Traça dos livros. Baratas: Introdução



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Transcrição:

Traça dos livros As traças dos livros, também chamadas de traças prateadas, pertencem à Ordem Thysanura e são insetos que se alimentam de substâncias ricas em proteínas, açúcar ou amido, sendo muito comuns em residências, onde podem causar danos pelo ataque aos cereais, farinhas de trigo (úmidas), papéis que contenham cola (papel de parede, livros encadernados em brochura, etc), roupas engomadas e tecidos de "rayon". Raramente atacam roupas de lã e outros produtos de origem animal. Seu aspecto lembra um peixe prateado, daí um de seus nomes em inglês ser "silverfish". As espécies encontradas nas residências têm coloração cinza prateada. Seu tamanho varia de 0,85 a 1,3 cm, dependendo da espécie e do ínstar (estágio de desenvolvimento). As traças dos livros podem ocasionar enormes danos às roupas e papéis. Quando presentes nas bibliotecas, há necessidade de controle periódico (anual). Baratas: Introdução As baratas são os insetos mais comuns ao convívio humano, no entanto, das cerca de 4.000 espécies existentes, a sua maioria é silvestre. Apenas menos de 1% busca o convívio com o homem, devido às condições propícias relacionadas à disponibilidade de alimento, abrigo e água. Estas espécies são chamadas de baratas domésticas. Assim, baratas domésticas são aquelas que vivem dentro de residências (domicílios ou outras estruturas construídas pelo homem), no peridomicílio (ao redor de estruturas) e seus anexos, tais como caixa de gordura, esgoto, bueiros e outros locais úmidos e escuros. A presença de baratas em nossos lares causa, sem dúvida, mais distúrbios para seus moradores (aflição, angústia, "stress") do que qualquer outro inseto próximo ao homem. Parte desse incômodo se deve ao fato das pessoas não gostarem de nenhum tipo de inseto. Além do mais, existe uma crença de que a presença de baratas demonstra que o local não possui higiene e conservação adequadas. No entanto, as baratas vivem em qualquer ambiente independente do grupo étnico ou classe social. Embora muitas residências estejam muito bem conservadas, isto não impede que as mesmas venham a sofrer uma infestação a qual será limitada pela falta de alimento e abrigo para estes insetos, taxados como os mais repugnantes dentre os que convivem com o homem.

As baratas são cosmopolitas, encontrando-se nos mais diversos ambientes ao redor do mundo (menos nas calotas polares). A maior parte das espécies é de origem tropical ou subtropical, havendo referências de serem procedentes do continente africano. Os estudos de fósseis de baratas demonstram que estes animais mudaram muito pouco nos aproximadamente 300 a 400 milhões de anos que existem na face da terra. Por isso, a barata é considerada uma das espécies de maior capacidade de adaptação e resistência do reino animal, podendo adaptar-se às mais variadas condições do meio ambiente. Baratas são insetos de pequena importância médica, quando comparados a outros insetos transmissores de doenças, tais como a dengue, malária, etc. Não há evidência de que as baratas causem doenças ou zoonoses por transmissão direta (não são vetores). Popularmente, as baratas são consideradas veiculadoras de doenças causadas por disseminação mecânica de patógenos diversos tais como esporos de fungos, bactérias, vírus, etc., nas pernas e corpo, adquiridas quando percorrem esgotos e lixeiras ou outros lugares contaminados. Assim, por exemplo, é que certas bactérias podem causar gastroenterites e surtos diarréicos, quando do contato destes animais (sua saliva ou excrementos) com alimentos ou utensílios de uso humano, como copos, talheres, bandejas, panelas, etc. Além disso, podem conter patógenos dentro de seu corpo (como protozoários) que podem, eventualmente, causar doença. São assim, por exemplo, hospedeiros intermediários de vários helmintos que infestam mamíferos e aves. Galinhas, patos, marrecos e outras aves se alimentam de baratas, podendo infestar-se destes parasitos enquanto as devoram. Os excrementos e pele resultantes de suas mudas podem provocar reações alérgicas tais como o lacrimejamento, erupções cutâneas e coriza, em pessoas mais sensíveis. Os patógenos mais comuns associados às baratas incluem bacterias dos gêneros Salmonella (veneno alimentar), Staphylococcus, Streptococcus, Coliform, Bacillus e Clostridium, a bactéria Escherichia coli (diarréia) e Shigella dysenteriae (desinteria), protozoários causadores de toxoplasmose e antígeno de hepatite B. Barata alemã (Blatella germanica) A Blatella germanica é denominada de barata pequena, barata alemãzinha, barata alemã, francesinha, paulistinha. Trata-se de baratas de pequeno tamanho, altamente prolíficas. Como ninfa chegam a medir um milímetro.

