Conportos A Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis - Conportos foi criada pelo Decreto 1.507 de 30 de maio 1995, alterado pelo Decreto nº 1.972 de 30 de julho de 1996. A Conportos é composta pelo Ministério da Justiça, Ministério da Defesa, representado pelo Comando da Marinha, Ministério da Fazenda, Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério dos Transportes. Cabe ao Ministério da Justiça a Presidência da Comissão Nacional, que é representada pelo Secretário Nacional de Segurança Pública. As atividades da Secretaria Executiva são exercidas por uma equipe técnica e administrativa, todos nomeados pelo Ministro de Estado da Justiça, que nomeia, também, os representantes indicados pelos Ministros de Estado dos Ministérios que compõem o Colegiado. Fazem parte, também, da estrutura da Conportos, as Comissões Estaduais de Segurança Pública nos Portos Terminais e Vias Navegáveis Cesportos. A Conportos tem por objetivo elaborar e implementar o sistema de prevenção e repressão a atos ilícitos nos Portos, Terminais e Vias navegáveis. Compete a Conportos: Baixar norma, em nível nacional, sobre segurança pública nos portos, terminais e vias navegáveis; Elaborar projetos específicos de segurança pública nos portos, terminais e vias navegáveis e, por via diplomática, buscar junto à Organização Marítima Internacional (IMO) assistência técnica e financeira de países doadores e instituições financeira internacionais; Apresentar sugestões às autoridades competentes para o aperfeiçoamento da legislação pertinentes, inclusive consolidação de leis e regulamentos; Analisar programas de aperfeiçoamento das atividades de segurança pública nos portos, terminais e vias navegáveis; Manter acompanhamento estatístico dos ilícitos penais ocorridos nos portos, terminais e vias navegáveis e dos resultados das investigações e das punições aplicadas; Encaminhar aos órgãos competentes avaliações periódicas sobre as necessidades relativas à segurança pública nos portos, terminais e vias navegáveis; Criar e instalar Comissões Estaduais de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis, fixando-lhes as atribuições; Analisar e aprovar planos de segurança elaborados pelas Cesportos;
Orientar as Comissões Estaduais, no que for cabível. Cesportos As Comissões Estaduais de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Cesportos) serão compostas, no mínimo, de representantes: do Departamento de Polícia Federal; da Capitania dos Portos; da Secretaria da Receita Federal; das Administrações Portuárias; do Governo do Estado. As Cesportos serão coordenadas pelos representantes do Departamento de Policia Federal. As Cesportos deverão elaborar Plano de Segurança a ser submetido à Conportos. As Cesportos serão responsáveis pela execução das ações da Conportos nos Estados sob sua supervisão direta. Referência: Decreto nº 1.507, de 30 de maio de 1995 e Regimento Interno, aprovado pela Portaria nº 388/GAB/MJ, de 15 de maio de 1998. Declaração de Ciência A Declaração de Ciência (Knowledge declaration of the Brazilian norms) é o documento por meio do qual o Comandante ou o Oficial de Segurança do navio/embarcação que ingressar no Brasil, fica ciente de que deverá adotar medidas formais no caso de verificar a prática de atos ilícitos ou danos contra o navio/embarcação, tripulantes ou passageiros e seus pertences e/ou carga, durante a permanência e a interface com as instalações portuárias, procedendo o respectivo registro perante as autoridades brasileiras competentes. A declaração será rigorosamente utilizada e expedida em todas as instalações portuárias sediadas no Brasil. Declaração de Proteção A declaração de Proteção é o documento por meio da qual são acordados entre a respectiva Instalação Portuária e o Navio, as medidas de proteção,as adicionais, à luz do Capítulo XI-2 e das Partes A e B do Código Internacional para Proteção de Navios e Instalações Portuárias Código ISPS e o previsto no seu Plano de Segurança Pública Portuária aprovado pela Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis - Conportos. Memória Até julho de 2006 foram: Publicadas 37 (trinta e sete) Resoluções que regulamentam a implementação dos Planos de Segurança e do Código Internacional para Proteção de Navios e Instalações Portuárias Códigos ISPS;
