1 O ACESSO À JUSTIÇA E SUA EFETIVIDADE NO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL ESTADUAL OSCAR, N. M. Resumo: O presente trabalho institui relação entre o princípio constitucional do Acesso à Justiça, e sua aplicação no Juizado Especial Cível Estadual. Para tanto, é abordado o histórico da criação da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/1995), buscando-se cumprir os principais objetivos de sua criação, com ênfase, em seus princípios norteadores e na proposta de conciliação, frisando-se a efetividade do acesso à justiça. Palavras-chave: Princípio do Acesso à Justiça. Juizado Especial Cível. Efetividade. Abstract: This work instituting relation between the constitutional principle of the Access to Justice, and how its application is realized on the Special Civil Court of the State. Therefore, it is approached the creation of the Special Courts, (Lei nº 9.099/1995), looking for fulfilling the main objectives of its creation, with emphasis, on the principles guiding and on the proposal of conciliation. Lastly, accent the effectiveness of the access to justice principle. Keywords: Access to justice. Special Civil Court. Effectiveness. INTRODUÇÃO Este trabalho abordará o princípio constitucional do acesso à justiça e sua efetivação dentro dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais, destacando-se a importância da conciliação e, a real efetividade das decisões. Para isso será utilizado a lei nº 9.099/1995, a Constituição Federal, sites e doutrinas.
2 O objetivo principal deste trabalho é analisar a efetividade do acesso à justiça no campo dos juizados especiais cíveis estaduais. Assim como, falar da importância da criação dos juizados e da possibilidade e importância da conciliação. A investigação se dará pelo método bibliográfico, baseando-se mais em livros, artigos e sites confiáveis. O método de abordagem será dedutivo, já que após analisar-se sobre as questões relativas ao acesso à justiça chegar-se à a uma conclusão sobre sua efetividade. Tendo como desafio a busca pela efetividade do acesso à justiça, para que esta seja cada vez mais alcançada, e ainda, a busca pela conciliação que também é uma forma de resolução de conflitos podendo ser muitas vezes mais efetiva que a forma convencional. REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS Para que seja alcançada a tão falada e desejada efetividade, primeiro é necessário que o judiciário se adapte ao mundo atual 1, já que o velho sistema, antigo e ultrapassando não está mais conseguindo suportar a demanda de números de processos em andamento. São peças fundamentais para o avanço do judiciário: o juiz, advogado, os auxiliares da justiça, 2 podendo também entrar nesse rol os juízes leigos e conciliadores. Para que se busque um acesso efetivo ao judiciário é preciso realizar mudanças, mas não somente no texto de lei, como também no modo de agir de todos aqueles envolvidos no processo, pois não adianta alterar a lei se os aplicadores mostram-se indiferentes, omissos e até hostis a mudanças 3 A efetividade do processo judicial brasileiro é algo que todos buscam, mas que, no entanto é difícil de conseguir, devido a várias barreiras 1 ROSAS, Roberto. Direito Processual Constitucional: Princípios Constitucionais do Processo Civil. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999. p. 210. 2 ROSAS, Roberto. Direito Processual Constitucional: Princípios Constitucionais do Processo Civil. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999. p. 210. 3 ROSAS, Roberto. Direito Processual Constitucional: Princípios Constitucionais do Processo Civil. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999. p. 213.
