A Mediadora de todas as Graças e a Visão de Tuy

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Transcrição:

A Mediadora de todas as Graças e a Visão de Tuy pelo Padre Nicholas Gruner S.T.L., S.T.D. Cand. Já ouviram falar da Consagração da Rússia, mas nunca a explicámos completamente, e por isso gostaria de lhes falar da visão de Tuy. Tuy é uma cidade do norte de Espanha, não longe da fronteira com Portugal. E para a colocar no devido contexto, devemos lembrar-nos do que Nossa Senhora disse em 13 de Julho [de 1917]. Mais uma vez naquele dia, tal como nas duas aparições anteriores, e como se veria em 13 de Outubro, desprendia-se uma luz das Suas mãos. Em 13 de Julho, depois de ter aberto as mãos e mostrado aos pastorinhos a visão do inferno, a Senhora, a Santíssima Virgem, deu-lhes esse Segredo, cuja primeira parte é a visão do inferno. O Segredo está dividido em três partes: A segunda parte do Segredo é o que Nossa Senhora disse depois de ter mostrado aos pastorinhos a visão do inferno. A segunda parte, dita imediatamente depois da visão do inferno, contém as palavras da Santíssima Virgem que a Irmã Lúcia registou nas suas memórias, tanto na terceira como na quarta memória. Estas memórias, diga-se de passagem, foram publicadas integralmente e ainda estão disponíveis. Temos fotocópias delas, para que possam ver pessoalmente o que dizem. Aqui está o que tirámos do site da Internet do Vaticano sobre o que a Santíssima Virgem disse na segunda parte do Segredo: Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer do mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra [isto é, a Primeira Grande Guerra] vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reino de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para o impedir [para impedir estes castigos] virei pedir a Consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos Primeiros Sábados. Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados; o Santo Padre terá muito que sofrer; várias nações serão aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé, etc. Esta é a profecia da segunda parte do Segredo. Não há controvérsias sobre este texto. Toda a gente reconhece que foi isto que a Santíssima Virgem disse em 13 de Julho. Temos uma escolha simples a fazer: obedecer a Nossa Senhora ou ignorá-la. Podemos ignorá-la não pensando nisto, ou não ouvir falar nisto, ou podemos ignorá-la conhecendo-o, ouvindo-o, acreditando nele, mas não fazendo nada a respeito dele. Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia 1

converter-se-á e haverá paz.se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e haverá paz. Portanto, a Santíssima Virgem prometeu em 13 de Julho que havia de voltar. E voltaria para pedir a Consagração da Rússia. Voltaria para pedir a Comunhão de Reparação nos Primeiros Sábados. Ontem contámos como Nossa Senhora voltou em 10 de Dezembro de 1925, pedindo a Comunhão de Reparação nos Primeiros Sábados. Hoje vamos dizer alguma coisa sobre o modo como Nossa Senhora voltou para pedir a Consagração da Rússia. Em 13 de Junho de 1929, Lúcia tinha estado na capela entre as 11 e a meia-noite. Claro que entre as 11 e a meia-noite ainda era 12 de Junho. Ela tinha autorização das superioras para fazer a Hora Santa na Quinta-Feira antes da primeira Sexta-Feira. Lúcia estava a cumprir o pedido do Sagrado Coração a Santa Margarida Maria, porque queria alcançar a promessa especial para quem fizesse esta devoção. E à meia-noite, ou perto da meia-noite, já estava muito cansada. Tinha estado prostrada no chão perante o Santíssimo Sacramento, rezando a oração do Anjo: - Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-vos a conversão dos pobres pecadores. Como estava muito cansada, levantou-se e ajoelhou-se junto à grade do altar, pondo os braços em cruz. A capela estava escura. Não havia outra luz, a não ser a lamparina de vigília. E eis o que Lúcia descreveu, com as suas próprias palavras, que ainda hei-de repetir: Eu tinha