IGREJA DE CRISTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA ESCOLA BÍBLICA. MÓDULO I - O NOVO TESTAMENTO Aula V - O Evangelho de Mateus



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Transcrição:

IGREJA DE CRISTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA ESCOLA BÍBLICA MÓDULO I - O NOVO TESTAMENTO Aula V - O Evangelho de Mateus

ORIGEM Mateus Levi era um cobrador de impostos (publicano) chamado por Jesus para ser um dos doze (Mt 9:9-13; 10:3). Praticamente nada é conhecido dele, apenas seu nome e ocupação. Após a lista dos apóstolos em Atos 1:13, ele desapareceu da história da Igreja, exceto por alusões provavelmente lendárias. Em nenhum lugar do Evangelho aparece explicitamente que ele é o autor, mas os primeiros escritores da Igreja creditam a autoria a Mateus. Eusébio (cerca de 325 DC) cita Papias (c. 100 DC) dizendo que Mateus escreveu os oráculos do Senhor em aramaico, sendo depois traduzido para o grego. Irineu (c. 170 DC) disse que Mateus escreveu um Evangelho entre os Hebreus na língua deles, enquanto Pedro e Paulo pregavam em Roma. Das declarações dos primeiros escritores da Igreja pode ser inferido que: A atribuição da autoria a Mateus não era disputada. Mateus era um apóstolo relativamente obscuro, que apareceu pouco. O consenso geral dos primeiros escritores está de acordo com o caráter de Mateus. Sendo publicano provavelmente ele era alfabetizado e acostumado a tomar notas em seu trabalho. A tradição de que seu Evangelho tenha sido escrito em aramaico não impede que mais tarde ele tenha escrito uma versão em grego mais tarde. Hoje existem apenas cópias do original em grego. DATA E LOCAL Não se sabe exatamente quando o Evangelho foi escrito. É pouco provável que tenha sido escrito antes da primeira dispersão dos cristãos de Jerusalém (At 8:4). O Evangelho não era necessário, pois os apóstolos estavam lá para responder as questões e impor autoridade. Também não deve ter sido escrito depois de 70 DC. A profecia sobre a queda de Jerusalém (Mt 24:1-28) não possui nenhuma alusão ao fato tendo já ocorrido. O comentário de Irineu (enquanto Pedro e Paulo estavam em Roma) situa a escrita na época de Nero como imperador (54 a 68 DC) E provavelmente foi escrito para convertidos não-palestinos que falavam aramaico. O comentário de Papias (que o Evangelho foi traduzido do aramaico para o grego) tem sido rejeitado porque não há vestígios de tradução no texto, que está escrito em bom grego. É possível que o autor tenha escrito uma versão em grego ao ver o crescimento de igrejas onde o grego era predominante (como Antioquia). Como o número de cristãos falantes de aramaico se tornou muito menor com o tempo, possivelmente a versão em aramaico caiu em desuso e desapareceu. Portanto existe dúvida se a primeira versão foi em aramaico ou grego, mas é certo que a versão que existe em grego é antiga e não foi traduzida de outra língua. O Evangelho é bem ajustado a uma igreja que ainda estava relacionada ao Judaísmo, embora se tornando independente dele. Existe uma atmosfera de messianismo e preserva a essência do pacto com Abraão, mas existe também uma mensagem para todo o mundo (Mt 28:18, Gn 12:3) Resumindo: o Evangelho deve ter sido escrito em Antioquia, entre 50 e 70 DC. As citações dos primeiros escritores da Igreja se encaixam mais ao texto de Mateus, e mostra que era o Evangelho favorito de igrejas siro-judias (como Antioquia) A Igreja de Antioquia foi a primeira a possuir uma quantidade significante de nãojudeus, que falavam aramaico e grego. CONTEÚDO O tema do Evangelho é anunciado na abertura (Mt 1:1). A fraseologia lembra o livro de Gênesis, onde cada seção é iniciada pela frase: o livro das gerações de ou a genealogia de (Gn 2:4; 5:1; 6:9) Cada ocorrência desta frase marca um estágio no desenvolvimento da promessa messiânica. As ligações na história do povo de Deus são feitas a partir de Gênesis e uma aparece em Rute 4:18, onde a genealogia messiânica termina com Davi, e de onde Mateus começa, terminando seu cumprimento em Jesus. O Evangelho possui duas estruturas, uma biográfica e outra por tópicos.

