Ser catequista, uma vocação, um testemunho «o que nós vimos e ouvimos isso vos anunciamos» (1 Jo 1, 3) Os últimos dias, no Mundo e na Diocese do Porto, foram habitados pelo testemunho de fé daqueles que afirmam como S. João «o que nós vimos e ouvimos isso vos anunciamos» e ainda como S. Paulo: Para mim viver é Cristo Ai de mim se não evangelizar. De facto, no dia 28 de setembro, uma sintonia profunda entrelaçou a Diocese de Porto e Roma, respetivamente na Abertura do Ano Catequético e no Congresso Internacional de Catequistas. Em Espinho, mais de 7 000 catequistas da nossa Diocese do Porto, segundo afirmou o Presidente da Câmara, transformaram a Nave Desportiva de Anta, numa catedral onde «se tocou» a Fé a Alegria a Partilha a Comunhão a Interajuda o Testemunho dos Santos a Reflexão a
Festa a Beleza a Música a Poesia onde se verificou a promessa de Jesus: Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu Nome, Eu estarei no meio deles. Movimento que se elevou em jeito de Magnificat no testemunho da Alexandra, na partilha de fé do Professor Doutor Pe. José Frazão, na reflexão do Sr. Bispo Dom Pio, na música da Banda Missio e de Claudine Pinheiro, culminando na Eucaristia. Recordamos alguns toques dos momentos de reflexão e de expressão de fé: 1- Durante toda a tarde, a Banda Missio e a Claudine Pinheiro, através da música e da poesia disseram, oraram e cantaram a fé que move montanhas. 2- Ao longo do encontro, os catequistas de cada vigararia confessaram a sua fé através de um lema e um Santo, modelo para a missão catequética (os lemas e Testemunhas foram escolhidos antes do encontro para serem proclamados no dia 28): Vigararia Lema Testemunha de fé Porto-Nascente Acreditamos. S. João Bosco Somos chama do amor de Cristo. Porto Poente Acredita com o coração, professa com a vida S. Paulo V. N. Gaia Norte Amor, testemunho de fé S Paulo V. N. O Amor de Cristo Impele-nos S. António Maria Claret Gaia Sul Gondomar Testemunhar e servir para anunciar! S. Francisco Xavier Maia "Procurava-Te fora mas estavas dentro de mim" Santo Agostinho Matosinhos Crer no Amor, caminhar à Luz da Esperança. Maria Valongo Fé vivida, testemunho evangelizador São Paulo Amarante A fé do Catequista é um espelho que reflecte o amor e São Paulo a esperança. Baião Vinde e verei S.ª Teresa do Menino Jesus Cast. Paiva Penafiel Cativados por Jesus, cativar para Jesus, para que S. João Baptista vivamos na Esperança e no Amor! Felgueiras fui Eu que vos escolhi e vos destinei a ir e dar fruto, S. Maximiliano um fruto que permaneça. (Jo 15, 16) Marco de Canavezes Sei em quem pus a minha confiança Santo António Paredes Olhar para Jesus, iluminar com o seu modo de ver! S. João de Brito Lousada "Viver a Fé que renova a vida e dá Esperança com a partilha do Amor de Deus". Paços de Ferreira Nada nos poderá separar do Amor de Deus revelado em Jesus Cristo, nosso Senhor! (Rom 8, 39) Sto. Tirso Eu sou o teu Deus: eu te fortaleço e te auxilio! (Is 41, 10) São Pedro S.ª Teresa de Ávila S. Bento
Trofa - Vila do Nós amamos porque Deus nos amou primeiro! S. João da Cruz Conde Arouca - Vale de Faz comunidade com humildade São Francisco de Assis Cambra Espinho Ovar Sou um instrumento do Senhor Teresa Benedita da Cruz - Edith Stein Oliv. Azemeis - S. J. Com S. José levamos com Amor a Fé e a Esperança S. José Madeira Sta. Maria da Feira Deus concedeu-nos o dom de viver; compete-nos a nós viver bem. S. Sebastião 3- A Alexandra, adolescente de 15 anos, que sofre de Paralisia Cerebral Espástica, que lhe afeta o equilíbrio e a coordenação motora, disse aos catequistas: por meio de gestos, expressão corporal e palavras/oração que Com Deus se move e existe sorrindo p rá vida : «Meu Deus A fé e a confiança que tenho em Ti, dão-me força para enfrentar as dificuldades do dia-a-dia com alegria, para acolher a situação em que vivo com a certeza de que estás sempre comigo por isso sou feliz Obviamente nem sempre é fácil, claro que gostaria de correr, brincar como as outras crianças e jovens. Não foi possível. Ninguém está cá por acaso, o Teu projecto está traçado ao máximo pormenor, há tarefas específicas para cada pessoa e se o Teu projecto para mim passa por eu estar numa cadeira de rodas, assim seja. Não é resignação, porque luto caminharei, quando e se Tu quiseres Por tudo dou-te graças» Este foi um dos grandes momentos da celebração em que todos os presentes se levantaram em que todos fizeram silêncio e rezaram! 