pedido e obtido licença das minhas Superioras e Confessor para fazer a Hora Santa das 11 à meia-noite, de quintas para sextas-feiras [todas as semanas]. Estando uma noite só, ajoelhei-me entre a balaustrada, no meio da capela, a rezar, prostrada, as orações do Anjo... Sentindo-me cansada, ergui-me e continuei a rezá-las com os braços em cruz. A única luz era a da lâmpada [do altar]. De repente, iluminou-se toda a capela com uma luz sobrenatural, e sobre o altar apareceu uma Cruz de luz que chegava até ao tecto. Em uma luz mais clara via-se, na parte superior da cruz, uma face de Homem com corpo até à cinta, sobre o peito uma Pomba também de luz e, pregado na cruz, o corpo de outro Homem. Ela está aqui a descrever a visão da Santíssima Trindade, como verão num momento. A seguir, descreveu o que vira abaixo do braço da cruz: Um pouco abaixo da cinta [de Cristo crucificado], suspenso no ar, via-se um Cálice e uma Hóstia grande, sobre a Qual caíam algumas gotas de sangue que corriam pelas faces do Crucificado e de uma ferida do peito. Escorregando pela Hóstia, essas gotas caíam dentro do Cálice. Sob o braço direito da cruz estava Nossa Senhora (era Nossa Senhora de Fátima, com o Seu Imaculado Coração na mão esquerda ) [Ela também segurou o Terço] Sob o braço esquerdo [da cruz], umas letras grandes, como se 2

fossem de água cristalina que corresse para cima do altar, formavam estas palavras: "Graça e Misericórdia". Compreendi que me era mostrado o mistério da Santíssima Trindade. Frère Michel chamou a esta aparição, com verdade, a Teofania Trinitária. Tal como com o Milagre do Sol, não há nada semelhante em toda a história do mundo ou da Igreja. Através desta aparição, Deus significou a importância singular do que Nossa Senhora iria dizer à Irmã Lúcia. Recorde-se que, no que a teologia católica diz de iconografia ou imagens santas, não podemos representar pictoricamente a Divindade, visto que a Divindade é invisível. Mas podemos representar a Santíssima Trindade, individualizando as três Pessoas. E assim, uma visão de Deus mostraria que Ele estava presente, e que estava a apoiar, de uma maneira especialmente formal, o que se seguiria; e daí esta visão de Deus, da Santíssima Trindade. O Pai a receber o Filho pelo sacrifício da Cruz; a visão a ter lugar sobre o sacrário do altar, com o Espírito Santo entre o Pai e o Filho. Até as aspirações do Filho e do Pai ao gerar o Espírito Santo podem ser interpretadas a partir desta visão. Esta Teofania é, pois, o momento em que Deus faz o pedido mais formal que já foi feito desde o tempo dos Evangelhos. Isto foi o que Nossa Senhora disse, e foi assim. É chegado o momento. Não disse o dia, a hora ou a semana, o mês ou o ano; disse o momento. É chegado o momento em que Deus pede. É Nossa Senhora quem fala, mas diz que é Deus quem pede. É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do mundo, a consagração da Rússia. Aqui vemos que é uma determinada Consagração. Na mesma frase, Ela falou dos Bispos de todo o mundo e especificou o país da Rússia. Não pediu uma Consagração geral. Pediu uma Consagração específica. É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do mundo, a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio. Se pensarmos por um momento na frase por este meio, quem estudou S. Tomás, pelo menos um pouco, como é o meu caso, esta frase é muito significativa. Se quiserem escrever um livro ou uma carta, podem ter ideias maravilhosas, mas sem uma caneta, ou um computador, ou um lápis, ou um instrumento qualquer de escrita, não podem escrever. Nem toda a gente que tem uma pena é um escritor, mas não há escritor que não tenha uma pena. Precisamos de um instrumento de escrita. Sucede o mesmo com este meio; há só um meio, não há outro meio. É o meio que Deus deu para salvar a Rússia e trazer a paz ao mundo. Depois de passar trinta anos neste labor, até diria que era bom se houvesse outro meio. Mas não há outro meio. Quando Lúcia, passados sete anos, consultando os seus confessores, tentara chegar ao Papa Pio XI, depois de lhe terem dito que o assunto seria considerado depois de sete anos, era 1936 e a Guerra Civil de Espanha estava prestes a rebentar. Lúcia ainda estava a viver em Espanha. Podia-se compreender que vinha aí uma guerra, tal como hoje o podemos pressentir, se estudarmos bem os acontecimentos mundiais. 3

