TRANSISTORES DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO JFET

Documentos relacionados
Capítulo 5 e 6 - Transistor Efeito de Campo FET e Polarização do FET

Transistores de Efeito de Campo FET Parte I

Tecnologia em Automação Industrial ELETRÔNICA II. Aula 03. Transistores JFET. Prof. Dra. Giovana Tripoloni Tangerino

Transistor de Efeito de Campo de Junção - JFET. Prof. Dr. Ulisses Chemin Netto ET74C Eletrônica 1

Tecnologia em Automação Industrial 2016 ELETRÔNICA II

IFBA. CELET Coordenação do Curso Técnico em Eletrônica Professor: Edvaldo Moraes Ruas, EE. Vitória da Conquista

A figura 1 apresenta um esboço da polarização de um J-FET canal N: junção PN inversamente polarizada, VGS 0, e VDS positivo (VDS > 0).

Nota a respeito de FET, MosFET e PIC16F877A

Transistores de Efeito de Campo FET Parte II

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA ELETRÔNICA 1 - ET74C Prof.ª Elisabete Nakoneczny Moraes

CIRCUITOS ELETRÔNICOS MÓDULO 4: AMPLIFICADOR DE PEQUENOS SINAIS A JFET.

Tecnologia em Automação Industrial 2016 ELETRÔNICA II

O Transistor de Efeito de Campo Aula 1

DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS

Transistores. Figure 1. corrente de electrões num díodo de junção p-n

Tecnologia em Automação Industrial 2016 ELETRÔNICA II Aula 08

PSI-2325-Laboratório de Eletrônica I. Polarização de Transistores de Efeito de Campo de Junção. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

Transistores Bipolares de Junção (TBJ) Parte I

Instituto Educacional São João da Escócia Colégio Pelicano Curso Técnico de Eletrônica. FET - Transistor de Efeito de Campo

Introdução 5. Transistor de efeito de campo 6

Tecnologia em Automação Industrial ELETRÔNICA II. Aula 05 MOSFET. Prof. Dra. Giovana Tripoloni Tangerino

Capítulo 3 Transistor Bipolar de Junção - TBJ. Prof. Eng. Leandro Aureliano da Silva

SSC0180- ELETRÔNICA PARA COMPUTAÇÃO. Professor: Vanderlei Bonato Estagiária: Leandro S. Rosa

Transistores MOSFET. TE214 Fundamentos da Eletrônica Engenharia Elétrica

MÓDULO 5: RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA DO AMPLIFICADOR DE PEQUENOS SINAIS A JFET.

Universidade Federal de São João del-rei. Material Teórico de Suporte para as Práticas

Transistores Bipolares de Junção (BJT) TE214 Fundamentos da Eletrônica Engenharia Elétrica

ELT 313 LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA ANALÓGICA I Laboratório N o 7 Transistor de Efeito de Campo de Junção (JFET)

SOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS REFERENTES A FET DIVISOR DE TENSÃO E AUTOPOLARIZAÇÃO ANÁLISE CC.

Física Básica do Dispositivo MOS. Aula 4 Prof. Nobuo Oki

FET (FIELD EFFECT TRANSISTOR)

Instituto Educacional São João da Escócia Colégio Pelicano Curso Técnico de Eletrônica. Polarização de um JFET

Eletrônica II. Germano Maioli Penello. II _ html.

Prof. Amauri Assef. UTFPR Campus Curitiba 1

Transistor NMOSFET (Metal-Oxide-Semiconductor Field Effect Transistor, canal N, tipo Enriquecimento) I DS D

Transistor. Este dispositivo de controle de corrente recebeu o nome de transistor.

Dispositivos e circuitos com FET s. Lista equipamentos. Capacitor 0.1 uf eletrolítico. 2 x Resistor 10K Protoboard + fios CI CD4007

Transistores Bipolares de Junção (BJT) Plano de Aula. Contextualização. Contextualização

Transistores Bipolares Parte I. Prof. Jonathan Pereira

CIDADE DE SANTANA DO LIVRAMENTO INSTRUÇÕES GERAIS. a c d

Aula 2 Amplificadores de Pequenos Sinais Capacitores de Acoplamento e de Desvio

Amplificadores de Estágio Simples (1) Aula 5 Prof. Nobuo Oki

Aula 23. Transistor de Junção Bipolar I

GUIA DE LABORATÓRIO PARA AS AULAS PRÁTICAS DE ELETRÔNICA II

Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas CEFET-RS. Aula 03. Modelos de Transistores MOS. Prof. Sandro Vilela da Silva.

