ESTATUTO DO TÉCNICO RESPONSÁVEL POR INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS DE SERVIÇO PARTICULAR

Documentos relacionados
DECRETO REGULAMENTAR N.º 31/83, de 18 de Abril (ESTATUTO DO TÉCNICO RESPONSÁVEL POR INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS DE SERVIÇO PARTICULAR) Índice

DATA: Quinta-feira, 3 de Dezembro de 1992 NÚMERO: 279/92 SÉRIE I-A. EMISSOR: Ministério da Indústria e Energia. DIPLOMA/ACTO: Decreto-Lei n.

MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DO AMBIENTE. Portaria n. 174/97 de 10 de Março

REGULAMENTO MUNICIPAL INSPECÇÃO DE ASCENSORES, MONTA- CARGAS, ESCADAS MECÂNICAS E TAPETES ROLANTES. Preâmbulo

Linhas Gerais para uma Proposta de Alteração Legislativa relativa a Projectos e Obras de Instalações Eléctricas de Serviço Particular

PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUTORIZAÇÃO DE UTILIZAÇÃO OU DE AUTORIZAÇÃO DE ALTERAÇÃO DE UTILIZAÇÃO (ESTABELECIMENTO DE RESTAURAÇÃO OU DE BEBIDAS)

PEDIDO DE EMISSÃO DE ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO DE UTILIZAÇÃO DE FRACÇÃO AUTÓNOMA

Portaria n.º 369/2004, de 12 de Abril

DIPLOMA/ACTO : Decreto-Lei n.º 125/97. EMISSOR : Ministério da Economia. DATA : Sexta-feira, 23 de Maio de 1997 NÚMERO : 119/97 SÉRIE I-A

Concepção de Instalações Eléctricas E D. José Rui Ferreira. Setembro CIE (BT) - 5º Ano Energia

Regulamento de Taxas para Inspecção de Ascensores, Monta-Cargas, Escadas Mecânicas e Tapetes Rolantes

REGULAMENTO MUNICIPAL DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO DE ASCENSORES, MONTA-CARGAS, ESCADAS MECÂNICAS E TAPETES ROLANTES Preâmbulo

Ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 36.º do Decreto-Lei n.º 211/2004, de 20 de Agosto:

EMISSOR: Região Autónoma da Madeira - Assembleia Legislativa. DIPLOMA / ACTO: Decreto Legislativo Regional n.º 11/2010/M

REGULAMENTO MUNICIPAL DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO DE ASCENSORES, MONTA-CARGAS, ESCADAS MECÂNICAS E TAPETES ROLANTES

Decreto-Lei n," ' de 30 de Outubro

COMENTÁRIOS AO DOCUMENTO

Regulamento para Inspecção de Ascensores, Montacargas, Escadas Mecânicas e Tapetes Rolantes Município de Sobral de Monte Agraço

COMISSÃO PERMANENTE DA ASSEMBLEIA DO POVO. Resolução n," 18/90 de 6 de Outubro ARTIGO 1.0

Disposições gerais. Artigo 2. Definições. Para efeitos do presente diploma entende-se por:

Legislação Farmacêutica Compilada. Decreto-Lei n.º 135/95, de 9 de Junho. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso 21

Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º

Ministério da Ciência e Tecnologia

REGULAMENTO DE AQUISIÇÃO, RENOVAÇÃO, SUSPENSÃO E CASSAÇÃO DA CARTEIRA PROFISSIONAL DE JORNALISTA

REGULAMENTO DE INSPECÇÕES DE ASCENSORES, MONTA-CARGAS, ESCADAS MECÂNICAS E TAPETES ROLANTES

Estabelece o regime contra-ordenacional do Regulamento de Segurança de Barragens aprovado pelo Decreto-Lei n.º 344/2007, de 15 de Outubro

A ACT E A COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA Interacção e Cooperação em Empreendimentos de Construção

Procedimento interno que regula o processo de integração dos Organismos que prestam serviços de Avaliação da conformidade no Sistema Nacional da

Gabinete de Auditoria e Qualidade APROVADO PELA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SINTRA EM 8 DE FEVEREIRO DE 2008

Decreto-Lei n.º 38/92 de 28 de Março. Regula a actividade de transporte de doentes

REGULAMENTO RESPEITANTE AO FUNCIONAMENTO DA EXPOSIÇÃO DE VELHARIAS E ANTIGUIDADES DE BRAGA. Artigo 1º. Lei Habilitante

6336 DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE-B N. o de Outubro de 2004

Desta forma, as entidades que pretendam desenvolver a actividade de certificação das ITED estão sujeitas a registo no ICP-ANACOM.

Regulamento para a eleição dos Diretores de Departamento da Escola de Ciências da Vida e do Ambiente -ECVA-

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE BRIDGE

Ministério do Comércio

REGULAMENTO DE CERTIFICAÇÃO DE ENTIDADES FORMADORAS

CÂMARA MUNICIPAL DE SEIA. Regulamento da Actividade de Fiscalização de Obras Sujeitas a Licenciamento Municipal

Regulamento dos Regimes de Mudança de Cursos, Transferências e de Reingresso no Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Licenciado

CÓDIGO DE CONDUTA 1/6

S.A.M.S. REGULAMENTO DE GESTÃO DOS SAMS

Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções

REGULAMENTO MUNICIPAL PARA REALIZAÇÃO DE LEILÕES

Minuta de Contrato de Adesão ao Serviço de. Interruptibilidade. (ao abrigo da Portaria n.º 1309/2010)

