Revista Brasileira de Ciência do Solo ISSN: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo Brasil

Documentos relacionados
Scientia Agraria ISSN: Universidade Federal do Paraná Brasil

INFLUÊNCIA DA TEXTURA DO SOLO SOBRE OS PARÂMETROS DOS MODELOS DE VAN GENUCHTEN E BROOCKS E COREY. Donizete dos Reis Pereira, Danilo Pereira Ribeiro

AJUSTE DAS FUNÇÕES DA RETENÇÃO DE UMIDADE PARA O LATOSSOLO AMARELO TEXTURA ARGILOSA DA AMAZÔNIA CENTRAL

Trabalho executado com recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. (2)

82 Irriga, Botucatu, v. 10, n. 1, p , janeiro-abril, 2005 ISSN

EFEITO DE POLÍMEROS H S DRORETENTORES NAS PROPRIEDADES FÍSICAS E HIDRÁULICAS DE DOIS MEIOS POROSOS

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-HÍDRICA DE UM LATOSSOLO VERMELHO PERFÉRRICO SUBMETIDO A DOIS SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO 1

DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE ÁGUA NO SOLO EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO, UTILIZANDO MODELOS NUMÉRICOS

Resolução numérica da equação de Richards aplicada à análise das variações do teor de umidade de solos saturados e não saturados

DESENVOLVIMENTO MATEMÁTICO DE UMA EQUAÇÃO PARA ESTIMATIVA DA CAPACIDADE DE CAMPO 1

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-HÍDRICA DE UM CONDICIONADOR DE SOLO E SEUS EFEITOS QUANDO MISTURADO A UM SUBSTRATO ORGÂNICO 1 RESUMO

USO DE SUPERABSORVENTE HÍDRICO EM CAFÉ, EM DIFERENTES DOSES E MANEJO DE IRRIGAÇÃO

MODELOS DE CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

Lua Nova ISSN: Centro de Estudos de Cultura Contemporânea Brasil

Comparação de diferentes funções de pedotransferência para estimar as propriedades hidráulicas dos solos em Portugal

VIII. FÍSICA DO SOLO NOTA

MODELAGEM NUMÉRICA PARA O PROCESSO DA EVAPORAÇÃO DA ÁGUA DO SOLO (1)

CALIBRAÇÃO DE TDR PARA DOIS SOLOS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA NO RS

ESTIMATIVA DA CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NO SOLO NO ESTADO DO CEARÁ RESUMO

INFLUÊNCIA DO BIOCARVÃO NA RETENÇÃO DE ÁGUA EM ARGISSOLO E VERTISSOLO BIOCHAR EFFECTS IN SOIL WATER RETENTION IN AN ULTISOL AND IN A VERTISOL

PARÂMETROS DA EQUAÇÃO DE VAN GENUCHTEN NA ESTIMATIVA DA QUANTIDADE DE ÁGUA EM UM ARGISSOLO NO SEMIÁRIDO ALAGOANO

SOLUÇÃO NUMÉRICA PARA O PROCESSO DA INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO NUMERIC MODELING TO SIMULATE THE SOIL WATER INFILTRATION PROCESS

Coeficientes de cultura e evapotranspiração da cultura do alho irrigado

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Infiltração e água no solo. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014

NOTA GEOMETRIA FRACTAL EM FÍSICA DO SOLO

EFEITO DO USO DE HIDROGEL NO DESENVOLVIMENTO DA SOJA CULTIVADA NO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS

4) Movimento da Água no solo - Bibliografia. 4) Movimento da Água no solo

Determinação da curva parcial de retenção de água de um latossolo vermelho por tensiomêtria A.S. Almeida 1, F. S. Araújo 2, G. S.

Estimativa da umidade na capacidade de campo

USO DE POLÍMERO HIDRO RETENTOR PARA O PLANTIO DE CAFÉ ARÁBICA: DOSES E FORMAS DE APLICAÇÃO

Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN: Universidade Estadual da Paraíba Brasil

COEFICIENTES DE CULTURA PARA O TOMATEIRO IRRIGADO *

EFEITO DA APLICAÇAO DE MICROGEO NA QUALIDADE FÍSICA DO SOLO EM ÁREAS DE PRODUÇÃO DE GRÃOS SOB PLANTIO DIRETO

DIFUSIVIDADE E CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA NA INFILTRAÇÃO DE ÁGUA EM UM LATOSSOLO VERMELHO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO

EFEITO DO CARBONO ORGÂNICO E DA TEXTURA SOBRE AS CURVAS DE COMPACTAÇÃO DE UM LATOSSOLO VERMELHO EM DOIS SISTEMAS DE MANEJO

Nota ÍNDICE S PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICA DE SOLOS (1)

