SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO

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Transcrição:

Gerente de Relações Institucionais: Sheila Tussi da Cunha Barbosa Analista de Relações Institucionais: Cláudia Fernanda Silva Almeida Assistente Administrativa: Quênia Adriana Camargo Ferreira Estagiários: Tharlen José Nolasco do Nascimento Renan Bonilha Klein SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO O sistema eleitoral brasileiro, responsável pelo conjunto de regras utilizado para eleger representantes e governantes brasileiros, possui dois sistemas eleitorais: o majoritário e o proporcional. O sistema majoritário é praticado nas eleições para o chefe do executivo de todas as esferas (presidente, governador e prefeito) e, no Poder Legislativo, para o Senado Federal. E o sistema proporcional é realizado para a eleição dos membros da Câmara dos Deputados e dos órgãos legislativos estaduais e municipais. Para isso, os partidos sozinhos ou unidos em coligações apresentam uma lista de candidatos em que cada eleitor tem a opção de votar. As eleições são realizadas de dois em dois anos, quando em uma votação se elegem os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores e na próxima o Presidente e vicepresidente da República, governadores e vice-governadores dos Estados e do Distrito Federal, senadores, deputados federais e deputados estaduais. O primeiro turno é no primeiro domingo de outubro e, caso tenha, o segundo turno será no último domingo de outubro. Sistema Majoritário Esse sistema é subdividido em dois tipos: Majoritário simples: utilizado para a escolha de Senadores da República. Nele, está eleito quem receber o maior número de votos. Cada Senador já conta com dois suplentes em sua chapa. Então, quando se vota em um candidato, escolhese também quem o substituirá no caso de sua ausência. Majoritário absoluto: utilizado para a escolha do Presidente da República, governadores e prefeitos. Nesse sistema, é necessária a obtenção de mais de

50% dos votos válidos para se eleger. Caso um candidato não atinja esse número haverá um segundo turno de votação, que elegerá o com maior número de votos. Na escolha de prefeitos, apenas os municípios com mais de 200 mil eleitores terão a votação em segundo turno. Sistema Proporcional No sistema proporcional, ser o candidato mais votado não é garantia de eleição. Dois casos em que candidatos bem votados não foram eleitos chamaram a atenção nas eleições de 2010. No primeiro, a candidata Luciana Krebs Genro não se elegeu deputada federal mesmo sendo a 9ª mais votada (129.501 votos) no Rio Grande do Sul, que possui 31 vagas. O segundo caso é do candidato Renato Roseno de Oliveira, que foi o 10º mais votado (113.705 votos) no Ceará, Estado que tem 22 vagas de deputado federal. Utilizado no preenchimento dos demais cargos do legislativo (deputados federais, deputados estaduais e distritais, e vereadores), esse sistema condiciona a eleição à quantidade de votos que o partido ou coligação recebeu, e não só aos votos recebidos pelo candidato. Assim, para saber quem foi eleito é preciso saber quais partidos ou coligações receberam mais votos e, posteriormente, localizar quais candidatos deles foram mais votados. Para fazer essa análise, primeiro calcula-se o Quociente Eleitoral (QE) da seguinte forma: divida o número de votos válidos (número de votos retirados os brancos e os nulos) pelo número de cadeiras em disputa. Esse número será a exigência mínima de votos que um partido ou coligação precisará obter para ter direito a uma vaga. Depois, calcula-se o Quociente Partidário dividindo, pelo quociente eleitoral, o número de votos válidos obtidos pelo partido ou pela coligação. O resultado será o número de cadeiras que o partido ou coligação terá direito. Caso sobre alguma vaga, os votos válidos do partido ou da coligação serão divididos pelo número de cadeiras já conquistadas mais um, e quem alcançar o maior resultado fica com a vaga. Com a finalidade de ter mais possibilidade de eleger seus candidatos, os partidos se reúnem em coligações. Os votos recebidos por todos os partidos de uma coligação são somados para funcionar como um grande partido. Serão eleitos