PROPOSTA DA ERSE. No âmbito do presente Contrato de Uso das Redes, entende-se por:

DECRETO-LEI N.º 122/89, de 14 de Abril

Regulamento para Inspecção de Ascensores, Monta-Cargas, Escadas Mecânicas e Tapetes Rolantes, Taxas e Regime Sancionatório

CADERNO ENCARGOS. Cessão de Exploração da Cafetaria Parque das Águas Romanas. Página 1 de 7

TEMA: Manutenção e Inspecção de Ascensores, Monta-Cargas, Escadas Mecânicas e Tapetes Rolantes

Projecto de Decreto Regulamentar Avaliação de Desempenho Docente

DIPLOMA/ACTO : Decreto-Lei n.º 404/86. EMISSOR : Ministério da Indústria e Comércio. DATA : Quarta-feira 3 de Dezembro de 1986 NÚMERO : 278/86 SÉRIE I

Protecção dos Utentes de Serviços Públicos Essenciais (Lei nº 23/96, de 23.7)

Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções

Artigo 1 Criação do Programa. Artigo 2 Órgãos de gestão do Programa

Regulamento de Inscrição de Juristas de Reconhecido Mérito, Mestres e Doutores em Direito, para a Prática de Actos de Consulta Jurídica

REGULAMENTO MUNICIPAL DE VENDA DE BILHETES PARA ESPECTÁCULOS OU DIVERTIMENTOS PÚBLICOS EM AGÊNCIAS OU POSTOS DE VENDA

(Preâmbulo) Artigo 1.º Objecto e âmbito

CAPÍTULO I. Âmbito de aplicação. Artigo 1.º Objeto e âmbito

A Empresa e Áreas de Actividade

Regulamento Interno Férias Academia Sporting. Art.º 1 - Informações Gerais

ESTUDOS SOBRE MACAU. Anexo 1 FUNDAÇÃO MACAU. Regulamento de Atribuição. de Bolsas para Estudos sobre Macau (MINUTA) Artigo 1.º.

Recintos de Diversões Aquáticas. Licença de Funcionamento

PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUTORIZAÇÃO DE UTILIZAÇÃO OU DE AUTORIZAÇÃO DE ALTERAÇÃO DE UTILIZAÇÃO PARA ESTABELECIMENTO DE RESTAURAÇÃO OU DE BEBIDAS

ESTATUTOS CLUBE DE CAMPO DA AROEIRA

PROGRAMA OPERACIONAL SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Regulamento de acesso à Medida Competências Básicas. CAPÍTULO I Disposições gerais

Licenciamento de Agentes de Jogadores

Ministério da Comunicação Social;

EXERCICIO DA ATIVIDADE DE DISTRIBUIÇÃO E ENTREGA DOMICILIÁRIA DE GASES MEDICINAIS

CÂMARA MUNICIPAL DE ARRUDA DOS VINHOS

Decreto n.º 5/95, de 7 de Abril

ORDEM DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS REGULAMENTO DE ACREDITAÇÃO DE DIRETOR CLÍNICO

Regulamento do Programa Manutenção de Postos de Trabalho. a) Colaborar na manutenção do nível de emprego das empresas com sede na Região;

Boletim Municipal das Deliberações e Decisões Regulamento de Instalação e Funcionamento de Recintos de Espectáculos e Divertimentos Públicos

DL 495/ Dez-30 CIRC - Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS) - HOLDINGS

Artigo 1º Objecto e definições

REGULAMENTO DO PROCEDIMENTO DE ACREDITAÇÃO/RENOVAÇÃO DA ACREDITAÇÃO DE ENTIDADES CANDIDATAS À AVALIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE MANUAIS ESCOLARES CAPÍTULO I

REGULAMENTO de CONCESSÃO de REGALIAS SOCIAIS aos BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS de AMARES. Preâmbulo

Decreto n.º 5/95, de 7 de Abril - Emprego de cidadãos estrangeiros não residentes

Despacho n.º B/2001, de 31 de Maio 1 (DR, 2.ª série n.º 148, de 28 de Junho de 2001)

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA. Decreto-Lei n.º 137/2006 de 26 de Julho

Revisão aprovada pela Assembleia Regional em 17 de novembro de 2016

Realização de Acampamentos Ocasionais

Projecto de Decreto-Lei. Regulamento do Subsistema de Saúde dos Serviços Sociais do Ministério da Justiça

REPÚBLICA DE ANGOLA CONSELHO DE MINISTROS. Decreto n.º 42/08. de 3 de Julho

Decreto-Lei n.º 4/93, de 8 de Janeiro. (Alterado pelo Decreto-Lei 246/2009, de 22 de Setembro)

Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções

Concessão do estatuto de trabalhador-estudante

AVISO N.º 05/2014 de 15 de Setembro

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Decreto-Lei n.º /2015

DESPACHO N. GR.03/05/2011

Direitos e deveres dos trabalhadores em funções públicas. Breve introdução ao procedimento disciplinar. Base legal

ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO D. MANUEL I REGULAMENTO DA FORMAÇÃO EM CONTEXTO DE TRABALHO DOS CURSOS PROFISSIONAIS

Manual de Acreditação das Entidades Formadoras, Caderno III

ANEXO 1.1 Regulamento Interno. Regimento Interno do Conselho Geral (com as alterações aprovadas em Conselho Geral no quadriénio 2011/15)