Estimativa da infiltração de água no solo através de pedofunções em área de floresta plantada

EROSÃO EM ENTRESSULCOS E EM SULCOS SOB DIFERENTES TIPOS DE PREPARO DO SOLO E MANEJO DE RESÍDUOS CULTURAIS

MODELAGEM MATEMÁTICA DA EVAPORAÇÃO ATRAVÉS DE DADOS EXPERIMENTAIS DO TEOR DE ÁGUA DO SOLO

PERFIS DE UMIDADE DO SOLO SOB CAFEEIROS COM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO

EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO NA CURVA E GRAU DE COMPACTAÇÃO DE UM LATOSSOLO

QUANTIFICAÇÃO E COMPARAÇÃO ENTRE CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA DE UM LATOSSOLO VERMELHO IN SITU E NO LABORATÓRIO

IMPORTÂNCIA DO MODELO DE CALIBRAÇÃO EMPREGADO NA ESTIMATIVA DA UMIDADE DE UM SOLO, COM A TÉCNICA DA TDR

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

A matéria orgânica exerce importantes atuações sobre varias características do solo relacionadas

Capítulo 5 Validação Numérica. 5 Validação Numérica

FISICA DO SOLO FISICA DO SOLO E CONSERVAÇAO DO DISCIPLINA GCS 104. Prof. Geraldo César de Oliveira 6 ª AULA TEÓRICA SOLO E AGUA II SEMESTRE/2016

A RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA, ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DE HIDROGEL, NA CULTURA DE BUCHA VEGETAL (Luffa cyllindrica)

ANÁLISE COMPARATIVA DE MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DA CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA EM SOLOS 1 RESUMO

RELAÇÕES SOLO-ÁGUA-PLANTA-ATMOSFERA

UMIDADE E TEMPERATURA DO SOLO

CALAGEM NA SUPERFÍCIE DO SOLO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO EM CAMPO NATIVO. CIRO PETRERE Eng. Agr. (UEPG)

Modelagem matemática do crescimento e absorção da água do solo pela raiz vegetal

DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE E DIFUSIVIDADE HIDRÁULICA DOS SOLOS TERRA ROXA ESTRUTURADA E LATOSSOLO ROXO ATRAVÉS DA INFILTRAÇÃO VERTICAL a

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

ANÁLISE COMPARATIVA DA CARACTERIZAÇÃO FÍSICO HÍDRICA DE UM LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO IN SITU E EM LABORATÓRIO

Agregados - determinação da absorção e da densidade de agregado graúdo RESUMO 0 PREFÁCIO ABSTRACT 1 OBJETIVO SUMÁRIO 2 REFERÊNCIAS

AVALIAÇÃO E CALIBRAÇÃO DE SONDAS CAPACITIVAS WIRELESS EVALUATION AND CALIBRATION OF WIRELESS CAPACITIVE PROBES

AVALIAÇÃO DA CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA EM TRÊS DIFERENTES TIPOS DE SOLO COMPARADOS À SIMULAÇÃO COM HYDRUS 1D

ESTIMATIVA DE FLUXO DE DRENAGEM E ALTURA DE LENÇOL FREÁTICO EM SOLOS DE TEXTURAS DISTINTAS

UM MODELO COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DA PERCOLAÇÃO DO CHORUME EM UM ATERRO SANITÁRIO

SOLO. Matéria orgânica. Análise Granulométrica

INFILTRAÇÃO* E ARMAZENAMENTO NO SOLO. Prof. José Carlos Mendonça

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DE SOLO E ESTIMATIVA DA QUANTIDADE DE ÁGUA NECESSÁRIA A IRRIGAÇÃO

AVALIAÇÃO DE MODELO NÃO LINEAR NA ESTIMAÇÃO DE POTASSIO NO EXTRATO DE SATURAÇÃO DO SOLO

VARIABILIDADE ESPACIAL E TEMPORAL DO POTENCIAL MÁTRICO DA ÁGUA EM TERRA ROXA ESTRUTURADA

Laboratório de Mecânica dos Solos. Primeiro Semestre de 2017

VII Semana de Ciência Tecnologia IFMG campus

Nota DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES HIDRÁULICAS DO SOLO UTILIZANDO TENSIÔMETROS DE POLÍMEROS EM EXPERIMENTOS DE EVAPORAÇÃO (1)

Artigo produzido na disciplina de Mecânica dos Solos I do Curso de Graduação em Engenharia Civil da Unijuí - Santa Rosa 2

ESTIMATIVA DE ÁGUA RETIDA EM SOLOS A PARTIR DE GRANULOMETRIA, TEOR DE MATÉRIA ORGÂNICA E CAPACIDADE DE TROCA CATIÔNICA

OXIRREDUÇÃO EM SOLOS ALAGADOS AFETADA POR RESÍDUOS VEGETAIS

CARTA AO EDITOR. Piracicaba, 25 de maio de Ilmo. Sr. Dr. Roberto Ferreira de Novais. MD Editor da Revista Brasileira de Ciência do Solo

Este capítulo contém os resultados obtidos nos ensaios virtuais e análises efetuadas em cada uma das etapas do desenvolvimento da presente pesquisa.