os candidatos mais votados de cada partido ou coligação em número correspondente ao de cadeiras conquistadas. Como exemplo, em uma eleição para vereador em uma Câmara com nove cadeiras, os partidos receberam os seguintes votos: Partido A 1.150 Partido B 1.700 Coligação com os partidos C e D 1.900 Partido E 200 Brancos e Nulos 250 Total de votos 5.200 Dessa forma, o quociente eleitoral será: Votos válidos (Total de votos brancos e nulos) = 4.950 Quociente eleitoral (Votos válidos / cadeiras) = 550 Observe-se que os partidos A e B e a coligação dos partidos C e D obtiveram uma quantidade de votos acima do quociente eleitoral. Assim, só eles terão direito às cadeiras de vereadores. Agora, calcula-se o quociente partidário: Partido A: 1.150/550 = 2 Partido B: 1.700/550 = 3 Coligação dos partidos C e D: 1.900/550 = 3 A soma das vagas preenchidas resulta em oito, mostrando que sobrou uma vaga. Então, calcula-se qual partido ou coligação ficará com a cadeira remanescente. Partido A: 1.150/(2+1) = 383,3 Partido B: 1.700/(3+1) = 425 Coligação dos partidos C e D: 1.900/(3+1) = 475

A coligação dos partidos C e D obteve o maior resultado da divisão da quantidade de votos pelo número de cadeiras já obtidas mais um. Por isso, ficará com quatro vagas, enquanto o partido B ficará com três e o partido A com duas vagas. Votos nulos Nos anos eleitorais, é comum ouvir que se a maioria da população votar nulo, anula-se a eleição. Essa afirmação é falsa. Uma interpretação errada do Art. 224 do Código Eleitoral (Lei 4.737, de 1965) fez com que muitas pessoas acreditassem que o voto nulo tem o poder de cancelar uma eleição. O artigo diz que se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 a 40 dias. Essa nulidade não se refere aos votos nulos, e sim aos votos anulados com base nos Art. 221 e 222 da mesma lei. Essa anulação se dá devido a algum tipo de irregularidade ou descumprimento da Lei Eleitoral, como no caso de alguém votar com falsa identidade em lugar do eleitor chamado. Por isso, o voto nulo apenas expressa nenhuma preferência por candidatos e partidos, não tendo o poder de cancelar uma eleição. As vagas Os legislativos federal, estadual e municipal contam com mais de uma vaga para cada cargo. A definição da quantidade de cadeiras está registrada na Constituição Federal de 1988. Para o Senado Federal, cada Estado e o Distrito Federal elegem três senadores, com mandato de oito anos. Os representantes dos Estados serão renovados de quatro em quatro anos, sendo em uma eleição a renovação de uma vaga e na outra de duas vagas. O Senado é o único órgão do legislativo que não se renova completamente em uma eleição e o mandato não é de quatro anos. Na eleição de 2014, será renovado apenas um terço do Senado Federal, então cada Estado e o Distrito Federal elegerão apenas um senador. Já para a Câmara dos Deputados, o número de vagas atualmente é 513, dividida entre os Estados e o Distrito Federal proporcionalmente à população. Cada

estado terá no mínimo oito deputados federais e no máximo 70. Os territórios terão direito a quatro representantes. Senado Federal Câmara dos Deputados Sistema majoritário simples Sistema proporcional Mandato de 8 anos Mandato de 4 anos Renovação de 1/3 (27) e 2/3 (54) a Renovação total a cada 4 anos cada 4 anos 81 cadeiras 513 cadeiras Representa as Unidades Federativas Representa o povo Nas Assembleias Legislativas e na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o número de deputados corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados. Caso atinja o número de 36, acrescenta-se a quantidade de Deputados Federais acima de doze. Cada Estado e o Distrito Federal, atualmente, possui a seguinte quantidade de deputados: Unidade Federativa Deputados Federais Deputados Estaduais Acre (AC) 8 24 Alagoas (AL) 9 27 Amapá (AP) 8 24 Amazonas (AM) 8 24 Bahia (BA) 39 63 Ceará (CE) 22 46 Distrito Federal (DF) 8 24 Espírito Santo (ES) 10 30 Goiás (GO) 17 41 Maranhão (MA) 18 42 Mato Grosso (MT) 8 24 Mato Grosso do Sul (MS) 8 24 Minas Gerais (MG) 53 77 Pará (PA) 17 41 Paraíba (PB) 12 36 Paraná (PR) 30 54 Pernambuco (PE) 25 49 Piauí (PI) 10 30 Rio de Janeiro (RJ) 46 70 Rio Grande do Norte (RN) 8 24 Rio Grande do Sul (RS) 31 55 Rondônia (RO) 8 24 Roraima (RR) 8 24 Santa Catarina (SC) 16 40 São Paulo (SP) 70 94