REGULAMENTO. Bolsas de Estudo Ensino Superior

Regulamento de Licenciamento de Actividades Diversas CAPITULO I ÂMBITO E OBJECTO. Artigo 1.º. Âmbito e objecto. Artigo 2.º

Transcrição:

ESTATUTO DO TÉCNICO RESPONSÁVEL POR INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS DE SERVIÇO PARTICULAR (Decreto Regulamentar n.º 31/83, de 18 de Abril, com as alterações do Decreto-Lei n.º 229/2006, de 24 de Novembro, sem os anexos e o Código Deontológico dos Técnicos Responsáveis) Disposições gerais 02 Competências dos técnicos responsáveis 03 Inscrição dos técnicos responsáveis 06 Atribuições e obrigações dos técnicos responsáveis 08 Das relações entre a entidade exploradora da instalação eléctrica e o técnico responsável pela exploração 13 Relações entre técnico responsável e a Direcção-Geral de Geologia e Energia 14 Relações entre os técnicos responsáveis pela exploração de instalações eléctricas de serviço particular e o distribuidor público de energia eléctrica 15 Sanções disciplinares 16 Disposições gerais e transitórias 17

Capítulo I Disposições gerais Artigo 1.º (Objectivo) O presente Estatuto regulamenta a actividade dos técnicos responsáveis no que diz respeito à elaboração de projectos, à execução e à exploração de instalações eléctricas de serviço particular. Artigo 2.º (Conceito de técnico responsável) 1 Consideram-se técnicos responsáveis por instalações eléctricas os indivíduos que, preenchendo os requisitos fixados no presente Estatuto, podem assumir a responsabilidade pelo projecto, pela execução ou pela exploração das referidas instalações. 2 É permitida a acumulação das qualidades de técnico responsável 1 previstas nos artigos 4.º, 5.º e 6.º do presente Estatuto. Artigo 3.º (Código deontológico) O Código deontológico dos técnicos responsáveis (anexo I) faz parte integrante deste Estatuto. 1 Pelo projecto, pela execução e pela exploração Página 2 de 18

Capítulo II Competências dos técnicos responsáveis Artigo 4.º (Técnicos responsáveis pelo projecto) 1 Salvo o disposto nos n. os 3 2 e 4 3 deste artigo, só podem ser técnicos responsáveis pelo projecto de instalações eléctricas os engenheiros electrotécnicos e os engenheiros técnicos da especialidade de electrotecnia. 2 Tratando-se de projectos de instalações eléctricas com tensão nominal igual ou superior a 60 kv, para assumir a responsabilidade é indispensável a experiência profissional, no âmbito do assunto versado no projecto, de, pelo menos, 2 anos para os engenheiros e de 4 para os engenheiros técnicos. 3 Tratando-se de projectos de instalações eléctricas de concepção simples, a responsabilidade pode ser assumida por electricistas que provem ter competência para o efeito e possuam habilitação considerada apropriada. 4 As instalações eléctricas de concepção simples, a que se refere o número anterior, são as de serviço particular de 5.º categoria definidas no Regulamento de Licenças para Instalações Eléctricas, de potência total previstas, não afectada de coeficientes, igual ou inferior a 50 kva, estabelecidas nos seguintes locais: a) Locais residenciais ou de uso profissional; b) Estabelecimentos recebendo público, com exclusão dos hospitalares e hoteleiros; c) Estabelecimentos industriais que não comportem locais sujeitos a risco de incêndio ou de explosão; d) Estabelecimentos agrículas ou pecuários que não comportem locais sujeitos a risco de incêndio ou de explosão. 5 Relativamente às competências de técnicos responsáveis pelo projecto referidas nos números anteriores serão atribuídos os seguintes níveis: a) Nível I. Aos técnicos que possam ser responsáveis pelo projecto de qualquer instalação eléctrica; b) Nível II. Aos técnicos que possam ser responsáveis pelo projecto de qualquer instalação eléctrica de tensão nominal inferior a 60 kv; c) Nível III. Aos técnicos que possam ser responsáveis pelos projectos das instalações eléctricas referidas nos n. os 3 e 4. 2 Electricistas 3 Instalações eléctricas de 5.º categoria até 50 kva Página 3 de 18

Artigo 5.º (Técnicos responsáveis pela execução) 1 Com as limitações constantes dos números seguintes, podem ser técnicos responsáveis pela execução de instalações eléctricas: a) Engenheiros electrotécnicos; b) Engenheiros técnicos da especialidade de electrotecnia; c) Electricistas que possuam habilitação considerada apropriada e tenham, pelo menos, dois anos de experiência; d) Os electricistas sem as habilitações previstas na alínea anterior que possuam, pelo menos, sete anos de experiência profissional na área de execução de instalações eléctricas de baixa tensão, desde que, através de um processo de reconhecimento e validação de competências adquiridas pela via da experiência, demonstrem possuir os conhecimentos adequados; e) Electricistas com a categoria de oficial, possuidores de carteira profissional passada pelo competente sindicato com data anterior a 30 de Abril de 1981; f) Electricistas que provem possuir experiência profissional equivalente à dos técnicos referidos na alínea e) e tenham requerido a inscrição até 30 de Abril de 1981. 2 Os técnicos indicados nas alíneas a) e b) do número anterior podem assumir a responsabilidade por qualquer instalação e ser-lhes-á atribuído, quanto à competência, o nível 1. 3 - Os electricistas indicados nas alíneas c) a f) do n.º 1 podem ser responsáveis por qualquer instalação, desde que não incluam subestações de transformação ou de conversão e redes de alta tensão, sendo-lhes atribuído, quanto à competência, o nível II. 4 - Os electricistas referidos nas alíneas e) e f) do n.º 1 só podem assumir responsabilidades no âmbito das respectivas especialidades. 5 Tratando-se da execução de instalações que compreendam tubos de descarga de tensão em vazio superior a 1 kv, a responsabilidade só pode ser assumida por técnicos que provem ter experiência e competência dentro destes ramos de actividade. 6 Tratando-se da montagem de elevadores eléctricos, a responsabilidade só pode ser assumida por técnicos que provem ter experiência e competência dentro deste ramo de actividade; 7 - O processo de reconhecimento e validação de competências referido na alínea d) do n.º 1 4 é realizado ao abrigo e nos termos de protocolo de colaboração celebrado, para o efeito, entre a Direcção-Geral de Geologia e Energia, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, I. P., e o Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário, I. P. 4 Electricistas sem o CAP (Certificado de Aptidão Profissional) e com 7 ou mais anos de experiência Página 4 de 18