Alterações na Infiltração de Água em Latossolos Devidas à Incorporação Controlada de Resíduo Industrial de Silicatos

PROPRIEDADES MECÂNICAS E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS/ 3. mensurar os deslocamentos recuperáveis nos pavimentos, denominados de

5 Função de permeabilidade

ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO EM DIFERENTES AGROECOSSISTEMAS NA AMAZÔNIA ORIENTAL, PARÁ, BRASIL

Pesquisa institucional desenvolvida no Departamento de Estudos Agrários DEAg/UNIJUÍ. 2

Correção da resistência à penetração para umidades de referência em solos coesos de Tabuleiros Costeiros do Estado da Bahia (1).

Marlene Susy Tapia Morales. Estudo Numérico e Experimental de Problemas de Fluxo Saturado Não Saturado em solos. Dissertação de Mestrado

ESTIMATIVA DE VARIAÇÕES NO COEFICIENTE RELATIVO DE DIFUSÃO DOS GASES NO SOLO COM BASE NA ANÁLISE DA CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA

EVAPORAÇÃO NA SUPERFÍCIE DO SOLO PROPOSTA POR MODELOS MATEMÁTICOS

ÍNDICE S EM ÁREA DE MONOCULTIVO DE MILHO SOB DIFERENTES MÉTODOS DE PREPARO DO SOLO

DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICO HÍDRICOS NOS SOLOS DO PERÍMETRO IRRIGADO DA CIDADE DE PETROLINA/PE

CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA NO SOLO NO MUNICÍPIO DE PARICONHA NO SEMIÁRIDO ALAGOANO

RETENÇÃO DE ÁGUA NO CALCÁRIO AFETA QUALIDADE DA CALAGEM

Evapotranspiração da Cultura da Berinjela Irrigada com Diferentes Concentrações de Sais na Água.

Programa SAS para ajuste de curvas de retenção

4 Exemplos de verificação

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

TAXA DE DECOMPOSIÇÃO DE ESTERCOS EM FUNÇÃO DO TEMPO E DA PROFUNDIDADE DE INCORPORAÇÂO SOB IRRIGAÇÃO POR MICRO ASPERSÃO

ESTRUTURA DO SOLO. Uma das propriedades mais importantes do solo Solos bem estruturados Solos bem agregados

DETERMINAÇÃO DA POROSIDADE DRENÁVEL PELO MÉTODO DE TAYLOR E EQUAÇÃO EMPÍRICA DE VAN BEERS

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

EVAPOTRANSPIRAÇÃO E COEFICIENTES DE CULTIVO DO CONSÓRCIO MILHO E BRAQUIÁRIA NAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE MATO GROSSO DO SUL

O FENÔMENO DA HISTERESE NAS CURVAS DE RETENÇÃO DA ÁGUA NO SOLO E NO MANEJO DA IRRIGAÇÃO 1

Influência do Procedimento de Mistura da Cal Hidratada ao Solo no Comportamento do Solo Estabilizado para Fins de Pavimentação Rodoviária

Transcrição:

Revista Brasileira de Ciência do Solo ISSN: 0100-0683 revista@sbcs.org.br Sociedade Brasileira de Ciência do Solo Brasil PREVEDELLO, C. L.; BALENA, S. P. EFEITOS DE POLÍMEROS HIDRORRETENTORES NAS PROPRIEDADES FÍSICO-HÍDRICAS DE DOIS MEIOS POROSOS Revista Brasileira de Ciência do Solo, vol. 24, núm. 2, 2000, pp. 251-258 Sociedade Brasileira de Ciência do Solo Viçosa, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=180218304003 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

