.ª série, n.º 136, de 17 de junho de 2013)

DECRETO N.º 255/XIII. Regime de cumprimento do dever de informação do comercializador de energia ao consumidor

REGULAMENTO MUNICIPAL INSPECÇÃO DE ASCENSORES, MONTA- CARGAS, ESCADAS MECÂNICAS E TAPETES ROLANTES. Preâmbulo

Condições Gerais

Formulário de Candidatura

O exemplo prático das Energias Renováveis como solução na Gestão de Energia e Eficiência Energética.

AUTORIZAÇÃO Nº ICP 04/ SP

Soluções BES Ambiente e Energia Sustentável 2011 (Eficiência Energética; Microgeração e Minigeração) Apresentação a clientes

Guia para a certificação de uma unidade de microprodução

RESIDUAIS URBANAS DO MUNICÍPIO DE ALCOUTIM. Primeira alteração. (Projeto)

Como ler a sua fatura da

Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º

CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DA BARCA

Transcrição:

DECRETO-LEI Nº 1/2011 PROMOÇÃO, INCENTIVO, ACESSO, LICENCIAMENTO E EXPLORAÇÃO INERENTES À PRODUÇÃO DE ENERGIA ELECTRICA COM BASE NAS ENERGIAS RENOVAVEIS JANSENIO DELGADO RENEWABLE ENERGY EXPERT ECREEE PRAIA, 10 DE ABRIL DE 2012 www.ecreee.org 1

ORGANIZAÇÃO GERAL DO DIPLOMA CAPÍTULOS: I. Disposições gerais; II. Planeamento energético territorial; III. Incentivos às energias renováveis (ER); IV. Avaliação de incidências ambientais para as energias renováveis; V. Utilidade pública; VI. Atribuição de capacidade e licenciamento no regime geral; VII. Regime para micro-produção; VIII. Regime simplificado para eletrificação rural em sistemas autónomos com base em ER. IX. Contra-ordenações e sanções acessórias X. Disposições finais www.ecreee.org 2

CAPITULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Definição dos conceitos gerais: Fontes de ER: Hídrica, solar, eólica, biomassa, biogás, oceanos e marés, geotérmica; Regimes de produção das Energias Renováveis: Regime Geral (acima de 100 KVA) ; Regime para micro-produção (ate 100 KVA); Regime simplificado para eletrificação rural descentralizada. Exercício da atividade: Pessoas singulares ou coletivas de direito publico ou privado (podem acumular licenças de produção) Direitos do Produtor: Consumir e/ou ceder a terceiros a energia produzida; Entregar à rede elétrica toda a energia produzida; Ligar-se por ramal à rede elétrica no ponto de entrega acordado com a concessionaria. www.ecreee.org 3

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Definição dos conceitos gerais: Deveres do Produtor: Cumprir as normas técnicas na entrega da energia; Prestar informações solicitadas à DGE, à ARE e à operadora da rede; Facilitar acesso a técnicos das instituições Cumprir requisitos de segurança.: Igualdade de oportunidade: Cabe à concessionaria e às autoridade publicas assegurar igualdade de oportunidade entre os promotores; Interlocutor único: A DGE coordena os procedimentos de licenciamento dos projetos de ER. www.ecreee.org 4

CAPÍTULO II PLANEAMENTO ENERGÉTICO E TERRITORIAL Elaboração do Plano Director de Energias Renováveis Com base no cenário de evolução da procura, no plano de investimentos e no estudo de estabilidade da rede, estabelece: Os localização das infraestruturas; A capacidade anual máxima para cada ilha no horizonte de 10 anos; Os reforços da rede de transporte e distribuição. Elaboração do Plano Estratégico Sectorial das ER (PESER) No âmbito da politica de ordenamento do território e incluindo uma analise dos impactos ambientais, estabelece: Zonas de Desenvolvimento de Energias Renováveis (ZDER) O tipo de tecnologia para cada zona, a densidade de construção, e os corredores para a rede elétrica. www.ecreee.org 5