Sergipe (SE) 8 24 Tocantins (TO) 8 24 O número de vereadores em cada cidade é de acordo com os seus habitantes. A quantidade de cadeiras é expressa na Constituição da seguinte forma: Habitantes Vereadores Até 15.000 9 Mais de 15.000 e de até 30.000 11 Mais de 30.000 e de até 50.000 13 Mais de 50.000 e de até 80.000 15 Mais de 80.000 e de até 120.000 17 Mais de 120.000 e de até 160.000 19 Mais de 160.000 e de até 300.000 21 Mais de 300.000 e de até 450.000 23 Mais de 450.000 e de até 600.000 25 Mais de 600.000 e de até 750.000 27 Mais de 750.000 e de até 900.000 29 Mais de 900.000 e de até 1.050.000 31 Mais de 1.050.000 e de até 1.200.000 33 Mais de 1.200.000 e de até 1.350.000 35 De 1.350.000 e de até 1.500.000 37 Mais de 1.500.000 e de até 1.800.000 39 Mais de 1.800.000 e de até 2.400.000 41 Mais de 2.400.000 e de até 3.000.000 43 Mais de 3.000.000 e de até 4.000.000 45 Mais de 4.000.000 e de até 5.000.000 47 Mais de 5.000.000 e de até 6.000.000 49 Mais de 6.000.000 e de até 7.000.000 51 Mais de 7.000.000 e de até 8.000.000 53 Mais de 8.000.000 55 Eleições 2014 Nestas eleições, serão eleitos o Presidente da República e vice-presidente, senadores, deputados federais e deputados estaduais. O primeiro turno será no dia 5 de outubro e o segundo turno, caso tiver, será no dia 26 do mesmo mês.

Para as campanhas, os partidos recebem tanto dinheiro privado quanto público, uma vez que no Brasil funciona o financiamento misto de campanha. A verba privada é arrecadada por meio de doações de pessoas físicas ou jurídicas, e a pública é por meio do Fundo Partidário, que é abastecido com multas eleitorais, doações privadas, recursos financeiros e com dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco centavos de real. Esse fundo é distribuído mensalmente da seguinte forma: 5% são destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral; e 95% são distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. O valor é utilizado pelo partido, para: Manutenção das sedes e serviços do partido; Propaganda doutrinária e política; Alistamento e campanhas eleitorais; Criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política; Criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres. A distribuição foi a seguinte nos últimos anos: Divisão do Fundo Partidário 2010 2011 2012 2013 2014 (até junho) PT R$ 28.609.408,44 R$ 51.303.085,25 R$ 52.971.754,34 R$ 58.246.571,60 R$ 30.536.518,59 PMDB R$ 27.789.317,51 R$ 39.587.131,11 R$ 44.432.356,71 R$ 43.433.316,47 R$ 21.810.186,93 PSDB R$ 26.375.007,16 R$ 35.730.960,50 R$ 37.050.142,68 R$ 39.836.352,14 R$ 20.633.369,32 DEM R$ 20.930.615,59 R$ 22.971.048,21 R$ 22.336.080,34 R$ 18.135.219,95 R$ 9.034.096,94 PP R$ 13.827.917,57 R$ 22.731.163,88 R$ 25.169.691,13 R$ 24.293.957,67 R$ 12.322.087,25 PSB R$ 12.120.303,76 R$ 21.712.791,59 R$ 24.519.571,77 R$ 24.151.922,87 R$ 11.346.429,33 PDT R$ 10.359.052,10 R$ 15.614.318,36 R$ 17.600.757,71 R$ 17.105.264,96 R$ 7.420.081,48 PTB R$ 9.918.075,63 R$ 13.249.918,42 R$ 14.614.972,96 R$ 14.004.587,64 R$ 7.260.859,02 PR R$ 9.694.954,29 R$ 21.229.793,25 R$ 23.436.234,97 R$ 25.360.506,53 R$ 12.423.131,44 PPS R$ 7.936.837,51 R$ 4.794.743,97 R$ 8.020.496,96 R$ 8.144.758,37 R$ 4.176.187,93 PV R$ 7.294.682,37 R$ 11.117.863,66 R$ 13.070.075,61 R$ 12.434.948,28 R$ 5.355.067,00 PC do B R$ 4.392.786,51 R$ 9.104.090,85 R$ 10.040.930,00 R$ 9.962.303,79 R$ 5.239.334,28 PSC R$ 3.915.798,78 R$ 10.025.910,63 R$ 10.768.353,54 R$ 10.126.780,55 R$ 5.146.800,91 PSOL R$ 1.997.118,59 R$ 3.418.938,81 R$ 4.619.355,93 R$ 4.595.683,95 R$ 2.409.566,64 PMN R$ 1.589.798,75 R$ 4.019.202,53 R$ 3.769.563,22 R$ 2.964.515,39 R$ 1.542.382,11