EFEITOS DE POLÍMEROS HIDRORRETENTORES NAS PROPRIEDADES FÍSICO-HÍDRICAS... 251 EFEITOS DE POLÍMEROS HIDRORRETENTORES NAS PROPRIEDADES FÍSICO-HÍDRICAS DE DOIS MEIOS POROSOS (1) C. L. PREVEDELLO (2) & S. P. BALENA (3) RESUMO Com o propósito de avaliar os efeitos de polímeros hidrorretentores nas propriedades físicas e hidráulicas de dois meios porosos, realizou-se um experimento no Laboratório de Física do Solo da Universidade Federal do Paraná, entre 18/03 e 30/10/97. O polímero hidrorretentor usado foi produzido na Bélgica e os meios porosos foram um Latossolo Vermelho textura argilosa e uma Areia Quartzosa Marinha, ambos na forma de TFSA. Os polímeros foram aplicados na forma de grãos passados em peneira de 0,5 e 1 mm de diâmetro, nas seguintes concentrações: 0, 2, 4, 8, 16 e 32 kg m -3. Foram elaboradas as curvas de retenção a baixas tensões (0; 0,025; 0,045; 0,10; 0,20; 0,60; 1,5 e 3,0 mh 2 O), medidas as condutividades hidráulicas saturadas e estimados os diâmetros médios de poros. O processo da evaporação de água do solo foi simulado por modelagem numérica. As curvas de retenção de água medidas e os perfis de umidade simulados da evaporação afastaram-se consideravelmente da origem (testemunhas) pela adição de polímeros, particularmente na Areia Quartzosa Marinha. O diâmetro médio de poros também aumentou progressivamente com o aumento da concentração de polímeros. Foi verificado que, nas concentrações de polímeros acima de 8 kg m -3, as propriedades físico-hídricas dos meios porosos foram dominadas pela ação dos polímeros hidrorretentores. Termos de indexação: polímeros hidrorretentores, hidrogéis, retenção de água. (1) Trabalho enviado para publicação em agosto de 1999 e aprovado em março de 2000. (2) Professor Titular do Departamento de Solos, Universidade Federal do Paraná - UFPR. Caixa Postal 2959, CEP 80035-050 Curitiba (PR). E-mail: clpreve@agrarias.ufpr.br (3) Física, MSc. em Agronomia, CEFET-PR/UNED-PB, Caixa Postal 571, CEP 85503-390 Pato Branco (PR).

252 C. L. PREVEDELLO & S. P. BALENA ABSTRACT: EFFECT OF HYDRORETENTIVE POLYMERS ON THE PHYSICAL AND HYDRAULIC PROPERTIES OF TWO POROUS MEDIA The purpose of this work was to verify the effect of hidroretentive polymers on the physical and hydraulic properties of two porous media. The experiments were carried out at the Soil Physics Laboratory at the Federal University of Paraná from 03/18 to 10/30/97. The research was developed using a Belgium type of retentive polymer incorporated in two porous media with their different physico-chemical properties; a Dark Red Oxisol and Marine Quartzous sand. The polymers were applied as dried grains at the following concentrations: 0, 2, 4, 8, 16 and 32 kg m -3. Water retention curves were elaborated for the tensions of 0.00; 0.025; 0.045; 0.10; 0.20; 0.60; 1.50 and 3.00 mh 2 O. The values of the saturated hydraulic conductivity were measured and the mean diameter of the pores estimated. The process of water evaporation from soil was considered for numeric simulation. Water retention curves and the moisture profiles by simulated evaporation were considerably different from reference points after the addition of polymers, particularly in the Marine Quartzous sand. The mean diameter of pores progressively increased with increasing polymer concentration. It was also verified that at the concentrations of 8 kg m -3, the physical and hydraulic properties of the soil did not present their natural effects and were overcome by the action of the polymers. Index terms: hydroretentive polymers, hydrogels, water retention. INTRODUÇÃO A necessidade de aumentar a produção de alimentos, aliada à globalização do comércio e à competitividade dos produtos agrícolas, tem estimulado cooperativas e produtores a buscarem técnicas alternativas para a melhoria da produtividade e redução de custos. Deste modo, os polímeros hidrorretentores passaram a ser pesquisados como forma de minimizar os problemas associados à baixa produtividade, geralmente provocada pela disponibilidade irregular ou deficitária de água e má estruturação do solo. Esses polímeros, arranjo de moléculas orgânicas, quando secos, apresentam forma granular e quebradiça. Ao serem hidratados, transformam-se em gel, cuja forma macia e elástica possibilita absorver cerca de cem vezes o seu peso em água, ou mais (Fonteno & Bilderback, 1993). Inicialmente utilizados como alternativa de produção para as regiões de clima árido, sua aplicação tornou-se conhecida nas diferentes partes do planeta, diversificando-se, sobremaneira, em hortaliças e culturas anuais. A maior parte das pesquisas realizadas mostrou-se favorável ao emprego de polímeros nos solos agrícolas, apresentando como principal fator de convergência a melhor utilização da água (Flannery & Busscher, 1982; Azzam, 1983; Baasiri et al., 1986; Blodgett et al., 1993; Volkmar & Chang, 1995). O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de polímeros hidrorretentores nas propriedades físicas e hidráulicas de dois meios porosos de distintas propriedades físico-químicas. MATERIAL E MÉTODOS Foram usadas diferentes concentrações de um tipo de polímero hidrorretentor industrializado na Bélgica, disponibilizado no Brasil pela Terracotem do Brasil Ltda., em dois meios porosos de distintas propriedades físico-químicas: um Latossolo Vermelho textura argilosa, do município de Pato Branco (PR), e uma Areia Quartzosa Marinha, do balneário Caiobá, município de Matinhos, litoral paranaense. O polímero utilizado continha 49,75% de sílica, 39,5% de moléculas orgânicas, 1,05% de macroelementos e 0,25% de estimulantes de crescimento. As concentrações de polímero usadas foram: 0; 2; 4; 8; 16 e 32 kg m -3. Os materiais porosos foram utilizados na forma de TFSA, acondicionados em cilindros de PVC, com 40 mm de diâmetro e 30 mm de altura. Os ensaios foram realizados no laboratório de Física do Solo da UFPR. Para que a incorporação desses polímeros fosse mais homogênea, considerando as reduzidas concentrações e dimensões das amostras, além da grande variabilidade granulométrica do polímero usado, optou-se por peneirá-lo, aproveitando somente as frações retidas entre as malhas de 0,5 e 1,0 mm de diâmetro. Testes prévios mostraram que esse procedimento não alterou as propriedades de retenção do polímero. Foram elaboradas as curvas de retenção de água, com cinco repetições por concentração de polímero e para cada meio poroso. As tensões utilizadas foram: 0; 0,025; 0,045; 0,10; 0,20; 0,60; 1,50 e 3,00 mh 2 O. A condutividade hidráulica saturada, K s, foi