4- O Professor Doutor Pe. José Frazão, a partir do testemunho da Alexandra ajudou a assembleia a refletir sobre a fé e a sua comunicação/testemunho: «O afeto é o sentimento forte e persistente que liga pela confiança reconhecida e retribuída. Creio que a fé no Deus de Jesus de Nazaré não se compreende sem este húmus vital» 5- O Senhor Bispo Dom Pio Alves, Administrador Apostólico da Diocese, apontou pontos de reflexão para o SER, SABER e SABER FAZER do catequista em missão: Catequista «melhorar a tua formação doutrinal? Certamente. Conhecer os recursos pedagógicos? Certamente. Dispor de um espaço tranquilo, adaptado, com modernos meios técnicos? Certamente. Estudar a lição de catequese? Certamente. Certamente tudo isso é importante. Mas até um ateu o pode fazer. Na catequese como na vida diária o que se nos pede é que falemos, com o amor e a verdade da nossa vida, de Alguém a Quem amamos: Jesus Cristo que vive. Na catequese como na vida diária não se nos pedem discursos sobre teorias, mais ou menos interessantes, mas a mensagem e a vida de Jesus Cristo feita
vida na nossa vida. Escreveu Bento XVI, na Carta Apostólica A Porta da Fé: Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo. Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim. E ainda: «Não se deduza das minhas palavras que a catequese e o testemunho da fé se reduzem a um vago e superficial sentimento religioso. Não! Porque acreditamos e amamos Jesus Cristo queremos conhecê-lo mais e melhor; porque acreditamos e amamos Jesus Cristo queremos dálo a conhecer e recorremos, por isso, a todos os meios legítimos que as novas tecnologias põem à nossa disposição. Mas a catequese não é uma teoria! Mas a catequese não se reduz a uma técnica!» ( ) «Oxalá todas estas considerações, escreveu o Beato João Paulo II na Exortação Apostólica Catequese para hoje, ( ) consolidem em nós o fervor para com Cristo, o Mestre que revela Deus aos homens e revela o homem a si mesmo; o Mestre que salva, santifica e guia, que está vivo e que fala, desperta, comove, corrige, julga, perdoa e caminha todos os dias connosco pelos caminhos da história; o Mestre que vem e que há-de vir na glória. É somente em profunda comunhão com Ele que os catequistas encontrarão luz e força para uma desejável renovação autêntica da catequese.» 6- No final da celebração o Sr. Bispo D. João Lavrador apresentou o tema da formação permanente para o próximo ano catequético Educar para a Comunidade e apelou os catequistas a cuidarem a sua formação. A Diretora do SDEC apontou alguns meios para levar a cabo o itinerário formativo e convidou os catequistas a visitarem a revista A Mensagem, o site do SDEC e o Facebook. Este artigo não se poderá concluir ou melhor esta partilha, sem transcrever um trecho da homilia do Papa Francisco no Congresso de Catequistas em Roma: «Gosto de que haja, no Ano da Fé, este encontro para vós: a catequese constitui uma coluna para a educação da fé, e são precisos bons catequistas! Obrigado por este serviço à Igreja e na Igreja. Embora possa às vezes ser difícil trabalhase tanto, empenha-se e não se vêem os resultados desejados, mas educar na fé é maravilhoso! É talvez a melhor herança que possamos dar a alguém: a fé! Educar na fé, para que essa pessoa cresça. Ajudar as crianças, os adolescentes, os jovens, os adultos a conhecerem e amarem cada vez mais o Senhor é uma das mais belas aventuras educativas; está-se a construir a Igreja! «Ser» catequista! Não é trabalhar como catequista: isso não adianta! Trabalho como catequista, porque gosto de ensinar Se porém tu não és catequista, não
adianta! Não serás fecundo, não serás fecunda! Catequista é uma vocação. «Ser catequista»: esta é a vocação; não trabalhar como catequista. Atenção que eu não disse «fazer» o catequista, mas «sê-lo», porque compromete a vida: guia-se para o encontro com Cristo, através das palavras e da vida, através do testemunho. Lembrai-vos daquilo que nos disse Bento XVI: «A Igreja não cresce por proselitismo. Cresce por atracção». E aquilo que atrai é o testemunho. Ser catequista significa dar testemunho da fé; ser coerente na própria vida. E isto não é fácil. Não é fácil! Nós ajudamos, guiamos para chegarem ao encontro com Jesus através das palavras e da vida, através do testemunho.» As últimas palavra são para agradecer a cada um: OBRIGADO A TODOS OS QUE PREPARARAM OS QUE COLABORARAM... OS QUE PARTICIPARAM... OS QUE FIZERAM FESTA OS QUE PARTILHARAM... a fé, a vida, a beleza, a música, a poesia, o gesto, o afeto, o abraço, o amor, a comunhão, a oração... a EUCARISTIA... OBRIGADO a todos os que acolhem, vivem e fazem "ECO DA PALAVRA". Bom Ano de missão a todos os catequistas, em comunhão na Igreja e na disponibilidade ao Espírito! Secretariado Diocesano da Educação Cristã do Porto