Comércio Exterior, Desindustrialização e o Plano Brasil Maior

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Transcrição:

Comércio Exterior, Desindustrialização e o Plano Brasil Maior ENAEX Encontro Nacional de Comércio Exterior Rio de Janeiro, 19 de Agosto de 2011 Roberto Giannetti da Fonseca Diretor Titular Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior - DEREX

Sumário 1. O mau desempenho das manufaturas 2. Penetração das importações 3. Plano Brasil Maior e o comércio exterior 4. Conclusões

Embora o Brasil tenha saldo positivo na balança, déficit de manufaturados pode atingir US$ 100 bilhões em 2011 Balança Comercial Brasileira - Manufaturas US$ bilhões 195 47 33 3339 4038 65 5348 57 75 70 84 93 93 132 67 104 80 151 93-14,0-5,7 1,5 4,7 8,3 5,4-9,2-39,8-36,5-71,2-102,0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* Exportações Importações Saldo Fonte: MDIC *Projeção FIESP / DEPECON

Quantum exportado de bens manufaturados em 2010 é inferior ao ano de 2004! Exportações Brasileiras de Manufaturas - Índice de Quantum Base 2001 = 100 187 182 178 178 127 160 137 150 100 105 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte: MDIC

Desde 2008 a pauta de exportações brasileira é composta majoritariamente por commodities Composição das Exportações Brasileiras: Commodities x Não-Commodities Participação sobre valor em US$ correntes 60% 62% 57% 54% 54% 54% 54% 53% 51% 54% 58% 40% 43% 46% 46% 46% 46% 47% 49% 46% 42% 38% Commodities Não-Commodities 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte: MDIC Elaboração: FIESP

Exportações se concentram em poucos produtos de baixo valor agregado Composição das Exportações Brasileiras: Principais Produtos de Exportação Participação sobre valor em US$ correntes 2000 2010 Principais Produtos de Exportação Part. Aviões 6,2% Minérios de ferro e seus concentrados 5,5% Soja, mesmo triturada 4,0% Automóveis de passageiros 3,2% Aparelhos transmissores ou receptores 3,2% Farelo de soja 3,0% Celulose 2,9% Café em grão 2,8% Calçados 2,8% Produtos semimanuf. de ferro ou aços 2,5% Total 36,1% Principais Produtos de Exportação Part. Minérios de ferro e seus concentrados 14,3% Óleos brutos de petróleo 8,1% Soja, mesmo triturada 5,5% Açúcar, em bruto 4,6% Carne de frango 2,9% Café em grão 2,6% Celulose 2,4% Farelo de soja 2,3% Automóveis de passageiros 2,2% Aviões 2,0% Total 46,8% Produtos manufaturados Concentração Fonte: MDIC

Sumário 1. O mau desempenho das manufaturas 2. Penetração das importações 3. Plano Brasil Maior e o comércio exterior 4. Conclusões

Em 2010, importações atingem recorde de 21,8% de participação no consumo aparente do Brasil Evolução do Coeficiente de Importação - Indústria Geral 20,1% 21,8% 21,6% 22,9% 18,2% 18,3% 16,2% 12,5% 14,1% 14,6% 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 1º T 2011 2º T 2011 Fonte: FIESP

O coeficiente de importação avança na maioria dos setores da indústria brasileira Produtos têxteis Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 5,6% 8,3% 13,5% 19,6% 15,2% 22,3% 20,5% 21,1% 23,1% 26,9% 33,8% 35,9% Máquinas e equipamentos p/ fins ind e com. Automóveis, caminhões e ônibus 28,7% 33,1% 37,6% 47,2% 42,7% 51,0% 7,2% 7,7% 12,4% 16,0% 18,7% 21,4% 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 1º T 11 2º T 11 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 1º T 11 2º T 11 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 1º T 11 2º T 11 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 1º T 11 2º T 11

