ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO E DO NÚMERO DE DIAS DE CHUVA NO MUNICÍPIO DE PETROLINA - PE

Documentos relacionados
ANÁLISE DA PLUVIOMETRIA NO MUNICÍPIO DE AREIA- PB: I- ESTUDO DO INÍCIO DURAÇÃO E TÉRMINO DA ESTAÇÃO CHUVOSA E OCORRÊNCIA DE VERANICOS RESUMO

ESTUDO DA TENDÊNCIA TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO EM PRESIDENTE PRUDENTE - SP. Vagner Camarini ALVES 1 RESUMO

Balanço Hídrico Seriado de Petrolina, Pernambuco

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DAS CHUVAS NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE, REGIÃO AGRESTE DA PARAÍBA

PLUVIOSIDADE HISTÓRICA DO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE-PB PARA PLANEJAMENTO AGRÍCOLA E CAPTAÇÃO DE ÁGUA

ESTIMATIVA DA PRECIPITAÇÃO EFETIVA PARA A REGIÃO DO MUNICÍPIO DE IBOTIRAMA, BA Apresentação: Pôster

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO E DO NÚMERO DE DIAS DE CHUVA NO MUNICÍPIO DE JAGUARUANA-CE

ANÁLISE COMPARATIVA DECADAL DO BALANÇO HÍDRICO PARA O MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI

VARIABILIDADE TEMPORAL DE PRECIPITAÇÕES EM CARUARU PE, BRASIL

COMPORTAMENTO DO REGIME PLUVIOMÉTRICO MENSAL PARA CAPITAL ALAGOANA MACEIÓ

ESTUDO DA PRECIPITAÇÃO EM CATOLÉ DO ROCHA-PB UTILIZANDO A TEORIA DA ENTROPIA

MÉTODO DE HARGREAVES- SAMANI A PARTIR DA ESTIMATIVA DA TEMPERATURA DO AR E A PARTIR DE NORMAIS CLIMATOLÓGICAS

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA PLUVIOMETRIA EM ÁREAS HOMOGÊNEAS DO ESTADO DA PARAÍBA

FLUTUAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO EM ALAGOA NOVA, PARAÍBA, EM ANOS DE EL NIÑO

Lucio Alberto Pereira 1 ; Roseli Freire de Melo 1 ; Luiza Teixeira de Lima Brito 1 ; Magna Soelma Beserra de Moura 1. Abstract

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa Meio-Norte. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Análise das precipitações em alguns municípios de Mato Grosso do Sul

INFLUÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NAS DAS ÁREAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA NA BAHIA

BOLETIM CLIMATOLÓGICO TRIMESTRAL DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO IAG/USP. - junho a agosto de Inverno -

ANÁLISE DOS BALANÇOS HÍDRICOS DAS CIDADES DE SERRA TALHADA E TRIUNFO-PE

10o SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPTAÇÃO E MANEJO DE ÁGUA DE CHUVA Belém - PA - Brasil CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA EM CISTERNAS DE ENXURRADA

DISTRIBUIÇÃO SAZONAL DO ÍNDICE DE EROSIVIDADE DA CHUVA PARA AS MICROREGIÕES DO ESTADO DO TOCANTINS RESUMO

ANÁLISE TEMPORAL DE PRECIPITAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SERRA GRANDE-PB

APTIDÃO AGROCLIMÁTICA DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ITAUEIRA NO MUNICÍPIO DE FLORIANO, PI RESUMO

RELAÇÃO ENTRE A RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL E INSOLAÇÃO NO MUNICÍPIO DE PETROLINA-PE. Antônio Heriberto de Castro TEIXEIRA. 1 RESUMO

INFLUÊNCIA DA DEFICIÊNCIA HÍDRICA ANUAL NO ZONEAMENTO CLIMÁTICO DE QUATRO CULTURAS NA BACIA DO RIO ITAPEMIRIM, ES. RESUMO

ANÁLISE TEMPORAL DO REGIME PLUVIOMÉTRICO NO MUNICÍPIO DE CATOLÉ DO ROCHA-PB

BALANÇO DE RADIAÇÃO EM MOSSORÓ-RN, PARA DOIS PERÍODOS DO ANO: EQUINÓCIO DE PRIMAVERA E SOLSTÍCIO DE INVERNO RESUMO

BOLETIM CLIMATOLÓGICO TRIMESTRAL DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO IAG/USP. - março a maio de Outono -

INFLUÊNCIA DO EL NIÑO OSCILAÇÃO SUL (ENOS) SOBRE AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS, NO PERÍODO DE OUTUBRO A MARÇO, NA REGIÃO DE PELOTAS-RS.

