Pronunciamento do presidente da Anamatra, Luciano Athayde Chaves, na abertura do 6º Congresso Internacional da Anamatra Digníssimas autoridades componentes da mesa de Honra de abertura deste Congresso, Caríssimos congressistas, Juízes do Trabalho brasileiros e convidados, Senhoras e Senhores, É com grande entusiasmo e alegria que a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho - entidade que reúne cerca de 3.600 Juízes do Trabalho no Brasil - escolheu Portugal para sediar um de seus mais importantes eventos científicos: o 6º Congresso Internacional da Anamatra. Se um oceano distancia nossos países fisicamente, mais de 500 anos de História nos aproxima. Os signos e símbolos portugueses e brasileiros estão presentes não somente no imaginário dos nossos povos, mas também nas nossas instituições, no nosso patrimônio histórico-cultural. Chega a ser missão das mais difíceis falar de nossa História contemporânea sem mencionar os inúmeros acontecimentos que relacionam Brasil e Portugal, Portugal e Brasil. Reencontrar Portugal é, portanto, promover um contato não somente com nossos irmãos portugueses, mas sobretudo - revisitar um tanto da nossa História comum, das nossas raízes culturais, sociais, étnicas e também jurídicas. 1
Digo reencontrar porque aqui a ANAMATRA já esteve. Portugal foi a sede de nossa primeira experiência em eventos internacionais. Era 1998, e a ANAMATRA então presidida pela colega Beatriz de Lima Pereira. Era certamente outro tempo para nossos países. Portugal, vivendo importante momento, diante da integração européia, e do qual a Expo 98 talvez seja um emblemático simbólico. O Brasil, procurando consolidar seu processo de estabilização econômica e enfrentando grandes debates sobre a flexibilização dos direitos trabalhistas, sendo emblema daquele momento o Pacote FHC, como ficaram conhecidas as propostas de desregulamentação da legislação do trabalho apresentadas ao Congresso Nacional brasileiro naquela época. Retornamos, portanto, às margens do Tejo e a outros sítios de Portugal para também testemunhar os progressos e os desafios que aqui estão em curso desde aquele primeiro Congresso, sabendo que, como tem sucedido em todas as partes, muitas também são as dificuldades a serem superadas na busca por uma sociedade justa, solidária e democrática; seja na Europa, seja na América Latina, em especial no Brasil. Os eventos internacionais da ANAMATRA representam um esforço de nossa instituição para proporcionar aos colegas Magistrados uma experiência jurídico-cultural comparada, oferecendo leituras globais de problemas que muitas vezes se refletem no seu espaço local de atuação. Além disso, é fundamental no processo de formação continuada dos Magistrados o contato com outros sistemas aplicados de Direito, dado que nenhum deles é puro e fechado o bastante para não sofrer das influências estrangeiras. 2
Em um mundo cada dia mais globalizado, essa verdadeira osmose jurídica e cultural representa um método importante e mais complexo na aplicação dos institutos do Direito, nomeadamente daqueles princípios e preceitos fundamentais de cariz universal. Mais do que isso, é da tradição de nossa ANAMATRA oferecer ao Juiz do Trabalho brasileiro debates e ideias sobre o mundo do trabalho, inserindo-o no contexto das transformações de paradigmas sociais, políticos e econômicos, forte na convicção de que o intérprete, como diz François Rigaux, não interpreta apenas o Direito, mas o mundo! Nesta edição, nosso Congresso oferecerá aos participantes aportes intelectuais não somente lusitanos, mas também de outros países da Europa, - como França e Espanha -, e também do Brasil, com a presença de diversos convidados e a participação de destacadas instituições acadêmicas e judiciárias. Esperamos que essa riqueza de leituras sobre os temas selecionados pela Comissão Científica do Congresso seja capaz de oferecer a todos os participantes uma percepção mais ampla dos avanços e dos desafios do Direito e de nossas sociedades nos dias em curso, que revelam importantes ebulições sociais, revoluções, crises econômicas e mudanças de toda sorte vindas de muitas partes do mundo.... Caros colegas, e ilustres convidados, 3