E assim, o confessor de Lúcia perguntou-lhe: Devo continuar a insistir? Devo mudar alguma coisa? E Lúcia respondeu. No ano anterior, tinha dito ao seu confessor: Sim, continue a insistir. Mas este ano respondeu de maneira diferente, embora, de certo modo, fosse muito mais dramática. Disse: Não sei. Mas acrescentou: há pouco perguntava-lhe [a Nosso Senhor] porque não convertia a Rússia sem que Sua Santidade fizesse essa consagração. E Jesus respondeu-lhe. Não disse: Compreendeste mal, Minha filha. Não disse: Oh, há outra maneira de fazer isto. Pelo contrário, confirmou a sua interpretação. Não convertia a Rússia porque, e eu cito: Porque quero que toda a Minha Igreja reconheça essa consagração como um triunfo do Coração Imaculado de Maria, para depois estender o Seu culto e pôr, ao lado da devoção do Meu Divino Coração, a devoção deste Imaculado Coração. Deus quer Nosso Senhor quer que a devoção ao Imaculado Coração seja colocada a par da devoção ao Sagrado Coração. Se lerem o Salmo, creio que é o 31, verificam que os pensamentos do Seu Coração são para todas as gerações. O Seu plano de colocar a devoção ao Imaculado Coração a par da devoção ao Seu Sagrado Coração já vem do início dos tempos, mas é no nosso tempo que deve ser realizada. Acima de tudo, como nos diz S. Tomás, o que distingue a nossa religião católica de todas as falsas religiões é que é um convite, ou quase, para uma relação de intimidade com Nosso Senhor. É, sem dúvida, uma religião da mente e da vontade, mas é também, e especialmente, uma religião do coração. Devemos amar a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa mente e com toda a nossa força. É o amor que é o ponto central de todos os Mandamentos. Nosso Senhor perguntou; qual é o Mandamento de que dependem a Lei e os profetas? É amar a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa mente, com toda a nossa força e com toda a nossa vontade, e amar o próximo como a nós mesmos. O que Nosso Senhor quer mostrar não é apenas o Seu respeito e honra pela Sua Mãe, seguindo o estipulado no Quarto Mandamento, como Seu Filho, mas especialmente mostrar o Seu amor por ela, e mostrá-la a nós como um exemplo para vivermos e para O amarmos. Quer estabelecer no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração. Quer que essa devoção seja estabelecida de tal maneira que fique ao mesmo nível da devoção ao Seu Sagrado Coração. E por isso é que Ele disse à Irmã Lúcia Não converterei a Rússia, não trarei a paz ao mundo de outra maneira, a não ser esta. Ora Lúcia já conhecia a prisão; foi presa quando tinha dez anos. O Administrador maçónico de Ourém tinha-os raptado e levado para a cadeia durante dois dias, ofereceu-lhes dinheiro e doces, e por fim ameaçou-os de os ferver em azeite, mas Lúcia não quis mudar o seu testemunho. Não quis desobedecer a Nossa Senhora, revelando o Segredo antes de tempo, nem queria negar ter visto a Santíssima Virgem. Esta mesma Lúcia manteve o seu testemunho firme. É assim que Deus escolhe certas pessoas para serem profetas. Poder-se-ia perguntar: Porque é que Nossa Senhora não apareceu a mim, ou porque é que apareceu a ti? Ela escolheu Lúcia, de entre mil milhões de Católicos, devido à sua capacidade de dizer a verdade, mesmo quando a mãe lhe batia por pensar que estava a mentir. Seria mais fácil ela dizer que não tinha visto Nossa Senhora. Seria mais fácil dizer ao Administrador de Ourém que não A tinha visto. Mas estava disposta a morrer, e a aguentar uma tareia uma e outra vez, em vez de ceder. 4