3 existentes, para que se chegue a justiça efetiva. Como uma das principais barreiras pode-se destacar o tempo, conforme cita Gama muitos pretendentes a tutela estatal de seus direitos terminam por deixar esta vida sem o acesso à prestação jurisdicional a que tinha direito. 4 Ou seja, o tempo que perdura um processo pode chegar a décadas. O art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal prevê o direito a razoável duração do processo, pois não adianta dizer que a justiça tarda, mas não falha, já que justiça tardia não é outra coisa, senão a maior das injustiças. 5 É necessário que se encontre o meio termo, o ponto do prazo razoável, pois de nada adianta o processo ser rápido demais e não cumprir com sua função social ou ser injusto em sua prestação, e nem longo demais, pois estaria perdendo sua eficácia, 6 portanto é necessário encontrar um equilíbrio entre esses dois pontos. Apesar da lentidão ser um dos grandes problemas que obstam a efetiva prestação jurisdicional, existem outros, como a própria estrutura processual; os legisladores, que ao elaborarem as leis deveriam adequar melhores os procedimentos à realidade; e ainda, a atitude das partes, que por muitas vezes agem com má-fé acabando por protelarem o processo, fazendo com que este se estenda cada vez mais, sem nenhuma necessidade. 7 A sentença judicial hoje ainda é a grande solução para os conflitos que são levados até o Poder Judiciário. Entretanto muitos litigantes não estão satisfeitos com essa forma de resolução do conflito, já que a solução fica a cargo de um terceiro, no caso um juiz de direito. 8 Com isso foi criado pelo Conselho Nacional de Justiça CNJ, o programa Movimento pela Conciliação, sob o slogan Conciliar é Legal. Possuindo como principal objetivo estimular as partes a se utilizarem dessa ferramenta e também fazer com que o Judiciário oferecesse mais esse tipo de 4 GAMA, Ricardo Rodrigues. A Efetividade do Processo Civil. São Paulo: Copola, 1999. p. 31. 5 GAMA, Ricardo Rodrigues. A Efetividade do Processo Civil. São Paulo: Copola, 1999. p. 31. 6 GAMA, Ricardo Rodrigues. A Efetividade do Processo Civil. São Paulo: Copola, 1999. p. 34. 7 GAMA, Ricardo Rodrigues. A Efetividade do Processo Civil. São Paulo: Copola, 1999. p. 31. 8 NOGUEIRA, Mariella e BUZZI, Marco Aurélio. Disponível em: <http://www.trf4.jus.br/trf4/upload/editor/rbb_texto%20conciliar%20e%20legal.pdf> Acesso em 10 jul. 2012.
4 serviço. 9 Além do que a implementação da conciliação não causa grandes gastos ao Poder Judiciário, já que não é necessário a construção de prédios nem a contratação de funcionários, assim como afirma a Ministra Ellen Gracie: Não demanda grandes gastos nem providências complicadas. Prescinde da construção de prédios e da contratação de pessoal. Não depende da edição de leis e não exclui a garantia constitucional de acesso à Justiça. 10 Ou seja, se for bem aproveitada é uma excelente solução para diminuir consideravelmente com os conflitos em um período de tempo muito pequeno (muitas vezes na hora) e ainda assim, se não der certo, ter resguardado o seu direito ao acesso à justiça. Afinal Uma Justiça mais acessível, efetiva, simples e informal é o que deseja a população brasileira. 11 Tendo assim de que a implantação da cultura conciliatória no nosso país abre margens para uma boa forma de se chegar a um acordo justo e efetivo. CONCLUSÃO Ante a realidade da sociedade brasileira fica claro que muita coisa ainda precisa ser feita. Mudanças na legislação, estímulo a juízes, promotores, advogados, conciliadores, e todos os auxiliares da justiça, para que só assim com essa mudança interna primeiramente, é que se possa conseguir melhores resultados tanto de facilitação ao ingresso no judiciário, quanto na própria efetividade das decisões. 9 NOGUEIRA, Mariella e BUZZI, Marco Aurélio. Disponível em: <http://www.trf4.jus.br/trf4/upload/editor/rbb_texto%20conciliar%20e%20legal.pdf> Acesso em 10 jul. 2012. 10 GRACIE, Ellen. Conversar faz diferença. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/conciliarconteudotextual/anexo/conversar_faz_diferenca.pdf> 11 GRACIE, Ellen. Conversar faz diferença. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/conciliarconteudotextual/anexo/conversar_faz_diferenca.pdf>
5 O que se propõe com este estudo é a garantia de um direito constitucionalmente previsto em nossa Carta Maior e não só a garantia que ele exista, mas também, e principalmente que ele seja eficaz. Chega-se a conclusão, portanto que cumpre aos operadores do direito, buscarem a correta aplicação da lei e persistirem por mudanças pertinentes à facilitar o amplo acesso ao judiciário e sua devida efetivação, buscando-se sempre ao final a tão esperada justiça. REFERÊNCIAS BRASIL, Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Diário Oficial da União. Poder Executivo, Brasília, DF, 25 nov. 1995. Dicionário da Língua Portuguesa. Michaelis. Disponível em < http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=juiz> Acesso em 19 ago. 2012. GAMA, Ricardo Rodrigues. A Efetividade do Processo Civil. São Paulo: Copola, 1999. GRACIE, Ellen. Conversar faz diferença. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/conciliarconteudotextual/anexo/conversar_faz _diferenca.pdf> NOGUEIRA, Mariella e BUZZI, Marco Aurélio. Disponível em: <http://www.trf4.jus.br/trf4/upload/editor/rbb_texto%20conciliar%20e%20legal.pdf> ROSAS, Roberto. Direito Processual Constitucional: Princípios Constitucionais do Processo Civil. 3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.