Estrutura biográfica A estrutura biográfica deste Evangelho é similar à dos Evangelhos de Marcos e Lucas. Biograficamente, pode ser dividido em três partes: 1:1 4:16: do nascimento ao começo da vida pública de Jesus. 4:17 16:20: a vida pública de Jesus. 16:21 até o fim: o começo do declínio da popularidade de Jesus culminando com a crucificação. As passagens que dividem a biografia de Jesus em três são bem marcadas, e começam com a mesma expressão: Daquele momento em diante... (4:17 e 16:21) Mateus quis deixar claro dois aspectos da vida de Jesus: ensinar a Verdade às pessoas e leva-las ao arrependimento, e depois morrer por elas. Ao mesmo tempo mostra que Jesus tem um conceito unitário da vida como um todo. O Evangelho não é um mero agrupamento de histórias aleatórias, ele é organizado para mostrar como Jesus cumpriu sua missão no mundo. Estrutura por tópicos Esta estrutura é peculiar a este Evangelho. O texto pode ser dividido em 5 partes, cada um tendo um tema dominante e um desafio, e terminando com a frase: Quando Jesus terminou... Incluindo a introdução, a paixão de Cristo e o epílogo, podemos fazer um esboço do Evangelho em 8 partes. ESBOÇO MATEUS: O EVANGELHO DO MESSIAS 1 As Profecias do Messias Cumpridas O advento 1:1 4:11 2 Os Princípios do Messias Anunciados A apresentação inaugural 4:12 7:29 Desafio para entrar 7:13-14 3 O Poder do Messias Revelado Os milagres 8:1 11:1 Desafio para seguir 10:34-39 4 O Programa do Messias Explicado As parábolas 11:2 13:53 Desafio para aceitar 11:28 Desafio para entender 13:51 5 O Propósito do Messias Declarado A crise da cruz 13:54 19:2 Desafio para afirmar 16:13-15 6 Os Problemas do Messias Apresentados Os conflitos com oponentes 19:3 26:2 Desafio ao arrependimento 23:37-39 7 A Paixão do Messias Realizada 8 Epílogo Morte e ressurreição 26:3 28:10 Rumor e realidade 28:11-20 Desafio para agir 28:16-20 1. As Profecias do Messias Cumpridas 1:1 4:11 A primeira parte familiariza o leitor com a genealogia do Messias. Sua genealogia a partir de Abraão e Davi é primeiro afirmada e depois demonstrada.

Segue-se o relato do nascimento pela virgem, do batismo e da tentação no deserto. Em apenas 3 capítulos e meio a expressão: Para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta..., ou algo parecido, aparece 5 vezes. A vinda de Jesus é o cumprimento do propósito divino que foi revelado no Velho Testamento e que se desenvolveu parcialmente no processo histórico que precedeu sua vinda. 2. Os Princípios do Messias Anunciados 4:12 7:29 Declaração de princípios espirituais e éticos. Jesus convoca as pessoas ao arrependimento e fé nele. Como ele anuncia um novo Reino, no qual ele é o Senhor, ele estabelece a natureza deste Reino e como entrar nele. Mateus usa a expressão Reino dos Céus 33 vezes e a expressão Reino de Deus 5 vezes. Os outros Evangelhos sinóticos usam a expressão Reino de Deus em muitas passagens onde Mateus usa Reino dos Céus. Jesus fala de seu Reino tendo uma existência material (8:11, 13:40-43) e tendo uma existência espiritual (4:17, 12:28) Os princípios espirituais estão no Sermão da Montanha. Ele mostra que Jesus observa a Lei (5:17). Mas Jesus pede uma retidão que vai além do padrão legalista dos judeus, pois era interior e não exterior, espontâneo e não legalista, calibrado por uma pessoa, não por um código. Seu padrão mais alto é o próprio Deus (5:48) e vai além da Lei (5:21-22). O critério de retidão não está de acordo com ideais humanos, mas com o conhecimento de Cristo. A completa apresentação do trabalho e da pessoa de Jesus ainda estava por vir, mas a necessidade de fazê-lo central em todo o seu ensinamento e em toda fé é estabelecida. 3. O Poder do Messias Revelado - 8:1 11:1 Para que os princípios possam ser validados no pensamento dos futuros seguidores, algumas provas do poder de Jesus eram necessárias. Vários milagres são relatados nos capítulos 8 e 9. O envio dos 12 no capítulo 10 pode ser visto como uma delegação de poder. A pregação do Messias não é a proclamação de um novo ideal, mas a demonstração de um novo poder. Os atos miraculosos não eram um show esporádico e sem propósito de poder. Jesus procurava ensinar a multidão e inaugurar seu Reino, ao invés de impressionar a multidão. 4. O Programa do Messias Explicado 11:2 13:53 Esta parte mostra as parábolas de Jesus. Nem todas elas estão nesta parte, mas a maior parte está no capítulo 13. Usam ilustrações do dia a dia para falar do Reino dos Céus, principalmente do futuro. As parábolas são usadas tanto para revelar quanto para ocultar a Verdade (13:11). São 8 parábolas: 1. Os solos 13:1-23 2. O joio e o trigo 13:24-30, 36-43 3. A semente de mostarda 13:31-32 4. O fermento 13:33 5. O tesouro 13:44 6. A pérola 13:45-46 7. A rede 13:47-50 8. O depósito 13:51-52 A lista é dividida no versículo 36, quando Jesus despede a multidão e entra na casa. As quatro primeiras parábolas são para o povo e as outras 4 para os apóstolos. As 4 primeiras parábolas mostram características do Reino dos Céus: sua recepção por diversos tipos de pessoas, o contraste entre uma resposta real e uma falsa ao chamado, o crescimento espantoso do Reino e as forças dinâmicas que agem no Reino.

