As fontes de energia e sua importância no mundo atual

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Transcrição:

As fontes de energia e sua importância no mundo atual

Introdução Grandes regiões industriais do mundo. Que relações podemos estabelecer entre a localização industrial e a distribuição espacial do consumo de energia? A atual sociedade capitalista industrial é muito dependente de recursos energéticos como o petróleo, o carvão e o gás natural, que servem como combustíveis para o funcionamento das máquinas industriais e agrícolas e dos meios de transporte, assim como para geração de eletricidade. Além disso, alguns desses recursos, como o petróleo e o carvão, são utilizados como matéria-prima na indústria química.

O carvão: fonte histórica de energia O carvão teve papel fundamental no desenvolvimento das atividades fabris (máquinas a vapor na Primeira Revolução Industrial). Ele ainda representa uma fonte de energia de grande importância, por exemplo, na fabricação de aço pelas indústrias siderúrgicas (calor necessário para os altos-fornos de fundição), geração de eletricidade em usinas termolétricas. Ele continua relativamente abundante na natureza. As jazidas carboníferas proporcionaram o desenvolvimento de importantes aglomerações industriais em algumas regiões do hemisfério Norte.

O carvão: fonte histórica de energia Estas reservas formaram-se há cerca de 300 milhões de anos, durante o Carbonífero (florestas de coníferas, soterradas em lagos e pântanos). Dependendo do teor de carbono: antracito (95%); hulha (75% e 90%); linhita (60% e 75%) e a turfa (até 55%). O Brasil abriga apenas 0,1% das reservas mundiais em SC e RS. Sendo de menor teor de carbono e grande quantidade de impurezas, precisa ser misturado ao importado para ser utilizado em indústrias.

A importância do petróleo no mundo atual É a principal fonte de energia utilizada no mundo. Tem origem fóssil e é considerado um recurso natural não renovável. A maior parte das bacias petrolíferas remonta de 135 a 65 milhões de anos (Cretáceo). Nestes locais são encontrados também o gás natural (fonte alternativa e menos poluente) e o xisto betuminoso. Por meio do refino do petróleo são obtidos vários produtos. Por exemplo: tecidos sintéticos, inseticidas, medicamentos, tintas, explosivos e plásticos (polímeros)

A produção e o consumo mundial de petróleo Vivemos na Era do Petróleo A invenção dos motores de explosão e o uso desse hidrocarboneto como combustível no final do século XIX, permitiram novos meios de transporte (automóveis, aviões, máquinas agrícolas tratores e colheitadeiras-. Seu estado líquido, naturalmente, facilita seu transporte por oleodutos, gasodutos, navios. O seu comércio é uma das atividades econômicas mais importantes do século XX, nas regiões produtoras e consumidoras.

Geopolítica do petróleo Primeiros poços: EUA, meados do século XIX. A maior parte das atividades é executada por um número restrito de empresas especializadas. As etapas de processamento e transporte exigem tecnologias sofisticadas. Depois da explosão do seu consumo (início do século XX), a exploração ficou concentrada nas Sete Irmãs (Exxon, Mobil, Standard Oil, Texaco, Gulf, British Petroleum e Royal Dutch Shell). Elas controlaram o negócio no mundo durante várias décadas, determinando o aumento ou redução do valor do barril, de acordo com os seus interesses.

Geopolítica do petróleo Essas empresas mantinham atividades no Oriente Médio, África e América Latina, pagando royalties aos governos para exploração. Para acabar com este oligopólio, um grande grupo de países subdesenvolvidos fundou na década de 1960 a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Como ela reunia alguns dos maiores produtores de petróleo do mundo, passou a desempenhar papel fundamental nas decisões econômicas e políticas mundiais, influindo nos preços e comercialização desse produto. Ex: crise de abastecimento em 1973, quando eles decidiram reduzir a oferta do produto elevou em 400% o preço do barril.

