INFORMATIVO Nº. 48. JANEIRO de 216 COMÉRCIO BILATERAL BRASIL-CHINA Balança Comercial Em 215, a corrente de comércio Brasil-China totalizou 66,3 bilhões, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), indicando uma queda de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com esses resultados, a China continuou sendo, no ano passado, o primeiro parceiro comercial do Brasil. Gráfico 1 Corrente de comércio Brasil - China entre 26 e 215 ( milhões) 9. 8. 83.33 7. 77.15 75.479 77.961 6. 66.327 5. 56.381 4. 3. 23.37 36.567 36.915 2. 1. 16.393 26 27 28 29 21 211 212 213 214 215 Elaboração: CEBC Nesse cenário, as exportações brasileiras apresentaram declínio de 12%, em grande medida devido à diminuição do ritmo de crescimento da economia chinesa e à queda dos preços das principais commodities que compõe a pauta. Do mesmo modo, as importações oriundas do país asiático fecharam o período com uma redução de 18% - ainda maior do que as exportações - refletindo a desaceleração da economia brasileira em diversos setores. Cabe destacar que o saldo comercial entre os dois países encerrou 215 com 4,9 bilhões favoráveis ao Brasil, montante que corresponde a um aumento de 49%, se comparado a 214.
Gráfico 2 Saldo comercial Brasil - China entre 29 e 215 ( milhões) 14. 12. 11.524 1. 8. 8.722 6. 4. 5.93 5.19 6.976 4.888 2. - 3.271 29 21 211 212 213 214 215 Elaboração: CEBC As trocas comerciais referentes a dezembro, se comparadas ao mesmo mês de 214, apresentaram redução de 22%. As importações recuaram 43%, enquanto as exportações brasileiras obtiveram variação positiva de 5%. O saldo comercial fechou o mês com 649 milhões favoráveis ao Brasil, 25% a mais se comparado com o resultado deficitário verificado no ano anterior. Em análise mensal, é a décima vez seguida no ano em que o superávit se posiciona do lado brasileiro da balança. Tabela 1 - Balança Comercial: 215 em comparação com 214 Balança Comercial - ( Milhões) Exportação Importação Saldo Corrente 214 215 Var. % 214 215 Var. % 214 215 Var. % 214 215 Var. % 1º Trimestre 9.582 6.19-35% 9.748 9.664-1% -166-3.475-1994% 19.33 15.854-18% Janeiro 2.178 1.345-38% 4.5 3.73-8% -1.827-2.358-29% 6.183 5.48-18% Fevereiro 2.847 1.532-46% 2.977 2.769-7% -13-1.237-85% 5.824 4.31-26% Março 4.557 3.313-27% 2.766 3.192 15% 1.791 12-93% 7.323 6.55-11% 2º Trimestre 14.298 12.286-14% 8.658 7.56-19% 5.64 5.23-7% 22.956 19.341-16% Abril 4.487 3.435-23% 2.914 2.488-15% 1.573 948-4% 7.42 5.923-2% Maio 5.2 4.19-18% 3.1 2.27-27% 1.919 1.839-4% 8.12 6.379-21% Junho 4.791 4.741-1% 2.643 2.298-13% 2.148 2.443 14% 7.434 7.39-5% 3º Trimestre 1.755 1.426-3% 9.61 8.211-15% 1.145 2.215 94% 2.366 18.637-8% Julho 4.134 4.11-1% 3.166 3.254 3% 968 846-13% 7.3 7.355 1% Agosto 3.716 2.918-21% 3.8 2.4-22% 635 518-18% 6.796 5.318-22% Setembro 2.96 3.47 17% 3.364 2.556-24% -459 851 286% 6.27 5.964-5% 4º Trimestre 5.981 6.76 12% 9.328 5.789-38% -3.347 917 127% 15.39 12.495-18% Outubro 2.44 2.461 2% 3.498 2.286-35% -1.454 175 112% 5.542 4.747-14% Novembro 1.85 2.61 11% 3.128 1.967-37% -1.277 94 17% 4.978 4.27-19% Dezembro 2.87 2.184 5% 2.72 1.536-43% -616 649 25% 4.789 3.72-22% Acumulado 4.616 35.68-12% 37.345 3.719-18% 3.271 4.888 49% 77.961 66.327-15% Elaboração: CEBC