Bens importados aproveitaram quase a metade do crescimento adicional do consumo interno em 2010 Variações comparadas e aproveitamento do consumo Indústria Geral Variação 2010 x 2009 Aproveitamento da Expansão de 14,2% do Consumo em 2010 36,2% Importados Indústria Nacional 14,2% 9,2% 15,9% 46,8% 53,2% Consumo Aparente Produção Mercado Interno Exportações Importações Variações e participação sobre valores em R$ de 2006

No setor de máquinas e equipamentos, importados responderam por 60% do aumento do consumo doméstico Variações comparadas e aproveitamento do consumo Máquinas e equipamentos para fins industriais e comerciais Variação 2010 x 2009 Aproveitamento da Expansão de 36,7% do Consumo em 2010 36,7% 25,8% 14,8% 51,4% Importados 59,7% 40,3% Indústria Nacional Consumo Aparente Produção Mercado Interno Exportações Importações Variações e participação sobre valores em R$ de 2006

Sumário 1. O mau desempenho das manufaturas 2. Penetração das importações 3. Plano Brasil Maior e o comércio exterior 4. Conclusões

Plano Brasil Maior Pontos Positivos Manutenção da indústria na agenda das políticas públicas (PDP 1 + Plano Brasil Maior) Coordenação entre Ministérios e outras instituições de apoio ao desenvolvimento produtivo Envolvimento pessoal da Presidenta da República Pontos Negativos Não há coordenação com a política macroeconômica (altas taxas de juros) As medidas são tímidas para combater ambiente hostil para fazer negócios no país Para o comércio exterior, é imprescindível que se atue no nível da taxa de câmbio

Desoneração da Folha de Pagamentos Importância da Medida A indústria de transformação é a mais vulnerável ao câmbio valorizado e é o setor que, isoladamente, mais paga tributos no país (36,7% da arrecadação total do Brasil). Descrição da Medida Reduz a zero (0%) a alíquota de 20% da contribuição patronal ao INSS; Cria contribuição de 1,5% sobre faturamento bruto. Avaliação da Medida Relevante do ponto de vista qualitativo; O saldo líquido da desoneração (queda do INSS com 1,5% de aumento sobre o faturamento) equivale a uma alíquota de 16,8% de contribuição patronal; Estimativas da FIESP apontam que a desoneração por ano seria de R$ 180 milhões e não R$ 1 bilhão divulgado pelo governo; Setores que terceirizam podem ter aumento de carga tributária; A FIESP propõe a extensão da desoneração para outros setores e que a contribuição adicional de 1,5% deve ser cobrado sobre a Receita Líquida das empresas, o que evitaria efeito cascata e eleva o poder de desoneração.

Instituição do Reintegra Importância da Medida A indústria de transformação brasileira carrega resíduos tributários em sua cadeia de produção, enquanto seus principais concorrentes são desonerados. Descrição da Medida Devolução de créditos de PIS/COFINS acumulados na cadeia em até 3% do valor exportado. Avaliação da Medida Melhora a competição com os concorrentes internacionais; O teto de 3% foi estabelecido sem prévia análise das cadeias produtivas mais complexas, que podem apresentar valores mais relevantes; Segundo o Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias, o Reintegra não fere as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), que não considera subsídio a desoneração de tributos indiretos; A vigência da medida depende ainda da fixação dos percentuais pelo Poder Executivo.