A produção de petróleo no Brasil Alguns países importadores de petróleo criaram empresas estatais de prospecção e extração. Caso da Petrobrás, na década de 1950. As maiores jazidas (bacias) estão localizadas na plataforma continental marítima (90%). A maior e mais importante é a bacia de Campos (RJ, responsável por 80%). A produção nessas áreas representa a quase totalidade do petróleo consumido no país. Em 2006, foi anunciada a descoberta de um conjunto de bacias com muitas reservas de petróleo, o Campo de Tupi (entre SP e RJ). A atividade petrolífera no Brasil não é monopólio da Petrobrás, mas ela é a principal empresa do segmento.

O Brasil e a autossuficiência em petróleo Existem 2 tipos: leve (nafta, querosene, gasolina, óleos lubrificantes) e o denso (diesel e asfalto). O Brasil é autossuficiente no que se refere a quantidade. No entanto, em relação a qualidade leve ainda dependemos de importações. Apenas 6% do petróleo do país é leve. É preciso importar um quinto do petróleo das refinarias. Outro problema é que as refinarias que existem (década de 1950 e 1960) tem tecnologia apenas para processar petróleo leve. Apenas na década de 1970 é que isso começou a mudar. O petróleo denso é mais barato no mercado internacional.

O potencial da exploração na camada pré-sal Localizada a 340 km da costa, em uma faixa de 200 km de largura e 800 km de comprimento entre ES e SC, em três bacias sedimentares: Espírito Santo, Campos e Santos. Nestas áreas, a Petrobrás descobriu uma grande reserva de petróleo entre 5 a 7 mil metros de profundidade, abaixo de uma camada de sal. Estima-se que as reservas poderiam colocar o Brasil como um dos 10 maiores produtores de petróleo do mundo. No entanto a exploração ainda é muito desconhecida (quanto pode ser extraído em cada campo, impacto da exploração) e demanda investimentos altíssimos.

O esgotamento do petróleo e o futuro energético mundial O ritmo acelerado do crescimento econômico, e da exploração da natureza, leva a acreditar que as reservas naturais de petróleo, por exemplo, estão às vésperas da exaustão. Não se sabe exatamente qual a sua duração, apesar de serem estimadas entre 40 a 70 anos, fora a descoberta de novas jazidas. A perspectiva de esgotamento das reservas conhecidas aumenta o interesse das potências econômicas mundiais pelo controle das jazidas existentes.

As grandes potências e o controle do Golfo Pérsico Os EUA são o país que mais consome energia. Portanto, o controle sobre reservas petrolíferas é um aspecto importante em sua política externa. O Golfo Pérsico conta com quase dois terços das reservas mundiais, concentrado na Arábia Saudita e no Iraque. Nas últimas décadas, o controle dessas áreas foi a principal causa das chamadas guerras do Golfo (Kuweit em 1990, Iraque em 2003). Os EUA e a Europa tem mantido o controle sobre os países produtores nas ultimas décadas, mas há um país que pode desestabilizar essa hegemonia: o Irã.

Fontes alternativas e o futuro energético mundial As pesquisas tecnológicas direcionadas para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia são prioritárias. As mais viáveis seriam: o Sol, ventos, gases combustíveis e os chamados biocombustíveis. Além disso, obtêm-se esforços para aperfeiçoar tecnologias que aumentem a eficiência e diminuam o consumo e a liberação de poluentes. Fortes pressões tem sido feitas para abandonar as matrizes baseadas nos combustíveis fósseis e a energia nuclear.

Fontes alternativas e o futuro energético mundial Nas próximas décadas, os países ricos e industrializados vão parar de consumir combustíveis líquidos (gasolina e diesel) e nuclear, para apoiar-se nos combustíveis gasosos (gás natural e o hidrogênio)

O futuro energético do Brasil Aqui, 44% da produção de energia provém de fontes renováveis (hidroeletricidade e biomassa). Os 56% são provenientes de fontes fósseis não renováveis (petróleo e carvão). A hidroeletricidade se expandiu no país a partir das crises do petróleo na década de 1970, aproveitando o grande potencial hídrico da região. Este sistema gera cerca de 80% da energia elétrica produzida. Mas grandes impactos ambientais e sociais são gerados na construção das barragens. Outra estratégia adotada pelo governo brasileiro é na produção dos biocombustíveis (cana-de-açúcar, óleos vegetais), desde a década de 1970, além da energia eólica.