Assembleia Arquidiocesana de Pastoral Planejamento Pastoral 2016
APRESENTAÇÃO O coração da Igreja é a pastoral. Palavra que nos remete ao ministério de Jesus e seus relacionamentos com as pessoas. Toda a sua vida foi um pastoreio. Viveu para cuidar daqueles e daquelas que o Pai lhes confiou. Muitas são as parábolas que se referem ao jeito de Jesus se aproximar das pessoas e lhes falar ao coração, como expressão intima de Deus. Nossa arquidiocese vem nos últimos seis anos, experimentando um novo jeito de ser Igreja. Nossa primeira Assembleia trouxe a imagem de uma Igreja próxima, solidária e fraterna: uma Igreja samaritana! Percorrendo seu itinerário pastoral, construímos nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral, nos deixando guiar por um planejamento estratégico, participativo e orgânico, segundo as intuições pastorais do Documento de Aparecida, do Documento 100 da CNBB e da missionariedade do Papa Francisco. Esse caderno, resultado da caminha pastoral da Arquidiocese e da ultima Assembleia, quer ser uma luz para nossos planejamentos pastorais nas paróquias, movimentos, pastorais, vicariatos, comissões pastorais, comunidades de vida, vida consagrada, formação presbiteral no seminário, para os leigos e leigas e todo o povo de Deus. A conversão pastoral não pode ser apenas uma frase de efeito. É um convite permanente a olhar nossa prática segundo a prática de Jesus. Assim nos lembra o Papa Francisco: Quanto à conversão pastoral, quero lembrar que pastoral nada mais é que o exercício da maternidade da Igreja. Ela gera, amamenta, faz crescer, corrige, alimenta, conduz pela mão... Por isso, faz falta uma Igreja capaz de redescobrir as entranhas maternas da misericórdia. Sem a misericórdia, poucas possibilidades temos hoje de inserir-nos em um mundo de feridos, que têm necessidade de compreensão, de perdão, de amor. Precisamos de uma Igreja capaz de andar ao lado das pessoas, de fazer mais do que simplesmente ouvi-las; uma Igreja que as acompanha em sua jornada; uma Igreja capaz de dar sentido à noite, contida na fuga de muitos de nossos irmãos e irmãs (Rio de Janeiro em julho de 2013). O sonho do Papa Francisco nos inquieta e nos alegra, pois nos convida a abraçar com entusiasmo o projeto de Jesus, de ser uma Igreja próxima, que sente e se envolve: 3
Sonho com uma Igreja Mãe e Pastora. Os ministros da Igreja devem ser misericordiosos, tomar a seu cargo as pessoas, acompanhando-as como o bom samaritano que lava, limpa, levanta o seu próximo. Isto é Evangelho puro. Deus é maior que o pecado. As reformas organizativas e estruturais são secundárias, isto é, vêm depois. A primeira reforma deve ser a da atitude. Os ministros do Evangelho devem ser capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar na noite com elas, de saber dialogar e mesmo de descer às suas noites, na sua escuridão, sem perder-se. O povo de Deus quer pastores e não funcionários ou clérigos burocratas. Os bispos, especialmente, devem ser homens capazes de apoiar com paciência os passos de Deus em seu povo, de modo que ninguém fique para trás, assim como acompanhar o rebanho, com seu olfato para encontrar pastagens novas. Em vez de ser apenas uma Igreja que acolhe e recebe, tendo as portas abertas, procuremos ser uma Igreja que encontra novos caminhos, que é capaz de sair de si mesma e ir ao encontro de quem não a frequenta, de quem a abandonou ou lhe é indiferente. Quem a abandonou fê-lo, por vezes, por razões que, se forem bem compreendidas e avaliadas, podem levar a um regresso. Mas é necessário audácia, coragem. E assim segue a jornada de um homem que quer ser nosso irmão maior na caminhada evangélica. Desejamos a todos os irmãos e irmãs que em contato com esse simples itinerário pastoral, planeje, organize, execute, celebre e avalie sua caminhada, nos levando a uma Igreja comunhão e participação. Deus que nos inspirou seu bom propósito, nos conduza sempre mais nos ombros do Bom Pastor. 4