Artigo 6.º (Técnicos responsáveis pela exploração) 1 Podem ser técnicos responsáveis pela exploração de instalações eléctricas: a) Engenheiros electrotécnicos; b) Engenheiros técnicos da especialidade de electrotecnia. 2 Para instalações de potência nominal até 250 kva e tensão até 30 kv, a responsabilidade pode ser assumida por electricistas que possuam habilitação considerada apropriada e tenham, pelo menos 4 anos de experiência comprovada neste âmbito. 3 Quando a dimensão ou complexidade das instalações eléctricas o justificar, poe haver mais de um técnico responsável pela exploração, devendo um deles exercer as funções de coordenador e considerando-se todos eles solidários na sua responsabilidade. 4 Relativamente às competências referidas nos n. os 1 e 2, serão atribuídos os seguintes níveis: a) Nível I. Aos técnicos que possam assumir a responsabilidade pela exploração de qualquer instalação eléctrica; b) Nível II. Aos técnicos que possam assumir a responsabilidade pela exploração das instalações eléctricas de potência nominal até 250 kva e tensão até 30 kv. Página 5 de 18

Capítulo III Inscrição dos técnicos responsáveis Artigo 7.º (Inscrição) 1 - O exercício das funções de técnico responsável pela execução e pela exploração de instalações eléctricas por parte de electricistas depende de inscrição na direcção regional de economia territorialmente competente, devendo o requerimento para a inscrição ser dirigido ao respectivo director regional e ser acompanhado de: a) Documento comprovativo das habilitações literárias ou profissionais apropriadas ou ainda documento comprovativo da experiência profissional; b) Questionário devidamente preenchido em duplicado (anexo II-2); c) Valor a título de taxa de inscrição, a definir por portaria do ministro responsável pela área da economia, a entregar à direcção regional de economia territorialmente competente, que constituirá receita própria do organismo; 2 - O exercício das funções de técnico responsável por instalações eléctricas por parte dos engenheiros electrotécnicos e dos engenheiros técnicos de electrotecnia depende de estarem inscritos, respectivamente, na Ordem dos Engenheiros e na Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos, nos termos previstos nos respectivos Estatutos. Artigo 9.º (Inscrição provisória) 1 A inscrição na Direcção-Geral de Geologia e Energia dos técnicos responsáveis pelo projecto, pela execução ou pela exploração de instalações elécticas, quando não seja comprovada a experiência nestes domínios, será feita a título provisório. 2 A inscrição provisória referida no número anterior será válida pelo prazo de 2 anos, findo o qual caducará se não for requerida a inscrição definitiva ou a sua prorrogação por mais um período de 2 anos. 3 A inscrição a título provisório confere ao técnico responsável as mesmas regalias que a inscrição definitiva. 4 O requerimento referido no n.º 2 (anexo II-5) deverá dar entrada até 60 dias antes do termo do prazo de validade da inscrição provisória. 5 Os técnicos inscritos provisóriamente são obrigados, sem o que não poderão ser inscritos definitivamente, a enviar à Direcção-Geral de Geologia e Energia, anulamente, a partir da data de inscrição, relatório circunstanciado dos trabalhos realizados e relação das responsabilidades assumidas durante esse período de tampo (anexo III-1). Página 6 de 18

6 O requerimento solicitando a inscrição definitiva deverá ser acompanhado do relatório dos trabalhos realizados (anexo III-1) no período decorrido desde a data do último relatório, apresentado nos termos do número anterior, até à data do requerimento. Artigo 10.º (Comunicação ao requerente) 1 Dos despachos do director-geral de Geologia e Energia que recaírem sobre os requerimentos será dado conhecimento, por escrito, ao requerente. 2 Se o técnico responsável for inscrito definitivamente, ser-lhe-á enviado o cartão de técnico responsável referido no artigo 7.º 3 Enquanto durar a inscrição provisória, esta será comprovada pela comunicação feita nos termos do n.º 1 deste artigo. Artigo 11.º (Cadastro) 1 Na Direcção-Geral de Geologia e Energia haverá um cadastro, devidamente actualizado, com os elementos respeitantes aos técnicos inscritos e a indicação dos diversos níveis de responsabilidade em cada um dos domínios considerados (projecto, execução, exploração). 2 Para os técnicos responsáveis pela execução de instalações eléctricas de tubos de descarga de tensão em vazio superior a 1 kv e pela montagem de elevadores eléctricos a Direcção-Geral de Geologia e Energia organizará cadastros próprios, onde serão anotados todos os elementos respeitantes aos técnicos inscritos. 3 Além da Direcção-Geral de Geologia e Energia, os distribuidores públicos de energia eléctrica ou outras entidades encarregadas da fiscalização de instalações eléctricas possuirão um cadastro dos técnicos responsáveis, incluindo os referidos nos n. os 5e 6 do artigo 5.º, que exerçam a actividade na área da sua actuação. 4 Para a organização dos cadastros referidos no número anterior, o técnico responsável deve fornecer os elementos necessários à sua organização, nomeadamente o número e data de inscrição na Direcção-Geral de Geologia e Energia, bem como os domínios e níveis em que está inscrito e os concelhos onde habitualmente exerce a sua actividade. 5 Osa distribuidores públicos de energia eléctrica e outras entidades encarregadas da fiscalização de instalações eléctricas comunicarão à Direcção-Geral de Geologia e Energia as faltas cometidas pelos técnicos responsáveis de que tenham conhecimento. Página 7 de 18