Publicadas 103 (cento e três) Deliberações para reconhecimento das Organizações de Segurança, seus Técnicos e prepostos, aprovaram os Estudos de Avaliação de Risco e os Planos de Segurança, e Certificaram as IP; Aprovados 227 (duzentos e vinte e sete) Estudos de Avaliação de Risco das IP; Aprovados 220 (duzentos e vinte) Planos de Segurança; Certificadas 140 (cento e quarenta) IP com Declaração de Cumprimento DC (Certificação plena); Certificadas 71 (setenta e uma) IP com Termo de Aptidão TA (Certificação parcial); Realização de 6 (seis) edições do Curso Especial para Supervisores de Segurança Portuária; Formação de 566 (quinhentos e sessenta e seis). A Conportos propiciou a realização, em maio de 2005, na cidade de Santos/SP, do Curso de Segurança Portuária do Comitê de Interamericano de Combate ao Terrorismo da Organização dos Estados Americanos CICTE/OEA, para os paises Sul-Americanos. Em cumprimento ao acordo firmado entra as CONPORTOS e as Autoridades de Segurança Portuária dos Estados Unidos da América, objetivando a integração, a troca de informações e compartilhamento das melhores práticas de segurança portuária, uma delegação da Conportos e da Guarda Costeira dos Estados Unidos da América US Guard Cost, no período de 13 a 22 de setembro de 2005, visitaram as instalações da Companhia Docas do Ceará (Porto de Mucuripe) e da Companhia de Integração Portuária do Ceará - Terminal Marítimo do PECÉM, no estado do Ceará; da Companhia Docas do Rio de Janeiro (Portos do Rio de Janeiro e de Sepetiba), Libra Terminais, Multi-car, Multi-rio e Multiterminais, no estado do Rio de Janeiro e; Companhia Docas do Estado de São Paulo (Porto de Santos), Libra Terminais, Ultrafértil, Santos Brasil, Copersucar e Localfrio, no estado de São Paulo. Veja fotos da visita. Em visita recíproca, uma delegação da CONPORTOS em 30 de maio de 2006, foi recebida em Whasington DC EUA, pelo Sub-Comandante da Guarda Costeira dos Estados Unidos da América US Guard Cost, Contra-Almirante Graig E. Bone e no período de 31 de maio a 09 de junho de 2006, juntamente com uma equipe da US Guard Cost, visitaram as instalações portuárias das cidades de Boston, New York, Philadelphia e Miami. Veja fotos da visita. As Cesportos e a Conportos, estão desenvolvendo: A análise e aprovação de Avaliações de Risco e de Planos de Segurança das IP novas e remanescentes; A realizando Inspeções para a Certificação nas IP que estão implementando o seu Plano de Segurança; A formação dos novos Supervisores de Segurança Portuária; A regulamentação do Treinamento dos funcionários e demais usuários das IP;
A regulamentação das Auditorias que deverão ser feitas nas IP, sendo 2 (duas) dentro do período máximo estabelecido de 5 (cinco) anos, não podendo exceder o prazo de 3 (três) anos entre elas. A análise da proposta dos novos Regimentos Internos das CESPORTOS e da CONPORTOS. A elaboração de uma Proposta de Lei Federal que Institui o Fundo Nacional de Segurança Pública Portuária. A organização do II Curso de Segurança Portuária do Comitê de Interamericano de Combate ao Terrorismo da Organização dos Estados Americanos CICTE/OEA, para os paises Sul- Americanos, a ser realizado na cidade de Manaus/AM. Histórico O Governo Brasileiro, visando a melhoria da Segurança Pública nas áreas portuárias, por meio do Decreto nº 1.507, de 30 de maio de 1995, criou a Comissão Nacional e as Comissões Estaduais de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis Conportos e Cesportos. A Conportos instalou 21 (vinte e uma) Cesportos, elaborou e, por meio da Resolução nº 002, de 02 de dezembro de 2002, aprovou o Plano Nacional de Segurança Pública Portuária, determinando a cada Cesportos a elaboração dos Planos de Segurança dos Portos, Terminais e Vias Navegáveis de sua circunscrição. As ameaças à Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis brasileiros que o Plano de Segurança Pública Portuária visava prevenir, são fundamentalmente, as relacionadas com o furto, o roubo e o contrabando de mercadorias, o tráfico de drogas ilícitas, de armas e outros artefatos, utilizados no crime, sempre com o foco voltado para a redução da criminalidade no País. No entanto, após os atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos da América e outros antecedentes criminosos, durante a 5ª Conferência Diplomática do Comitê de Proteção Marítima da Organização Marítima Internacional IMO, por meio da Resolução 2, de 12 de dezembro de 2022, em Londres, estabeleceu o Código Internacional para Proteção de Navios e Instalações Portuárias Código ISPS, que definiu novas medidas de segurança abrangendo navios e Instalações Portuárias - IP, visando evitar as ações terroristas e a sabotagem. O Código ISPS classificou todos os portos internacionais em níveis de segurança pré-definidos, medidas estas que o Governo Brasileiro e os outros Governos Contratantes obrigaram-se a implementar até o dia 1º de julho de 2004, sendo a principal preocupação evitar o acesso de pessoas não autorizadas às Instalações Portuárias - IP e aos navios de carga e de passageiros, bem assim o trânsito de armas e artefatos que possam ser utilizados em ações terroristas e sabotagens as instalações portuárias e aos navios. As Medidas adotadas e as recomendações contidas no Códigos ISPS, resumidamente implicam em: Para os Navios
