Lição 10 A PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO Sabedoria para enviar obreiros e resolver os conflitos Texto Bíblico: Atos 13.1-15.35 Quanto mais tempo fazemos uma coisa, e quanto melhor fazemos, mais somos tentados a depender de nossa capacidade e competência em vez de depender de Deus. (Glenn Wagner) 1 Introdução Em sua primeira viagem para divulgar o Evangelho, Paulo e Barnabé saíram de Antioquia, onde os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de cristãos, dirigindo-se primeiro a Chipre, onde Barnabé nasceu e foi criado, e depois à Ásia Menor (a Turquia moderna). Foi um período marcado por confrontos, perseguições, milagres extraordinários, muitas conversões e uma intensa ação do Espírito Santo na vida dos servos de Deus e através deles. Analisando os fatos narrados por Lucas, percebemos o Espírito Santo guiando a Igreja em suas decisões. A Igreja de hoje também desfruta da presença do Espírito Santo. A primeira viagem missionária de Paulo nos reserva algumas lições que, uma vez observadas, poderá nos levar a decisões sábias e a uma boa colheita de almas para Cristo. 1. QUANTO AO ENVIO DE OBREIROS (13.1-12) O padrão estabelecido no primeiro século não pode ser esquecido. A escolha e envio de obreiros é algo que deve ser levado muito a sério. Mesmo encontrando na Bíblia alguns perfis com as exigências éticas, morais e espirituais para quem deseja trabalhar na obra de Deus, percebemos que ainda pagamos um alto preço por conta das precipitações e demais equívocos na escolha e envio de obreiros para a obra missionária, para o exercício do ministério na Igreja local e também para as áreas administrativas dos órgãos denominacionais. Muitas vezes o conselho de Paulo Não imponhas as mãos precipitadamente sobre alguém (1Tm 5.22) tem sido 1 Glenn Wagner. A igreja que você sempre quis. São Paulo: Editora Vida, 2004, p.152.
ignorado. Escolhemos e enviamos sem dedicar um tempo significativo de oração e espera pelo aval do Senhor. O que podemos aprender com os fatos ocorridos em Antioquia? Quem disse que Barnabé e Saulo deveriam ser separados e enviados? _ (V.2). Qual foi o procedimento adotado pela Igreja antes do envio? _ (V.3). Quem enviou os obreiros para anunciar a Palavra de Deus? _ (V.4). Como podemos ver, o Espírito Santo foi determinante no chamado de Barnabé e Saulo, no processo antes do envio, no envio e no campo capacitando os servos de Deus para a obra. A Igreja de Antioquia se preocupou em discernir qual era a vontade do Senhor. Barnabé e Saulo eram homens vocacionados, aprovados por Deus e dispostos a servir a Deus e as pessoas (Cl 1.24; At 20.24). A obra de Deus precisa de vocacionados. A palavra vocação é originária do latim evocare, que quer dizer chamar. Então Deus nos chama e nos capacita para uma obra especial que irá produzir em nós um senso de propósito que somente o exercício da vocação poderá produzir. Vocacionados perdem o sono por aquilo que Deus colocou em seus corações. A vocação não violenta o vocacionado! Qualquer pessoa que vive reclamando por estar fazendo algo para Deus deve reavaliar a sua vocação. Aborrece-me que os seguidores de Cristo exijam tanto incentivo e adulação para fazer a obra de Deus no mundo. 2 A obra de Deus precisa de gente que anda de mãos dadas com Ele. Observe que no primeiro século, para homens simples e sem erudição como Pedro e João, assim como para os mais bem qualificados como Paulo, a referência maior dos que agiam em nome de Deus eram suas próprias experiências com Jesus (At 4.13; 1Co 2 Hybells, Bill. Simplifique. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.225.