Assim, temos o seu testemunho. Temos o seu testemunho sem restrições até 1960. E ela insistiu várias vezes: Não, não é a Consagração do mundo, é a da Rússia. Temos as declarações, e creio que já citámos algumas, que lhes darei a seguir a esta palestra, em português e espanhol, do que Lúcia disse em 1946 a William Thomas Walsh, em 1949 ao Padre Thomas McGlynn, em 1982 e em 1978 ao Padre Umberto Pasquale. A todos eles, disse sempre que a Santíssima Virgem Maria nunca tinha pedido a Consagração do mundo; só pedira a Consagração da Rússia. Tem havido alguma confusão sobre isto. De onde veio essa confusão? Devemos lembrarnos quem durante dez anos, ou antes onze anos em 1940, o seu confessor era um Arcebispo, o Arcebispo de Gurza, que mais tarde foi Arcebispo de Valladolid, e ele estava cansado de enviar mensagens aos Papas sem ter resposta nem se revelar a Mensagem. E por isso disse a Lúcia, em 24 de Outubro de 1940, que pedisse a Consagração do mundo. Disse-lhe que a pedisse ao Papa, que escrevesse ao Papa neste sentido. Lúcia ficou muito incomodada, porque sabia que não era isto que Nossa Senhora de Fátima tinha pedido. Assim, foi rezar junto ao Santíssimo Sacramento e perguntou a Nosso Senhor o que havia de fazer. Queria obedecer ao seu confessor, mas queria também obedecer a Nossa Senhora. E parecia-lhe haver uma contradição. Se obedecesse a uma parte, desobedeceria à outra. E Nosso Senhor respondeu-lhe naquele dia, e disse-lhe que, devido à consagração do mundo, Ele encurtaria os dias do que chamava o sofrimento presente. Esse sofrimento presente era a 2ª Guerra Mundial. Mas dessa consagração não viria a paz. A Irmã Lúcia escreveu então a carta, por ordem do seu Bispo, mas não era o pedido de Nossa Senhora de Fátima. E ela sabia-o, e soube-o sempre até ao fim da vida. Em 1942, em 31 de Outubro, o Papa Pio XII consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria. Repetiu essa consagração em 8 de Dezembro de 1942. Segundo Winston Churchill, o Primeiro Ministro inglês desse tempo e chefe da guerra, que não sabia da consagração, até então os Aliados tinham perdido todas as batalhas, mas a partir de uma certa altura, as dobradiças do destino, como ele lhes chamou, mudaram, e os Aliados ganharam todas as batalhas. E como Nosso Senhor disse à Irmã Lúcia, creio que foi na Quarta-Feira de Cinzas de 1943, essa consagração foi aceite, e a 2ª Guerra Mundial, o sofrimento presente, foi abreviada por causa dela, mas a consagração não trouxe a paz ao mundo. Foi daqui que veio a confusão ainda presente. E as pessoas que querem opor-se a Nossa Senhora de Fátima, ou que pensam que devem ser super-leais, mesmo contra a verdade, esquecem-se desta distinção, que o próprio Jesus fez, ou então nunca ouviram falar dela. Uma consagração do mundo é uma consagração geral ao Imaculado Coração. Traz benefícios, tem graças, mas a promessa da paz mundial, a promessa da conversão da Rússia, não são para essa consagração. De facto, em Maio de 1952, Nossa Senhora apareceu novamente a Lúcia. Isto vem num livro, Il Pellegrinaggio della Meraviglie, publicado com o apoio da Conferência Episcopal italiana em 1960. Está na página 440. Lúcia contou que Nossa Senhora lhe disse: Faz saber ao Santo Padre que continuo a esperar pela Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, e que, sem essa Consagração, a Rússia não poderá converter-se nem o mundo poderá ter paz. 5

Nem toda a gente dedica trinta anos de vida a estudar e a divulgar a Mensagem de Fátima. Por alguma razão misteriosa, que só a Providência conhece, foi essa a minha vocação. Se não pode ser mais clara, não sei o que poderá ser. E o que teve Nosso Senhor a dizer sobre o atraso? Em Espanha, em Rianjo, uma cidadezinha marítima, a cerca de hora e meia de caminho de Pontevedra, Lúcia passou lá dois verões. Foi para lá porque estava muito cansada. Estava estafada. Fátima tinha sido aprovada no ano anterior pelo Bispo e ela foi mandada para Rianjo porque ali não era conhecida, e assim podia descansar um pouco. Foi para casa de uma irmã de sangue