Ela pode ser classificada conforme mostramos no quadro a seguir: CLASSIFICAÇÃO Reino Animalia Filo Arthropoda Classe Insecta Ordem Blattodea Família Blattellidae Gênero Blattella Espécie Blattella germanica (Linnaeus) Os lugares preferidos para e abrigarem são acanhados e geralmente passam despercebidos aos nossos olhos, como por exemplo, azulejos quebrados, batentes de portas, armários e prateleiras de madeira, vãos e cavidades em geral (conduítes elétricos), motores de equipamentos de cozinha, atrás e debaixo de pias e balcões, etc. Diferentemente da P.amerciana, a B.germanica carrega a ooteca até que esteja madura, depositando-a em um lugar abrigado próximo de uma fonte de alimento. Áreas onde ocorrem a manipulação e armazenagem de alimentos estão sujeitas a infestação pela B. germanica. Assim, embalagens de produtos são um eficiente mecanismo de dispersão da praga, uma vez que elas se alojam facilmente em pequenos espaços em caixas de papelão, sacos plásticos e outros materiais. É desta maneira que a barata alemã, assim como outras, pode se dispersar com facilidade para qualquer lugar do mundo, seja sua vizinhança, seja um outro país. Ocorre a concentração de baratas alemãs na cozinha, sanitários e outras áreas onde haja alimento e umidade disponível. Em nossas residências podemos facilmente criar "habitats" para as baratas, através do acúmulo de jornais e livros, acúmulo de lixo, furos e rachaduras em paredes, azulejos soltos, forros de gesso e madeira, vãos entre a instalação elétrica / hidráulica e as paredes, espaço entre o fundo de armários embutidos e gabinetes em relação a parede. Também em armários e ambientes fechados pouco ventilados, com acúmulo de materiais como em maleiros de guarda-roupas, cabine de quadros de energia e relógio de água, porões, sótãos). Barata-de-esgoto (Periplaneta americana)

A Periplaneta americana, também denominada de barata grande, barata voadora, barata-de-esgoto, é uma das espécies domésticas mais comuns no Brasil. Ela pode ser classificada conforme mostramos no quadro a seguir: CLASSIFICAÇÃO BARATA AMERICANA Reino Animalia Filo Arthropoda Classe Insecta Ordem Blattodea Família Blattidae Gênero Periplaneta Espécie Periplaneta americana (Linnaeus) As baratas americanas podem viver em grandes grupos sobre paredes nuas, desde que não haja perigo ou distúrbios constantes, como predadores naturais ou outros riscos (limpeza, etc.). No entanto, normalmente apresentam um comportamento mais tímido, vivendo em ambientes mais reclusos e maiores, uma vez que se tratam de insetos grandes, que não podem se esconder em qualquer lugar. Normalmente, a barata americana deposita a ooteca em um lugar seguro (abrigo) próximo de uma fonte de alimento e numa inspeção, lugares como rodapés, rachaduras, cantos e frestas, ralos, caixas de gordura, etc, devem ser inspecionados para avaliar o grau de infestação desta praga. Os locais preferidos para os adultos se estabelecerem são os esgotos, as canaletas de cabos, as caixas de inspeção, as galerias de águas pluviais, as tubulações elétricas. Aparecem também em áreas pouco freqüentadas por pessoas como os arquivos e depósitos em geral, principalmente onde haja abundância de papelão corrugado, seu esconderijo preferido. Cupins: Introdução Os cupins são insetos conhecidos por nós pelo hábito de se alimentarem preferencialmente de celulose, atacando por esta razão papéis, livros, estruturas de madeira, ou qualquer outro material derivado deste composto (polímero). Os cupins existem na Terra há muito mais tempo que o próprio homem, sendo que restos fossilizados deste insetos já foram encontrados em formações geológicas datadas de 55 milhões de anos. Durante todo este período, os cupins