Capítulo IV Atribuições e obrigações dos técnicos responsáveis Artigo 12.º (Atribuições gerais) 1 Dentro da esfera da sua competência, os técnicos responsáveis pelo projecto, pela execução ou pela exploração de instalações eléctricas respondem por tudo o que se prenda com os aspectos técnicos e regulamentares. 2 Sem prejuízo dos aspectos técnicos e regulamentares referidos no número anterior, sempre predominantes em qualquer tipo de instalação eléctrica, deverão os técnicos procurar a solução mais económica para as instalações. 3 Na sua qualidade de representantes dos proprietários das instalações eléctricas por que são responsáveis, devem os técnicos, a solicitação da fiscalização do Governo ou dos distribuidores públicos de energia eléctrica, satisfazer todos os pedidos de esclarecimento, incluindo os referentes a eventuais alterações ou correcções ao projecto. Secção I Do projecto Artigo 13.º (Obrigações e direitos do técnico) 1 O técnico responsável obriga-se a elaborar o projecto de acordo com a legislação aplicável a cada tipo de instalação e a completá-lo com as condições gerais e especiais do caderno de encargos. 2 Durante a execução da instalação, o técnico responsável pelo projecto deverá prestar ao responsável pela execução todos os esclarecimentos necessários à sua correcta interpretação. Esta obrigação caduca ao fim de 4 anos, contados da tada da entrega do projecto completo ao proprietário, se outro prazo não for fixado no contrato celebrado entre os interessados. 3 Findo o prazo indicado no número anterior, qualquer esclarecimento ou trabalho complementar do projecto deverá ser confiado ao autor, mediante contrato suplementar. No caso de este o não aceitar ou de não ser possível obter a sua colaboração, poderá ser encarregado outro técnico dessa tarefa. 4 O técnico responsável pelo projecto poderá, sempre que o entender, visitar a instalação eléctrica durante a sua execução, devendo datar e rubricar a respectiva ficha de execução (anexo III-2), anotando qualquer observação, se for caso disso. 5 Sempre que lhe for solicitado pelo proprietário, o técnico responsável pelo projecto apresentará uma estimativa do custo da instalação eléctrica, bem como os pormenores técnicos necessários à conveniente execução dos trabalhos. Página 8 de 18

6 A responsabilidade do técnico responsável termina com a aprovação do projecto ou 2 anos após a sua entrega ao proprietário da instalação eléctrica, caso o mesmo não seja submetido a aprovação. 7 Quaisquer alterações ao projecto durante o período em que vigora a responsabilidade do técnico deverão ser feitas por ele ou ter o seu parecer favorável, por escrito. Secção II Da execução Artigo 14.º (Obrigações e direitos do técnico) 1 Durante a execução da instalação eléctrica, o respectivo técnico responsável deve acompanhar de perto o andamento dos trabalhos, por forma a ser assegurado o cumprimento das disposições regulamentares de segurança em vigor e das boas regras da técnica e respeitando o projecto, quando exista. 2 De acordo com o disposto do n.º 7 5 do artigo anterior, o técnico responsável pela execução não poderá alterar o projecto sem o parecer favorável, por escrito do seu autor; 3 Durante a execução da instalação, o respectivo técnico responsável deverá fazer, pelo menos, as inspecções e medições seguintes: a) Verificação do correcto estabelecimento dos eléctrodos de terra, incluindo as ligações aos circuitos de terra; b) Medição da resistência de contacto dos eléctrodos de terra; c) Verificação da qualidade e da cuidadosa execução das ligações da aparelhagem; d) Verificação e ensaio dos sistemas de protecção e das protecções contra sobreintensidades e sobretensões, quando existam. 4 Tratando-se de instalações de utilização de energia eléctrica e de instalações colectivas de edificios e entradas, deverá o técnico responsável efectuar as seguintes verificações: a) Traçado das colunas e localização dos quadros e portinholas; b) Estabelecimento das tubagens ou enterramento dos cabos; c) Enfiamento dos condutores. 5 Tratando-se de outras instalações, deverão efectuar-se as verificações adequadas às suas características e especificidade. 6 Concluída a execução da instalação, deverá o respectivo técnico responsável proceder a uma inspecção final, verificando se ela satisfaz a todas as prescrições de segurança 5 Quaisquer alterações ao projecto durante o período em que vigora a responsabilidade do técnico deverão ser feitas por ele ou ter o seu parecer favorável, por escrito. Página 9 de 18

