São Paulo, 27 de setembro de

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Transcrição:

São Paulo, 27 de setembro de 2016 pedro.calmon.neto@pcfa.com.br

TÓPICOS A SEREM APRESENTADOS Contratos de afretamento Contratos de transporte Laytime e demurrage de embarcações Responsabilidade do fretador. Distinção entre contrato de afretamento e contrato de transporte.

ARMADOR Definição legal Pessoa física ou jurídica que, em seu nome e sob sua responsabilidade, apresta a embarcação com fins comerciais, pondo-a ou não a navegar por sua conta. (Lei 9.537/1997, artigo 2º, inciso III) ARMADOR O que é? Ato de armar o navio é aprestá-lo, aparelhar, colocando-o no estado de navegabilidade (seaworthiness): providenciar tripulantes, comandante, provisões, combustíveis, alimentos, manutenção dos equipamentos, tudo que for necessário à gestão técnica-náutica da embarcação.

Fretador Charter - Aquele que, tendo a posse, uso e controle da embarcação, contrata com outra parte (afretador) a disposição da embarcação. É quem dá a embarcação mediante o pagamento de um aluguel (fretamento a tempo) ou a frete (fretamento por viagem ou de espaço, para o transporte de mercadorias). Afretador Charterer - Aquele que tem o direito de uso da embarcação afretada com a finalidade de transportar mercadorias, pessoas ou coisas. O Contrato de afretamento (Charter Party - CP) é o contrato entre fretador e afretador

Gestão Náutica Uso Referente a operação do navio enquanto instrumento de transporte, ou seja, escolha do Comandante, manutenção do navio, eventuais reparos, contratação dos seguros, pagamento da tripulação, entre outros. Gestão Comercial Fruição Referente as despesas usuais e extraordinárias para a operação do navio com relação a sua finalidade de transportador de carga, ou seja, lida com as operações relativas ao carregamento e descarga, despesas de estadia em portos, as escalas do navio, fechamento de carga, entre outros.

Contrato de Afretamento a casco nú (Bareboat Charter): Afretador tem a posse, uso e o controle da embarcação, por tempo determinado possui a gestão náutica e comercial Contrato de Afretamento por tempo (Time Charter): Afretador recebe a embarcação armada e tripulada, ou parte dela, para utiliza-la comercialmente por tempo determinado tem a gestão comercial. Contrato de Afretamento por viagem (Voyage Charter): Fretador se obriga a colocar o todo ou parte de uma embarcação, com tripulação, à disposição do afretador para efetuar transporte em uma ou mais viagens

Contrato de Afretamento a casco nú (Bareboat Charter): Longa duração Contrato de Afretamento por tempo (Time Charter): Duração curta, média ou longa Contrato de Afretamento por viagem (Voyage Charter): única viagem

Espécie contratual em que o Fretador se obriga a transportar volume ajustado de carga, dentro de um determinado período, sem que haja a nomeação de um navio específico, mas sim a obrigação de transportar a carga pactuada no contrato, de acordo com as especificações. Cada viagem realizada do COA é tratado como se fosse um VCP. COA Conjunto de Voyage Charter Parties Ex.: Transportar 4M T de minério em 40 viagens em navios de 100K T

Afretamento por tempo -> Normalmente o Afretador pode navegar com o navio para qualquer região do mundo. Exceções expressas no contrato como Países em Guerra, locais de pirataria, águas congeladas. Responsabilidade do Fretador: salários e encargos da tripulação, seguros do navio, provisões, docagem, manutenção do casco e dos equipamentos do navio, água para consumo, sobressalentes e seu desembaraço. (gestão náutica). Responsabilidade do Afretador: combustíveis (medição de início para devolução no término), rebocadores, práticos, agentes da carga, tarifas portuárias e outros encargos da carga.

Off-hire (downtime) Falha em aspectos referente a gestão náutica Afretador deixa de ter estes encargos e o pagamento do hire é suspenso. Motivos específicos de off-hire devem ser relacionados no contratos, tais como : Baixo desempenho, velocidade deficiente, falta de tripulantes, quarentena, quebra ou deficiência de equipamentos. Interpretação restritiva.