15.3-8). Precisamos de uma liderança bem qualificada intelectualmente, mas que acima de tudo ande de mãos dadas com Jesus. Em 1887, Charles Spurgeon e seu amigo Robert Shindler se empenharam em denunciar os perigos que rondavam a Igreja que estava se afastando da sã doutrina. Com artigos intitulados O Declínio, eles procuraram alertar seus irmãos em Cristo. Alguns haviam tomado o caminho da sabedoria humana: Deram mais ouvidos aos conhecimentos clássicos e outros campos do saber... Foi, portanto, um passo fácil na direção errada, prestaram atenção redobrada aos conhecimentos acadêmicos dos seus ministros e pouca atenção às qualificações espirituais; colocaram mais valor na escolaridade e na oratória do que no zelo evangélico e na capacidade de manejar bem a Palavra da verdade. 3 Em que direção estamos seguindo? Como será que Deus nos avalia? Compare às falas de Jesus às Igrejas de Filadélfia e Laudicéia (Ap 3.7-22). Como devemos reabastecer nossa vida com Deus e como podemos estar melhor nas demais áreas de nossa vida? Bill Hybells, Pastor da Willow Creek Community Church, USA, nos auxilia com o seu testemunho: Quando sinto o amor de Deus, quando o Espírito Santo borbulha no meu espírito, quando tenho longas conversas com ele durante o dia, ouvindo seus sussurros, tentando estar na sua presença, receptivo à sua pessoa, quando de fato mantenho um relacionamento conectado com Deus, essa é a dinâmica que mais reabastece a minha vida. 4 2. QUANTO À RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS (15.1-35) Leia o texto e faça o exercício abaixo. Veja como os irmãos conseguiram resolver um problema grave que ameaçava a unidade da Igreja e o avanço da obra de Deus. 1. Qual o problema que estava ameaçando a unidade da Igreja? (V.1 e 5). 2. Qual a reação da liderança (Paulo e Barnabé)? (V.2a). 3 John F. MasArtur Jr. Com Vergonha do Evangelho. São Paulo: Editora Fiel, 1997, p.228,229. 4 Hybells, Bill. Simplifique. São Paulo: Editora Vida, 2014, p.26.
3. Qual foi o caminho encontrado? (V.2b). 4. Que providências Paulo e Barnabé tomaram ao passar pela Fenícia e por Samaria e também em Jerusalém? (V.3-4). 5. Em Jerusalém, o que eles fizeram? (V.6). 6. Qual foi a atitude de Pedro, Barnabé e Paulo? (V.7-12). 7. O que Tiago fez ao pedir a Palavra? (V.13-21). 8. Qual foi o parecer final: 1 ) (V.22) 2 ) (V.23-29). 9. Qual foi o resultado? (V.31-32) 10. O que mais os líderes fizeram? (V.33-35). Assim como os nossos irmãos no primeiro século, também enfrentaremos os chamados tempos difíceis. Como vimos no exemplo entre os cristãos judeus e os cristãos gentios, pessoas preparadas, sábias e cheias do Espírito Santo estarão aptas para a resolução dos conflitos na Igreja. Tudo o que o inimigo quer é ver o circo pegar fogo para que a unidade da Igreja seja ameaçada e sua capacidade de ação comprometida. PARA PENSAR E AGIR Devemos nos consagrar ao Senhor tanto para ir quanto para servir na Igreja local. Não podemos fazer a obra de Deus sem a direção do Espírito Santo. Ele nos foi enviado a fim de estar para sempre conosco. Ele nos guia a toda verdade.
Precisamos do Espírito Santo. Dependemos do Espírito Santo. A Igreja não pode conseguir uma única conversão sem a obra do Espírito Santo. Os pregadores não terão virtude e poder para pregar sem a ação do Espírito Santo. 5 Precisamos de homens e mulheres que saibam relatar o que Deus está fazendo. Precisamos consultar as Escrituras acerca dos fatos. Nossos problemas devem ser resolvidos na dependência do Senhor. Foi assim que o difícil problema acerca da circuncisão foi resolvido. Sejamos os portadores da alegria e do ânimo necessário para que a obra de Deus avance (15.31). Vamos exortar, pregar e ensinar a Palavra do Senhor. Perseveremos na fé. PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO EM CLASSE 1. O que Atos 13 nos ensina acerca da escolha e envio de obreiros? O que precisamos consertar? 2. O que a atitude de Tiago (15.13-21) tem a nos ensinar? 3. Quais os tipos de conflito que podem ameaçar a Igreja hoje? Cite alguns e diga como devemos tratá-los. Leituras Diárias: Segunda-feira: Atos 13.1-12 Terça-feira: Atos 13.13-52 Quarta-feira: Atos 14.1-28 Quinta-feira: Atos 15.1-35 Sexta-feira: 1Timóteo 3 Sábado: Atos 15.13-21; Amós 9.11-12 Domingo: Apocalipse 3.7-22 5 Hernandes Dias Lopes. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p.255,256.