BALANÇO HÍDRICO CLIMÁTICO DE JUAZEIRO - BA

INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS PARA PESQUISA E PLANEJAMENTO AGRÍCOLA, REFERENTES AO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DE GOIÁS, GO

ESTUDO DE VARIABILIDADE DAS PRECIPITAÇÕES EM RELAÇÃO COM O EL NIÑO OSCILAÇÃO SUL (ENOS) EM ERECHIM/RS, BRASIL.

VARIABILIDADE ESPACIAL DE PRECIPITAÇÕES NO MUNICÍPIO DE CARUARU PE, BRASIL.

Documentos. ISSN Agosto, Boletim Agrometeorológico 2013

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa Meio-Norte. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

BOLETIM AGROMETEOROLÓGICO 1996

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa Meio-Norte. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

AS ESTIAGENS NO OESTE DE SANTA CATARINA ENTRE

Balanço Hídrico - Conceito

BOLETIM CLIMATOLÓGICO TRIMESTRAL DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO IAG/USP. - Março a maio de Outono -

Documentos, 221. Informações Meteorológicas para Pesquisa e Planejamento Agrícola, Referentes ao Município de Santo Antonio de Goiás, GO, 2007

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE E REFLETIDA SOBRE SOLO NÚ NO MUNICIPIO DE DELMIRO GOUVEIA

on line ISSN Dezembro, 2011

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NO MUNICÍPIO DE PÃO DE AÇÚCAR DURANTE 1977 A 2012

A PREVISIBILIDADE DAS CHUVAS PARA O MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO NA REGIÃO DE BELÉM (Resultados Preliminares).

CARACTERIZAÇÃO DO REGIME PLUVIOMÉTRICO NO MUNICÍPIO DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PR ENTRE OS ANOS 1941 A 2008

MODELOS DE ESTIMATIVA DE RENDIMENTO DE SOJA E DE MILHO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL RESUMO

Relatório Agrometeorológico

Documentos. ISSN Agosto, Boletim Agrometeorológico 2014

Monica Cristina Damião Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos CPTEC

INFLUÊNCIA DE ANO DE LA NINÃ (1996), EL NINÕ (1997) EM COMPARAÇÃO COM A PRECIPITAÇÃO NA MUDANÇA DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA NO MUNICIPIO DE TERESINA PIAUÍ

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM NOVA FRIBURGO - RJ

Captação de água de chuvas na zona rural: uma alternativa para a convivência no semiárido

10o SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPTAÇÃO E MANEJO DE ÁGUA DE CHUVA Belém - PA - Brasil CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA EM CISTERNAS RURAIS EM ANOS DE SECA

BALANÇO HÍDRICO E CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA SEGUNDO O MÉTODO DE THORNTHWAITE & MATHER PARA SOUSA-PB

ANALISE DA VARIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE POMBAL/PB: A PARTIR DA SÉRIE HISTÓRICA DE 1911 Á 2016

Documentos. Boletim Agrometeorológico do Ano de 2005 para o Município de Teresina, PI

ANOMALIAS DE PRECIPITAÇÃO EM RORAIMA NO PERÍODO DE SETEMBRO/97 A ABRIL/98. RESUMO

Balanço Hídrico SEGUNDO THORNTHWAITE E MATHER, 1955

AGROMETEOROLÓGICO UFRRJ

ANÁLISE AGROMETEOROLÓGICA DA SAFRA DE SOJA 1998/99, EM PASSO FUNDO, RS

CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DO MUNICÍPIO DE OLIVEDOS - PB, BRASIL

VARIAÇÃO ESPACIAL DA PRECIPITAÇÃO E TEMPERATURA DO AR NO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO

EFEITOS DO AUMENTO DA TEMPERATURA NO BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE RIBEIRA DO POMBAL-BA

VARIABILIDADE ANUAL DA PRECIPITAÇÃO PLUVIAL E CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA NO MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO NONATO, PIAUÍ

AVALIAÇÃO DA TENDÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NA LOCALIDADE DE FLORESTA, ESTADO DE PERNAMBUCO

COMPARAÇÃO DO BALANÇO HÍDRICO NAS ÚLTIMAS QUATRO DÉCADAS PARA O MUNICÍPIO DE PICUÍ PB

APLICAÇÕES DO SENSORIAMENTO REMOTO NO MEIO AMBIENTE, ASSOCIADO COM DADOS METEOROLÓGICOS. "O CASO DE RORAIMA".