Prazo definido nos termos, podendo ser em dias, fim de viagem ou mesmo ambos. Local de entrega definido.(pode haver mob) Local de termino definido. (pode haver demob) O navio deverá estar disponível para início do contrato dentro do laydays, sob pena de cancelamento do contrato. Laydays É o período de tempo, previamente acordado, para a apresentação do navio, no local determinado pelas partes, para inicio das operações. O seu termo inicial é com a chegada do navio na área do porto para dar início a operação, após emitido o NOR (notice of readiness) ou outro local pactuado e aceito.

Vontade/Necessidade das partes em contratarem; Feita a proposta, há negociação e após a aceitação emite-se o RECAP, com as cláusulas essencias (main terms). Main Terms: Identificação das partes Características do navio; Tipo de carga; Bandeira do navio; Portos de carregamento/descarregamento ou entrega; Frete ou Hire Clube de P&I Duração do contrato Modelo a ser usado (box shape ou taylor made)

Com a formalização do RECAP, em tese, nasce o contrato. Há possibilidade de formalizar o RECAP e existirem pontos pendentes. Exposição e mitigação Inclusão de expressão on subjects indicando que há pontos pendentes de negociação No RECAP é normal utilizarem acrônimos, como por ex: PDPR demourrage per day pro rata FHEX Fridays/Holidays Excluded FHINC Fridays/Holidays Included LYCN Layday Cancelling Date - Laycan

Formas de expressar o on subjects : Subject to contract - Apesar de na o se tratar de uma condic a o suspensiva, a inclusa o do termo subject to contract no recap, indica que todas as condic o es negociadas pelas partes so sera o va lidas apo s a formalizac a o escrita do contrato de afretamento propriamente dito. (Incorpora o posicionamento brasileiro) Subject to Details - Quando existem cla usulas pendentes de negociac a o, o termo subject to details ou subdetails e inclui do no recap, apo s a indicac a o do contrato-padra o a ser utilizado. Note que a inclusa o deste termo na o caracteriza uma condic a o suspensiva, e o contrato ja se encontra vigente, apenas dependendo do acerto de detalhes.

Formas de expressar o on subjects : Subject to Enough Merchandise ou Subject to Stem - A inclusa o deste termo significa que o contrato so sera conclui do se o afretador conseguir carga para carregar o navio no porto e na data contratada. Se esta condic a o na o for atendida, as partes esta o liberadas das obrigac o es assumidas Subject to Shippers and Receivers Approval ou Subject to Charteres Vetting - Neste caso, o contrato so sera conclui do se o navio for considerado tecnicamente aprovado com relac a o a seguranc a operacional pelo afretador e para operar nos terminais dos embarcadores e dos recebedores.

Com o RECAP há a negociação/negociação das Rider Clauses. Rider Clauses são cláusulas específicas que podem ser incluídas nas negociações por ambas as partes, alterando às cláusulas padrão. Após a formalização do RECAP final Contrato fully fixed. (faz lei entre as partes? EUA x Inglaterra x Brasil) Momento de conclusão do contrato -> quando é formalizado o RECAP ou quando o contrato é formalmente assinado/acordado?

Oportunismo da parte interessada em tentar quebrar o contrato, após a emissão do RECAP, alegando que não houve formalização contratual. Arbitragem em Londres: Inclusão de subject to details não indica, prima facie, que o contrato se aperfeiçoou. Arbitragem em Nova Iorque: Independente da inclusão do subject to details, a emissão do RECAP indica a formação e aperfeiçoamento do contrato, obrigando as partes em relação as obrigações assumidas] Brasil: Consentimento válido e completo Similar Inglaterra

Bareboat CP -> natureza de contrato de locação Voyage CP -> natureza de contrato de transporte Time CP -> sui generis, pois é afeito ao transporte, mas também ocorre a locação do bem.

