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Transcrição:

Mirideos Neotropicais, CCCXLII: Novo Genero e Novas Especies da America do Sul (Hemiptera) JOSI, C. M. CARVALHO* Museu Nacional, 20942 Rio de Janeiro, RJ. Manuscrito recebido em 31 de agosto de 1990. ABSTRACT A new genus and six new species from South America are described on this paper, as follows: Adnotholopus n.gen., A. peruanus n.sp., Rio Napo, Peru; Melanotrichus clarensis, Aguas Claras, Minas Gerais; Orthotylus carioca n.sp., Corcovado, Rio de Janeiro; 0. veraensis n.sp., Vera, Mato Grosso; Saileriafluminensis n.sp., Estrada Rio-Sgo Paulo, KM 47, Rio de Janeiro; Sinervus menezi n.sp., Tijuca, Rio de Janeiro. Figures of habitus and male genitalia are included. Key words: Novo genero, seis especies da America do Sul, figuras INTRODU(AO No presente trabalho sfo descritos um genero e espici novos da Repu-blica do Peru, enviado gentilmente pelo colega J. C. Schaffner, Departamento de Entomologia, Universidade de Texas A & M "College Station", Texas e cinco especies novas colecionadas por C. A. Campos Seabra, Moacyr Alvarenga, Olmiro Roppa, 0. Braga e Pedro Jesus de Menezes, aos quais o autor agradece. O autor reconhece que :muitas especies novas de Miridae ainda existem no continente sul americano. A exigifidade de colecionadores e a extensao territorial desse continente, s~o em parte respons~veis pelo atraso no estudo da familia. Pelo fato de serem hemipteros pequenos geralmente n~o despertam a atengio de muitos colecionadores. Exemplos flagrantes sdo o Estado de Santa Catarina (Brasil), onde Fritz Plaumann coletou durante anos e mesmo assim surgem especies novas a todo instante e o Corcovado Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvitnento Cientifico e Tecnol6gico (CNPq). (Floresta), dentro da cidade do Rio de Janeiro, onde numerosas espdcies novas tem sido colecionadas. Abrangendo o territ6rio de nove paises, a Amazonia e outro exemplo tipico do pouco conhecimento da famflia. Varias especies certamente vivem na copada das airvores e assim tornam-se dificeis de serem apanhadas. 0 fato de percorrer o solo das florestas ali existentes nao indica a riqueza de insetos da regi~o. Outro fator que impede grandemente a coleta de material entomol6gico 6 a falta de recursos destinados para esse fim. Sao poucos os projetos existentes e mesmo assim de curta duragao. Poderia citar varios exemplos brasileiros. A continuidade na coleta e outro impecilho forte. Basta lembrar a Floresta da Tijuca, dentro da cidade do Rio de Janeiro, cujo nuimero de esp6cies e muito alto. Existem especies que aparecem em numero maior de tempos em tempos, variando anualmente. As instituiq3es existentes para a protegilo da natureza constituem outro exemplo. Muitas pessoas sao incapazes de diferenciar urm inseto de um

394 JOSI C. M. CARVAL11O vertebrado ou saber o nirmero que pode ser colecionado. Com forma~os t~o diversificadas e um numero muito grande de esp cies vegetais, ter-seia que colecionar anos seguidos. Os insetos em sua maioria sao mronofagos. 