ESTUDO DAS PRECIPITAÇÕES MÁXIMAS PARA O MUNICIPIO DE MOSSORÓ-RN, BRASIL STUDY FOR MAXIMUM RAINFALL ON MUNICIPALITY OF MOSSORÓ- RN, BRAZIL

ANÁLISE DAS RELAÇÕES DE TROCA DA MELANCIA PRODUZIDA NA REGIÃO DO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO

A INFLUÊNCIA DE ALGUMAS VARIÁVEIS ATMOSFÉRICAS A EXTREMOS DE PRODUTIVIDADE DE TRIGO NO RIO GRANDE DO SUL.

Análise Agrometeorológica Safra de Soja 2007/2008, Passo Fundo, RS

INFLUÊNCIA DO FENÔMENO EL NIÑO - OSCILAÇÃO SUL NA OCORRÊNCIA DE CHUVAS NO SUDESTE DA BAHIA RESUMO

Climatologia da Precipitação no Município de Igarapé-Açu, PA. Período:

Documentos. ISSN O X Dezembro Boletim Agrometeorológico de 2015 para o Município de Parnaíba, Piauí

BOLETIM CLIMATOLÓGICO TRIMESTRAL DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO IAG/USP - SON PRIMAVERA -

Avaliação de modelos de densidade de probabilidade em séries de dados meteorológicos

INFLUÊNCIA DOS FENÔMENOS EL NIÑO E LA NIÑA SOBRE O RENDIMENTO E A NECESSIDADE DE IRRIGAÇÃO DO ARROZ IRRIGADO NA REGIÃO DE PELOTAS (RS)

A FALTA DE CHUVAS E AS DIFICULDADES PARA OS PEQUENOS AGRICULTORES DO SEMI-ÁRIDO ALIMENTAREM OS ANIMAIS NA SECA

INFLUÊNCIA DO EL NIÑO NA EVAPORAÇÃO NA PARTE SETENTRIONAL DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL. José Ivaldo Barbosa DE BRITO 1 RESUMO

ISSN Novembro, Boletim Agrometeorológico 2000: Estação Agroclimatológica da Embrapa Amazônia Ocidental, no Km 29 da Rodovia AM 010

Panorama Mensal do Setor Elétrico

BALANÇO HÍDRICO CLIMÁTICO EM DOIS PERÍODOS DISTINTOS ( ) E ( ) PARA CAMPOS SALES NO CEARÁ

BOLETIM CLIMÁTICO Nº 44

PREVISIBILIDADE DAS CHUVAS NAS CIDADES PARAIBANAS DE CAJAZEIRAS, POMBAL E SÃO JOSÉ DE PIRANHAS

Universitário s/nº, Alegre-ES, CEP: , Caixa Postal 16,

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Documentos 228

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO CEARÁ

Boletim agrometeorológico de 2017 para o município de Teresina, PI

Universitário s/nº, Alegre-ES, CEP: , Caixa Postal 16,

BALANÇO HÍDRICO COMO PLANEJAMENTO AGROPECUÁRIO PARA CIDADE DE POMBAL PB, BRASIL

XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 INFLUÊNCIA DA LA NIÑA NAS TEMPERATURAS MÁXIMAS E MÍNIMAS MENSAIS PARA VIÇOSA-MG

Balanço hídrico climatológico com simulações de cenários climáticos e classificação climática de Thornthwaite para o Município de Iguatú, CE, Brasil

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA E DO NÚMERO DE DIAS COM CHUVA EM CALÇOENE LOCALIZADO NO SETOR COSTEIRO DO AMAPÁ

Universitário s/nº, Alegre-ES, CEP: , Caixa Postal 16,

RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE OSCILAÇÃO SUL (IOS) E A PRECIPITAÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL 1. INTRODUÇÃO

Transcrição:

CAPTAÇÃO E MANEJO DE ÁGUA DE CHUVA PARA SUSTENTABILIDADE DE ÁREAS RURAIS E URBANAS TECNOLOGIAS E CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA TERESINA, PI, DE 11 A 14 DE JULHO DE 2 ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO E DO NÚMERO DE DIAS DE CHUVA NO MUNICÍPIO DE PETROLINA - PE Magna Soelma Beserra de Moura 1, Thieres George Freire da Silva 2, Cícera Josefa R. Borges 3 RESUMO O objetivo desse estudo foi analisar a relação entre o número de dias de chuva e a precipitação no município de Petrolina - PE para gerar informações que possam servir de indicativo para uma utilização mais adequada da água da chuva. Os dados foram obtidos na Estação Meteorológica Convencional de Bebedouro no período de a 24. As correlações entre os números de dias de chuva e a precipitação foram verificadas pelo teste F ao nível de %. Os dados médios apresentaram precipitação anual igual a 2 mm ocorrida em 3 dias. Os meses que apresentaram os maiores valores totais de precipitação foram janeiro, fevereiro e março, cujo total pluviométrico foi 299,mm distribuídos em apenas 26 dias ao longo dos três meses. Já o trimestre julho, agosto e setembro é o menos chuvoso, com 13,8mm em 6 dias. Nos anos de precipitação abaixo da média, existiu uma melhor distribuição temporal das chuvas, ao contrário de quando choveu acima da média, que a precipitação foi mais concentrada no tempo. Houve tendência significativa de incremento na precipitação e no número de dias com chuva no 1 trimestre do ano; enquanto que no 2 e 4 trimestre, essa tendência é inversa, ou seja, de redução tanto da precipitação como do número de dias de chuva, quando se considera o período de a 24, em Bebedouro, Petrolina-PE. INTRODUÇÃO 1 EMBRAPA Semi-Árido, BR428, Km 12, CP 23, Zona Rural, Petrolina-PE, CEP 63-. Pesquisadora Agrometeorologia (magna@cpatsa.embrapa.br). 2 Mestrando do Curso de Meteorologia Agrícola do Depto. de Engenharia Agrícola (DEA), UFV, CP 9, 367-, Viçosa, MG, Brazil. Bolsista do CNPq. (thigeoprofissional@hotmail.com) 3 Mestranda em Meteorologia, Departamento de Ciências Atmosféricas UFCG. Avenida Aprígio Veloso, 882, Bodocongo, 819-97. Campina Grande-PB. E-mail: cicerasc@yahoo.com.br º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva, Teresina, PI, 11-14/7/2 1

O conhecimento sobre o comportamento temporal e espacial do regime de chuvas constitui um fator de grande relevância principalmente para os sistemas de produção agropecuários. Dos elementos climáticos comumente analisados, a precipitação é o que apresenta maior influência sobre o balanço hídrico das culturas, pois reflete na obtenção de altas produtividades e da estabilidade do rendimento ao longo do ano, reduzindo os riscos de perdas. A obtenção do total de precipitação junto a uma estação meteorológica não define, por si só, a disponibilidade hídrica em uma determinada localidade durante certo período de tempo, sendo necessária à realização do balanço hídrico climatológico, para assim poder estimar a umidade disponível no solo e, portanto avaliar o potencial hídrico da região para as culturas. A relação entre os dias com chuva e a precipitação total durante um período permite conhecer o comportamento temporal das chuvas para um determinado local. Nesse sentido, Melo et al. (23) obtiveram, para as condições climáticas de Piracicaba-SP, maior correlação entre a precipitação e o número de dias com chuva durante o inverno (R² =,838), enquanto que no verão foi observado o menor valor (R² =,66), o que foi atribuído à característica temporal das chuvas de inverno, uma vez que no município os índices pluviométricos são baixos e há um grande número de dias sem precipitação, durante os anos analisados. O município de Petrolina - PE localiza-se no semi-árido do Nordeste brasileiro e apresenta como principal característica climática à irregularidade pluviométrica no tempo e no espaço, sendo que as chuvas concentram-se no trimestre janeiro, fevereiro e março. Apesar do município ser conhecido pelos avanços na agricultura irrigada, a maior parte da população rural ainda sobrevive da agricultura e da pecuária extensiva. Nesse sentido, informações sobre o comportamento da precipitação anual, tanto em termos de quantidade de chuva como em número de dias de chuva, são importantes tanto para a agricultura irrigada como para a agricultura de sequeiro. O objetivo deste trabalho foi analisar o comportamento da precipitação e do número de dias com chuva no município de Petrolina PE, para gerar informações que possam servir de indicativo a uma utilização mais adequada da água da chuva na região. MATERIAL E MÉTODOS A Estação Meteorológica do Campo Experimental de Bebedouro localizada a (9 9 S; 4 22 O) pertencente a Embrapa Semi-Árido, funciona desde 1963. Durante esse período, os º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva, Teresina, PI, 11-14/7/2 2