regulamentares e regras de técnica, fazendo as medições e ensaios necessários à verificação daquelas condições, nomeadamente as previstas na regulamentação de segurança. Esta inspecção deve, em regra, ser acompanhada pelo técnico responsável pela exploração, se o houver. 7 No local da obra, e durante a sua execução, é obrigatória a existência da ficha de execução da instalação (anexo III-2), onde serão anotadas todas as inspecções referidas nos números anteriores, bem como quaisquer outras que o técnico considere úteis. 8 - A ficha de execução deve acompanhar o pedido de vistoria da instalação eléctrica, excepto quando se trate de uma inspecção da competência de uma associação inspectora de instalações eléctricas. 9 A responsabilidade do técnico pela execução da instalação eléctrica durará até à sua aprovação definitiva, sem prejuízo das disposições legais aplicáveis, nomeadamente as do Código Civil sobre empreitadas e as do Código Penal sobre acidentes por negligência. 10 No caso de haver um técnico encarregado da fiscalização da instalação eléctrica por parte do proprietário, ele deverá ser, de preferência: a) O técnico responsável pelo projecto, se se tratar de uma instalação nova; b) O técnico responsável pela exploração, se se tratar da modificação de uma instalação eléctrica já em exploração. Secção III Da exploração Artigo 15.º (Inspecções da instalação eléctrica) 1 O técnico responsável pela exploração deverá inspeccionar a instalação eléctrica com a frequ~encia exigida pelas características da exploração, no mínimo 2 vezes por ano, a fim de proceder às verificações, ensaios e medições regulamentares. As 2 inspecções obrigatórias devem ser feitas, uma durante os meses de Verão e outra durante os meses de Inverno. 2 O número de inspecções, para além das 2 anuais obrigatórias a que se refere o número anterior, deve constar do contrato de prestação de serviços (anexo IV) e ter em conta a sua complexidade e a perigosidade da sua exploração. 3 Além das inspecções indicadas nos números anteriores, o técnico responsável deverá efectuar visitas técnicas a solicitação justificada da entidade exploradora. Página 10 de 18

Artigo 16.º (Inspecções irregulares) 1 Sempre que o técnico responsável pela exploração detectar deficiências antiregulamentares, delas dará conhecimento, por escrito, à entidade exploradora da instalação, com vista à sua eliminação dentro de um prazo compatível com a importância e natureza daquelas, que para o efeito fixará. Quando as deficiências colidam notoriamente com a segurança de pessoas e coisas, devem ser rapidamente eliminadas. 2 Se, nos casos referidos na parte final do número anterior, findo o prazo fixado, a entidade exploradora não tiver eliminado as deficiências indicadas pelo técnico, deverá este dar conhecimento do facto à fiscalização do Governo. Artigo 17.º (Ampliações das instalações) As ampliações da instalação eléctrica carecem do parecer favorável do técnico responsável pela exploração nos aspectos relacionados com as disposições regulamentares de segurança e com as boas regras da técnica. Artigo 18.º (Mapas estatísticos e outra documentação) 1 Os mapas estatísticos, a enviar anualmente à Direcção-Geral de Geologia e Energia no prazo legalmente estabelecido, deverão ser verificados e devidamente assinados pelo técnico responsável para o fim designado. 2 Quaisquer documentos a incluir nos processos que digam respeito à responsabilidade do técnico devem ser por si visados ou assinados, nomeadamente os requerimentos de licença, de vistoria, de pedidos de prorrogação de prazo e de anulação de cláusulas. Artigo 19.º (Esclarecimentos a prestar pelo técnico) O técnico responsável pela exploração da instalação eléctrica deve esclarecer a entidade exploradora sobre o cumprimento das cláusulas impostas pela fiscalização técnica do Governo, seus delegados mandatados ou distribuidor público de energia eléctrica, nos aspectos técnicos e de segurança. Página 11 de 18

Artigo 20.º (Acidentes por acção da corrente eléctrica) 1 Quando na instalação ocorrer algum acidente por acção da corrente eléctrica, o técnico responsável pela exploração participará o facto à fiscalização do Governo, através da componente participação de acidentes (anexo III-4). 2 A fim de minorar as consequências de acidentes por acção da corrente eléctrica, o técnico responsável deve providenciar para que existam, em local adequado, as instruções de primeiros socorros e o equipamento indispensável à sua observância, bem como prestar os esclarecimentos necessários à sua utilização. 3 O técnico responsável deverá fazer foprmação em segurança do pessoal afecto à execução e exploração da instalação eléctrica pelo menos de 2 em 2 anos. Artigo 21.º (Vistoria da instalação eléctrica) 1 O técnico responsável pela exploração deverá acompanhar a fiscalização do Governo, ou seus delegados mandatados, na vistoria à instalação eléctrica. 2 Em casos justificados, o técnico responsável pela exploração podera fazer-se substituit na vistoria da instalação por um delegado devidamente qualificado e credenciado para o efeito. 3 O delegado referido no número anterior deverá, em regra, estar inscrito na Direcção- Geral de Geologia e Energia para o tipo de instalação em causa. Artigo 22.º (Projecto de instalação) O técnico responsável pela exploração deve providenciar para que no recinto servido pela instalação eléctrica exista sempre, devidamente actualizado, o respectivo projecto. Página 12 de 18