Cláusula Paramount (preponderante) Objetiva determinar a legislação aplicável ao contrato de transporte. Caso o contrato firmado incorpore as Regras de Haya-Visby (Limitação de Responsabilidade do Transportador) admitese exceção a obrigação de seaworthiness: "Art 3o - Responsabilidades e Obrigac o es. 1. O transportador, antes e no ini cio da viagem, e obrigado a exercer uma dilige ncia razoa vel no sentido de: a) ter o navio em estado de navegabilidade; b)convenientemente tripulado, equipado e aprovisionado; c) ter apropriados e em bom estado os poro es, os frigori ficos e todos os demais compartimentos onde sa o estivadas as mercadorias, no sentido de seu recebimento, acondicionamento e resguardo."

Diversos formulários padrões de contratos (box shape contract) Modelos BIMCO são os mais utilizados Inclusão de cláusulas específicas -> Rider clauses

Objeto Contratual é o transporte de mercadoria de um porto a outro. Não é o transporte em sim, mas a disponibilidade do navio para o exercício de suas funções Aperfeiçoado através do Bill of Lading - Evidência Guarda semelhança ao Voyage CP pois o objeto na maioria das vezes é o transporte.

Seaworthiness (condições de navegabilidade) -> obrigação absoluta -> não atendimento dever de indenizar danos causados à carga. Momento de apuração é no embarque de mercadorias due diligence (obrigação não continua) Cargoworthiness - > capacidade (ou falta de) de receber, acomodar e transportar o tipo específico de carga The Madeleine case Tribunais Ingleses - considerou unseaworthiness por falta do Certificado de Desratização

Indica que o porto escolhido esta apto a oferecer condições adequadas e seguras para que o navio entre, atraque, carregue/descarregue e saia do mesmo, sem a ocorrência de anormalidades, sem estar exposto a riscos que não possam ser evitados por meio de boas práticas de navegação e marinharia. Obrigação do Afretador de nomear o safe port: Due diligence x Absoluta. (Cláusula de informação do Armador)

Notice of Readiness (NOR): Aviso dado pelo Comandante ao Afretador (ou a quem for indicado pelo mesmo no CP), quando o navio esta pronto para operação de carga/desgarga, para dar início a contagem das estadias (laytime) Se estipulado no CP, pode haver um free time, um lapso de tempo decorrido entre o Notice of Readiness e o início da contagem das estadias. Brasil, os VCP estabelecem como condição para a emissão do NOR a emissão do Certificado de Livre Prática (pela ANVISA). Em outros países, free practice.

Laydays É o período de tempo, previamente acordado, para a apresentação do navio, no local determinado pelas partes, para inicio das operações. O seu termo inicial é com a chegada do navio na área do porto para dar início a operação, após emitido o NOR (notice of readiness). NOR anterior ao laydays especificado Afretador não necessita iniciar a operação. NOR após o layday estipulado O VCP pode ser cancelado, conhecido com Laycan (Laydays and Cancelling) ou estipular nova faixa de tempo, à opção do Afretador. Expresso no VCP por duas datas ex: Laydays 27 August Canceling 30August ou Laycan 27 August/30 August O Atraso no laydays por parte do fretador pode ensejar indenização se houver má-fé.

NOR escrita ou oral. NOR válida ou inválida. (causas) Contagem de tempo do Laytime: 1) O Laytime se inicia com a emissão do NOR. 2) O NOR deve ser emitido dentro do laydays. 3) A contagem do tempo começa com o navio atracado ou NOR+ 6 horas (turn time), o que vier primeiro. 4) A contagem do laytime não se interrompe, salvo as exceções aplicáveis.

Termo inicial para contagem de estadias Se não for estipulado forma de contagem, aplica-se o art. 591 do Ccom: Art. 591 C.Com - Não se tendo determinado na carta de fretamento o tempo em que deve começar a carregar-se, entende-se que principia a correr desde o dia em que o capitão declarar que está pronto para receber a carga; se o tempo que deve durar a carga e a descarga não estiver fixado, ou quanto se há de pagar de primagem e estadias e sobreestadias, e o tempo e modo do pagamento, será tudo regulado pelo uso do porto onde uma ou outra deva efetuar-se. Pode haver previsão de aplicação da lei da bandeira do navio. Cortes Inglesas entendem no sentido de que trata-se de período consecutivo de 24 horas, sem interrupções, exceto quanto especificado.