têm desempenhado um papel fundamental no meio ambiente, na decomposição de matéria orgânico ao solo, contribuindo para a incorporação de nutrientes e fertilidade do solo. No entanto, desde que o homem começou a construir habitações ou estruturas de madeira, é que se conhecem os danos causados por este inseto. A própria denominação "cupim" é mais antiga que o Brasil, tendo sua origem na língua Tupi e significando "montículo", em referência ao formato do ninho de uma determinada espécie de cupim encontrado no interior do Brasil. De acordo com o Dicionário Aurélio, podemos encontrar os seguintes sinônimos da palavra cupim, em Português: térmita, térmite e itapicuim, este último utilizado na região Amazônica do Brasil. A denominação térmita, por sua vez, é originada do latim "Termes" e era utilizada pelos romanos ao se referirem ao "verme da madeira", seu significado em latim, dada a aparência que os mesmos apresentam quando infestando uma estrutura de madeira. É interessante frisar, porém, que existem muitas espécies de cupins e sua fonte de alimento pode variar bastante - existem cupins que comem raízes de plantas ou fungos, por exemplo. Desta maneira, é importante saber identificar a espécie a ser controlada, diferenciando cupins que não causam prejuízos ao homem (úteis na manutenção da cadeia alimentar na natureza) dos cupins que causam danos ao patrimônio privado, histórico ou cultural do homem. O texto que apresentamos aqui procura ajudá-lo na identificação dos cupins e dos danos que causam, contribuindo para que encontre uma solução para os eventuais casos de ataque. Cupins de madeira seca e Cupins Subterrâneos: os dois principais grupos Conforme comentamos, existem muitas espécies de cupins que podem ser agrupados de diferentes maneiras. Dependendo da localização e do formato do ninho, podemos citar, por exemplo, os cupins de montículo, responsáveis por prejuízos na lavoura, os cupins de madeira podre ou úmida, os cupins de madeira seca, os cupins arborícolas, os cupins subterrâneos, etc. Para simplificarmos nossa abordagem trataremos, de uma maneira genérica, de dois grupos de cupins que são conhecidos por causarem grandes danos econômicos ao homem: os cupins de madeira seca e os cupins subterrâneos. Como o próprio nome indica, os cupins de madeira seca são os cupins que fazem o ninho na madeira seca, ou seja, a colônia encontra-se na madeira seca que, ao mesmo tempo, serve de abrigo e de alimento.

O cupim subterrâneo, por sua vez, faz o ninho no solo, geralmente próximo a uma fonte de umidade ou alimento. Desta maneira, o cupim subterrâneo, sai do ninho em busca de alimento para sobreviverem. Estes dois grupos de cupins apresentam comportamentos completamente diferentes entre si, e conhecer este comportamento e a biologia dos cupins é fundamental para que possamos entender as estratégias de controle deste inseto. Cupins de madeira seca Descrição Como comentamos anteriormente, os cupins de madeira seca são cupins que vivem em madeira com relativamente baixo teor de umidade. Eles não necessitam, assim, contato com o solo ou com outra fonte de umidade. A própria madeira e o ambiente em que vivem provêem a umidade que necessitam para sobreviver. Por viverem dentro da madeira seca, eles são frequentemente transportados de um local a outro em móveis infestados, caixas ou "containers" de madeira, estrados de madeira, molduras de quadros, etc. Classificação O cupim de madeira seca economicamente mais importante no Brasil é o Cryptotermes brevis. Existem 8 espécies do gênero Cryptotermes no continente americano. Ordem: Isoptera Família: Kalotermitidae Gênero: Cryptotermes Espécie: Cryptotermes brevis (Walker, 1853) Descrição O Cryptotermes brevis, chamado popularmente de cupim de madeira seca, é um cupim que encontra-se normalmente restrito à peça atacada, não tendo capacidade de passar de uma madeira infestada para outra a não ser que efetivamente exista um ponto de contato entre ambas as madeiras. Neste caso, a colônia pode se estender e infestar todo o madeirame em contato. O tamanho da colônia é proporcional ao tamanho da peça atacada, uma vez que encontra-se restrito a ela. Por este motivo, os cupins de madeira seca normalmente apresentam colônias pequenas, com cerca de 300 indivíduos a alguns milhares. Uma colônia de cupim de madeira seca pode chegar a ter 3000 indivíduos após 15 anos.