EFEITOS DE POLÍMEROS HIDRORRETENTORES NAS PROPRIEDADES FÍSICO-HÍDRICAS... 253 determinada por meio de permeâmetro de carga constante (média de cinco repetições). Utilizando a equação de Van Genuchten (1980), qual seja, ( θ θ ) θ( p/ ρg) =θ + s r (1) r [ 1+ ( αp/ ρg)n] m os dados médios da curva de retenção foram ajustados por regressão não-linear, conforme Boratto (1984), conhecendo-se, desta forma, os parâmetros independentes θ r, θ s, α, m e n, da equação (1), os quais, juntamente com os valores de K s, foram usados para calcular a condutividade hidráulica em função da umidade pela expressão (Van Genuchten, 1980): 2 m 1/ 2 1/ m θ θ K( ) K. r θ θ 1 1 r θ = s θ θ s r θ θ s r (2) Com o auxílio da expressão definida por Prevedello (1996), qual seja, 2σαcos φ n 1 r = ρg n 1/ n (3) calculou-se o tamanho de poros que continham maior quantidade de água num solo (que armazenam mais água), convencionalmente chamado tamanho médio de poros. De posse dos parâmetros independentes da equação (1), juntamente com os valores da condutividade hidráulica saturada, e do modelo numérico proposto por Prevedello (1996) para a simulação do processo da evaporação da água no solo, realizou-se a simulação da evaporação de água e dos perfis de umidade após 168 h de evaporação, na taxa de 5 mm/d, para as diferentes concentrações de polímero, nos dois meios porosos. Finalmente, visando identificar a concentração a partir da qual os polímeros exercem influência dominante sobre a natureza dos meios porosos, estabeleceram-se, entre o Latossolo e a Areia Quartzosa Marinha, as relações dos valores de umidade nas diversas tensões p / ρg, dos parâmetros independentes da equação (1) e do diâmetro de poros que armazenam mais água (Equação 3). RESULTADOS E DISCUSSÃO Efeito dos polímeros nas propriedades físicohídricas Os polímeros produziram um decréscimo nos valores da condutividade hidráulica saturada (K s ), tanto no Latossolo quanto na Areia Quartzosa Marinha. No Latossolo, o decréscimo ocorreu de forma gradual, embora sua grande expressividade tenha sido para a concentração de 32 kg m -3. Na Areia Quartzosa Marinha, os valores do K s apresentaram pequenas variações até à concentração de 8 kg m -3, decrescendo proporcional-mente com o aumento da concentração de polímeros, tornando-se aproximadamente cinco vezes menor para a concentração de 32 kg m -3. O quadro 1 mostra os valores da condutividade hidráulica saturada (K s ), por concentração de polímero, para os dois meios porosos. Quanto maior a concentração de polímeros, maiores foram os valores dos parâmetros θ s, θ r, α, tanto para o Latossolo quanto para a Areia Quartzosa Marinha, como pode ser observado no quadro 2, para o Latossolo, e no quadro 3, para a Areia Quartzosa Marinha. As figuras 1A e 1B mostram as curvas de retenção de água para o Latossolo e Areia Quartzosa Marinha, respectivamente. Nota-se que a adição de polímeros aumentou a retenção de água nos dois meios porosos. No Latossolo, a capacidade de retenção de água para a concentração de 32 kg m -3 foi acrescida em 1,3 vez para a menor tensão (0,025 mh 2 O) e 1,9 vez para a maior tensão (3,00 mh 2 O). O incremento foi ainda Quadro 1. Valores médios (média de cinco repetições) da condutividade hidráulica saturada (K s ), por concentração de polímero, para os dois meios porosos Concentração de polímero Ks do Latossolo Ks da Areia Marinha kg m -3 m s-1 0 4,38 x 10-4 1,63 x 10-4 2 3,05 x 10-4 1,37 x 10-4 4 2,34 x 10-4 1,16 x 10-4 8 2,25 x 10-4 0,59 x 10-4 16 2,13 x 10-4 0,46 x 10-4 32 1,03 x 10-4 0,34 x 10-4 Quadro 2. Parâmetros da equação de Van Genuchten (1980) para o Latossolo Concentração α m n θ r θ s r 2 kg m -3 m -1 m 3 m-3 0 3,824 0,747 3, 986 0,278 0,737 1,000 2 4,489 0,652 2,872 0,306 0,773 0,998 4 3,749 0,632 2,713 0,334 0,860 0,995 8 6,990 0,567 2,311 0,354 0,878 0,999 16 8,343 0,556 2,250 0,418 0,903 0,995 32 8,909 0,535 2,149 0,508 0,941 0,996