0 desmatamento indiscriminado que vem ocorrendo no Centro e Sul do Pais, certamente contribuem para a extinilo de um grande nurmero de formas. As espdcies de Orthotylus, incluidas neste trabalho, pertencem ao grupo que possui a v6sica com um so espiculo. Elas sio quase inseparaveis externamente (a menos que novos caracteres venham a ser descobertos). Os desenhos que ilustram o texto slo de autoria de Paulo Roberto Nascimento, Maria Lilia Gomide da Silva e Luiz Antonio Alves Costa, sob a supervisao do autor. O genero e espdcies novos descritos sio: Adnotholopus n.gen. Mirinae, Mirini. Esp6cie de porte grande, corpo recoberto de pelos rijos, pretos, finamente pontuados na base. Cabega semi-horizontal, com pelos adpressos e crectos, vertice arredondado, olhos proximos do pronoto, alcangando o meio da gena inferiormente, triangulares para fora, margem posterior sem ocelos, lisa ou sem facetas, fronte com estrias obliqilas superficiais, saliente na frente, separada do clipeo por sutura bemr marcada, este uiltimo curvo na margem externa, grande, jugo extenso, loro proeminente, carenado anteriormente, gena e gula longas, bucula bem marcada; rostro com segmento I mais grosso que os demais, alcanvando o apice do xifo e atingindo o apice das coxas II, revestido de pelos finos; erectos; antena com pedutnculo fino, segmentos cilindricos, o I levemente mais grosso que o II, cerca de 3 veozs mais curto, segmento III fino, cerca de metade do comprinmento do II, ambos revestidos de pubescencia fina, mais curta que a grossura dos segmentos. 0 segmento IV mutilado. Pronoto com colar largo, calos grandes, pouco salientes, disco recoberto por pelos pretos, rijos, finamente pontuados na base, margens laterais arredondadas, margem posterior largamente arredondada, concava ao nivel do escutelo, angulos umerais cortantes; mesoescuto quase coberto, escutelo visivelmente longo, pouco saliente. Hemidlitros finamente pontuados na base dos pelos, que silo curtos, rijos e pretos, nervuras salientes, emrblio estreito. Cuineo muito mais longo que largo na base, levemente curvo nas margens intema e externa, mem'.rrana curta, transparento, nervura da areola maior aguda, prolongando- se ale'm do apice do culneo. Lado inferior do corpo comr pentrema ostiolar de porte m6dio, fermures pouco engrossados, tibias com pelos e cerdas erectas, do comprimento ou pouco mais longo que a grossura da tibia. Espice tipo: Adnotholopus peruanus n.sp. Aproxima-se muito de Notholopus Bergroth, 1922 diferenciando-se pela antena cilindrica o pela nervura da ar6ola maior muito aguda. Carvalho & Ferreira (1971) revirarn o genero acima. 0 nome genenrco e alusivo 'a sua sernelhanpa com Notholopus. Adnotholopus peruanus n.sp. (Figs. 1, 7-8) Caracterizada pela colorasao do corpo e pela morfologia da genitalia do macho. Macho: comprimento 8,4 mm, largura 2,6 mm. Cabega: comprimento 0,6 min, largura 1,3 mm, vertice 0,56 mm. Antena: segmento I, comprimento 1,2 mm; II, 3,2 mm; III, 1,6 mm; IV mutilado. Pronoto: comprimento 1,4 mm, largura na base 2,4 mm. Cuzneo: comprinmento 1,40 mm, largura na base 0,60 mm (holotipo). ColoraqAo geral do corpo castanho-claro com areas pretas; olhos, antena (exceto base do segmento III), meio do mesoesterno e dcpressabo na base do escutolo pretos; membrana transparente, nervuras e cuneo no apice e internamente avermelhados. Lado inferior do corpo palido-amarelado a castanho-claro, extromo apice do rostro negro. Caracteres morfologicos como citados para o genero. Genitdlia: vesica (Fig. 7) grande, com um espiculo bem marcado e lobos membranosos ao lado do gon6poro secundario, canal seminal distal