As 4 parábolas seguintes falam de aspectos internos do Reino: o preço de construí-lo, a prontidão para largar tudo por ele e a substituição de coisas velhas por novas em seu ensinamento. As parábolas indicam que Jesus não se via apenas como um reformador judeu, mas como soberano de toda a Terra, e como uma figura de importância mundial. Os capítulos 11 e 12 que antecedem as parábolas contêm discursos que dão testemunho da natureza e da importância de sua missão. 5. O Propósito do Messias Declarado 13:54 19:2 Nesta parte Jesus revela seu propósito de morrer pela humanidade (16:21). Esta parte é uma antecipação dos conflitos que estão por vir, e mostra alguns pontos de tensão. A rejeição de Jesus por seus concidadãos (13:54-58) A ameaça de Herodes na morte de João Batista (14:1-12) A dificuldade de entendimento dos discípulos (15:1-16, 16:5-12) A partir deste ponto a cruz era cada vez mais vislumbrada por Jesus e se tornou o objetivo imediato de sua vida na terra. 6. Os Problemas do Messias Apresentados 19:3 26:2 A declaração do propósito messiânico levou ao conflito. Os problemas do Messias são descritos e conflitos com oponentes aparecem de forma definitiva, como os debates com herodianos, saduceus e fariseus (22:15-40) As denúncias do capítulo 23 e a previsão da desolação de Jerusalém nos capítulos 24 e 25 cresceram deste conflito. 7. A Paixão do Messias Realizada 26:3 28:10 Conflito leva a crise, e na vida do Messias esta crise foi a cruz. Mateus enfatiza o caráter messiânico da morte de Jesus pela ênfase na relação com as profecias. Quatro vezes é feita alusão a passagens do Velho Testamento que se aplicavam ao evento que estava ocorrendo: 26:31, 54, 56, 27:9 Respondendo a Caifás, Jesus se deu o título de Filho do Homem (26:64), que em Daniel 7:13-14 foi relacionada a um ser celestial. 8. Epílogo 28:11 28:20 O epílogo é um resumo de todo o Evangelho, fixando seu ensinamento pela ilustração de duas atitudes para com Jesus: rejeição pela descrença (28:11-15) ou adoração por causa da aceitação (28:16-17). Cada seção contém um desafio (vide tabela com o esboço por tópicos) para os discípulos, que são obviamente intencionados pelo autor a serem desafios aos leitores também. A Grande Comissão (28:19-20) é um desafio do Evangelho como um todo. Cada seção possui uma aplicação prática pelo leitor, enquanto ele faz seu caminho progressivamente através do Evangelho. ÊNFASE O Evangelho foi escrito para mostrar como Jesus ampliou e explicou a revelação que havia começado nas profecias messiânicas do Velho Testamento. Embora seja fortemente judaico, ele foi também escrito para o benefício dos gentis, já que termina com a ordem de fazer discípulos por todas as nações. Se o Evangelho foi escrito originalmente para a igreja de Antioquia, Mateus buscou mostrar para os gentis recém convertidos o significado do ministério de Jesus em termos do Velho Testamento. Alguns acontecimentos são peculiares a Mateus A visão de Mateus (1:20-24), a visita dos Magos (2:1-12),a fuga para o Egito (2:13-15), O massacre das crianças (2:16), o sonho da esposa de Pilatos (27:19), a morte de Judas (27:3-10), o suborno dos guardas (28:15-18), a comissão para o batismo de discípulos (28:19-20). Entre as parábolas, são peculiares a Mateus: Do joio (13:24-30, 36-43), o tesouro escondido (13:44), a pérola (13:45-46), a rede (13:47), o servo sem misericórdia (18:23-35), os trabalhadores na vinha (20:1-16), os dois filhos (21:28-32), o casamento do filho do rei (22:1-13), as dez virgens (25:1-13), os talentos (25:14-30) Entre os milagres, apenas três são peculiares a Mateus.