Ampliação do Ressarcimento de Crédito aos Exportadores Importância da Medida Sistemática morosa e burocrática de devolução dos tributos faz com que a atividade exportadora seja desestimulada: Pesquisas da FIESP e CNI, ambas de 2009, constataram que para 60% das empresas o acúmulo de créditos é um problema grave, e afeta a decisão de exportar de 45% delas. Descrição da Medida Mais agilidade aos pedidos de ressarcimento de R$ 13,0 bi dos 113 maiores exportadores; Processamento automático dos pedidos e pagamento em 60 dias a empresas com escrituração fiscal digital, a partir de outubro de 2011. Avaliação da Medida 113 maiores exportadores representam 67% das exportações e não atende a todos os contribuintes, ferindo o princípio de isonomia; Importante a introdução de prazo de 60 dias (antes inexistente), mas a condição da escrituração digital não faz sentido, pois o contribuinte, amparado por lei, deve receber incondicionalmente o crédito correspondente à sua atividade exportadora; Não é uma medida, apenas o cumprimento do que estabelece a Norma. É preciso que o governo cumpra com a restituição desta vez.

Defesa Comercial Intensificação da Defesa Comercial Importância da Medida O combate às práticas desleais e ilegais nas importações merece mais atenção pelo Governo. A arrecadação das medidas aplicadas pelo DECOM gera R$ 260 milhões (2010), mas o Departamento recebe apenas R$ 450.000 por ano para investigações. Descrição da Medida Quadruplicar o número de investigadores; Reduzir prazo de investigações e de aplicação de direitos provisórios; Evitar fugas aos direito antidumping (circunvenção e falsa declaração de origem). Avaliação da Medida A FIESP entende que a medida é positiva pois pode gerar mais eficácia na proteção da indústria brasileira; No entanto, para reduzir o prazo das investigações e da aplicação dos direitos e para intensificar o combate a fuga aos direitos antidumping, é imprescindível a expansão do número de Analistas de Comércio Exterior; As demandas na área de Defesa Comercial tem caráter de urgência e a contratação de novos Analistas para a SECEX depende de concursos, ainda sem data marcada.

Defesa Comercial Fiscalização Importância da Medida A eficácia na fiscalização de práticas ilegais das importações é essencial para garantir a isonomia na concorrência entre o produto nacional e os importados Descrição da Medida Combate ao subfaturamento; Fortalecimento do combate às importações ilegais (Cooperação MDIC e MJ); Intensificação da fiscalização da certificação compulsória nas importações (Inmetro). Avaliação da Medida O êxito no combate ao subfaturamento depende de ampla coordenação entre RFB e MDIC e deve receber atenção prioritária na medida em que reflete no cálculo dos impostos incidentes nas importações; O anúncio de livre acesso do Inmetro aos recintos alfandegados foi excluída na MP do Brasil Maior. A FIESP apoia a proposta de emenda do Deputado Mendes Thame que assegura tal acesso.

Melhora da Estrutura Tarifária do Mercosul Importância da Medida Os países do Mercosul tem assistido ao aumento expressivo das importações de países extrabloco, principalmente provenientes da China. O aprimoramento da estrutura tarifária pode conferir proteção adicional à indústria do bloco. Descrição da Medida Apoiar, no âmbito do Mercosul, a proposta de criação de mecanismos para permitir aumento do imposto de importação (aumento de 100 para 200 linhas tarifárias de exceção à TEC). Avaliação da Medida É inicialmente positiva, pois tem o poder de conferir maior proteção á indústria dos países membros do bloco em contexto de surto de importações; O maior número de linhas tarifárias como exceção à TEC prejudica a consolidação do Mercado Comum; A medida depende de negociação política com outros países do bloco, que podem mostrar interesses contrários à iniciativa brasileira;

Sumário 1. O mau desempenho das manufaturas 2. Penetração das importações 3. Plano Brasil Maior e o comércio exterior 4. Conclusões

Conclusões Nos últimos anos consolidou-se o processo de desindustrialização das exportações brasileiras; Os bens importados avançaram na economia, inibindo crescimento da produção e reduzindo a densidade das cadeias produtivas; O Plano Brasil Maior é um importante conjunto de medidas, mas não suficiente para manutenção do parque industrial; Para os exportadores, a restituição imediata dos créditos tributários acumulados e a redução dos encargos trabalhistas para maior número de setores podem amenizar o impacto do câmbio valorizado.