MIRfDEOS NEOTROPICAIS, CCCXLII 395 longo, gon6poro distal grande. Paramero esquerdo perdido durante a dissecaqo. Paramero direito (Fig. 8) simples, com prolongamento apical fino e plos dorsais. Fmea: desconhecida. Holdtipo: macho, PERU: Dept. Exploronapo Camp on R. Sacusari, nr. Rio Napo, 12-19.111.1968, J. E. Eger, na cole~o do Museu Nacional de Hist6rna Natural dos Estados Unidos da America, Washington D.C. 0 nome especifico 6 alusivo ao pais onde o tipo foi colecionado. Melanotichus clarensis n.sp. (Figs. 2,9-11) Caracterizada pela morfologia da genitalia do macho. Macho: comprimento 3,2 mm, largura 1,2 mm. Cabega: comprimento 0,2 mm, largura 0,8 mm, v6rtice 0,24 mm. Antena: segmento 1, comprimento 0,2 mm; II, 1,0 mm; III, 0,7 mm; IV, 0,3 mm. Pronoto: comprimento 0,4 mm, largura na base 1,2 mm. Caneo: comprimento 0,60 mm,jargum na base 0,40 mm (hol6tipo). Coloraqo geral do corpo paifido-amarelada tendendo ao terroso com areas escuras; regiao comissural do endoc6rio (ao lado do apice do clavo) e membrana mais escuros, cuineo pdiido na fratura cuneal, corpo recoberto por escamas pretas supenormente. Lado inferior palido-amarelado, Apice do rostro negro, femures no apice e tlbias mais claros. Corpo revestido de pubescencia semierecta, olhos atingindo a gula anteriormente, comprimidos, rostro alcanqando um pouco aldm dos fe'mures posteriores. Genitdlia: vesica (Fig. 9) com dois espiculos, ambos com lobos serreados, canal distal longo, do tipo Orthotylini. ParAmero esquerdo (Fig. 10) curvo, com um lobo mediano afilado para a extremidade e regiio apical bifurcada, palos dorsais pre-sentes. Padimero direito (Fig. 11) com lobo mediano desenvolvido, recoberto de palos e duas pontas terminals, como mostra a figura. Ftemea: desconhecida. Hoktipo: macho, Aguas Claras, MG (Minas Gerais), BRASIL, XII.83, M. Alvarenga col., na coleqio do Museu Nacional. Difere das outras especies do genero pela morfologia da genitdlia do macho. 0 nome especifico 6 alusivo a Aguas Claras, Estado de Minas Gerais. Orthotylus carioca n.sp. (Figs. 3, 12-14) Caracterizada pela coloramo avermelhada e pela morfologia do macho. Macho: comprimento 3,6 mm, largura 1,4 mm. Cabe~a: comprimento 0,2 mm, largura 0,8 mm, vdrtice 0,38 mm. Antena: segmento I, comprimento 0,2 mm; II, 1,0 mm; III e IV mutilados. Pronoto: comprimento 0,5 mm, largura na base 1,3 mm. Cgneo: comprimento 0,60 mm, largura na base 0,40 mm (hol6tipo). Coloraqo geral do corpo avermelhada; cabesa e antena (exceto a fronte que e castanha dos lados) amarelada; olhos negros, pronoto aspergido de amarelo, mesoescuto e escutelo amareloavermelhados. Hemi6litros avermelhados, mais acentuadamente no ciineo, membrana fusca, nervuras avermelhadas. Lado inferior do corpo pallido-amarelado, apice do rostro negro, abdome num exemplar negros dos lados (exceto pigoforo); em outro exemplar amarelado. Corpo revestido de pelos normais, subadpressos, rostro alcansando as coxas II. Genidlia: v6sica (Fig. 12) com um espiculo longo ao lado do gon6poro secundario (espdcimen com v6sica distorcida pela dissecago). Paramero esquerdo (Fig. 13) longo, curvo, com extremidade apical caracteristica e cerdas dorsais. Paramero direito (Fig. 14) tamb6m caracteristica, bifurcado um pouco antes da extremidade apical. Hol6tipo: macho, Corcovado, Rio de Janeiro, BRASIL, Seabra col., 27.X.74, na colego do Museu Nacional, Rio de Janeiro. Pardtipo: macho, Rep. (Represa) Rio Grande, Rio de Janeiro, Brasil, F. M. Oliveira, na coleco do autor.

396 JOSIA C. M. CARVALHO 1 3, I 1, \. '.N) :.l " 1( "..,.:I, I'. RI Fig. 1 - Adnofholopus peruanus n.sp., macho, holotipo. Fig. 2 - Melanotrichus clarensis n.sp., macho, hol6tipo. Fig. 3 - Orthotylus carioca n.sp., macho, hol6tipo. Fig. 4- Orthotylus veraensis n.sp., macho, holotipo.