da Madre Superiora. Quando lá fui pela primeira vez, em 1986, ninguém em Rianjo se tinha apercebido de que Lúcia passara lá dois verões. Perguntei a pessoas onde é que ela tinha estado, e responderam que nunca ali estivera. Finalmente, antes da nossa partida, uma mulher com cerca de 70 anos disse-nos: Sim, ela ficou na nossa casa. A minha tia nunca me disse quem ela era. Mas entre 1930 e 1931 vi uma notícia num jornal sobre Lúcia e reconheci-a como a freira que estava hospedada na minha casa. Foi, portanto, no segundo ano que ficou a conhecer o segredo que só a sua tia conhecia. Foi ali, em Espanha, em Rianjo, que Nosso Senhor deu talvez a mensagem mais aflitiva da Mensagem de Fátima. Lúcia estava na capela, do outro lado da rua, a menos de cinco minutos a pé da casa onde estava hospedada naquela altura. Estava a rezar na igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, e ali pediu a conversão da Espanha, de Portugal e da Europa. E Nosso Senhor faloulhe, e disse: Consolas-me muito ao pedir a conversão destas pobres nações. Acrescentou: Pede-o também a Minha Mãe. E ditou duas orações para ela dizer. A primeira oração é: Doce Coração de Maria, sede a salvação da Rússia, da Espanha, de Portugal, da Europa e de todo o mundo. Doce Coração de Maria, sede a salvação da Rússia, da Espanha, de Portugal, da Europa e de todo o mundo. E acrescentou: Reza-a muitas vezes. Disse também: Noutras ocasiões, reza assim: Pela Vossa pura e Imaculada Conceição, ó Maria, obtende para mim a conversão da Rússia, da Espanha, de Portugal, da Europa e de todo o mundo. Pela Vossa pura e Imaculada Conceição, ó Maria, obtende para mim a conversão da Rússia, da Espanha, de Portugal, da Europa e de todo o mundo. Nosso Senhor tinha ainda algo de muito forte para dizer, mas antes de lhes falar nisso, gostaria que reflectissem por um momento. Nosso Senhor, Lúcia e a Mensagem de Fátima sabem que não é só a Rússia que precisa de uma conversão. Não é só a decadente América do Norte, embora precisemos mesmo de uma conversão. Mas Lúcia estava a rezar pela conversão de Portugal, da Espanha, da Europa e de todo o mundo. Todo o mundo precisa de uma conversão. Mas isso não impede, de modo nenhum, o facto que é pela Consagração da Rússia que a Rússia se há-de converter, e é por essa Consagração que o mundo será convertido. Então Nosso Senhor falou e disse a Lúcia: Participa aos Meus ministros que, dado seguirem o exemplo do rei de França na demora em executar o Meu mandato, tal como a ele aconteceu, assim o seguirão na aflição. Que referência é esta ao Rei de França? Santa Margarida Maria Alacoque, em 17 de Junho de 1689, um ano antes de morrer, recebeu uma mensagem para o Rei de França, vinda do Sagrado Coração. E o Rei de França devia consagrar a França, o Reino de França, ao Sagrado Coração numa cerimónia pública, e devia pôr o Sagrado Coração na bandeira do Reino de França. E através deste Acto de Consagração, Deus humilharia 6

todos os inimigos do Rei. Por outras palavras, todos os Reis protestantes que se opunham ao Rei de França. Ora os Reis de França tinham a atitude de que não eram obrigados a obedecer, no que eram acompanhados pelo seu confessor jesuíta ao contrário do confessor jesuíta que a Irmã Lúcia tinha. E sabemos o resultado de o Rei de França ter ignorado a mensagem. E Nosso Senhor disse que fora exactamente por ter ignorado a Sua ordem que aconteceu ao Rei de França o que lhe aconteceu. Em primeiro lugar, em 1759, cerca de setenta anos mais tarde, a Companhia de Jesus foi suprimida pelo Papa. E em 1789, exactamente cem anos depois, em 17 de Junho, o Rei de França perdeu a sua autoridade legislativa a favor do Terceiro Estado. Menos de quatro semanas depois, a Bastiha foi assaltada e o Rei de França foi preso. E finalmente, em 1793, foi decapitado pelos soldados da revolução. Não só morto, mas executado como se fosse um criminoso. Nosso Senhor evocou este exemplo do Rei de França para sublinhar o perigo de ignorar a