Laytime É o tempo, constante no Voyage time charter, estipulado para a realização da operação carga e descarga do navio tempo de estadia. (art. 590 do Ccom) Art. 590 do Código Comercial O fretador é obrigado a ter o navio prestes para receber a carga, e o afretador a efetuá-la no tempo marcado no contrato. Caso ultrapasse o laytime, inicia-se a contagem de demurrage (sobrestadia). > Estipula-se no VCP um número de dias e horas ou até uma taxa de carregamento/descarregamento (ex. 200 t/dia).

Termo inicial para contagem de estadias Dias úteis (working days) SHEX computam-se somente os dias úteis, excluindo sábados e domingos; Dias úteis com tempo bom (working days with good weather) computam-se somente os dias úteis e com condições de tempo favoráveis a operação; Dias corridos (running days) Para contagem do Laytime também pode ser usado o Customary Quick Despatch (CQD) Tonelagem normalmente carregada naquele porto. Ex. 3.000 t/h.

Provisões para antecipar o inicío do laytime: Time Lost Waiting For Berth To Count As Loading / Discharging Time ou As Laytime: significa que se a indisponibilidade de berc o for a raza o principal que impede que o NOR seja dado, o laytime terá início assim que o navio comec ar a esperar pelo berc o, e continuara a correr, a na o ser que ja tenha expirado, ate o momento que o navio parar de esperar pelo berc o. Wether In Port Or Not: significa que o NOR pode ser emitido mesmo que o navio esteja fora dos limites comerciais do porto, desde que tenha chegado ao ancoradouro ou lugar onde os navios normalmente esperam para entrar naquele porto.

Provisões para antecipar o inicío do laytime: In Berth Or Not ou Berth No Berth: significa que se o local designado para carregamento/descarregamento for um berc o, e o berc o na o estiver acessi vel de imediato para o navio, o NOR podera ser dado logo que o navio chegar ao porto onde o berc o designado estiver localizado e o tempo de espera por um berc o e por conta do afretador. Quando o NOR é dado ao chegar no porto, chama-se port charter. Quando o berço está livre, chama-se berth charter.

Provisões para retardar o inicío do laytime: In Regular Turn: determina que o navio pode apresentar onor assim que chegar ao seu destino, mas a contagem da estadia so iniciara quando o navio atracar, ou seja, quando deixar de esperar pelo berc o. Time To Start: Hours After Ship is Reported Ready: estabelece um tempo de care ncia entre o momento em que o aviso de prontida o e dado e o ini cio do laytime. Notice Period: designa tambe m um peri odo de care ncia entre a entrega do NOR e o ini cio do laytime, que e concedido ao afretador para que a carga ou descarga possam ser preparados.

TIME SHEET: Documento elaborado, composto de duas partes, a primeira com um relatório das operações de carregamento/descarregamento do navio e a segunda com os cálculos relativos às estadias, demourrage ou ainda bonificações. STATEMENT OF FACTS: É a primeira parte do Time Sheet, relatório das operações de carga e descarga, onde estará discriminado o início das operações, quantidades embarcadas ou desembarcadas, os períodos de trabalho no porto, a estadia atribuía e a informação de domingos e eventuais feriados. O Time Sheet será elaborado pela equipe de bordo (normalmente pelo Imediart) e pelo Afretador (ou pelo Agente), que deverá ser vistado pelo Comandante. Havendo contradição, o Comandante assina sob protesto, não concordando com o conteúdo.

Interrupções na operação, fatos ensejadores de paralisação de laytime: De acordo com a lei brasileira, o laytime poderá ser interrompido em casos como força maior, greve, feriados, paralisação das atividades do porto, por serem considerados força maior. Nos países de common law, estes fatos devem estar incluídos nas cláusulas de exceção (exception clause). A exception clause irá prever as situações mais comuns de causa de suspensão do laytime, como eventos de força maior, congestionamento do Porto (raramente), ou qualquer situação que esteja fora do controle do Afretador.