Capítulo V Das relações entre a entidade exploradora da instalação eléctrica e o técnico responsável pela exploração Artigo 23.º (Princípios gerais) 1 A entidade exploradora da instalação eléctrica e o técnico responsável estabelecerão entre si um programa das tarefas a desempenhar e o respectivo calendário e celebrarão, obrigatoriamente, um contrato escrito de prestação de serviços (anexo IV). 2 No caso de o técnico responsável pertencer ao quadro técnico da entidade exploradora das instalações, o contrato de prestação de serviços referido no número anterior poderá constituir um complemento do seu contrato normal de trabalho, sem prejuízo da sua autonomia. Artigo 24.º (Obrigações da entidade exploradora) 1 A entidade exploradora da instalação eléctrica deve cumprir todas as indicações dadas pelo técnico responsável no que respeita aos aspectos relacionados com as disposições regulamentares de segurança e com as boas regras da técnica, especialmente que atentem ou possam vir atentar contra a segurança de pessoas ou coisas. 2 A entidade exploradora da instalação eléctrica não deverá efectuar quaisquer modificações, mesmo não estruturais, sem prévio conhecimento e acordo do técnico responsável pela exploração no que respeita aos aspectos regulamentares de segurança e boas regras da técnica. 3 A entidade exploradora da instalação eléctrica deverá permitir que a mesma seja visitada, inspeccionada e ensaiada pelo técnico responsável sempre que este o considere necessário ao seu regular e normal funcionamento, para o que porá à sua disposição os elementos e meios indispensáveis ao bom desempenho das suas funções. 4 A entidade exploradora da instalação eléctrica deverá participar ao técnico responsável todos os acidentes que, por acção da corrente eléctrica, ali ocorram, sem prejuízo das participações obrigatórias referidas no artigo 146.º do Decreto-Lei n.º 43 335, de 19 de Novembro de 1960. 6 6 Os concessionários proprietários ou exploradores de instalações eléctricas são obrigados a participar à fiscalização do Governo e ao Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, no prazo de três dias, todos os desastres e acidentes ocorridos nas mesmas instalações. Página 13 de 18

Capítulo VI Relações entre técnico responsável e a Direcção-Geral de Geologia e Energia Artigo 25.º (Obrigatoriedade de inscrição dos electricistas) Para o exercício da sua actividade, o electricista que seja técnico responsável deverá estar inscrito na direcção regional de economia territorialmente competente, nas condições estabelecidas no capítulo III 7 do presente Estatuto. Artigo 26.º (Relatório anual) 1 O técnico responsável pela exploração da instalação eléctrica deverá enviar anualmente à fiscalização do Governo, excepto no caso referido no artigo 29.º, um relatório (anexo III-3) mencionando os resultados das medidas e ensaios efectuados e informando sobre o estado geral das intalações e sobre as recomendações que formulou tendentes à eliminação das deficiências que eventualmente existam. 2 O relatório a que se refere o número anterior deverá igualmente ser apresentado quando o técnico assuma a responsabilidade pela exploração de uma instalação eléctrica e quando o contrato de prestação de serviços cesse antes do prazo estabelecido. 3 O prazo de 1 ano referido no n.º 1 é contado a partir da data em que o técnico responsável assuma as suas funções. Artigo 27.º (Relações de responsabilidades) 1 O técnico responsável pela exploração de instalações eléctricas deverá enviar à Direcção-Geral de Geologia e Energia, até ao dia 31 de Janeiro de cada ano, uma relação das instalações de que foi responsável no ano anterior, elaborada nos moldes do anexo III-5. 2 Aos técnicos responsáveis pelo projecto ou pela execução de instalações eléctricas poderá ser exigido pela Direcção-geral de Geologia e Energia o envio da relação dos trabalhos executados durante o ano em modelo semelhante ao do anexo III-5, com as convenientes adaptações. 7 Inscrição dos técnicos responsáveis Página 14 de 18

Capítulo VII Relações entre os técnicos responsáveis pela exploração de instalações eléctricas de serviço particular e o distribuidor público de energia eléctrica Artigo 28.º (Alterações das instalações) Sempre que qualquer alteração de instalações eléctricas interfira ou possa vir a interferir com a rede de distribuição, designadamente aumentos de potência e montagem de centrais eléctricas, compete ao técnico responsa vel pela exploração, como representante da entidade exploradora e com o seu acordo, dar conhecimento prévio ao respectivo distribuidor. Artigo 29.º (Relatório anual) O relatório anual a que se refere o artigo 26.º 8 será enviado ao distribuidor público de energia eléctrica sempre que a fiscalização da respectiva instalação seja da competência deste. 8 1 O técnico responsável pela exploração da instalação eléctrica deverá enviar anualmente à fiscalização do Governo, excepto no caso referido no artigo 29.º, um relatório (anexo III-3) mencionando os resultados das medidas e ensaios efectuados e informando sobre o estado geral das intalações e sobre as recomendações que formulou tendentes à eliminação das deficiências que eventualmente existam. 2 O relatório a que se refere o número anterior deverá igualmente ser apresentado quando o técnico assuma a responsabilidade pela exploração de uma instalação eléctrica e quando o contrato de prestação de serviços cesse antes do prazo estabelecido. 3 O prazo de 1 ano referido no n.º 1 é contado a partir da data em que o técnico responsável assuma as suas funções. Página 15 de 18

