MORTE E ETERNIDADE. Estudo Bíblico

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Transcrição:

MORTE E ETERNIDADE Estudo Bíblico

Antigo Testamento A questão da morte se apresenta na história da criação do primeiro homem, quando Deus proibiu que Adão comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal (certamente morrerás 2.17). A morte aconteceu no sentido espiritual e este processo desemboca na deterioração do corpo físico, a morte física.

No At a palavra (she ol) aparece 65 X, e significa morte ou sepultura. A tradução inferno aparece também várias vezes. Também que dizer apenas o lugar físico para onde os mortos irão (Gn 37.35). Também é o destino dos ímpios (Dt 32.22), como uma boca insaciável.

Ele estaria debaixo da terra (Nm 16.30; Ez 31.16), tinha portas (Is 38.10) e era um lugar tenebroso e melancólico, onde a alma consciente vivia triste e inativa (2Sm 22.6; Ec 9.10) não tendo condições de ser plena. Quando sheol é descrito como o lugar comum de todos os mortos, justos e ímpios, deve estar em vista o significado mais comum de sepultura.

Davi declarou sua fé na vida eterna em vários Salvos (16.10-11; 17.14; 49). A promessa de vitória final sobre a morte foi declarada pelo profeta Isaías (25.8; 24.22). No julgamento final, haverá uma separação entre os salvos e os perdidos. Os que praticam a idolatria enfrentarão a ira do Senhor (66.15-17; Dn 12.2).

Novo Testamento A realidade da vida além da morte é um dos temas centrais no NT. De fato, sem a esperança da vida eterna, o plano de redenção do NT não faria o menor sentido. Na cosmovisão de Jesus, a ressurreição e o julgamento dos mortos é um pressuposto fundamental.

Jesus prometeu que, no mesmo dia, ele e o ladrão estariam juntos no paraíso (Lc 23.43). É melhor entender hoje como resposta à palavra quando, na pergunta do ladrão. Jesus afirmou o que é conhecido como estado intermediário.

Rico e Lázaro Em Lc 16.19-31, o fato de ser uma parábola significa dizer que não devemos supor que todos os elementos sejam interpretados literalmente, mas fica claro também que a intenção de Jesus era ensinar alguns fatos sobre a natureza da existência após a morte, caso contrário, a parábola não faria sentido:

1. Na vida futura, a situação dos oprimidos e dos opressores será invertida. Os pobres que confiam em Deus, serão consolados, enquanto os que confiam nas suas riquezas serão condenados. 2. A natureza do castigo dos ímpios é de sofrimento consciente. 3. Os ímpios e os salvos irão para lugares diferentes, e não podem mudar de lugar após a morte. Os mortos não voltam para a Terra depois de morrerem e nem podem se comunicar com os vivos. A situação depois da morte é irrevogável.

A situação é irrevogável após a morte física (Mt 25.32-34, 41).

Terminologia Jesus ensinou a existência do paraíso e do inferno como destinos finais. As duas palavras gregas nos ajudam a compreender a realidade do inferno nas Escrituras. Partindo da mitologia e da religião do império, os gregos e romanos consideravam que Tártaros era o lugar para onde iam as almas. O tártaros estava localizado abaixo do Hades. Assim, o hades era o lugar dos mortes, um lugar de sombras, lúgubre e frio. Hades aparece 11X no NT, é quase sempre traduzida por inferno, embora às vezes apareça também como morte.

A segunda palavra grega importante é Geena (12x), uma forma corrupta de se dizer vale de Hinom, uma depressão profunda que ficava ao sul de Jerusalém. Ali, sob o governo do rei Manasses, os hebreus sacrificavam os próprios filhos a Moloque. O ídolo, que era oco, era aquecido por dentro, até ficar em brasa, então as crianças eram jogadas em seus braços. Mais tarde, virou a lixeira de Jerusalém, onde eram queimadas as carcaças de animais mortos e o corpo de criminosos executados.

O fogo e a fumaça permanente do lixão queimando criou a imagem que os hebreus nos transmitiram de inferno. Devido a esses horríveis pecados, e porque ali também era o lugar onde o lixo era queimado, passou a ser sinônimo de lugar de castigo eterno (Mt 18.8-9; Mc 9.43). Para Jesus, o homem ímpio será lançado no inferno, no vale de Hinom. Assim, geena é um lugar de tormentos e miséria. Esse lugar foi preparado especialmente para o diabo e seus anjos, mas será também a habitação dos ímpios por toda a eternidade.

Dessa maneira, apesar da diferença etimológica entre as duas palavras gregas, elas apresentam a mesma idéia: um lugar de punição para os perdidos. No AT, a palavra Sheol significa sepultura, inferno, e morte. No NT, o sheol deixa de ser um lugar para onde vão todos os mortos e passa a designar principalmente inferno.

Temos Ouranos, céu, e Hades, inferno como lugares opostos: o primeiro, lugar de recompensa; o segundo, de punição.