254 C. L. PREVEDELLO & S. P. BALENA Quadro 3. Parâmetros da equação de Van Genuchten (1980) para a Areia Quartzosa Marinha Concentração α m n θ r θ s r 2 kg m -3 m -1 m 3 m-3 0 2,528 0,628 2,688 0,046 0,447 0,998 2 1,543 0,764 4,233 0,059 0,509 0,998 4 1,922 0,694 3,267 0,118 0,589 0,998 8 6,990 0,563 2,286 0,338 0,650 0,999 16 9,354 0,593 2,459 0,368 0,783 0,998 32 9,977 0,580 2,383 0,459 0,922 0,999 maior na Areia Quartzosa Marinha, registrando um aumento duas vezes maior para a menor tensão e 7,5 vezes maior para a maior tensão. Comparando a inclinação das curvas de retenção de ambos os meios, observa-se que elas adquirem forma muito semelhantes, a partir da concentração de 8 kg m -3. De posse dos valores de θ r, θ s, α, n, m e K s, foram calculadas, pela equação (2), as funções K(θ) e elaboradas as curvas das figuras 2A,... 2F, que representam a condutividade hidráulica em função da umidade volumétrica, para ambos os meios porosos. É interessante observar, nessas figuras, que, com o aumento da concentração de polímero, as curvas da Areia Quartzosa Marinha aproximam-se gradativamente das do Latossolo, sobrepondo-se a partir da concentração de 16 kg m -3, como se, a partir dessa concentração, a função K(θ) fosse unicamente influenciada pela ação do polímero. Isso demonstra, com efeito, que a ação do polímero sobre a retenção de água não foi igual para os dois meios porosos, sendo maior para a Areia Quartzosa Marinha do que para o Latossolo. Efeito dos polímeros no tamanho médio de poros O quadro 4 apresenta os valores dos diâmetros médios de poros (DMP) nas diferentes concentrações de polímeros, para os dois meios porosos, segundo Prevedello (1996). O DMP, segundo esse autor, 10 (a) (b) 1 TENSÃO, mh 2 O 0 kg m -3 2 kg m -3 4 kg m -3 8 kg m -3 16 kg m -3 32 kg m -3 0,1 0,01 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 UMIDADE VOLUMÉTRICA, m 3 m -3 Figura 1. Curva de retenção de água para o Latossolo (a) e Areia Quartzosa Marinha (b), para diversas concentrações de polímero.