CAPÍTULO II PLANEAMENTO ENERGÉTICO E TERRITORIAL Plano Estratégico Sectorial das Energias Renováveis (PESER) Elaborado pela DGE em articulação com a DGA; A aprovação do PESER substitui e dispensa Avaliação de Impacto Ambiental. A proposta do PESER deve ser objecto de parecer de varias entidades (Municípios, DGA, DGOT, INGRH, IMP, AAC, ANAC, ARE) O parecer dos Municípios substitui as licenças ou autorizações municipais A proposta do PESER será objecto de discussão publica por um período de 30 dias; www.ecreee.org 6

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Condições de acesso aos inventivos: A produção de energias renováveis é considerada com de relevante interesse nacional e como sector prioritário; Beneficiam de incentivos fiscais e aduaneiros as empresas que se encontrem em situação regular (Sit. Legal, fisco, INPS) O reconhecimento do direito aos incentivos depende de solicitação fundamentada do promotor do projecto. www.ecreee.org 7

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Incentivos Fiscais: Isenção das contribuições e impostos sobre lucros nos 5 (cinco) primeiros anos de produção; Redução de 50% das contribuições e impostos sobre lucros apos o 5º ano e ate ao10º ano de produção; Redução de 25% das contribuições e impostos sobre lucros apos o 10º ano e ate ao15º ano de produção, apenas nos casos em que os reinvestimentos acumulados nos últimos 3 (três) anos sejam superiores a 50% do investimento inicial; Os incentivos ficais são automaticamente concedidos Em caso algum as empresas de ER podem beneficiar de incentivos fiscais por um período superior a 15 anos. www.ecreee.org 8

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Incentivos Aduaneiros: Os bens de equipamentos, materias-primas e subsidiarias, produtos acabados e semi-acabados e outros materiais que sejam incorporados ou utilizados nas produção de bens ou serviços destinados a produção de energia elétrica com base nas ERs são livres de direitos aduaneiros e outras imposições aduaneiras (art. 14. 1.); As autoridades aduaneiras devem tratar o processo com a máxima simplicidade e celeridade processuais, sem prejuízo do indispensável controlo. Limite dos Incentivos Aduaneiros: Os incentivos não dispensam o pagamento de impostos de selo e das taxas e honorários devidos ao serviço. www.ecreee.org 9

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Fixação da remuneração máxima para produção de ER: A remuneração máxima para a produção de energias renováveis é fixada com base em: o o o o o o o o Cobertura de pelo menos 50% dos custos evitados de produção de energia térmica; Estabilidade e previsibilidade da remuneração; Incentivo a manutenção, operação e reenvestimento apos a recuperação do investimento inicial; Unidade tarifaria no território do arquipélago (prevê-se um regime especial no caso de redes autónomas fornecidas com base em motores a gasóleo); Internalização dos benefícios ambientais; Salvaguarda do interesse publico; Consideração dos objetivos de politica energética; Transparência das decisões; www.ecreee.org 10

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Incentivos a produção de ER no Regime Geral Direito a receber um valor fixo por cada KWh de energia activa injectada na rede durante um período de 15 anos; O valor previsto não é atualizado com a inflação, mantendo-se fixo ao longo dos 15 anos; O valor pode ser reduzido no caso de procedimento concursal, mediante proposta do produtor; O valor previsto pode ser bonificado no caso em que a producao é feita com base em motores a gasóleo e não exista perspectivas de mudança nos anos seguintes; O valor previsto é inscrito no titulo de licença e não pode ser alterado ao longo dos 15 anos; No final dos 15 anos o valor inicial é reduzido entre 20% a 35%, conforme tecnologia; Caso a ligação venha a acontecer apos 3 anos da emissão da licença, aplica-se o valor que estiver em vigor 18 meses antes da ligação; Compete a ARE a fixação anual do valor a pagar pelo KWh. www.ecreee.org 11