Interrupções na operação, fatos ensejadores de paralisação de laytime: Laytime poderá ser interropido se for ensejado por ato de responsabilidade do Fretador ou de seus prepostos O período de laytime é do fretador, podendo utilizá-lo da forma que lhe for mais conveniente, desde que não entre no laycan. (Isto é, aguardar ou zarpar) Caso as operações de carga ou descarga estejam completas, o Afretador não tem o direito de reter o navio, mesmo que o período de laytime não tenha expirado.

Despatch Valor pago (ou deduzido do à pagar) ao afretador se completar a operação de carga/descarga antes do laytime (50% da demurrage). Estipulado no próprio CP.

Ultrapassado o período de estadia (laytime), tem-se inicio a contagem de demurrage (sobrestadia). Inicia-se imediatemente após o término do laytime e não interrompe-se nos dias não-úteis. Pró-rata A demurrage é o custo, diário, do navio para o dono (Fretador), valor tabelado e disposto no CP. ONCE IN DEMURRAGE, ALWAYS ON DEMURRAGE Exceção: Estipulado no CP que se ocorrer alguma condição prevista na exception clause, o Afretador terá um desconto, a ser deduzido do valor devido ao Fretador. (raro)

Natureza jurídica da Demurrage: Indenização convencionada pelas partes em decorrência de atraso do Afretador no cumprimento de suas obrigações. Valor pago decorrente da utilização do navio, por período maior que o convencionado, como forma de compensar os gastos incorridos pelo Fretador na manutenção do navio e sua equipe. Previamente estipulado no CP.

Pagamento de responsabilidade do Afretador, visto o Contrato de Afretamento firmado e sua responsabilidade única no cumprimento de seus termos (carga/descarga).

Quando ocorre a retenção do navio pelo Afretador, sem causa que a justifique. Ensejará o pagamento de perdas e danos (indenização) Damages for detention Quando não há estipulação de demurrage, o afretador deve pagar os prejuízos causados pelo atraso a entrega após o laytime. Ex.: Quando o Porto esta congestionadodemurrage, não há carga suficiente, detention.

Contrato de Afretamento x Contrato de Transporte Contrato de Afretamento Evidenciado por um Charter Party, livre negociação entre as partes e navio específico Contrato de Transporte Evidenciado por um conhecimento de transporte (bill of lading), linhas regulares, roteiros fixos e escalas já determinadas, normalmente contrato de adesão. Linner Terms O BL aperfeiçoa o contrato e tem a função de recibo e título de crédito (entre as partes e à terceiros).

No Contrato de Transporte, normalmente o Armador fornece o contêiner para o transporte, com um determinado período de utiização (7 dias), após o qual, se não houver devolução incorrerá em demurrage. Se não houver a devolução, o Armador irá incorrer em custos extras. Todavia a não devolução poderá enquadrar-se como riscos do negócio (direito do consumidor). Só há demurrage quando há o desembarque tendo em vista o BL emitido. Antes do embarque há detention.

DEMURRAGE DE CONTAINER: Responsabilidade pelo pagamento da sobrestadia é do consignatário da mercadoria. O Consignatário é o portador do BL e ele que irá providenciar o desembaraço aduaneiro. Decreto nº 19.473/1930: Art. 6º O endossatário nominativo e o portador do conhecimento ficam investidos nos direitos e obrigações do consignatário, em face da empresa emissora. O endossador responde pela legitimidade do conhecimento e existência da mercadoria, para com os endossatários posteriores, ou portadores. Parágrafo único. É sumaria a ação fundada no conhecimento de frete. Art. 7º O remetente, consignatário, endossatário ou portador pode, exibindo o conhecimento, exigir o desembarque e a entrega da mercadoria em trânsito, pagando o frete por inteiro e as despesas extraordinárias a que der causa. Extingue-se então o contrato de transporte e recolhe-se o respectivo conhecimento. O endossatário em penhor ou garantia não goza dessa faculdade.

Previsto no conhecimento de transporte. FREE TIME lapso temporal gratuito, concedido pelo Transportador, para utilização do contêiner sem cobrança do demurrage, para o desembaraço e deunitização da carga. Prazo normalmente de 5 a 10 dias. Há também carência de estadia nos Terminais para armazenagem.

CURSOS DE ATUALIZAÇÃO OBRIGADO!! pedro.calmon.neto@pcfa.com.br