dados observados têm sido bastante utilizados em todo município de Petrolina-PE e cidades vizinhas. Em função dos mesmos, o clima local foi classificado, segundo Köeppen, como sendo megatérmico e semi-árido, do tipo BSwh (Reddy e Amorim Neto, 1983). Os dados diários de precipitação foram coletados em um pluviômetro convencional, localizado na estação meteorológica de Bebedouro, durante 18 anos, compreendendo o período de janeiro de a dezembro de 24. Considerou-se como sendo um dia com chuva, todo e qualquer dia em que a chuva foi superior a mm. Os dados de precipitação e de número de dias com chuva foram analisados em termos de totais anuais e totais trimestrais. A existência de tendência temporal para a precipitação anual e trimestral foi verificada aplicando-se o teste F da análise de regressão linear ao nível de % de probabilidade, sendo que quando o valor F for igual ou menor do que,, verifica-se a significância da tendência temporal dos dados. RESULTADOS E DISCUSSÃO A precipitação pluviométrica média do período analisado (-24) foi igual a 2 mm anuais; valor esse que foi utilizado para separação das informações anuais em dois grupos: 1) anos em que a precipitação anual foi abaixo da média e, 2) anos em que a precipitação anual foi acima da média. O comportamento anual da precipitação e do número de dias de chuva podem ser observados na Figura 1. Dos 18 anos analisados, 11 anos apresentaram precipitação média igual a 41mm, inferior a média do período total ( - 24), enquanto que nos outros 7 anos a precipitação média foi igual a 683mm. Percebe-se haver uma tendência de redução do total pluviométrico e do número de dias de chuva entre o início () e o final das observações (24). 9 8 7 6 4 3 2 1 Precipitação 199 2 21 22 23 24 9 8 7 6 4 3 2 N. de dias com chuva1 s º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva, Teresina, PI, 11-14/7/2 3

Figura 1. Precipitação e número de dias de chuva em Bebedouro, Petrolina-PE, durante o período de a 24. As correlações entre o número de dias de chuva e o total de precipitação em Bebedouro, Petrolina-PE, são apresentados na Figura 2. O coeficiente de determinação (R 2 ) para os anos com valores totais de precipitação acima da média foi inferior ao encontrado para os anos com totais de precipitação abaixo da média (Figura 2). Nos anos com total pluviométrico acima da média há uma concentração da chuva em poucos dias. Assim, foram obtidas as correlações entre os dias de chuva (y) e a precipitação (x) para os anos dos grupos 1 e 2, cujas equações são mostradas na Figura 2. As correlações apresentaram um coeficiente de determinação (R²), cujos valores foram iguais a,7337 e,682, respectivamente para anos com precipitação abaixo e acima da média. As linhas de tendência apresentam comportamento crescente para os anos do grupo 1, enquanto que para os anos do grupo 2 ocorreu o inverso (Figura 2). Observou-se que há uma tendência dos dias com chuva aumentarem com o aumento dos totais mensais no município de Petrolina PE (Figura 3). 9 8 7 6 4 3 2 1 y =,966x + 9,88 R 2 =,7337 y = -,11x + 138,2 R 2 =,682 Média 1 2 3 4 6 7 8 9 Precipitação anual (mm ) Figura 2. Correlações entre o número de dias de chuva e o total de precipitação em Bebedouro, Petrolina-PE, para anos com valores de precipitações acima e abaixo da média do período (- 24). º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva, Teresina, PI, 11-14/7/2 4