MIRIDEOS NEOTROPICAIS, CCCXLII 397 Orthotylus veraensis n.sp. (Figs. 4, 15-17) Caracterizada pela morfologia da genitalia do macho. Macho: comprimento 3,6 mm, largura 1,3 mm. Cabega: comprinmento 0,3 mm, largura 0,8 mm, vdrtice 0,34 mm. Antena: mutilada. Pronoto: comprimento 0,5 mm, largura na base 1,2 mm. Cdneo: comprinmento 0,60 mm, largura na base 0,40 mm (hol6tipo). Colorago geral do corpo pflido-amarelada, tendendo ao pailido-esverdeado no hemielitro, membrana fusco-clara. Lado inferior pailidoamarelado. Rostro alcanqando as coxas medianas, pelos do corpo semiadpressos. Genitdlia: v~sica (Fig. 15) com apenas um espiculo bem definido, situado ao lado da por~ao distal do gonoporo secunddrio. ParAmero esquerdo (Fig. 16) bifurcado apicalmente, com um dente mediano na extremidade e cerdas dorsais. Pararmero direito (Fig. 17) mais dilatado na regiio mediana, afilado pam a extremidade distal onde possui cerdas e dois denticulos medianos. FHmea: desconhecida. Hol6tipo: macho, Vera, Mato Grosso, BRASIL, Alvarenga e Roppa col., na coleo do Museu Nacional, Rio de Janeiro. Pardtipo: macho, Sinop, 12 31 S 55037' W, Br 163, Km 500 a 600, 350 m, X. 1974, Alvarenga e Roppa col., na cole~io do autor. 5 Fig. 5 - Saileriaflwninensis n.sp., macho, hol6tipo. Fig. 6- Sinvervus menezi n.sp., femea, holotipo.

398 JOS9 C. MN CARVALHO Diferencia-se das outras especies de coloraao palido-amarelada pela morfologia da genitilia do macho. 0 nome especifico e alusivo a Vera, Estado de Mato Grosso. Saileriafluminensis n.sp. (Figs. 5, 18-21) Caracterizada pela morfologia da genitalia do macho. Macho: comprimento 4,8 mm, largura 1,2 mm. Cabega: comprimento 0,2 mm, largura 0,8 mm, vertice 0,32 zmm. Antena: segmento I, comprimento 0,3 mm; HI, 1,4 mm; III, 0,5 mm; IV, 0,4 mm. Pronoto: comprimento 0,4 mm, largura na base 1,0 mm. Cilneo: comprimento 0,60 mm, largura na base 0,60 mm (holotipo). Coloraq3o geral do corpo esverdeada com Areas p~lido-amareladas; cabeqa, pronoto, mesoescuto e base do escutelo pdlido-avermelhados; apice do escutelo e hemielitros esverdeados, clavo na margem intema da comissura e apice do ciineo mais verdes; olhos castanhos; anel do segmento I da antena (ou apenas inferiormente), segmento II- IV negros. Lado inferior do corpo plilido-amarelado. Rostro alcancando o apice das coxas I, mesoescuto largamente descoberto, olhos glabros posteriormente, v6rtice com margem posterior arredondada. Genitdlia: vesica (Fig. 18) complexa, com espiculos divididos conforme mostra a ilustraso da part terminal (Fig. 19), gon6poro secundario do tipo Orthotylini. Paramero esquerdo (Fig. 20) curvo, com um grande lobo do lado dorsal e Gcnii.lia do macho: Fig. 7 - Adnotholopus peruanus, vesica; Fig. 8 - paramero direito; Fig. 9 - Melanotrichus clarensis, vesica; Fig. 10- paramero esquerdo; Fig. 11 - paramero direito; Fig. 12 - Orthotylus carioca, v~sica; Fig. 13 - pairmero esquerdo; Fig. 14 - parimero direito; Fig. 15 - Orthotylus veraensis, v6sica; Fig. 16 -parmnero esquerdo; Fig. 17 -paramero direito.