PTC R$ 2.021.176,20 R$ 2.428.899,66 R$ 2.459.375,42 R$ 2.637.460,74 R$ 1.369.605,23 PHS R$ 1.271.798,84 R$ 2.997.773,54 R$ 3.220.959,77 R$ 3.098.430,83 R$ 1.586.428,55 PSDC R$ 747.597,87 R$ 1.187.753,73 R$ 1.277.066,08 R$ 1.259.145,03 R$ 642.906,71 PT do B R$ 972.768,06 R$ 1.303.048,00 R$ 2.581.364,16 R$ 2.735.738,86 R$ 1.469.158,77 PRB R$ 745.800,51 R$ 6.048.667,52 R$ 6.697.441,71 R$ 6.575.771,21 R$ 3.443.384,99 PRP R$ 865.319,03 R$ 1.544.144,35 R$ 1.678.884,03 R$ 1.661.043,43 R$ 843.836,12 PSL R$ 779.099,23 R$ 1.420.113,84 R$ 2.164.979,86 R$ 2.344.624,56 R$ 1.151.355,76 PRTB R$ 745.236,11 R$ 1.583.174,66 R$ 1.706.995,27 R$ 1.672.173,90 R$ 803.130,24 PTN R$ 703.865,46 R$ 1.066.111,87 R$ 1.250.015,68 R$ 1.334.957,77 R$ 637.937,33 PSTU R$ 597.582,18 R$ 916.052,87 R$ 881.355,23 R$ 949.050,00 R$ 489.441,70 PCB R$ 524.983,03 R$ 778.928,99 R$ 807.636,85 R$ 793.255,30 R$ 266.892,16 PCO R$ 0,00 R$ 522.344,72 R$ 629.081,39 R$ 580.911,81 R$ 313.550,87 PSD - R$ 147.036,10 R$ 10.872.574,50 R$ 21.668.698,32 R$ 11.276.159,59 PPL - R$ 147.036,10 R$ 605.719,74 R$ 597.017,06 R$ 346.247,71 PEN - - R$ 343.303,31 R$ 822.056,27 R$ 551.863,93 PROS - - - R$ 139.855,82 R$ 301.279,40 SDD - - - R$ 283.720,72 R$ 4.305.789,92 Total 196.726.901,08 308.702.047,00 349.597.090,87 361.950.601,79 186.455.068,16 Fonte:TSE Para visualizar a alteração dos valores durante os últimos anos, pode-se analisar um gráfico com a evolução do fundo partidário dos dez partidos que mais receberam verbas públicas nesta legislatura. Evolução do fundo partidário R$ 70.000.000,00 R$ 60.000.000,00 R$ 50.000.000,00 R$ 40.000.000,00 R$ 30.000.000,00 R$ 20.000.000,00 R$ 10.000.000,00 R$ 0,00 2010 2011 2012 2013 PT PMDB PSDB DEM PP PSB PDT PTB PR PPS Fonte:TSE Os partidos também recebem doações de pessoas físicas e pessoas jurídicas. Essas doações foram as seguintes nos últimos anos: Doações de Pessoas Físicas e Jurídicas declaradas Partido/ano 2010 2011 2012 2013