Prover a Avaliação de Segurança de todos os navios; Instituir o Oficial de Segurança do Navio (Ship Security Officer SSO); Definir os Níveis de Segurança do Navio; Elaborar o Plano de Segurança do Navio. Para as Companhias de Navegação Instituir o Encarregado de Segurança da Companhia (Company Security Officer CSO); Para as Instalações Portuárias - IP Prover a Avaliação de Risco das Instalações Portuárias; Elaborar o Plano de Segurança das Instalações Portuárias; Instituir o Encarregado pela Segurança de cada Instalações Portuárias (Supervisor de Segurança Portuária SSP, no conceito brasileiro e Port Facility Security Officer PFSO no conceito inglês); Aplicar os Níveis de Segurança Definidos; Estas medidas não estavam totalmente abrangidas pelo Plano Nacional de Segurança Pública Portuária e pelos Planos de Segurança a serem implementados pela Cesportos, definidos anteriormente pelo Governo Brasileiro, o que exigiu da Conportos, interromper o processo que vinha sendo desenvolvido e definir nova regulamentação para o cumprimento do disposto no Código ISPS destacando-se: A adoção, por meio da Resolução nº 003, de 27 de julho de 2003, a Resolução 2 (Código ISPS), da 5º Conferência Diplomática do Comitê de Segurança da Organização Marítima Internacional, como diretriz básica para os Estudos de Avaliação de Risco e para a elaboração dos Planos de Segurança das IP; O reconhecimento de empresas como Organizações de Segurança (OS) para elaborarem os Estudos de Avaliação de Risco e os Planos de Segurança das Instalações Portuárias; A elaboração dos Termos de Referência para a os Estudos de Avaliação de Risco e dos Planos de Segurança das Instalações Portuárias; A elaboração, pelas Organizações de Segurança dos Estudos de Avaliação de Risco das Instalações Portuárias Brasileiras que deveriam submeter-se ao Código ISPS; A análise e a aprovação, pela Cesportos e posteriormente pela Conportos, dos Estudos de Avaliação de Risco das Instalações Portuárias. A elaboração, pelas Organizações de Segurança Certificadas, dos Planos de Segurança de cada Instalação portuária;
A formação dos Supervisores de Segurança Pública Portuária (SSP); O acompanhamento, pelas Cesportos e pela Conportos, da implementação dos Planos de Segurança das Instalações Portuárias; A realização, pelas Cesportos e pela Conportos, das inspeções nas Instalações Portuárias; A Certificação das Instalações Portuárias que implementaram seus Planos de Segurança, em conformidade com os critérios definidos pela IMO contidas nos respectivos Planos de Segurança, e O Credenciamento das Instalações Portuárias Certificadas junto Organização Marítima Internacional IMO. Considerações As ameaças à Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis brasileiros, são fundamentalmente, as relacionadas com o furto, o roubo e o contrabando de mercadorias, o tráfico de drogas ilícitas, a introdução e o trânsito de passageiros clandestinos, o acesso não autorizado aos navios e cargas, propiciando o tráfico e a introdução de armas e outros artefatos, utilizados no crime, no terrorismo e em sabotagem as instalações portuárias e navios. Geralmente os portos abrangem uma grande área de docas, piers, áreas de estocagem, dutos, depósitos de combustíveis e vias de acesso rodoviário e ferroviário. Assim, o problema de proteger fisicamente o porto, é considerável, o que demanda um grande número de pessoas, equipamentos de controle, de fiscalização e outros bens que avultam os cofres públicos e privados, considerando-se de maior importância, os fatos humanos. Vale ressaltar, que se o Brasil não cumprir com as recomendações da IMO, os navios oriundos de outros países, poderão negar-se a atracar em nossos portos e todo navio que aportar em portos brasileiros ou que partir com carga e passageiros de portos do Brasil, serão impedidos de atracar em portos estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos da América e da Europa, o que irá gerar enormes prejuízos para os transportadores, perda de divisas para o Brasil além de afetar as relações internacionais do País. Desta forma, independentemente dos gastos com a implantação do que será definido nos Planos de Segurança Portuária, a manutenção dos serviços públicos e sua constante melhoria, demandará grandes quantias oriundas dos cofres dos órgãos envolvidos na segurança portuária e do tesouro nacional. Isto posto, a exemplo de outros setores, a CONPORTOS, está oferecendo uma proposta para a criação do Fundo Nacional de Segurança Portuária, com vistas a propiciar investimentos neste setor, objetivando equipar os órgão públicos envolvidos na Segurança Portuária a implementar e manter as ações de fiscalização, policiamento e patrulhamento, proporcionando, ao mesmo tempo que cumprimos as determinações da IMO, a melhoria necessária da Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis Brasileiros.