AVALIAÇÃO DA CAMINHADA PASTORAL 2014/2015 A vivência da Assembleia Pastoral 2015 se tornou uma experiência de Igreja reunida para avaliar, em clima fraterno e de corresponsabilidade, a caminhada da nossa Arquidiocese. Começamos sexta pela manhã com a apresentação da pesquisa que nos ajudou a olhar a realidade social do território da Arquidioces e, levantou desafios pastorais particularmente quanto a identificação com a proposta de vida do Evangelho e à comunidade de pertença. A tarde de sexta foi dedicada aos Vicariatos, realidade nova que, a partir de março de 2011, faz parte da caminhada de conversão pastoral da Arquidiocese. Foi avaliado, em que e como o Plano Pastoral, aprovado na Assembleia de novembro de 2013, inovou a proposta pastoral, oferecendo acompanhamento e formação às paróquias. Após essa reflexão inicial, no sábado, as treze Comissões Arquidiocesanas elegeram, a partir do Plano Pastoral, as prioridades operativas para o ano de 2016. Alguns elementos do processo avaliativo: OS AVANÇOS Na avaliação, por grupos de Vicariatos, foram identificados os avanços que dão força nova à presença pastoral da Igreja. Os cinco avanços mais evidenciados foram: 1. Constituição e organização dos VICARIATOS: Os Vicariatos são considerados uma estrutura pastoral nova, em processo de consolidação, devendo definir sua forma de ação a partir de estratégias diferenciadas. Foi evidenciada, por unanimidade, a sua positividade. 5
2. Mudanças na organização/articulação das PARÓQUIAS: A descentralização, meta da Assembleia Arquidiocesana de 2010, a formação do Vicariatos, a difusão da formação mais próxima às paróquias, o encontro de padres e diáconos no Vicariato os encontros de lideranças, conselheiros, animadores e catequistas, favoreceram um novo relacionamento entre as paróquias. 3. Preparação e realização das VISITAS PASTORAIS como incentivo à Evangelização: A realização das Visitas Pastorais valoriza a vida das comunidades, das pastorais, dos movimentos e dos grupos paroquiais, e amadurece o senso pertença à Arquidiocesana, com a presença prolongada, tão próxima e disponível do Bispo. Contribui ainda, dar mais visibilidade à paróquia na cidade. Percebe-se, ainda, que precisa melhorar a preparação e, repensar o envio da Carta Pastoral e a forma de acompanhamento pós-visita. 4. Criação dos COMIPAS : Constatamos que em boa parte das paróquias, foram constituídos os COMIPAS, que coordenam ações missionárias ocasionais e a dimensão missionária de todas as atividades pastorais. É necesário continuar e reforçar o trabalho iniciado. 5. Incentivo à FORMAÇÃO: A demanda de formação continua viva e a proposta formativa vai se diferenciando para os vários ministérios e serviços que animam a vida das paróquias. Porém, é necessário elaborar melhor uma proposta sistemática mais incisiva. 6
FRAGILIDADES: Assembleia Arquidiocesana de Pastoral - Planejamento Pastoral 2016 A partir das urgências das Diretrizes da CNBB, os grupos, por Vicariato, identificaram as fragilidades da nossa atuação, na busca de encontrar alternativas de mudanças: 1ª urgência: Igreja em permanente estado de missão PASTORAL DE CONJUNTO: Muitas vezes nossa organização e nossas estruturas que não ajudam, Percebemos pouca união e integração entre as pastorais; Conselhos Pastorais não conseguem privilegiar a missionariedade; Escassa integração das paróquias e das pastorais na caminhada do Vicariato. Algumas paróquias estão, quase sempre, ausentes. PLANO PASTORAL ARQUIDIOCESANO: Existem Paróquias que ainda desconhecem o Plano Pastoral, Não está bem claro o relacionamento entre o âmbito paroquial e o âmbito vicarial nas ações do Plano. CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA: Falta de compromisso missionário de muitos participantes de grupos e pastorais; A acolhida às pessoas ainda é muito frágil; Falta sentimento de pertença à Igreja local (Arquidiocese). 2ª urgência: Igreja: casa de iniciação a vida cristã 7
DIRETÓRIO SACRAMENTAL: Assembleia Arquidiocesana de Pastoral - Planejamento Pastoral 2016 Urgência do Diretório Sacramental (4 Vicariatos); Integração das pastorais para valorização do RICA (Catequese, Família, Liturgia, Missão); Formação dos agentes para uma nova prática catequética e sacramental. EVANGELIZAÇÃO: Pré-evangelizar as famílias; Buscar um modelo de evangelização e catequese nas áreas rurais; Evangelização dos catequistas para viverem um encontro pessoal com Cristo e uma prática de vida cristã. CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA: Falta de compromisso missionário de muitos participantes de grupos e pastorais; Falta de acolhida das pessoas; Carece sentimento de pertença à Igreja local (Arquidiocese). 2ª urgência: Igreja: casa de iniciação a vida cristã DIRETÓRIO SACRAMENTAL: Urgência do Diretório Sacramental (4 Vicariatos); Integração das pastorais para valorização do RICA (Catequese, Família, Liturgia, Missão); Formação dos agentes para uma nova prática catequética e sacramental. 8
EVANGELIZAÇÃO: Pré-evangelizar as famílias; Buscar um modelo de evangelização e catequese para as áreas rurais; Evangelização dos catequistas para viverem o encontro pessoal com Cristo e a prática de vida cristã. 3ª urgência: Igreja lugar de animação bíblica da vida e da pastoral FORMAÇÃO AGENTES DAS PASTORAIS Incentivar a prática da Leitura Orante da Bíblia, como espiritualidade pessoal; Motivar o estudo bíblico; Dificuldade dos Vicariatos para implantar a formação bíblica; Momentos de formação e aprofundamento diferenciados para as lideranças. Falta do DIRETÓRIO SACRAMENTAL, tão esperado para: Valorizar a Bíblia na Catequese e na preparação à celebração dos Sacramentos; Caminhar na unidade, para orientar a vida cristã, superando a diversidade excessiva entre as paróquias. Trabalhar mais a MOTIVAÇÃO dos participantes das comunidades: Criar interesse e motivar engajamento e perseverança nas responsabilidades; Animação bíblica nas paróquias que fundamente as escolhas e alimente a espiritualidade; Formação condizente às várias realidades e aos diversos participantes. 9
4ª urgência: Igreja: comunidade de comunidades EVANGELIZAÇÃO E CULTURA ATUAL: O individualismo próprio da cultura de hoje não ajuda a criação da consciência comunitária; A nossa comunicação não consegue fazer conhecer e valorizar a pluralidade de ações pastorais, de testemunhos e de vivências; Promoção de uma formação eficaz; Motivar consciência e dedicação missionárias. ESTRUTURA DA IGREJA: A Paróquia ainda é uma realidade centralizada na matriz e ao redor do pároco; Temos que desenvolver o acolhimento das pessoas nas comunidades como também nas pastorais; As diferentes Pastorais devem colaborar e integrar-se para realizar a missão; Pouco reconhecimento e da atuação dos ministérios leigos nas comunidades; Desburocratizar a vida na paróquia. 5ª urgência: Igreja a serviço da vida plena para todos FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA Responsabilidade da pessoa na comunidade/sociedade: escassa participação no território e na vida pública. Incentivo a viver como missão as pastorais sociais, que estão atravessando um momento de dificuldade; Formação da consciência ecológica (4 Vicariatos), inspirando-se na Certa do Papa Francisco e na Campanha da Fraternidade 2016; 10
Apoio as pessoas comprometidas. PASTORAIS SOCIAIS Assembleia Arquidiocesana de Pastoral - Planejamento Pastoral 2016 Escola Fé e Política nos Vicariatos; Ação social não assistencialista, mas transformadora; Presença dos agentes de pastoral nos espaços de participação (Conselhos Municipais e Estaduais); Relacionamento/articulação entre Igreja e poderes públicos 11