EFEITOS DE POLÍMEROS HIDRORRETENTORES NAS PROPRIEDADES FÍSICO-HÍDRICAS... 255 10-2 (a) (b) (c) 10-4 10-6 10-8 CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA, m s -1 10-10 10-12 10-14 10-2 10-4 10-6 (d) (e) (f) 10-8 10-10 10-12 10-14 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 UMIDADE VOLUMÉTRICA, m 3 m -3 Figura 2. Condutividade hidráulica em função da umidade para as concentrações de hidrorretentor: a = 0; b = 2; c = 4; d = 8; e = 16; f = 32 kg m -3. Símbolos cheios: Latossolo; símbolos vazios: Areia Quartzosa Marinha. representa o diâmetro de poros que armazenam mais água. Em seu estado natural, o DMP foi 1,4 vez maior para o Latossolo do que para a Areia Quartzosa Marinha. Com a adição do polímero, sofreu poucas alterações até à concentração de 8 kg m -3. A partir daí, os diâmetros de poros que armazenaram mais água tiveram aumentos progressivos nos dois meios porosos. No Latossolo, o aumento em relação à testemunha foi de 2,20; 2,64 e 2,91, para as concentrações respectivas de 8; 16 e 32 kg m -3 ; e na Areia, de 3,00; 3,85 e 4,20, para as mesmas concentrações. Efeito dos polímeros na conservação da água do solo A seqüência dos experimentos revelou que, quanto maior a concentração de polímeros, maiores Quadro 4. Diâmetro médio de poros que armazenam mais água para o Latossolo e para a Areia Quartzosa Marinha Concentração de polímero kg m -3 Diâmetro médio de poros Latossolo Areia Quartzosa Marinha µ m 0 122,0 89,4 2 155,0 48,8 4 132,0 63,8 8 265,8 267,4 16 322,0 344,0 32 354,8 373,2

256 C. L. PREVEDELLO & S. P. BALENA Quadro 5. Razão adimensional para p/ρg do Latossolo e da Areia Quartzosa Marinha Concentração Tensão (mh2o) 2,5 4,5 10 20 60 150 300 0 1,649 1,643 1,339 1,622 1,425 3,5 6,043 2 1,447 1,458 1,450 1,353 1,181 3,6 5,186 4 1,465 1,497 1,395 1,351 1,236 2,34 2,831 8 1,351 1,350 1,315 1,254 1,105 1,092 1,047 16 1,153 1,133 1,182 1,268 1,153 1,176 1,136 32 1,021 1,041 1,058 1,148 1,137 1,128 1,107 Quadro 6. Razão adimensional dos parâmetros independentes: θ r, θ s, α, m, n; e do DMP entre o Latossolo e a Areia Quartzosa Marinha Concentração α m n θ r θ s DMP 0 1,513 1,189 1,483 6,043 1,649 1,365 2 2,909 0,853 0,678 5,186 1,447 3,176 4 1,951 0,911 0,830 2,831 1,465 2,069 8 1,00 1,007 1,011 1,047 1,351 0,994 16 0,892 0,938 0,915 1,136 1,153 0,936 32 0,893 0,922 0,902 1,107 1,021 0,951 UMIDADE VOLUMÉTRICA, m 3 m -3 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0 (a) (b) 0,05 0,10 PROFUNDIDADE, m 0,15 0,20 0,25 0,30 0 kg m -3 2 kg m -3 4 kg m -3 8 kg m -3 16 kg m -3 32 kg m -3 0,35 0,40 Figura 3. Perfis de umidade simulados pelo modelo numérico de Prevedello (1996) para o Latossolo (a) e Areia Quartzosa Marinha (b).