PT R$ 176.848.176,57 R$ 50.718.679,66 R$ 35.210.046,00 R$ 79.780.943,91 PMDB R$ 1.000.000,00 R$ 0,00 R$ 118.817.587,81 R$ 17.920.000,00 PSDB R$ 112.392.205,56 R$ 2.355.000,00 R$ 96.702.750,02 R$ 22.067.700,00 DEM R$ 24.012.591,01 R$ 0,00 R$ 39.747.500,09 R$ 3.140.000,00 PP R$ 17.571.304,66 R$ 50.000,00 R$ 17.722.020,00 R$ 1.300.000,00 PSB R$ 39.049.014,35 R$ 0,00 R$ 72.460.469,00 R$ 8.272.500,00 PDT R$ 8.162.000,00 (não consta no TSE) (não consta no TSE) (não consta no TSE) PTB R$ 2.840.000,00 R$ 0,00 R$ 11.045.000,00 R$ 480,00 PR (dados incompletos) R$ 0,00 R$ 250.000,00 R$ 5.000.000,00 PPS R$ 418.420,00 R$ 0,00 R$ 3.095.000,00 R$ 0,00 PV R$ 10.760.000,00 R$ 59.850,00 R$ 5.508.000,00 R$ 23.682,97 PC do B R$ 6.860.000,00 (não consta no TSE) R$ 19.790.499,38 R$ 1.344.108,33 PSC R$ 14.200.000,00 R$ 0,00 R$ 11.032.000,00 R$ 1.150.000,00 PSOL R$ 10,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 PMN R$ 990.830,24 R$ 100.000,00 (não consta no TSE) R$ 5.582,99 PTC R$ 1.469.790,00 R$ 54.815,00 R$ 199.500,00 R$ 0,00 PHS R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 6.000,00 R$ 0,00 PSDC R$ 0,00 (não consta no TSE) R$ 1.000,00 R$ 0,00 PT do B R$ 1.550.000,00 R$ 0,00 R$ 1.610.000,00 R$ 1.240,04 PRB R$ 8.864.876,17 R$ 78.844,47 R$ 6.773.149,00 R$ 327.926,50 PRP R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 PSL R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 PRTB R$ 3.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 435.678,48 PTN R$ 53.481,93 R$ 350,00 R$ 90.800,00 R$ 27.763,29 PSTU R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 112.072,38 R$ 223.724,98 PCB R$ 4.099,23 R$ 10.860,00 R$ 3.093,36 R$ 3.205,00 PCO R$ 9.249,40 R$ 6.890,00 R$ 0,00 R$ 0,00 PSD - R$ 0,00 R$ 26.287.000,00 R$ 5.415.000,00 PPL - R$ 3.000,00 R$ 543.479,00 R$ 103.078,56 PEN - - R$ 53.900,00 R$ 1.560,00 PROS - - - R$ 0,00 SDD - - - R$ 0,00 Fonte:TSE Todo o valor gasto pelos partidos deve constar em uma prestação de contas a ser enviada, anualmente, à Justiça Eleitoral, correspondente ao balanço contábil do exercício encerrado, até o dia 30 de abril do ano seguinte. Em anos eleitorais, o partido deverá prestar contas mensalmente à Justiça Eleitoral, durante os quatro meses anteriores e os dois meses posteriores ao pleito. Esses balanços são publicados na imprensa oficial, e, onde ela não exista, são afixados no Cartório Eleitoral. A forma de financiamento de campanha (público, privado ou misto) é uma discussão antiga que teve grande repercussão em abril deste ano, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu dar continuidade ao julgamento da proibição de doações de empresas a partidos políticos e campanhas eleitorais. Seis ministros já votaram pela proibição e um pela liberação, mas ainda falta quatro se manifestarem. O julgamento foi suspenso a pedido do ministro Gilmar Mendes para

melhor análise e não há previsão de continuidade. No Congresso Nacional, o tema é sempre lembrado, porém não há nenhuma evolução, uma vez que é de grande divergência dentre os partidos e parlamentares. Anexo, a título de exemplo, o Demonstrativo de Receitas e Despesas, do ano de 2013, dos quatro partidos que receberam as maiores parcelas do Fundo Partidário naquele ano. Brasília-DF, 26 de agosto de 2014. Cláudia Fernanda Silva Almeida Analista de Relações Institucionais