O pequeno tamanho da colônia é, entretanto, compensado pelo grande número de colônias que podem ser encontradas em uma determinada estrutura, podendo haver centenas de colônias convivendo no mesmo ambiente. Por estarem protegidos de predadores durante a revoada (que podem ocorrer dentro da própria estrutura), não dependerem de contato com o solo e sobreviverem em madeiras com pouca umidade, muitos alados podem sobreviver por ocasião da revoada e formar novas colônias. O seu ataque encontra-se em expansão no Brasil, onde acredita-se tenha sido introduzido através de importação de estruturas de madeira infestadas. Provavelmente originado da Jamaica, este cupim vêm espalhando-se, através de navios, para o resto do mundo. O C. brevis é típico de construções humanas, ou seja, dificilmente são encontrados em árvores ou mesmo em madeiras abandonadas no exterior de construções humanas. De fato, até agora, nunca foram encontrados nos locais e ambientes citados acima, caracterizando um comportamento estritamente antropófilo. Estes cupins são sensíveis à umidade e, portanto, à perda de água. Esta sensibilidade é tamanha que suas fezes são formadas por pelotas fecais secas, comprimidas durante o processo de xcreção, a fim de não perder água no processo de eliminação de impurezas orgânicas. Estas fezes ficam armazenadas por um tempo em uma câmara no ninho e podem ser usadas para fechar canais que eventualmente não estejam mais sendo utilizados ou para fins de defesa. Periodicamente, por causa do acúmulo de fezes, os cupins as eliminam sob a forma de uma "chuva" típica. As fezes se acumulam, assim, logo abaixo do orifício de eliminação, ao longo da peça atacada. Este é o mais típico sinal de infestação por cupins de madeira seca. Após a eliminação das fezes, o orifício formado (de formato circular com diâmetro de cerca de 1-2 mm) é então novamente fechado. Que pózinho é esse? Quando alguém faz esta pergunta, prepare-se: pode ser cupim ou pode ser broca. Veja abaixo como identificar se é um ou outro. Tem um pózinho no meu armário! A minha porta está cheia de furos! Encontrei um montinho de grânulos no meu guarda-roupas! Quem já não observou estas ocorrências dentro de casa, ou embaixo da porta, dentro de um armário ou no telhado? Este "pózinho" na verdade, pode ser muito diferente e servir para identificar o inseto que está atacando o seu patrimônio. Fique atento para as principais diferenças entre os "pózinhos" para que possa identificar a melhor maneira de controlar estes insetos.

Qual inseto está atacando? BROCA DA MADEIRA Se você encontrar um pó fino semelhante a talco, ou uma serragem pequena trata-se de um ataque de broca de madeira. As brocas de madeira são besouros cujos ovos são depositados em peças e estruturas de madeira, bambú, cana da índia, etc. Ao eclodirem as larvas, estas iniciam sua alimentação realizando galerias na peça de madeira infestada, e expelindo um pó fino originado desta atividade. Quando cessa o aparecimento do pó, a larva completou seu desenvolvimento e se prepara para empupar. Após algumas semanas ou meses (dependendo da espécie), emerge o adulto e o ciclo da vida continua. Foto 1. Larva de uma broca de madeira (besouro) e o pó decorrente de sua atividade. CUPIM DE MADEIRA SECA A presença de grânulos secos e duros, de coloração clara a avermelhado e até escuras, indica atividade de cupins de madeira seca. Estes grânulos são fezes, expelidas das galerias realizadas na estrutura ou peça de madeira. A coloração pode variar conforme a cor da madeira. As fezes escuras (quase pretas) sugerem uma atividade ocorrida há alguns anos e que revoadas de cupins alados (reprodutores) já devem ter ocorrido; nesta fase não encontramos mais insetos e somente os danos ocasionados. Foto 2. Operário e grânulos (fezes) de um cupim de madeira seca. Cupins Subterrâneos Os cupins subterrâneos são assim denominados por construírem seus ninhos no solo. De fato, estes cupins também podem construir seus ninhos em vão estruturais, como: caixões perdidos em edifícios, vãos entre lajes, paredes duplas, ou qualquer outro espaço confinado que exista em uma estrutura, seja ela uma residência, indústria ou comércio. Por esta razão, a denominação cupim subterrâneo não é a mais correta quando se trata deste grupo de cupins. No entanto, dada a universalidade da descrição (em inglês este grupo de cupins é chamado de "subterranean termite") e a