Análise de TJB para pequenos sinais Prof. Getulio Teruo Tateoki

Eletrônica II. Germano Maioli Penello. II _ html.

Eletrônica II. Germano Maioli Penello. II _ html.

EN Dispositivos Eletrônicos

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MATEMÁTICA

1 a AULA PRÁTICA - ESTUDO DE BJT (NPN)

Aula 7 Transistores. Patentes

Microeletrônica. Aula 18. Prof. Fernando Massa Fernandes. Sala 5017 E.

Escola Politécnica - USP

REGULADOR A DIODO ZENER

ROTEIRO OFICIAL 11 Levantamento da Curva Característica do JFET

INTRODUÇÃO À ELETRÔNICA INDUSTRIAL (Unidade 1)

CIRCUITO AUTOPOLARIZAÇÃO Análise do modelo equivalente para o circuito amplificador em autopolarização a JFET.

Semicondutores de Potência

PSI ELETRÔNICA II. Critérios de avaliação de aprendizagem:

MOSFET: Polarização do MOSFET Aula 4

Eletrônica II. Germano Maioli Penello. II _ html.

Sumário. Volume II. Capítulo 14 Efeitos de frequência 568. Capítulo 15 Amplificadores diferenciais 624. Capítulo 16 Amplificadores operacionais 666

AULA 5- REALIMENTAÇÃO POSITIVA

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA JFET-TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO

Sumário. 1-1 Os três tipos de fórmula Aproximações Fontes de tensão Fontes de corrente 10

ROTEIRO OFICIAL 10 Levantamento da Curva Característica do JFET

Aula 17 As Capacitâncias de Difusão e de Depleção na junção pn. Prof. Seabra PSI/EPUSP 415

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ELETRÔNICA

Aula 21: Análise CC (Polarização) em circuitos com TBJs (p.246, p )

Transistor Bipolar de Junção - TBJ Cap. 4 Sedra/Smith Cap. 2 Boylestad Cap. 6 Malvino

Capítulo 2. Espelhos de Corrente. 2.1 Espelho de Corrente em Inversão Forte, na Configuração Cascode

Aplicações de Conversores Estáticos de Potência

Diodo de junção PN. Diodos 2

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO. TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO DE PARÂMETROS DE PROCESSO (TEPP) Prof. Victor Sonnenberg

ELETRÔNICA ANALÓGICA. Professor: Rosimar Vieira Primo

Índice. Agradecimentos Prefácios Sobre o livro Sobre os autores

Engenharia Elétrica - Eletrônica de Potência I Prof. José Roberto Marques docente da Universidade de Mogi das Cruzes

TE 046 DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS

Dispositivos Semicondutores. Diodos junções p-n Transistores: p-n-p ou n-p-n

Capítulo 6. Transistor efeito de campo

Interruptores Semicondutores

MOSFET: Polarização do MOSFET Aula 4

Ruído. Aula 11 Prof. Nobuo Oki

Aula 05 Transitores de Potência

Transistor de Junção Bipolar (TJB)

Eletrônica Analógica

Universidade Federal de Juiz de Fora Laboratório de Eletrônica CEL 037 Página 1 de 5

2. Dispositivos Semicondutores: Transistor Bipolar de Junção

1. TRANSISTOR DE JUNÇÃO BIPOLAR

Eletrônica II. Germano Maioli Penello. II _ html.

ELETRICIDADE E ELETRÔNICA EMBARCADA

Relatório - Prática 3 - MOSFET

Diodos FABRÍCIO RONALDO-DORIVAL

Tecnologia em Automação Industrial ELETRÔNICA II. Aula 02. Revisão: transistores BJT. Prof. Dra. Giovana Tripoloni Tangerino

Amplificadores Cascode. Aula 7 Prof. Nobuo Oki

Eletrônica II. Germano Maioli Penello. II _ html.