EFEITOS DE POLÍMEROS HIDRORRETENTORES NAS PROPRIEDADES FÍSICO-HÍDRICAS... 257 foram os valores dos parâmetros θ r, θ s e α e menores os valores do K s, nos dois meios porosos. Como conseqüência, os perfis de umidade desses meios, para qualquer demanda evaporativa simulada, após 168 h de evaporação, na taxa de 5 mm/d, a partir de uma umidade inicial correspondente à tensão de 0,01 mh 2 O, sempre se mostraram mais afastados da origem quanto maior a concentração de polímeros aplicada, como pode ser observado nas figuras 4a e 4b. A adição de polímeros aumentou progressivamente a umidade do solo, chegando a duplicar a capacidade de armazenamento da água para a concentração de 32 kg m -3, o que mostra a grande capacidade desse material em reter e conservar água no solo por períodos apreciáveis de evaporação. Esse efeito é ainda mais evidente na Areia, onde o armazenamento, para o mesmo período de tempo, taxa de evaporação e concentração de polímeros, foi aumentado em cerca de 7,5 vezes. Esses resultados concordam com as afirmações de Tayel et al. (1981) e Wang & Gregg (1990), que dizem que os polímeros hidrorretentores podem ser considerados uma forma eficaz de reduzir a evaporação de água e melhorar o regime hídrico dos solos. Domínio dos polímeros sobre os efeitos naturais dos meios porosos Visando identificar a concentração a partir da qual os polímeros exercem influência dominante sobre a natureza dos meios porosos, foram divididos os valores dos parâmetros θ r, θ s, α, m, n, DMP e p/ρg, obtidos para o Latossolo, pelos respectivos parâmetros da Areia Quartzosa Marinha. Obteve-se, com isso, uma série de razões adimensionais (Quadros 5 e 6). A figura 4 também mostra essas relações, mas de forma generalizada, isto é, sem identificação da variável considerada. Observa-se que, a partir da concentração de 8 kg m -3, os valores dessas relações tornam-se aproximadamente constantes, tendendo para a unidade. Isso mostra, com efeito, que, para concentrações de polímeros acima de 8 kg m -3, as propriedades físico-hídricas dos meios porosos já não mais expressam seus efeitos naturais porque são dominadas pelas propriedades dos polímeros. CONCLUSÕES 1. A capacidade de retenção de água no Latossolo, para a concentração de 32 kg m -3, foi acrescida cerca de duas vezes, enquanto, na Areia Quartzosa Marinha, esse valor foi de 7,5 vezes. 2. Os parâmetros θ r, θ s e a aumentaram com o aumento da concentração de polímeros, enquanto os valores da condutividade hidráulica decresceram progressivamente. 3. Os valores dos diâmetros de poros que armazenam mais água foram bem superiores quando da incorporação de polímeros, para os dois meios porosos, chegando a aumentar o diâmetro em até quatro vezes. 4. Os perfis de umidade resultantes da simulação do processo de evaporação da água para uma demanda de 5 mm/d, por 168 h, demonstraram que a maior concentração testada duplicou a capacidade de armazenamento de água no Latossolo, enquanto, na Areia Quartzosa Marinha, este aumento foi de 7,5 vezes. 5. De modo geral, a partir das concentrações de 8 kg m -3, as propriedades físico-hídricas dos dois meios porosos foram dominadas pelo efeito dos polímeros. RAZÃO ADIMENSIONAL 7 6 5 4 3 2 1 0 0 10 20 30 CONCENTRAÇÃO, kg m -3 Figura 4. Relação adimensional dos parâmetros indicados nos quadros 5 e 6 em função da concentração de polímeros. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os efeitos de polímeros hidrorretentores em solos agrícolas ainda suscitam perguntas que necessitam ser respondidas, tais como: 1. Quando hidratados, os polímeros apresentam uma capacidade de retenção, em peso, de até 200 vezes, ou mais. No entanto, se primeiramente forem incorporados aos solos e só então hidratados, esse aumento será na ordem de poucas vezes. Isso pode comprometer a disponibilidade de água às plantas? 2. A redução na condutividade hidráulica saturada dos solos que recebem polímeros, aliada à capacidade de expansão dos hidrogéis, quando hidratados, pode facilitar o processo erosivo?

258 C. L. PREVEDELLO & S. P. BALENA LITERATURA CITADA AZZAM, R.A.I. Polymeric conditioner gels for desert soils. Comm. Soil Sci. Plant, 14:739-760, 1983. BAASIRI, M.; RYAN, J.; MUCHEIK, M. & HARIK, S.N. Soil application of a hydrophilic conditioner in relation to moisture, irrigation frequency and crop growth. Soil Sci. Plant, 17:573-589, 1986. BLODGETT, A.M.; BEATTIE, D.J.; WHITE, J.W. & ELLIOTT, G.C. Hydrophilic polymers and wetting agents affect absorption and evaporative water loss. J. Am. Soc. Hort. Sci., 28:633-635, 1993. BORATTO, F. BASIC para engenheiros e cientistas. 2.ed. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1984. 120p. FLANNERY, R.L. & BUSSCHER, W.J. Use of a synthetic polymer in potting soils to improve water holding capacity. Soil Sci. Plant, 13:103-111, 1982. FONTENO, W.C. & BILDERBACK, T.E. Impact of hydrogel on physical properties of coarse-structured horticultural substrates. J. Am. Soc. Hort. Sci., 118:217-222, 1993. PREVEDELLO, C.L. Física do solo com problemas resolvidos. Curitiba, Salesward-Discovery, 1996. 446p. TAYEL, M.Y.; ABDED F.M. & EL-HADY, O.A. Effect of soil condicioners on plantgrowth and water use efficiency (A green house experiment). Hort. Acta, 119:223-229, 1981. van GENUCHTEN, M. Th. A closed-form equation for predicting hidraulic conductivity of unsaturated soil. Soil Sci. Soc. Am., 44:892-898, 1980. VOLKMAR, K. M.& CHANG, C. Influence of hydrophilic gel polymers on water relation and growth and yield of barley and canola. J. Can. Sci. Plant, 35:605-611, 1995. WANG, Y.T. & GREGG, L.L. Hydrophilic polymers their response to soil amendments and effect on properties of a soilless potting mix. J. Am. Soc. Hort. Sci., 115:943-948, 1990.