Gostaria de fazer alguns registros indispensáveis de agradecimento, pois não é possível a realização de um evento como este sem o concurso de muitos colaboradores e apoiadores. E inicio, agradecendo o importante apoio da Universidade de Lisboa, que agradeço nas pessoas do seu Diretor, Professor Doutor Eduardo Vera-Cruz Pinto, e da sua Subdiretora, Professora doutora Paula Vaz Freire. Também anoto nossa gratidão ao Professor Doutor Pedro Romano Martinez, Presidente do instituto de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito, entidade com a qual teremos a honra de firmar um convênio para proporcionar aos colegas Juízes do Trabalho brasileiros a regular oportunidade de aqui desenvolverem estudos e pesquisas, as quais certamente contribuirão para nos aproximar ainda mais. Somos gratos pelo apoio conferido a ANAMATRA pelo Centro de Estudos Judiciários CEJ, a quem agradeço nas pessoas de sua Diretora, a Juíza Desembargadora Ana Luisa Geraldes, e do Coordenador do Departamento de Relações Internacionais, o Juiz Desembargador Alexandre Baptista Coelho. Agradeço também o apoio do Supremo Tribunal de Justiça, o que faço nas pessoas do seu Presidente, Juiz-Conselheiro Luís Antonio Noronha Nascimento; e do Chefe de Gabinete da Presidência, Juiz Desembargador Pedro dos Santos Gonçalves Antunes, em especial pela possibilidade de nos proporcionar a realização das atividades da próxima sexta-feira nas dependências do Tribunal, uma honrosa oportunidade para todos nós. Ao Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra nossas homenagens e agradecimentos, dirigidos ao seu Diretor, Prof. Pedro Hespanha. De igual modo, somos imensamente gratos pela contribuição dada a este Congresso pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses, aqui 4
representada pelo seu presidente, Juiz Desembargador Antonio Francisco Martins, a quem rendo nossas homenagens. Indispensável também foi o apoio da Embaixada do Brasil em Portugal, cujas portas nos foram abertas pelo embaixador Mário Vilalva e pelo Ministro- Conselheiro Fernando Coimbra. Agradeço, ainda, ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Superior do Trabalho por proporcionar a presença conosco dos Ministros Carlos Ayres Britto e Kátia Magalhães Arruda. Minha gratidão à Diretoria Executiva da ANAMATRA, pelo entusiasmo, apoio e dedicação a este projeto em terras lusitanas, pedindo licença a todos os colegas de diretoria para expressar essa gratidão nas pessoas da nossa Diretora de Eventos, Juíza Carla Leal e do nosso Diretor de formação e Cultura, Juiz Fabrício Nogueira. Aos colegas que integram nossa comissão científica, Desembargador Alexandre Teixeira Bastos Cunha e Juiz Antonio Umberto de Souza Junior, assinalo a decisiva colaboração para a excelência de nosso programa. Estendo o mesmo sentimento a toda a equipe de funcionários da ANAMATRA, tanto aos que emprestaram sua decisiva contribuição, mas ficaram no Brasil; quanto às assessoras de evento e de imprensa, Janaína Demboski e Viviane Dias, que estão aqui conosco, emprestando a todos o talento com que desenvolvem os seus ofícios. A todos os Juízes e Juízas do Trabalho aqui presentes, que depositaram sua confiança neste evento, nosso muito obrigado. Espero que possamos todos desfrutar de momentos de grande alegria, descontração e fraternal convívio, tendo como pano de fundo as locações 5
selecionadas pela Comissão Organizadora e as inúmeras e interessantes opções turísticas, culturais e gastronômicas de Portugal. Um excelente congresso a todos! 6