Capítulo VIII Sanções disciplinares Artigo 30.º (Sanções aplicáveis) 1 - Os electricistas que sejam técnicos responsáveis por instalações eléctricas estão sujeitos às seguintes sanções disciplinares, em função da gravidade das faltas cometidas: a) Advertência por escrito; b) Coima de 40 a 200 ; c) Coima de 200 a 800, em caso de reincidência; d) Suspensão do exercício da actividade até 1 ano; e) Suspenção do exercício da actividade por período superior a 1 ano, até ao máximo de 5 anos. 2 A pena de suspenção do exercício da actividade pode ter lugar no caso de a frequência de infracções inculcar negligência habitual no cumprimento das obrigações como técnico responsável ou em casos considerados graves, nomeadamente quando da infracção resultem consequências que afectem ou ponham em risco a segurança de pessoas ou coisas. 3 Consoante a gravidade da infracção, a pena de suspensão do exercício da actividade poderá ser limitada à instalação onde tenham sido cometida a infracção ou determinar a impossibilidade da actividade de técnico responsável em um ou mais domínios de reponsabilidade. 4 - A instrução dos processos relativos às sanções previstas neste artigo é da competência da direcção regional da economia territorialmente competente, cabendo a sua aplicação ao director regional. Página 16 de 18

Capítulo IX Disposições gerais e transitórias Artigo 33.º (Passagem de cartão aos técnicos já inscritos) 1 Os técnicos responsáveis inscritos na Direcção-Geral de Geologia e Energia à data de entrada em Vigor deste Estatuto deverão requerer a passagem do cartão a que se refere a alínea d) do n.º 1 do artigo 7.º 9 (anexo II-4). O cartão deverá ser devidamente preenchido e acompanhado de um selo fiscal de 500$. 2 Aos engenheiros electrotécnicos e aos engenheiros técnicos da especialidade de electrotecnia inscritos antes de 1 de Junho de 1976 ser-lhes-á atribuido o nível I em todos os domínios e aos restantes técnicos o nível II. 3 Aos técnicos responsáveis inscritos entre a data indicada no número anterior e a data da entrada em vigor do presente Estatuto ser-lhe-ão stribuídos os seguintes níveis: a) Projecto: Nível II. Aos engenheiros electrotécnicos e engenheiros técnicos da especialidade de electrotecnia; b) Execução: Nível I. Aos engenheiros electrotécnicos e engenheiros técnicos da especialidade electrotecnia; Nível II. Aos electricistas referidos nas alíneas c), d) e e) do n.º 1 do artigo 5.º 10 ; c) Exploração: Nível I. Aos engenheiros electrotécnicos e engenheiros técnicos da especialidade electrotecnia; Nível II. Aos electricistas referidos no n.º 2 do artigo 6.º 11 9 Alínea revogada 10 Electricistas que possuam habilitação considerada apropriada e tenham, pelo menos, dois anos de experiência. Os electricistas sem as habilitações previstas na alínea anterior que possuam, pelo menos, sete anos de experiência profissional na área de execução de instalações eléctricas de baixa tensão, desde que, através de um processo de reconhecimento e validação de competências adquiridas pela via da experiência, demonstrem possuir os conhecimentos adequados. Electricistas com a categoria de oficial, possuidores de carteira profissional passada pelo competente sindicato com data anterior a 30 de Abril de 1981. 11 Para instalações de potência nominal até 250 kva e tensão até 30 kv, a responsabilidade pode ser assumida por electricistas que possuam habilitação considerada apropriada e tenham, pelo menos 4 anos de experiência comprovada neste âmbito. Página 17 de 18

Artigo 36.º (Habilitações apropriadas) 1 Para os efeitos previstos no n.º 3 do artigo 4.º 12, na alínea c) do n.º 1 do artigo 5.º 13 e no n.º 2 do artigo 6.º consideram-se desde já como habilitações apropriadas os cursos constantes do anexo V. 2 Por despacho do Ministro da Industria, Energia e Exportação, depois de ouvida a Direcção-Geral do Ensino Secundário, poderão ser consideradas apropriadas outras habilitações. Artigo 37.º (Engenheiros técnicos electromecânicos) Para efeitos da aplicação do presente Estatuto, considera-se equivalente à especialidade de electrotecnia o curso de electrotecnia e máquinas a que corresponde a designação profissional de engenheiro técnico electromecânico. Artigo 38.º (Desacordo entre entidade exploradora e o técnico responsável) Na eventualidade de desacordo entre a entidade exploradora da instalação eléctrica e o técnico responsável, nomeadamente nos casos referidos no n.º 7 do artigo 13.º, no n.º 2 do artigo 14.º, no artigo 17.º 14, nos n os 1 e 2 do artigo 24.º 15 e no artigo 28.º 16, deverá ser ouvida a fiscalização do Governo. 12 Tratando-se de projectos de instalações eléctricas de concepção simples, a responsabilidade pode ser assumida por electricistas que provem ter competência para o efeito e possuam habilitação considerada apropriada. 13 Podem ser técnicos responsáveis pela execução de instalações eléctricas, electricistas que possuam habilitação considerada apropriada e tenham, pelo menos, dois anos de experiência. 14 Quaisquer alterações ao projecto durante o período em que vigora a responsabilidade do técnico deverão ser feitas por ele ou ter o seu parecer favorável, por escrito. 15 De acordo com o disposto do n.º 7 do artigo anterior [nota anterior], o técnico responsável pela execução não poderá alterar o projecto sem o parecer favorável, por escrito do seu autor. 16 As ampliações da instalação eléctrica carecem do parecer favorável do técnico responsável pela exploração nos aspectos relacionados com as disposições regulamentares de segurança e com as boas regras da técnica. Página 18 de 18