MIRIDEOS NEOTROPICAIS, CCCXLII 399 numerosos pglos. ParAmero direito (Fig. 21) tamb~m curvo, com denticulos em sua superficie. Fimea: desconhecida. Hohtipo: macho, Km 47, Estr. (Estrada) Rio- Sio Paulo, 5.11.1943, 0. Braga leg., na coleqo do Museu Nacional, Rio de Janeiro. Diferencia-se das outras esp6cies do genero pela morfologia da geniuilia do macho. 0 nome especifico 6 alusivo aos moradores do Estado do Rio de Janeiro, chamados de fluminenses. Sinervus menez n.sp. (Figs. 6, 22-25) Caracterizada pela coloraqao da antena e pela morfologia da genitalia do macho. Genitilia do macho: Fig. 18- Saileriaflwninensis, v6sica; Fig. 19 -- cabe~a da v6sica; Fig. 20- parimero esquerdo; Fig. 21 - paramero direito; Fig. 22 - Sinervus menezi. v6sica; Fig. 23- cabega da visica; Fig. 24- paramero esquerdo; Fig. 25- paramero direito. An. Acad bras. Ci., (1990) 62 (4)

400 JOS9 C. M. CARVALHO Macho: comprimento 3,8 mm, largura 1,0 mm. Cabega: comprimento 0,5 mm, largura 0,9 mm, vertice 0,44 mm. Antena: segmento I, comprimento 0,6 mm; I1, 0,8 mm; III, 0,8 mm; IV, 1,0 mm. Pronoto: comprimento 0,8 mm, largura na base 0,8 mm. Cuineo: comprimento 1,00 m, largura na base 0,30 mm (holotipo). do corpo palido-amarelado ColoraqAo geral no hemielitro, preto na cabega e pronoto. Antena pa'lida, cabega, pronoto, escutelo, extrema base do hemielitro, comissura claval (finamente), mancha transversal do corio (junto ao apice claval e em forma de triangulo, com ponta mais fina atingindo o emb6lio), base do ctineo internamente e na margem apical externa, nervura e base da membrana pretos ou enegrecidos; hemi6litros pailidoamarelados. Lado inferior do corpo preto, abdome pallido na base, clipeo, rostro, coxas, femures (exceto mancha subapical do lado externo), tibias e tarsos (exceto segmento III) pallidos. Rostro alcanpando o apice das coxas I, olhos muito pedunculados e rcniformes internamente, como no genero. Genitdlia: penis (Fig. 22) com extremidade apical dilatada (Fig. 23) tendo dois espiculos ap's o gonoporo secundario. Paramero esquerdo (Fig. 24) muito curvo no meio, metade da porao apical tamb6m curva, apice afilado e algumas cerdas dorsais. ParAnero direito (Fig. 25) curvo para dentro, extremidade apical larga e algumas cerdas dorsais. Femea: com aspecto geral do macho, vertice 46 mm. Hok5tipo: femea (a esquerda do cartao), Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ. 1.1986, P. J. Menezes, Museu Nacional, Rio de Janeiro. Pardtipos: 1 macho (A direita do hol6tipo) e 3 femeas, mesmas indicaqoes que o tipo; 1 femea, Tijuca, Distrito Federal, Brasil, 20.11I.1952, C. A. Campos Seabra, na coleio do autor. Difere de Sinervus barensprungi (Stil, 1860) pela coloravao toda palida da antena, pela coloraqio dos femures e pela morfologia da genitalia do macho. 0 nome especffico e dado em homenagem ao colecionador da especie(1986). REFERgNCIAS BIBLIOGRAFICAS BERGRO-M, E., (1922), On the South American Miridae described by C. Sta1. Ark. f Zool., 14 (22): 1-25. CARvAuio, J. C. M. & FERREIRA. P. S. F., (1971), Mirideos Neotropicais, CXXXI: Genero Notholopus Bergroth (Hemiptera). Rev. Brasil. Biol., 31 (2): 165-173, 20 figs. STrL, C., (1860), Bidrag till Rio de Janeiro-tratkens Hemipterfauna, Ofr. Sv. Kongl. Vet. Akad. Handl., 2 (7): 45-59.