14 12 12 Precipitação 1 1 8 6 4 8 6 4 2 2 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meses Figura 3. Média mensal da precipitação e do número de dias com chuva em Bebedouro, Petrolina/PE (período: 24). Souza et al. (23) estudaram o comportamento do número de dias de chuva no Estado de Santa Catarina e observaram que, em se tratando de precipitação anual, foi necessário separar as observações em anos de El Niño e La Niña, devido à influência desses fenômenos na precipitação. Nesse estudo, observou-se que em anos de ocorrência de El Niño o número de dias com chuva é maior que em anos de La Niña. Nesse sentido, os dados de precipitação e de número de dias com chuva de Bebedouro precisam ser analisados para uma maior série de anos, identificando-se fenômenos que contribuem para o aumento ou redução da precipitação local, como o fenômeno El Niño/La Niña. Uma vez verificada a correlação entre estes fenômenos e a precipitação local, a previsão dos mesmos pode ser utilizada para orientar a população no sentido de que em anos cuja previsão aponte para a ocorrência de chuvas um pouco abaixo da média, pode haver maior chance de sucesso das atividades agrícola; enquanto que a previsão de chuvas acima da média deve alertar para o uso das tecnologias de captação e armazenamento de água da chuva. Os meses que apresentaram os maiores valores totais de precipitação foram janeiro, fevereiro e março, cujo total pluviométrico foi 299,mm distribuídos em apenas 26 dias ao longo dos três meses. Já o trimestre julho, agosto e setembro é o menos chuvoso, com 13,8mm em 6 dias. Na análise trimestral do comportamento do total de precipitação e do número de dias com chuva foi possível observar que o 1º trimestre apresentou a tendência de acompanhar a variação do total de precipitação ao longo do ano, com exceção do ano de (Figura 4a). º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva, Teresina, PI, 11-14/7/2

8 4 18 3 7 6 a) 4 3 16 14 b) 2 4 3 3 2 2 1 12 1 8 6 2 1 1 2 1 Precipitação N. de dias com chuva 1 4 2 199 2 21 22 23 24 199 2 21 22 23 24 14 4 3 4 4 3 3 2 2 1 1 c) 12 1 8 6 4 2 3 3 2 2 1 1 d) 3 2 199 2 21 22 23 24 199 2 21 22 23 24 2 1 1 Figura 4. Precipitação e número de dias de chuva em Bebedouro, Petrolina PE: a) 1º Trimestre, b) 2º Trimestre, c) 3º Trimestre e d) 4º Trimestre. (Período: 24). Observa-se que nesse período, houve uma tendência temporal significativa de elevação da precipitação e do número de dias de chuva, verificada pelo teste F. Durante o 2 trimestre observa-se redução no total pluviométrico e no número de dias de chuva (Figura 4b), sendo que a partir de há uma tendência de redução dos valores. Os resultados observados para o 3 trimestre (Figura 4c) demonstram ser esse o período mais seco do ano, com valor não significativo do teste F ao nível de %. O último trimestre do ano apresentou correlação significativa entre a precipitação e o número de dias de chuva (R²=,8), com tendência temporal significativa de redução dos valores durante o período observado (Figura 4d). CONCLUSÕES E SUGESTÕES A análise dos dados de precipitação e do número de dias de chuva em Bebedouro, Petrolina PE, durante o período de 24, permitiu concluir que: Em anos cuja precipitação foi abaixo da média (2mm), ocorreu uma melhor distribuição temporal das chuvas, ao contrário de quando choveu acima da média, que a precipitação foi mais concentrada no tempo. º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva, Teresina, PI, 11-14/7/2 6

Há tendência significativa de incremento na precipitação e no número de dias com chuva no 1 trimestre do ano; enquanto que no 2 e 4 trimestre, essa tendência é inversa, ou seja, de redução tanto da precipitação como do número de dias de chuva, quando se considera o período de a 24, em Bebedouro, Petrolina-PE. Sugere-se que sejam realizados estudos compreendendo uma maior série de dados e incorporando informações de outras estações para uma análise da chuva no Submédio São Francisco. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MELO, R.W.; KARASAWA, S; PIEDADE, S. M. S; ANGELOCCI, L.R. Comportamento da precipitação e do número de dias de chuva em Piracicaba, estado de São Paulo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, XIII, Fortaleza, CE. 23. CD- ROM. REDDY, S. J.; AMORIM NETO, M. S. Dados de precipitação, evapotranspiração potencial, radiação solar global de alguns locais e classificação climática do Nordeste do Brasil. Petrolina- PE, EMBRAPA/CPATSA, 28 p., 1983. SOUSA, P.; ICHIBA, S. H. K.; NERY, J. T. Número de dias de chuva em Santa Catarina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, XIII, Fortaleza, CE. 23. CD- ROM. º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva, Teresina, PI, 11-14/7/2 7