PSI ELETRÔNICA II. Prof. João Antonio Martino AULA

Eletrônica de Potência II Capítulo 1. Prof. Janderson Duarte

Transcrição:

TRANSISTORES DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO JFET Transistores bipolares dispositivos controlados por corrente (corrente do coletor é controlada pela corrente da base). Transistores de efeito de campo (FET Field Effect Transistor) tipo de transistor o qual a corrente é controlada pela tensão. A grande vantagem do FET sobre o TBJ: altíssima impedância de entrada (Megaohms) e baixo ruído. Aspectos Construtivos do JFET O JFET é um dispositivo unipolar : que significa que apenas um tipo de portador (elétron ou lacuna) é responsável pela corrente controlada. Existem dois tipos de JFET: JFET Canal N e JFET Canal P O JFET é formado por três terminais: Fonte (source) por onde os elétrons entram; Dreno (drain) de onde os elétrons saem; Porta (gate) que faz o controle da passagem dos elétrons. Será abordado nesta aula o JFET Canal N, pois o JFET Canal P é complementar, ou seja, considerar as correntes e tensões de forma inversa.

Funcionamento do JFET O objetivo: controlar a corrente ID que circula entre a fonte e o dreno, aplicando-se uma tensão na porta. Com o potencial de porta igual a zero, ou seja, VGS = 0, aplicandose uma tensão entre o dreno e a fonte VDS, surge uma corrente ID. Curvas de Dreno Com uma pequena tensão entre dreno e fonte V DS, a região N funciona como uma resistência, com a corrente I D aumentando linearmente com V DS. Conforme a tensão V DS aumenta, aparece uma tensão entre a fonte e a região de porta, polarizando reversamente essa junção. Isso faz com que a camada de depleção aumente, estreitando o canal, o que aumenta a resistência da região N, fazendo com que diminua a taxa de crescimento de I D.

A partir de um certo valor de V DS ocorre o estrangulamento do canal (estreitamento máximo), fazendo com que a corrente I D permaneça praticamente constante. Essa tensão é chamada de tensão de estrangulamento (pinch off - V po ) e corresponde à tensão máxima de saturação do JFET. A corrente de dreno para V GS = 0, no seu ponto máximo, é denominada corrente de curto-circuito entre dreno e fonte (drainsource shorted current - I DSS ) e corresponde à corrente máxima de dreno que o JFET pode produzir.

Curva característica de saída de um JFET (I D x V DS ) para V GS = 0V - Curva de Dreno Aplicando-se entre porta e fonte uma tensão de polarização reversa (V GS1 < 0), haverá um aumento na camada de depleção, fazendo com que o estrangulamento do canal ocorra para valores menores de V DS e I D.

Para cada valor de V GS obtém-se uma curva característica de dreno, até que ele atinja a tensão de corte = V P, na qual I D é praticamente zero. É importante observar que, para qualquer JFET, a tensão de corte V P é igual, em módulo, à tensão de estrangulamento do canal (V po ). V po = V P O fato de V GS ser negativo faz com que a corrente através da porta (I G ) seja desprezível, garantindo uma altíssima impedância de entrada (Z E ). Essa resistência pode ser calculada através da tensão máxima V GS que causa o corte do JFET (com V DS = 0) e da corrente de porta de corte I GSS. Z = E V I GS GSS EXEMPLO: No JFET BF245, para V GS = 20V, com V DS = 0, tem-se I GSS = 5 na. Portanto: Z VGS 20 9 = = = 4x10 = GΩ 9 I 5x10 E 4 GSS Note que há uma grande semelhança entre as curvas de dreno do JFET e a curva característica de saída do transistor bipolar, tendo, inclusive, as mesmas regiões: corte, saturação, ativa e ruptura.

Parâmetros encontrados nos manuais técnicos:

CURVA DE TRANSFERÊNCIA ou de TRANSCONDUTÂNCIA Mostra como I D varia em função da tensão V GS aplicada à porta: Note que um de seus pontos é I DSS, isto é, esta curva é obtida para o maior valor de V DS indicado na curva de dreno. Porém, como na região ativa da curva de dreno a variação de V DS causa uma variação muito pequena em I D, esta curva pode ser considerada válida para qualquer valor de V DS nesta região. Esta curva é um trecho da parábola que tem como equação: I D = I DSS V (1 V GS P 2 ) Esta equação é válida para qualquer JFET, pois é, deduzida a partir das características físicas de funcionamento do dispositivo.

O JFET é um dispositivo com tolerância muito elevadas. Por isso os manuais fornecem as curvas típicas (ou médias) de dreno e de transferência, ou valores máximos e mínimos para o par I DSS e V P, o que resultaria numa curva de transferência com duas parábolas, sendo uma para valores máximos e outra para valores mínimos. EXEMPLO: Para o JFET BF245A, o manual do fabricante fornece as seguintes curvas e dados:

Assim, com os dados máximos e mínimos de I DSS e V P e através da equação da curva de transferência, as duas parábolas podem ser traçadas: