PAX CHRISTI PORTUGAL CONTRIBUTOS PARA A CELEBRAÇÃO DO ADVENTO 2015

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Transcrição:

PAX CHRISTI PORTUGAL CONTRIBUTOS PARA A CELEBRAÇÃO DO ADVENTO 2015 Lisboa Novembro de 2015

Sejamos misericordiosos... (cf. Lc 6,36). Contributos para a celebração do Advento 2015 Produzido por: Pax Christi Portugal Novembro de 2015 Disponível on-line em: http://www.paxchristiportugal.net e http://blogdapax.blogspot.com

ADVENTO 2015 APRESENTAÇÃO Sejamos misericordiosos (cf. Lc 6,36) A partir de 8 de dezembro próximo até 20 de novembro de 2016 viveremos, em Igreja, o Jubileu da Misericórdia, com as indicações que o Papa Francisco nos deu na bula Misericordiae vultus (O rosto da misericórdia) 1. Será, segundo o seu desejo, um tempo «em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai» 2. É, pois, sob o signo deste Ano Jubilar da Misericórdia, vivido à luz do tema Misericordiosos como o Pai, que propomos este itinerário para o Advento de 2015, tendo como ideia central a temática da Paz. Da bula papal de proclamação do jubileu extraordinário da misericórdia foram retirados os textos para esta brochura que a Pax Christi Portugal, como vem sendo habitual, preparou para o tempo de Advento, com contributos para a sua celebração e vivência seja na paróquia, em família ou em grupo. Neste tempo litúrgico em que, em expectativa vigilante, alimentada pela oração e pelo compromisso efectivo do serviço, nos preparamos para acolher Cristo, a «misericórdia feita carne» 3, que vem, empenhemo-nos para nos tor- 1 Cf. PAPA FRANCISCO Misericordiae Vultus. Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. 11 de abril de 2015. 2 PAPA FRANCISCO Misericordiae Vultus, 3. 3 PAPA FRANCISCO Misericordiae Vultus, 24. 3

narmos «apóstolos da misericórdia, através das obras, das palavras e da oração» 4, neste nosso mundo ferido pelo ódio, pela violência e pelo egoísmo, tanto individual como colectivo. Novembro de 2015. 4 PAPA FRANCISCO «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5, 7). Mensagem para o 31º Dia Mundial da Juventude 2016. 4

ADVENTO 2015 AMBIENTAÇÃO Olha que eu estou a bater à tua porta (Ap 3,20) 2014: NOVO RECORDE NA DESLOCAÇÃO GLOBAL PROVOCADA POR GUERRAS, CONFLITOS E PERSEGUIÇÕES (ACNUR) 5 O relatório Tendências Globais (ou Global Trends), do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) divulgado no dia 18 de junho de 2015, revela que no final de 2014, o número de pessoas forçadas a deixar as suas casas, por motivo de guerras, conflitos e perseguições, atingiu os 59,5 milhões de migrantes forçados, um número significativamente maior que os 51,2 milhões registados no final de 2013 e os 37,5 milhões verificados há uma década. O crescimento em 2013 (8,3 milhões de pessoas) é o maior de sempre registado num único ano. Um dado alarmante: metade dos refugiados no mundo é formada por jovens e crianças menores de 18 anos. Esta tendência de crescimento tem-se acentuado, principalmente, a partir de 2011, quando se iniciou a guerra na Síria e que se transformou no maior evento individual causador de deslocações no mundo. Em 2014, uma média de 42,5 mil pessoas por dia tornaram-se refugiadas, requerentes de proteção internacional ou deslocados internos um crescimento que quadruplicou em apenas quatro anos. Em todo o mundo, 1 em cada 122 indivíduos é atualmente refugiado, deslocado interno ou requerente de asilo. Se fossem a população de um país, representariam a 24ª nação mais populosa do planeta. O relatório do ACNUR mostra que as populações refugiadas e de deslocados internos cresceram em todas as regiões do mundo. Nos últimos cinco anos, iniciaram-se pelo menos 15 conflitos ou foram retomados: oito na África (Costa do Marfim, República Centro Africana, Líbia, Mali, nordeste da Nigéria, República 5 http://refugiados.net/1cpr/www/global-trends31dez14.php. 5

Democrática do Congo, Sudão do Sul e Burundi, este ano); três no Médio Oriente (Síria, Iraque e Iémen); um na Europa (Ucrânia); e três na Ásia (Quirguistão e em diferentes áreas de Mianmar e Paquistão). Poucas dessas crises foram solucionadas e muitas continuam a gerar novas deslocações. Em 2014, apenas 126,8 mil refugiados conseguiram retornar para os seus países de origem o menor número em 31 anos. OS EMIGRANTES E REFUGIADOS INTERPELAM-NOS. A RESPOSTA DO EVANGELHO DA MISERICÓRDIA (PAPA FRANCISCO) 6 A revelação bíblica encoraja a recepção do estrangeiro, motivando-a com a certeza de que, assim fazendo, abrem-se as portas a Deus e, no rosto do outro, manifestam-se os traços de Jesus Cristo. Muitas instituições, associações, movimentos, grupos comprometidos, organismos diocesanos, nacionais e internacionais experimentam o encanto e a alegria da festa do encontro, do intercâmbio e da solidariedade. Eles reconheceram a voz de Jesus Cristo: «Olha que Eu estou à porta e bato» (Ap 3,20). E todavia não cessam de multiplicar-se também os debates sobre as condições e os limites que se devem pôr à recepção, não só nas políticas dos Estados, mas também nalgumas comunidades paroquiais que veem ameaçada a tranquilidade tradicional. Diante de tais questões, como pode a Igreja agir senão inspirando-se no exemplo e nas palavras de Jesus Cristo? A resposta do Evangelho é a misericórdia. Em primeiro lugar, esta é dom de Deus Pai revelado no Filho: de facto, a misericórdia recebida de Deus suscita sentimentos de jubilosa gratidão pela esperança que nos abriu o mistério da redenção no sangue de Cristo. Depois, a misericórdia alimenta e robustece a solidariedade para com o próximo, enquanto exigência de resposta ao amor gratuito de Deus, que «foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5,5). Aliás, cada um de nós é responsável pelo seu vizinho: somos guardiões dos nossos irmãos e irmãs, onde quer que vivam. O cultivo de bons contactos pessoais e a capacidade de superar preconceitos e medos são ingredientes essenciais para se promover a cultura do encontro, onde cada um esteja disposto não só a dar, mas também a receber dos outros. De facto, a hospitalidade vive do dar e receber. 6 http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/migration/documents/papafrancesco_20150912_world-migrants-day-2016.html. 6

ADVENTO 2015 1º DOMINGO 1. Ambientação Em 2012, o homicídio vitimou aproximadamente 475 mil pessoas em todo o mundo, o que resulta numa taxa total de 6,7 por cem mil pessoas. Os homens correspondem a 82% de todas as vítimas de homicídio, com taxas estimadas mais de quatro vezes as das mulheres 10,8 e 2,5, respectivamente, por cem mil pessoas. Desse total, 60% eram homens entre os 15 e os 44 anos de idade. O assassinato de mulheres normalmente é praticado pelos seus parceiros, cerca de 38%. De cada dois homicídios, um é cometido com arma de fogo e um em cada quatro, com um objeto cortante, como uma faca. Relatório Mundial sobre a Prevenção da Violência 2014. 7 2. Reflexão A parábola [do «servo sem compaixão» (cf. Mt 18,23-35)] contém um ensinamento profundo para cada um de nós. Jesus declara que a misericórdia não é apenas o agir do Pai, mas torna-se o critério para individuar quem são os seus verdadeiros filhos. Em suma, somos chamados a viver de misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para connosco. O perdão das ofensas torna-se a expressão mais evidente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. Tantas vezes, como parece difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz. Acolhamos, pois, a exortação do Apóstolo: «Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento» (Ef 4, 26). E sobretudo escutemos a palavra de Jesus que colocou a misericórdia como um ideal de vida e como critério de credibilidade para a nossa fé: «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7). PAPA FRANCISCO Misericordiae Vultus, 9.

Acende-se a PRIMEIRA VELA da Coroa do Advento. 3. Gesto de Paz Ao acendermos a primeira vela da Coroa do Advento, deixemo-nos interpelar pelas palavras que Jesus Cristo nos faz repetir quotidianamente quando recitamos a oração do Pai-nosso: «Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido» (cf. Mt 6,12). Neste 1º Domingo do Advento comprometo-me a 4. Oração 1. Senhor Jesus Cristo, que com a tua palavra, os teus gestos e toda a tua pessoa, revelas a misericórdia de Deus Pai, faz com que cada um de nós abra os seus olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e nos sintamos desafiados a escutar o seu grito de ajuda, para que juntos possamos romper a barreira da indiferença que humilha e do cinismo que destrói. Todos: Ámen. 5. Bênção 1. Que neste Ano Jubilar da Misericórdia possamos experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança. Todos: Bendito seja Deus pela sua eterna misericórdia. 1. O Senhor nos abençoe e nos guarde; faça resplandecer o seu rosto sobre nós e nos proteja; nos olhe com misericórdia e nos dê a paz. Todos: Bendito seja Deus pela sua eterna misericórdia. 8

ADVENTO 2015 2º DOMINGO 1. Ambientação Em 2013, 19,5% das pessoas residentes em Portugal estavam em risco de pobreza; destas, uma em cada cinco encontrava-se também em pobreza em pelo menos dois dos três anos anteriores. As crianças foram o grupo populacional onde o risco de pobreza foi mais elevado (25,6%). Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística para 2013, manteve-se o agravamento da taxa de intensidade da pobreza e uma forte desigualdade na distribuição dos rendimentos. Inquérito às Condições de Vida e Rendimento divulgado a 16 de outubro pelo Instituto Nacional de Estatística. 2. Reflexão Na Sagrada Escritura [ ] a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para connosco. Ele não Se limita a afirmar o seu amor, mas torna-o visível e palpável. Aliás, o amor nunca poderia ser uma palavra abstrata. Por sua própria natureza, é vida concreta: intenções, atitudes, comportamentos que se verificam na atividade de todos os dias. A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele sente-se responsável, isto é, deseja o nosso bem e quer ver-nos felizes, cheios de alegria e serenos. E, em sintonia com isto, se deve orientar o amor misericordioso dos cristãos. Tal como ama o Pai, assim também amam os filhos. Tal como Ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser misericordiosos uns para com os outros. [ ] Misericordiosos como o Pai é, pois, o «lema» do Ano Santo. Na misericórdia, temos a prova de como Deus ama. Ele dá tudo de Si mesmo, para sempre, gratuitamente e sem pedir nada em troca. Vem em nosso auxílio, quando O invocamos. [ ]. Ele vem para nos salvar da condição de fraqueza em que vivemos. E a ajuda d Ele consiste em fazer-nos sentir a sua presença e proximi- 9

dade. Dia após dia, tocados pela sua compaixão, podemos também nós tornarnos compassivos para com todos. PAPA FRANCISCO Misericordiae Vultus, 9, 14. Acende-se a SEGUNDA VELA da Coroa do Advento. 3. Gesto de Paz Ao acendermos a segunda vela da Coroa do Advento, deixemo-nos interpelar pelas palavras de Jesus Cristo que declara: «Felizes os que usam de misericórdia para com os outros, porque Deus os tratará com misericórdia!» (Mt 5,7). Neste 2º Domingo do Advento comprometo-me a 4. Oração 1. Senhor Jesus Cristo, que com a tua palavra, os teus gestos e toda a tua pessoa, revelas a misericórdia de Deus Pai, faz com que cada um de nós abra os seus olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e nos sintamos desafiados a escutar o seu grito de ajuda, para que juntos possamos romper a barreira da indiferença que humilha e do cinismo que destrói. Todos: Ámen. 5. Bênção 1. Que neste Ano Jubilar da Misericórdia possamos experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança. Todos: Bendito seja Deus pela sua eterna misericórdia. 1. O Senhor nos abençoe e nos guarde; faça resplandecer o seu rosto sobre nós e nos proteja; nos olhe com misericórdia e nos dê a paz. Todos: Bendito seja Deus pela sua eterna misericórdia. 10

ADVENTO 2015 3º DOMINGO 1. Ambientação Só em 2014, 13,9 milhões de pessoas se somaram ao número de novos deslocados, resultante de perseguições, conflitos, violência generalizada ou violação dos direitos humanos quatro vezes mais que em 2010. Em todo o mundo, foram contabilizados 19,5 milhões de refugiados, 38,2 milhões de deslocados dentro dos seus próprios países e 1,8 milhão de solicitantes de refúgio. Um dado alarmante: metade dos refugiados no mundo é formada por jovens e crianças menores de 18 anos. Relatório "Tendências Globais" do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) 2015. 2. Reflexão Neste Ano Santo, poderemos fazer a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática. Quantas situações de precariedade e sofrimento presentes no mundo actual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos. [ ] Não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo. PAPA FRANCISCO Misericordiae Vultus, 15. 11