ordem de consagrar a Rússia: Participa aos Meus ministros que, dado seguirem o exemplo do rei de França na demora em executar o Meu mandato, tal como a ele aconteceu, assim o seguirão na aflição. Isto é parte da Mensagem de Fátima. E vemo-lo com a revelação oficial dessa parte do Segredo em 26 de Junho de 2000. A visão revelada é uma visão do Papa, Bispos, padres e religiosos a serem executados por soldados. Não são guilhotinados, mas caem sob os disparos dos soldados. A visão de 26 de Junho de 2000 é aquilo que Nossa Senhora, que o próprio Nosso Senhor, pedia que Lúcia fizesse saber aos Seus ministros. Foi isto o que realmente nos foi mostrado em 26 de Junho de 2000. É a profecia da execução do Papa e dos Bispos e padres, por não obedecerem a esta ordem. Claro que podemos fingir que não precisamos de prestar atenção. Que é apenas uma revelação particular, que precisamos de que a visão se repita, e assim por diante. Mas o facto é que a Igreja reconheceu esta Mensagem e esta visão como tendo vindo de Deus. O que não nos foi explicado foi que era consequência de se ter ignorado o pedido da Consagração. Era este o elemento que faltava. E pode acontecer que eu me alargue por vezes, mas não é para me exaltar, mas antes porque tento muito fazer que a Mensagem seja compreendida, porque é literalmente verdadeira. Não posso deixar que seja mal compreendido. Um Arcebispo disse-me uma vez: Senhor Padre, se ao menos fosse um bocadinho mais moderado, se insistisse um pouco menos, dar-lhe-íamos mais atenção. E eu disse: Excelência Reverendíssima, se me explicar como heide dizer isto de modo a cumprir e a espalhar a Mensagem, mostre-me como hei-de fazer. Nunca me deu resposta. Mas peço-lhes que considerem isto: eles podem dizer que, como ando nisto há trinta anos, terei os meus preconceitos, serei um pouco extremista, mas não podem dizer o mesmo a vosso respeito. A questão é realmente esta: qual será o mal em fazer exactamente o que Nossa Senhora pediu? Temos no Velho Testamento o exemplo de Naaman, o general sírio. Naaman era sírio. Não pertencia à Casa de Israel. De facto, Nosso Senhor, falando através do Velho Testamento, referiu-se à história de Naaman e da sua cura. É muito instrutiva para nós, hoje. 7

Naaman tinha uma serva que disse à sua esposa: Se o seu senhor quiser ser curado da sua lepra deve ir a Israel, e pedir ao profeta que o cure. Naaman não sabia onde havia de encontrar o tal profeta. Por isso, Naaman que era um homem importante na Síria, que era um General sírio foi com a sua comitiva de mais de cem homens ter com o Rei de Israel para lhe pedir a cura. E o Rei, pensando que Naaman vinha a preparar-se para a guerra, para ter um pretexto para ir para a guerra, rasgou as vestes e disse: Serei eu Deus, para poder curar a lepra? E o profeta em Israel ouviu isto e mandou um recado à corte, que dizia: Enviem-me Naaman, para que todo o Israel saiba que há um profeta na terra. E assim, Naaman foi ter com o profeta. Isto vem contado nas Sagradas Escrituras, no 4º Livro dos Reis, Capítulo 5, versículos 1 a 15. O profeta não se encontrou com Naaman; mandou-lhe um mensageiro com o seguinte recado: Se Naaman quiser curar-se, deve ir ao Rio Jordão e banhar-se sete vezes no rio. Naaman era um homem importante. Não foi saudado pelo profeta, que ainda por cima lhe mandou dizer que fizesse uma coisa bastante estúpida. E disse: Na Síria temos rios melhores. Temos o Eufrates e outros. Este riozito Jordão não interessa. Mas Naaman foi abençoado com conselheiros, que lhe disseram: Se o profeta tivesse pedido que fizesses uma coisa difícil, fá-laias? E ele respondeu: Sim. Então, disseram eles, porque não fazes esta pequena coisa e vês o que acontece? E assim Naaman, embora tivesse ficado zangado momentos antes, aceitou a sugestão dos seus conselheiros e foi para o Rio Jordão; e as Sagradas Escrituras contam-nos que, depois do sétimo mergulho, a sua pele estava macia como a de um bebé. A lepra tinha desaparecido. É isto