É interessante notar que o texto do Rico e Lázaro não usa geena, mas hades, o que levou alguns teólogos a considerar a existência de uma habitação dos mortos no mundo inferior, como lugar de espera para o juízo final. Jeremias afirmou que a distinção hades e geena é exatamente esta.

O hades é o lugar de tormentos no estado intermediário (não alegria, não há memória, remorso, sede insaciável e condenação definitiva), enquanto geena denota o destino final dos ímpios, onde os incrédulos serão lançados, corpo e alma, para a destruição eterna.

Assim, no inferno haverá sofrimento mental e físico. Haverá remorso, lembranças de épocas que foram melhores, dores físicas provocadas pelo calor, pela distancia e pela separação, fonte de todo o bem e vida.

Morte Física A morte física não é algo que impeça a vida eterna do crente junto com Jesus (Jo 11.25). Paulo deixa claro que nada, nem a morte, pode separar o cristão do amor de Deus em Cristo Jesus (Rm 8). Os crentes em Jesus passarão pela morte física e entrarão na presença do Senhor (Fp 1.23).

Ressurreição A ressurreição ocupa um lugar central no pensamento de Paulo. Apesar desta doutrina ser um conceito estranho ao pensamento grego, pois o corpo seria um empecilho para a alma, e assim não acreditavam na ressurreição (At 17).

1. A ressurreição de Cristo é essencial para a fé cristã (1Co 15:1-11). A morte substitutiva e penal e a ressurreição de Cristo são cumprimento da mensagem do AT.

2. A ressurreição certamente ocorrerá (1Co 15:12-34). A ressurreição era a prova final da divindade de Cristo, testificando que tudo que Jesus pregou era verdadeiro. Negar que o corpo de Jesus realmente tenha sido levado do túmulo, destrói a mensagem do evangelho, pois a verdade da mensagem cristã está ligada à realidade histórica da morte e ressurreição de Cristo.

O apóstolo não pode conceber que a sua Se não há ressurreição, os que morrem Em 1Co 15.24-28, a ressurreição não é um E o clímax da obra de Cristo será a

3.O corpo ressurgirá (1Co 15.35-49). Ele julgou uma loucura a posição que os Para Paulo, o corpo ressuscitado não será A ênfase está na espantosa mudança que

Essa palavras destacam o contraste entre o estado do corpo sujeito à doenças e à deterioração da velhice, no mundo caído, e o seu estado de saúde perfeita e novos poderes, na ressurreição. Os crentes, por estarem em Cristo, provarão uma ressurreição física. O corpo ressuscitado será um corpo físico, celestial e espiritual.

4.A morte será totalmente destruída, os que Paulo reconhece que muitos crentes não Embora esses crentes não sejam

Corpo Físico Então, pode-se afirmar que a desdenha do corpo físico, está fundamentalmente errada, porque um espírito sem corpo é igual a uma pessoa sem roupa. O ser humano não é completo sem o corpo físico. Quando os cristãos morrem e perdem o corpo corrompido pelo pecado, aguardam ser revestidos com um corpo celestial (2Co 5.1-10)

Obras Após a morte, tanto os cristãos como os não-cristãos serão julgados pelas obras que nesta vida realizaram. É importante lembrar que as obras não determinam o destino eterno, porque, a salvação é alcançada por meio da graça e não por boas obras (Ef 2.8-9). As obras são irrelevantes quanto à salvação, mas não quanto aos galardões entregues ao crente ou a punição aplicada ao ímpio.

Punição Parece que o nível de punição aplicada ao ímpio dependerá do conhecimento que ele teve do ministério desenvolvido por Jesus na Terra (Mt 11.20-24; Lc 12.47-48). O fato de que todos serão julgados é tão certo quanto a morte.

Apocalipse O Apocalipse trata do estado final de todas as coisas, inclusive o estado de todos os seres humanos. No fim, todos os mortos voltarão dos lugares onde estão para ficar de pé diante do trono de Deus (20.11-13). Existe um registro das obras de todas as pessoas, um livro com o registro dos nomes de todos os salvos.

As pessoas cujos nomes não se encontram no livro da vida serão lançadas no lago de fogo, que simboliza a segunda morte, a separação eterna da presença de Deus (20.14-15). Lá junto com Satanás, eles serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos.

Esta é a descrição de um sofrimento consciente, que durará para sempre. O estado dos salvos na vida que está por vir é representado com símbolos de outro extremo. Deus habitará entre eles (21.3), sua presença eterna, não tanto por benefícios físicos, mas sua presença. Todos os males que o pecado introduziu na terra serão eliminados da vida dos salvos. Todas as lágrimas de tristeza, a morte, o luto, o pranto e a dor não mais existirão.

Uma parte importante da perfeição do estado eterno será a ausência de todos os que praticam obras más. Não existirá ninguém para perturbar ou assediar os justos. Os que recusaram a graça de Deus e fizeram questão de continuar praticando as más obras não podem participar num mundo onde esses pecados não serão permitidos.