familiaridade do termos entre pesquisadores da área, manteremos a mesma denominação para estes cupins no Brasil. A única restrição fica no fato de nos lembrarmos que, além do solo, estes cupins podem construir seus ninhos em vãos estruturais. Esta é uma característica que o diferencia dos cupins de madeira seca, cujos ninhos estão confinados à madeira infestada. O sinal típico de ataque dos cupins subterrâneos são os caminhos que eles fazem sobre a alvenaria ou outro material. Feitos de terra, fezes e saliva, estes cupins constroem verdadeiros túneis que os protegem de predadores, perda de água, e outros contratempos. Outra diferença é que os operários destes podem transitar em outros meios que não a madeira, em busca de alimento. O cupim de madeira seca, ao consumir toda a madeira que o abriga, se não tiver acesso a outra madeira em contato com a primeira, condena a sua colônia a morte. A vida útil da colônia está, assim, ligada à duração da fonte de alimento. Os cupins subterrâneos, podendo sair da colônia em busca de alimentos, não têm este problema, dada a fartura de elementos a base de celulose que se encontra na natureza ou nas proximidades do próprio ninho. Classificação Família: Rhinotermitidae Gênero: Coptotermes Espécie: Coptotermes havilandi Holmgren, 1911. Descrição O Coptotermes havilandi é uma das espécies de cupins denominados de cupins subterrâneos sendo, sem sombra de dúvida, a espécie invasora de estruturas de maior importância econômica no Brasil. Dentro da família Rhinotermitidae encontram-se os cupins que mais prejuízos causam à madeira, em todo o mundo. Existem cerca de 45 espécies de cupins descritas e, dentre elas, o Coptotermes havilandi, que infesta estruturas no Brasil. Nos Estados Unidos existe uma espécie diferente, denominada Coptotermes formosanus, que ainda não ocorre no Brasil. Recentemente foi identificado o Coptotermes havilandi em um bairro de Miami, uma cidade portuária localizada no Estado da Flórida, no sudeste dos Estados Unidos, fato este que tem causado grande preocupação aos norte-americanos. No Brasil, acredita-se que o C. havilandi foi introduzido em 1923, através de importações de materiais infestados que chegaram por cidades portuárias. Ou seja, da mesma maneira que ele acabou sendo introduzido nos Estados Unidos em 1996: de navio.

O soldado desta espécie apresenta a cabeça arredondada, de cor amarelo claro, com mandíbulas proeminentes e dotados de um poro logo atrás das mandíbulas que é conectado a uma glândula cefálica, chamado de fontanela. Esta glândula produz um líquido viscoso do tipo cola que é usado para defesa, sendo excretado em grande volume (proporcionalmente) quando encontram-se em perigo. O soldado possui uma cabeça mais avantajada, necessária para sustentar as mandíbulas na defesa da colônia. A rainha do cupim subterrâneo pode colocar cerca de 1000 ovos por dia. A rainha e o abdome fisiogátrico: o tamanho é resultado do acúmulo de ovos em desenvolvimento dentro de seu corpo para dar conta das milhares de posturas características de algumas espécies. Um estudo visando quantificar o tamanho de uma colônia típica de cupins subterrâneos (C. formosanus) nos Estados Unidos, mostrou que, dentre 8 colônias estudadas em Miami, o número de cupins variou entre 1,4 a 6,86 milhões de indivíduos. Estas colônias apresentaram uma área de forrageamento (busca de alimentos) de 162 a 3571 metros quadrados, respectivamente. Operários da menor colônia viajaram cerca de 43 metros lineares à procura de alimento, enquanto da maior colônia chegaram à distância de 115 metros do ninho em busca de alimento. Os ninhos são volumosos e, normalmente, quando não construídos no solo, são construídos em locais ocultos e úmidos tais como em porões, caixões perdidos, paredes e lajes duplas, frestas em construções, poços de ventilação e de elevadores, espaços vazios abaixo do pisos, caixas de eletricidade e telefonia, etc. Este cupim não necessita de contato com solo para se desenvolver, desde que tenha contato com a água (há casos de infestação em prédios nos andares mais altos e nos logo abaixo não). No entanto, o foco principal pode estar no próprio solo. Uma das principais características deste cupim é que não estão restritos à peça atacada, podendo infestar domicílios, árvores ornamentais, madeiras em geral (parques, jardins). Árvores ornamentais podem servir de excelentes abrigos para cupins, contendo colônias no interior do tronco ou abaixo das raízes. Para passar de um local a outro, a procura de alimentos, os operários fazem túneis no solo. Quando se depara com ambientes abertos, o C. havilandi usa fezes e partículas de solo cimentadas com saliva, na construção de galerias de comunicação, formando longos túneis que os protegem do ataque de inimigos

