BIOGEOGRAFIA HISTÓRICA: PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO 2

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Transcrição:

BIOGEOGRAFIA HISTÓRICA: PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO 2 Todo o desenvolvimento da vida sobre a terra, incluindo a distribuição das especies e táxons superiores, foram influenciados pela HISTORIA Existem padrões de distribuição para unidades taxonômicas e para comunidades Padrões de distribuição para espécies e táxons superiores Padrões de distribuição para comunidades: reinos ou regiões de fauna e flora.

Padrões de distribuição para espécies e táxons superiores, quanto à: situação geográfica continuidade evolução

Padrões de distribuição quanto à: situação geográfica áreas austrais áreas polares áreas holárticas áreas tropicais áreas pantropicais áreas paleotropicais áreas neotropicais

AREA AUSTRAL: Araucaria araucana

Araucaria cunninghamii

AREA PANTROPICAL Stenella longirostris (Spinner dolphin)

AREA HOLARTICA DIAPENSIACEAE (familia)

Padrões de distribuição quanto à continuidade: Áreas contínuas: mais ou menos ininterruptas Áreas descontinuas ou disjuntas: são aquelas distribuídas em duas ou mais zonas, separadas por uma distância superior a que a entidade biológica pode alcançar por seus meios de dispersão

Distribuição disjunta Ficus abutilifolia constitui duas espécies, as duas populações são morfologicamente distintas, e ecologicamente o fluxo gênico é limitado. Cada população tem polinizadores distintos.

Distribuição disjunta Arbutus-unedo (Ericaceae) Populaçao relictus Na Irlanda

Distribuição disjunta Liriodendron (tulip tree-magnoliaceae)) somente duas espécies vivem hoje em áreas muito separadas na Am. Norte e Se Asiático vide distribuição magnoliaceae cujo gênero era amplamente distribuído no passado relictus evolutivo Distribuição da família magnoliácea

Distribuição disjunta Artemisia norvegica Encontrada somente em duas areas montanhosas no N. Grã Bretanha e Noruega Distribuição disjunta- relictus climático

Distribuição disjunta Padrão ARTICO-ALPINO: Tundra localizada em altitudes elevadas (tundra alpina) e nas altas latitudes ambas no H Norte (tundra ártica) e H. Sul (tundra antártica). Tundra alpina, Cairngorms, Scotland Tundra ártica

Distribuição disjunta AREA BIPOLAR (DISTRIBUIÇAO EM ALTAS LATITUDES EM AMBOS OS HEMISFÉRIOS) GENERO: EMPETRUM (Empetraceae) E.rubrum HS E. nigrum HN

Distribuição disjunta Gorilla gorilla gorila ocidental (terras baixas) Gorilla beringei gorila oriental (terras altas ) Ate recentemente acreditava-se haver uma única espécie, mas hoje são reconhecidas duas Superfamília - Hominídeos Família - Pongídeos (orangutans, gorillas, chimpanzees, and bonobos

Padrões de distribuição quanto à evolução: Ex :Ginkgoaceae-Ginkgo biloba Áreas atuais: SE China Paleoáreas: cosmopolita durante o Mesozóico

AREAS RELICTO Relictos evolutivos: resulta da sobrevivência de um grupo outrora dominante e bem distribuído, incapaz de competir com novas formas, ex: Família Magnoliácea uma das plantas com flores mais antigas, que durante o Mesozóico formava um cinturão nas áreas tropicais, subtropicais e temperadas. Durante as flutuações climáticas do Quaternário sucumbiu a pressão e foi extinta em muitas partes do mundo Distribuição atual da família Magnoliácea

AREAS RELICTO Relictos climáticos Quando mudanças climáticas afetam a área de ocorrência de determinada espécie ou táxon superior levando à redução de sua área de ocorrência. Pode ser exemplificada pela distribuição disjunta do tipo artico-alpino, em que um táxon amplamente distribuído fica restrito às áreas circumpolares e nas porções mais altas das montanhas. A redução da área resulta de mudança ambiental e não da competição como no caso anterior das Magnoliaceas

Padrões de distribuição para comunidades: Abordagem histórica: reinos ou regiões de fauna e flora Abordagem ecológica e fisiográfica: biomas e formações vegetais

Abordagem histórica: reinos ou regiões de fauna e flora: flora

Exemplo comparativo reinos/regiões biogeográficos biomas CERRADO COMO BIOMA SAVÂNICO Aspectos fisionômicosecológicos (bioma) florísticos (flora neotropical)

ABORDAGEM FLORISTICA A FLORA NEOTROPICAL, o cerrado esta inserido na região biogeográfica Neotropical. Os terrenos cristalinos da antiga Gondwana, estiveram sempre emersos, e sua antiga flora expandiu-se para novas áreas formadas com a deriva dos continentes. A separação ocorreu no Cretáceo e terminou no Terciário. A flora Neotropical começou a irradiar para os terrenos mais novos durante o período Plio-Pleistocênico.

Abordagem ecológica e fisiográfica: biomas formações vegetais e Áreas zonais: zonobiomas: Zonoecótonos: Áreas azonais: (mangues, vegetação litorânea)

ZONOBIOMAS (WALTER)

BIOMA Diagrama dos biomas WHITTAKER

CERRADO COMO PARTE DO REINO NEOTROPICAL Aspectos fisionômicos-ecológicos (bioma) florísticos (flora neotropical