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Regime Geral: Faturação, formas de pagamento e créditos de produção: O produtor pode optar por dois tipos de recebimentos: 1. Pagamento mensal pela Concessionaria da rede de acordo com a produção e no prazo de 30 dias apos emissão da factura; 2. Pagamento através de credito de produção emitidos no prazo de 30 dias apos emissão da factura; A opção pelo tipo de recebimento pode ser exercida de 2 em 2 anos, desde que comunicada à Concessinaria com 3 meses de antecedência; O credito de produção é um titulo transmissível pelo produtor a qualquer consumidor em media tensão. A sua emissão consiste na assinatura de 2 funcionários da Concessionaria devidamente acreditados pela DGE e respectiva numeração no verso da factura emitida. Os créditos de produção podem ser utilizados por qualquer consumidor em media tensão como forma de pagamento à Concessionaria. www.ecreee.org 12

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Regime Geral: Faturação, formas de pagamento e créditos de produção: Por cada mês de atraso nos pagamentos ou na emissão do credito de produção, o produtor de ER tem direito a emitir uma nova factura no equivalente a 0,5% do valor em atraso. A faturação pelo produtor de ER é independente de qualquer faturação da Concessionaria referente a eventual fornecimento de energia por esta ao produtor. Compensação aos Municípios O produtor deve entregar 0,5% dos valores recebidos ao(s) respectivo(s) Município(s) ou ao Património do Estado, como compensação pelo impacto no território. As contrapartidas aos Municípios não podem exceder os 0,5% previstos. www.ecreee.org 13

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Acesso as redes e incentivo a recepção da ER: No processo de despacho de energia, o operador da rede elétrica deve dar prioridade as energias renováveis; Por razoes técnicas o operador de rede pode limitar o recebimento de energia renovável. No entanto, a energia não entregue por questões técnicas não pode ser superior a 20% da energia produzida pela central renovável ao longo de 1 ano; No processo de licenciamento é estabelecido um valor de referencia da produção anual para os 3 primeiros anos. Para os anos seguintes a compete a ARE calcular anualmente o valor medio de produção; Sempre que a produção exceda o valor de referencia, por cada 1% de produção excedentária, a tarifa fixa aplicável é reduzida em 0,5%; Sempre que a produção seja inferior ao valor de referencia por indisponibilidade de rede, por cada 1% de produção a menos a tarifa aplicável é aumentada de 0,5%; www.ecreee.org 14

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Regime Geral: Energia Reactiva O produtor deve compensar a energia reativa, num valor a estabelecer pela ARE; Os produtores com base em energia solar estão isentos da obrigação;. A energia reativa em défice nas horas fora do vazio e fornecida na horas de vazio são pagas pelo produtor ao tarifário fixado. www.ecreee.org 15

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Incentivos a produção de ER no Regime de Micro-produção: A tarifa de venda de electricidade aplicável ao regime de micro-producao é igual ao custo da energia para o consumidor; O produtor não tem direito de vender, num determinado período, mais energia do que a consumida nesse mesmo período; A energia não vendida no referido período é creditada em períodos posteriores; Os microprodutores estão isentos de fornecimento de energia reactiva. Faturação, contabilidade e relacionamento comercial aplicável: Para efeito de faturação, contabilidade e fiscalidade, é considerada apenas a energia liquida consumida (energia consumida energia produzida); Caso a energia produzida seja superior a energia consumida, a energia consumida no período de contagem é zero, havendo direito a compensação em períodos posteriores. www.ecreee.org 16

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Micro-geração: Isenção e benefícios ambientais: A instalação de sistemas de micro-produção esta isenta de quaisquer licenciamentos ambientais ou municipais, carecendo apenas de registo prévio no Sistema de Registos de Auto-produção; Os benefícios ambientais decorrentes da micro-geração são atribuídos à Concessionaria. www.ecreee.org 17

CAPÍTULO III INCENTIVO ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS Incentivos a eletrificação rural descentralizada com ER: É criado um Fundo de Fomento a Eletrificação Rural Descentralizada, com o objetivo de financiar a eletrificação rural com recurso as energia renováveis; O Fundo será gerido pela DGE e pela DGT (tesouro), sendo financiado por: a) Orçamento do Estado b) Verbas atribuídas pelos membros do governo responsáveis; c) Mecanismos previsto no presente diploma; www.ecreee.org 18

CAPÍTULO IV AVALIAÇÃO DE INCIDÊNCIAS AMBIENTAIS PARA AS ENERGIAS RENOVÁVEIS Projetos dentro das ZDER : Dispensam estudos de impacto ambiental; Projetos em áreas sensíveis e fora das ZDER: Requerem um procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental a realizar pela DGA, com base no Estudo de Incidência Ambiental apresentado pelo promotor. www.ecreee.org 19

CAPÍTULO V UTILIDADE PUBLICA Os promotores de ER podem utilizar bens dos domínios publico ou privado da administração central ou dos municípios e solicitar as autoridades competentes a expropriação por utilidade publica. Em caso de expropriação o bem ou direito passa para o património da administração central ou da autarquia local, mas fica afeto a atividade de produção de energia renovável pela entidade que requer a expropriação pelo prazo máximo de 30 anos. Em contrapartida, o promotor procede a um pagamento periódico atualizável, fixado no momento de cedência pela entidade publica, por despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas Finanças e pela Energia; O encargo com a justa indemnização deve ser suportado pela entidade que requer a expropriação, sendo tal facto tido em consideração na fixação do pagamento periódico. www.ecreee.org 20

CAPÍTULO VI ATRIBUIÇÃO DE CAPACIDADE E LICENCIAMENTO NO REGIME GERAL Concurso simplicado para atribuição de capacidade de recepção: A atribuição de capacidade de recepção é sujeita anualmente a um concurso simplificado de atribuição de potencia disponível para os dois anos seguinte; O concurso simplificado é realizado em duas fases: fase inicial de apresentação de solicitações de interesse; fase concursal. Ate ao dia 30 de Janeiro de cada ano os promotores devem entregar na DGE as suas solicitações de interesse com os seguintes elementos: Potencia a instalar e potencia máxima a injetar na rede; Proposta de ponto de entrega e ponto de entrega alternativo; Tecnologia renovável a instalar; Planta de localização; Numero e potencia de cada unidade; Identificação da ZDER pertencente; Caução no valor de 2.500$00 por cada KW solicitado. A DGE define os pedidos que considere procedentes e solicita a concessionaria a analise dos mesmos, devendo esta responder no prazo de 20 dias uteis. www.ecreee.org 21

CAPÍTULO VI ATRIBUIÇÃO DE CAPACIDADE E LICENCIAMENTO NO REGIME GERAL Concurso simplicado para atribuição de capacidade de recepção: Ate 30 de Março de cada ano a DGE publica, com base no relatório da Concessionaria, os lotes a colocar a concurso e as regras de concurso; As propostas devem ser apresentadas ate ao dia 15 de Maio, por carta fechada, indicando o lote e o desconto à tarifa de remuneração, bem como uma caução de 2.500$00 por cada KW solicitado. O lote é atribuído à proposta com maior desconto. Em caso de igualdade de descontos é preferida a proposta mais antiga; A DGE define os pedidos que considere procedentes e solicita a concessionaria a analise dos mesmos, devendo esta responder no prazo de 20 dias uteis. Caso não existam solicitações de interesse, a capacidade de recepção disponível pode ser atribuída mediante pedido do interessado em qualquer momento (art. 38 e seguintes); O governo pode promover o desenvolvimento de projectos de ER, com recurso a financiamentos concessionais, com objetivos específicos (art.39). www.ecreee.org 22

CAPÍTULO VI ATRIBUIÇÃO DE CAPACIDADE E LICENCIAMENTO NO REGIME GERAL Ligação à rede receptora: A ligação a rede é feita às expensas do promotor do projecto de ER; Caso o ramal de ligação for de uso partilhado, os custos serão repartidos na proporção da potencia a contratar. A Concessionaria pode propor sobredimensionamento do ramal, comparticipando nos encargos; Caução e Licenciamento: A atribuição de capacidade de produção confere obrigatoriedade de prestação de caução adicional, no montante de 10.000$00 por cada KW, que será libertada com a ligação da totalidade do projecto à rede; Apos a atribuição da capacidade de produção, o promotor tem um prazo de 6 meses para apresentar à DGE um requerimento para a atribuição de licença de estabelecimento (art. 45) Apos vistoria e injeção de energia na rede, a DGE atribui uma licença operacional, com a duração máxima de 30 anos (art 47 e seguintes); www.ecreee.org 23

CAPÍTULO VII REGIME DE MICRO-PRODUÇÃO Registo prévio: As instalações de micro-produção carecem de registo prévio no Sistema de Registos de Autoprodução (SRA) Todas as entidades que disponham de um contrato de compra de electricidade podem registar-se com micro-produtores. A unidade deve ser integrada no local da instalação elétrica e não pode ter uma potencia superior ao menor dos seguintes valores: a) 100 KW; b) 85% do consumo anual em KWh/1800; e c) 25% da potencia máxima de consumo em KW, nos termos do contrato de compra em vigor O registo é realizado de forma automática em plataforma informática acessível pela internet, ou na falta desta, mediante carta enviada a DGE; A confirmação da recepção do registo é suficiente para autorizar o inicio da instalação do sistema de micro-produção; Instalações com mais de 5 KW devem ter um projecto assinado por técnico responsável; O registo só é valido apos o pagamento de uma taxa a definir e caduca se no prazo de 6 meses, não for solicitada a inspeção da instalação. www.ecreee.org 24

CAPÍTULO VII REGIME DE MICRO-PRODUÇÃO Actividade de instalação: Podem exercer actividade de instalação, empresários em nome individual ou sociedades comerciais com alvará especifico para efeito de execução de instalações de produção de electricidade, apos registo no SRA; O registo no SRA é valido por um período de 3 anos; Inspeção Apos a instalação da unidade, o produtor deve solicitar no prazo máximo de 6 meses a contar da data do registo na SRA, a emissão do certificado de exploração e ligação a rede, sendo-lhe atribuído um técnico ou entidade certificadora; O pedido de inspeção a solicitar ao técnico ou entidade certificadora só é valido apos o pagamento do valor de 20.000$00, acrescido de IVA e actualizado anualmente com base na taxa de inflação; Se as instalações estiverem em condições de ligar à rede, é emitido um relatório de inspeção que substitui o certificado de exploração a ser emitido posteriormente pela entidade responsável pela SRA; www.ecreee.org 25

Ligação à rede : CAPÍTULO VII REGIME DE MICRO-PRODUÇÃO A entidade certificadora, no prazo maximo de 5 dias apos a emissão do certificado de exploração, comunica o pedido de ligação a rede à Concessionaria; A Concessionaria tem 10 dias uteis para comunicar ao SRA e ao cliente a data e hora prevista para a ligação, que deve ocorrer pelo menos 5 dias uteis apos a data da comunicação e no prazo máximo de 30 dias; Na data de ligação, o cliente assina um auto de ligação e o contrato de compra e venda de energia, segundo modelo aprovado pela DGE, entregues ao cliente pela concessionaria; Contagem de electricidade : A contagem da electricidade produzida e consumida passa a ser feita por telecontagem, mediante instalação de contador bi-direccional e de telecontagem, devidamente autorizada para tal. Controlo dos equipamentos: Os fornecedores de equipamentos devem comprovar a certificação dos equipamentos. Só são aceites equipamentos devidamente acreditados para o efeito pela DGE.. www.ecreee.org 26

CONCLUSÕES: Estamos perante uma boa lei que pode dar um forte impulso ao sector das energias renováveis; Foi elaborado o Plano Director de Energias Renováveis; Foi aprovado o Plano Estratégicos Sectorial para as Energias Renováveis (Resolução do Conselho de Ministro nº 7/2012 de 3 de Fevereiro de 2012); Estão assim criadas as condições legais e regulamentares para uma efetiva promoção das energias renováveis. As novas leis requerem dos organismos que fazem a gestão do sector (DGE, ARE, Concessionaria da rede) recursos humanos e materiais e uma nova capacidade organizativa capazes de acompanhar a dinâmica que se quer imprimir ao sector. www.ecreee.org 27

THANK YOU! MERCI! OBRIGADO! Achada Santo Antonio, 2nd Floor, Electra Building, C.P. 288, Praia Cape Verde Tel: +2382624608, +2389225454 skype: info-ecreee info@ecreee.org www.ecreee.org 28