Acende-se a TERCEIRA VELA da Coroa do Advento. 3. Gesto de Paz Ao acendermos a terceira vela da Coroa do Advento, deixemo-nos interpelar pelas palavras de Jesus Cristo, ditas aos seus discípulos depois de lhes lavar os pés: «Dei-vos o exemplo para que, assim como eu fiz, o façam também uns aos outros» (Jo 13,15). Neste 3º Domingo do Advento comprometo-me a 4. Oração 1. Senhor Jesus Cristo, que com a tua palavra, os teus gestos e toda a tua pessoa, revelas a misericórdia de Deus Pai, faz com que cada um de nós abra os seus olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e nos sintamos desafiados a escutar o seu grito de ajuda, para que juntos possamos romper a barreira da indiferença que humilha e do cinismo que destrói. Todos: Ámen. 5. Bênção 1. Que neste Ano Jubilar da Misericórdia possamos experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança. Todos: Bendito seja Deus pela sua eterna misericórdia. 1. O Senhor nos abençoe e nos guarde; faça resplandecer o seu rosto sobre nós e nos proteja; nos olhe com misericórdia e nos dê a paz. Todos: Bendito seja Deus pela sua eterna misericórdia. 12

ADVENTO 2015 4º DOMINGO 1. Ambientação Desde 1990 o mundo reduziu a pobreza para metade; no entanto 1 em cada 8 pessoas no mundo ainda sofre de fome. O número de crianças em idade escolar que não vai à escola desceu para quase metade entre 2000 e 2012; porém, 1 em cada 10 crianças continua a não entrar numa sala de aula. Morrem menos 17.000 crianças por dia; no entanto 6 milhões continuam a não chegar a celebrar o seu 5º aniversário. Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio 2015. 2. Reflexão É meu vivo desejo que o povo cristão reflicta, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina. A pregação de Jesus apresenta-nos estas obras de misericórdia, para podermos perceber se vivemos ou não como seus discípulos. [ ]. Não podemos escapar às palavras do Senhor, com base nas quais seremos julgados: se demos de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede; se acolhemos o estrangeiro e vestimos quem está nu; se reservamos tempo para visitar quem está doente e preso (cf. Mt 25, 31-45). De igual modo sernos-á perguntado se ajudamos a tirar da dúvida, que faz cair no medo e muitas vezes é fonte de solidão; se fomos capazes de vencer a ignorância em que vivem milhões de pessoas, sobretudo as crianças desprovidas da ajuda necessária para se resgatarem da pobreza; se nos detivemos junto de quem está sozinho e aflito; se perdoamos a quem nos ofende e rejeitamos todas as formas de ressentimento e ódio que levam à violência; se tivemos paciência, a 13

exemplo de Deus que é tão paciente connosco; enfim se, na oração, confiamos ao Senhor os nossos irmãos e irmãs. PAPA FRANCISCO Misericordiae Vultus, 15. Acende-se a QUARTA VELA da Coroa do Advento. 3. Gesto de Paz Ao acendermos a quarta e última vela da Coroa do Advento, deixemo-nos interpelar pelas palavras de Jesus Cristo sobre quando formos julgados pelo amor com que amamos: «Saibam que todas as vezes que fizeram [deixaram de fazer] isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizeram [deixaram de fazer]» (Mt 25,40.45). Neste 4º Domingo do Advento comprometo-me a 4. Oração 1. Senhor Jesus Cristo, que com a tua palavra, os teus gestos e toda a tua pessoa, revelas a misericórdia de Deus Pai, faz com que cada um de nós abra os seus olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e nos sintamos desafiados a escutar o seu grito de ajuda, para que juntos possamos romper a barreira da indiferença que humilha e do cinismo que destrói. Todos: Ámen. 5. Bênção 1. Que neste Ano Jubilar da Misericórdia possamos experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança. Todos: Bendito seja Deus pela sua eterna misericórdia. 1. O Senhor nos abençoe e nos guarde; faça resplandecer o seu rosto sobre nós e nos proteja; nos olhe com misericórdia e nos dê a paz. Todos: Bendito seja Deus pela sua eterna misericórdia. 14

ADVENTO CONTRIBUTOS PARA A CELEBRAÇÃO Temas anteriores «Não havia lugar para eles...» (Lc 2,7) 2014 Reconstruamos a casa da harmonia e da paz! 2013 Preparemos o caminho... 2012 Glória a Deus e paz na terra! 2011 Vem, ó Príncipe da Paz! 2010 «Eis que faço novas todas as coisas» (Ap 21,5) 2009 A paz esteja nesta casa! 2008 Para que brilhe a Paz 2007

O amor de Deus quer chegar a todos e cada um, transformando aqueles que acolhem o abraço do Pai noutros tantos braços que se abrem e abraçam para que todo o ser humano saiba que é amado como filho e se sinta «em casa» na única família humana. PAPA FRANCISCO Pax Christi Portugal A/c CRC Rua Castilho, 61 2º Dtº 1250-068 LISBOA Tel. 910864455 E-mail: paxchristi_pt@hotmail.com Webpage: http://www.paxchristiportugal.net