o que precisamos hoje. Já tentámos tudo. Tentámos todas as hipóteses de alcançar a paz, e é evidente que nada deu resultado. Temos o Sr. Bush nos Estados Unidos a prometer mais vinte anos de guerra. Temos o Sr. Pútin, que anunciou que está a apontar os seus mísseis para cidades europeias porque não gosta que os americanos estabeleçam bases na Europa de Leste. Não estou aqui para escolher entre o Sr. Pútin e o Sr. Bush, mas basicamente estão ambos a prometer-nos guerras e mais guerras. Já temos armas nucleares e outras que chegam para liquidar a humanidade inteira por várias vezes. Lá porque ainda não as usámos não quer dizer que não as usaremos no futuro. Segundo a Mensagem de Fátima, se não agirmos a tempo, algo muito mau acontecerá, porque nações inteiras serão aniquiladas. E perguntamos: o que é que nos custa obedecer a Nossa Senhora de Fátima? Na verdade, não nos custa nada. Só requer que quatro mil e setecentos Bispos rezem uma oração que levará uns dez minutos. Que façam isso, devidamente paramentados, nas suas catedrais, ou em Roma, ou noutro lugar qualquer onde o Papa diga. Que façam isso solene e publicamente, por exemplo, no meio da Missa, depois do Evangelho, o que levaria mais uns dez minutos. E em resultado desta cerimónia pública, alcançaremos a conversão da Rússia e a paz no mundo. Não faltará quem diga que isso não pode ser. Como poderemos obter a conversão da Rússia, só porque os Bispos e o Papa dizem esta oração juntamente, na mesma altura ou no mesmo dia? Não há uma proporção entre o que se faz e o que acontecerá. Mas é precisamente porque não há esta proporção que Deus insiste em que se faça assim. Deus quer que se veja isto como a intervenção da Santíssima Virgem. E não como resultado das nossas acções humanas. 8

Por outro lado, há quem pense que sabe mais do que a Mãe de Deus. Pensam que não pode ser assim. Havia um Padre, o Padre Dhanis, que por acaso era jesuíta, que disse que era impossível isto acontecer, que o Papa não podia mandar que se fizesse assim. Ora bem, eu próprio fui testemunha do seguinte: em 8 de Outubro de 2000, sem qualquer ordem para tal, apenas com um convite, mil e quinhentos Bispos e Cardeais foram a Roma consagrar o mundo. Mil e quinhentos. A terça parte deles, sem sequer se tentar. Na outra Mensagem, no outro texto que Lúcia escreveu está na página 555 do livro de Frère Michel na edição inglesa The Whole Truth About Fatima Lúcia escreveu assim a Mensagem de Nossa Senhora: É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do Mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio. E continuou: São tantas as almas que a Justiça de Deus condena por pecados contra Mim cometidos que venho pedir reparação. Sacrifica-te por esta intenção e ora. Quando as pessoas virem que o Imaculado Coração de Maria converteu a Rússia, pelo menos no princípio deixarão de estar tão seguras de si próprias, continuando a blasfemar Nossa Senhora, a Sua Virgindade Perpétua, a Sua Imaculada Conceição, a Sua Maternidade Divina. Ficarão um pouco abaladas, no mínimo, no seu convencimento de que têm razão, porque verão por si próprias. E passado algum tempo, reconhecerão que estavam no erro. Mas Deus quer demonstrar a todo o mundo o poder de Nossa Senhora. E escolheu uma maneira de o fazer. Assim, reservou esta paz mundial exclusivamente para este acto de Consagração. É por isso que Nossa Senhora disse em Maio de 1952 que, sem essa Consagração, a Rússia não poderá converter-se. Sem essa Consagração, o mundo não alcançará a paz. Isto ir-me-ia levar ao tema da palestra que hei-de dar de tarde, mas vou dar aqui uma pequena impressão. A Irmã Lúcia disse em 1957: Senhor Padre, a Santíssima Virgem está muito triste, por ninguém fazer caso da Sua Mensagem, nem os bons nem os maus: os bons, porque continuam no seu caminho de bondade, mas sem fazer caso desta Mensagem; os maus, porque, não vendo que o castigo de Deus já paira sobre eles por causa dos seus pecados, continuam também no seu