naturais e da perda de umidade. Estes túneis são o principal sinal de ataque por cupim subterrâneo em estruturas e podem estar camuflados pela infinidade de espaços e frestas que permeiam as edificações, tais como juntas de dilatação, rachaduras, conduítes elétricos e telefônicos, frestas de instalações hidráulicas ou de ar condicionado e prumadas de esgoto, típicas de prédios etc. Estes cupins são tão vorazes que chegam a fazer 30 a 50 metros de galerias à procura de alimento.também apresentam um comportamento ávido por espaços vazios, o que facilita a infestação de grandes construções ou instalações como caixas de luz, onde a madeira que suporta as chaves elétricas ou relógios de medição ficam protegidas do ambiente externo pelo vidro colocado nas caixas. O preenchimento dos espaços vazios é rápido e mesmo que não haja frestas, se o reboque se apresentar fresco ou estiver fraco, os cupins podem remover os mesmos da parede e construir a colônia (caso localize um túnel isolado na parede experimente quebrar a parede para localizar frestas). Os ninhos são construídos da mesma maneira que as galerias, ou seja com o uso das fezes úmidas que são colocadas uma sobre a outra, formando estruturas tipicamente do tipo cartonado, repleto de galerias internas. O crescimento da colônia é muito mais rápido do que o crescimento da colônia de cupim de madeira seca. O ninho formado por um casal apresenta, um ano após o acasalamento, cerca de 40 indivíduos entre soldados e operários. Da mesma maneira que os cupins de madeira seca, quando os sinais de infestação tornam-se aparentes, muitas vezes o prejuízo já é de grande monta, nada mais restando ao proprietário do imóvel que controlar a infestação e consertar os locais atacados. Por apresentarem colônia muito grande, as revoadas dos C.havilandi são de grande porte, envolvendo centenas de indivíduos. Ocorre normalmente entre as 17 e 20 horas, no início da primavera, quando a umidade favorece (pode no entanto revoar mais tarde). Este período favorável para revoadas, em São Paulo, se estende de agosto a dezembro. Danos Estimativas feitas com o Coptotermes havilandi, nos Estados Unidos, indicam que uma colônia desta espécie, contendo cerca de 3 milhões de indivíduos, pode consumir madeira a uma taxa de 360 gramas por dia. Uma colônia madura de cupins subterrâneos desta espécie pode causar severos danos a uma estrutura em apenas três meses. Desta maneira é imprescindível que seja identificado o quanto antes uma infestação por cupim subterrâneo. O montante dos danos pode ser grande não apenas pelo tamanho da colônia que está atacando uma estrutura, mas também porque nada impede que duas ou mais colônias estejam infestando a mesma estrutura.

Piolho-de-livros (Psócidos) Os Psocoptera ou Corrodentia são erroneamente chamados de piolho-de-livros, pois não são parasitos, nem tão pouco se parecem com piolhos. As espécies encontradas dentro de residências, raramente apresentam-se em grande número. Alimentam-se de fungos, cereais, pólen e fragmentos de insetos mortos. Ocasionalmente, ocorrem infestações mais altas em locais com grande teor de umidade, principalmente sob carpetes de madeira em contato com parede úmida. Os insetos alojam-se sob o carpete para se alimentarem do bolor que cresce ali. Os piolhos-de-livro são de tamanho pequeno (menos que 8 mm), possuem corpo mole e apresentam indivíduos com asas curtas e outros com asas longas. Quando em repouso, estas são mantidas em forma de telhado sobre o abdômen. Os ovos dos piolhos-de-livros são depositados isoladamente ou em grupos. Muitas vezes são cobertos com seda ou detritos. Os psócidos também são encontrados nas plantas e constróem extensas teias, principalmente sobre plantas cítricas. As espécies de psócidos que vivem nas residências, podem ser coletadas com um aspirador de pó ou pincel molhado. Equipamentos de Proteção Individual ÓCULOS PROTETORES FACIAIS LUVAS PVC, Látex natural, Emborrachadas CAPACETES PROTETORES AUDITIVOS MÁSCARAS E RESPIRADORES CALÇADOS DE SEGURANÇA VESTUÁRIO DE PROTEÇÃO OUTROS: Cinturões de segurança, Coletes e cintos refletivos, Lanternas, Macas, Ventilador/exaustor: para trabalhos em ambientes confinados.