Os dois homens cegos (9:27-31), o surdo endemoniado (9:32-33), a moeda na boca do peixe (17:24-27),. Os milagres aparecem mais como prova do poder de Jesus do que para dar seqüência à narrativa. Este Evangelho tem uma ênfase didática Ele contém o mais longo bloco de discurso entre todos os Evangelhos (capítulos 5 a 7) e algumas outras passagens longas (cap. 10, 13, 18, 23, 24 e 25) Os discursos ocupam três quintos do Evangelho. Claramente Mateus enfatiza no conteúdo do ensinamento de Jesus um relacionamento à sua pessoa e à Lei. Para demonstrar a ligação da carreira de Jesus com as promessas messiânicas, este Evangelho cita muitas passagens do Velho Testamento. Existem 60 citações, entre 1:23 e 27:48. A maioria é de Isaías e dos Salmos. Muitas passagens incluem referência ao cumprimento dos profetas. PERSONAGENS Mateus dá menos importância a atores individuais em sua narrativa do que Lucas e Marcos e ele introduz poucos personagens que não aparecem nos outros Evangelhos. José (1:18-25), Herodes o Grande (2:1-16) e a mãe de Thiago e João (20:20-21) aparecem mais do que em Marcos e Lucas, mas estes dois autores usam personagens mais do Mateus. Em geral, os personagens de Mateus são os mesmos dos outros 3 Evangelhos: João Batista, Maria (mãe de Jesus), os 12 apóstolos, Caifás, os grande sacerdotes, Pilatos, Simão de Cirene, José de Arimatéia e outros que aparecem menos. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS 1. Mateus é o Evangelho do Discurso Em cada seção há uma longa espécie de discurso. 1. As Profecias Cumpridas Pregação de João 3:1-12 2. Os Princípios Anunciados O sermão do monte 5:1 7:29 3. O Poder Revelado A comissão 10:1-42 4. O Programa Explicado As parábolas 13:1-52 5. O Propósito Declarado O significado do perdão 18:1-35 6. Os Problemas Apresentados Denúncias e previsão 23:1 25:46 7. A Paixão Realizada Sem discurso - ação 8. Epílogo A grande comissão 28:18-20 2. Mateus é o Evangelho da Igreja É o único Evangelho no qual aparece a palavra igreja (16:18, 18:17). Ambas as passagens foram ditas por Jesus, mostrando que ele tinha uma clara idéia da Igreja como sendo uma instituição por vir. 3. Mateus é o Evangelho do Rei Através de todo o Evangelho a realeza de Jesus é proeminente. A genealogia no primeiro capítulo segue a linha real de Judá. Herodes ficou alarmado com o nascimento de um rival. A entrada em Jerusalém. Em seu discurso escatológico Jesus prediz que se sentará no Trono da Glória (19:28, 25:31). Esta expressão é encontrada somente em Mateus. A inscrição na cruz diz: Este é Jesus, o Rei dos Judeus (27:37) Mantendo a ênfase em um rei vindo da linhagem de Davi, este Evangelho contém 9 referências de Jesus como o filho de Davi (este título aparece somente 3 vezes em Marcos e 3 vezes em Lucas) Como Davi estabeleceu Jerusalém como capital, logo apenas em Mateus nós lemos que Jerusalém é a cidade santa e a cidade do grande rei (5:35).