caminho de maldade, sem fazer caso desta Mensagem. Mas creia-me, Senhor Padre Deus vai castigar o mundo, e vai castigá-lo de uma maneira tremenda. O castigo do Céu está iminente. Isto é uma versão abreviada do pedido da Consagração. Não há lugar para dúvidas ou para cem outras hipóteses: porque não fazemos isto, ou porque não aquilo, ou porque não aquele outro. Mas nós sabemos, podemos deduzir, mesmo não tendo pensado nisso antes, que, se Nossa Senhora diz que não há outro meio, é porque não há mesmo outro meio. Se Deus faz um milagre para dizer Isto é o que quero que façam, então é porque é isso que Deus quer que 9

façamos. Podemos pensar que somos mais espertos do que Deus, mas o facto é que Ele escolheu este meio. Se quiserem saber de algumas razões para Deus ter escolhido este meio, penso que há várias razões. Mas elas são opiniões teológicas. Certamente veremos o fim da apostasia que começou a manifestar-se na Igreja ao longo de quase mil anos, em 1054, quando os Ortodoxos disseram sim a Deus, sim a Cristo e sim à Igreja mas não ao Papa. Os Luteranos em 1517 disseram sim a Deus, sim a Cristo, não à Igreja e não ao Papa. Em 1717 os Maçons disseram sim a Deus, não a Cristo, não à Igreja e não ao Papa. E finalmente, os Marxistas em 1917 disseram não a Deus, não a Cristo, não à Igreja e não ao Papa. Tudo isto chegará ao fim apenas com este único gesto. E quando as autoridades seculares dizem que a autoridade secular deve ser obedecida, mesmo contra a autoridade religiosa, como estão a propor fazer em certos projectos de lei, que os padres serão obrigados a violar o segredo da Confissão, para combater crimes, e assim por diante, veremos um fim a estas coisas. Porque toda a autoridade vem de Deus, embora haja duas espadas, como o Papa Bonifácio sublinhou na bula Unam Sanctam. A espada temporal, ou autoridade temporal, e a espada espiritual, que é a autoridade espiritual. Ele estava a usar as duas espadas de Pedro. A autoridade espiritual é maior do que a autoridade temporal, e a autoridade temporal deve submeter-se indirectamente à autoridade espiritual. Tudo isto será confirmado quando todo o mundo veja o milagre da conversão da Rússia e a paz no mundo. Porque, devido a este acto, os Ortodoxos verão que o Papa tem realmente poder e jurisdição para dar ordens aos Bispos, quando, por fim, lhes der a ordem para consagrarem a Rússia. E os Protestantes verão que não só a autoridade do Papa, mas também a graça, vêm da Igreja, e não de fora dela. E os Maçons verão que a sua ideia de uma nova ordem mundial, assente num modelo secular, que exclui a revelação de Cristo, que exclui a Igreja, que exclui os Sacramentos, não é o caminho para a paz, nem a maneira de ordenar o mundo. E os Marxistas compreenderão a mentira em que viveram. Era um truque do demónio, fingir que iam ajudar os pobres, quando foram os super-ricos que pagaram a Marx para escrever a sua tese, e que financiaram e controlaram a oposição, o que continuam até hoje a fazer. Se estudarem Marx, como eu estudei, hão-de reparar que há coisas de que ele não fala. Ele nunca ataca o poder dos bancos. Engels era filho de um banqueiro, mas não era esta a razão. Era porque foram os bancos que financiaram a revolução e que a controlaram desde o princípio. E isto ver-se-á quando se der a conversão da Rússia. Estará à vista de todos. De um só golpe, os milhares de anos de revolta contra a ordem de Cristo, o plano de Cristo para a ordem da Igreja e no mundo chegarão ao fim. E aqueles que pensam que a autoridade temporal é mais importante, verão que isso não é verdade. Há muito mais coisas que podíamos dizer, mas faltanos o tempo, e por isso passamos adiante. Teremos o Angelus dentro de momentos, e o que foi anunciado, e depois o intervalo do almoço. Mas espero que isto tenha ajudado. De tarde irei falar do encontro da Irmã Lúcia com o Padre Fuentes e a razão para Nossa Senhora estar tão triste. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, Ámen. 10