Pauta de Exportação Entre janeiro e dezembro de 215, as exportações brasileiras destinadas à China mantiveram-se expressivamente concentradas em commodities, sendo soja, minério de ferro e petróleo responsáveis por 74% de todas as vendas do País para o parceiro asiático. No entanto, cabe analisar a evolução e a mudança no peso relativo de cada um desses itens no total da pauta. Exportações Tabela 2 - Pauta de Exportação: 215 em comparação com 214 214 215 Ton (mil) Ton (mil) Var. (%) Var.(%) Ton (mil) Participação na pauta em 215 () Soja, mesmo triturada 16.615 32.664 15.788 4.926-5% 25% 44,3% Minérios de ferro e seus concentrados 12.33 179.877 6.452 185.231-48% 3% 18,1% Óleos brutos de petróleo 3.473 5.576 4.139 13.156 19% 136% 11,6% Celulose 1.424 3.61 1.646 3.472 16% 13% 4,6% Açúcares 88 2.282 764 2.57-13% 1% 2,1% Carne de aves 519 228 68 37 17% 35% 1,7% Ferro-ligas 54 42 571 69 13% 64% 1,6% Cobre afinado e ligas de cobre, em formas brutas 256 36 561 13 12% 182% 1,6% Carne bovina congelada - - 476 97 - - 1,3% Couros e peles curtidos ou em crosta 554 188 426 158-23% -16% 1,2% Embarcações, plataformas de exploração/perfuração, estruturas flutuantes - - 394 54 - - 1,1% Tabaco não manufaturado 334 44 264 43-21% -1%,7% Outros 3.754 5.382 3.519 6.86-6% 13% 9,9% As vendas de soja apresentaram crescimento de 25% em quantidade. Todavia, devido à queda dos preços do grão, a receita gerada pelas exportações diminuiu 5%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 15,8 bilhões. Os embarques de minério de ferro provavelmente foram os mais afetados no ano passado, apresentando leve crescimento no volume exportado (3%), ainda que o valor das operações tenha sido 48% menor do que o verificado no mesmo período de 214, refletindo a forte queda no preço internacional do produto. Como resultado desse fenômeno, a participação do minério de ferro na pauta de exportação do Brasil para a China passou de 3,3% em 214 para 18,1% em 215. As exportações de óleos brutos de petróleo apresentaram um expresivo aumento de 136% em quantidade e 19% em valor. O bom desempenho desse item foi contrastado pela queda no preço internacional do barril. Apesar disso, a participação de óleos brutos de petróleo na pauta de exportação passou de 8,6% em 214 para 11,6% em 215. O aumento dos embarques de petróleo para o parceiro asiático resulta, em parte, do contrato entre Petrobras e Sinopec. A estatal brasileira comprometeu-se a vender, a preços de mercado, 15 mil barris/dia para a companhia chinesa. Este ano, o volume sobe para 2 mil barris/dia. É notável o aumento da participação da China nas exportações de petróleo do Brasil. Em 215, o parceiro asiático respondeu por 34% de todas as vendas externas de óleos brutos de petróleo do País.
Gráfico 3 Participação da China nas exportações brasileiras de óleos brutos de petróleo Ton (mil) 6. 5. 4. 3. 2. 1. 34% 13.156 25% 23% 8.295 23% 7.115 21% 6.511 5.576 3% 5.976 38.417 32.928 31.258 28.648 19.854 27.58 Brasil - China Brasil - Mundo 21 211 212 213 214 215 Cabe destacar a forte tendência de crescimento de alguns produtos, na qual houve um aumento acentuado no valor exportado de itens como carne de aves (17%), ferro-ligas (13%), e cobre afinado e ligas de cobre (12%). Da mesma forma, as exportações de celulose apresentaram um aumento de 16% no valor, e 13% na quantidade exportada. O setor de carne bovina fechou 215 com boa resposta à demanda chinesa. O produto, que teve seu ingresso liberado no mercado chinês entre maio e junho do ano passado, já ocupa a nona posição - ou a quinta, considerando-se apenas o agronegócio - entre os principais itens que enumeram a pauta exportadora do Brasil para o país asiático. As compras chinesas da proteína somaram 476 milhões. Como pode ser visto no gráfico a seguir, de 21 até 215 sobretudo para a soja houve uma tendência de crescimento do volume das exportações, na qual o valor recebido pelas vendas passa a ser menor devido ao fator preço, notadamente a partir de 213. 3. Gráfico 4 Exportações do Brasil para a China x Tons (26 215) 25. 252.29 2. 23.59 29.69 221.1 229.381 15. 1. 97.987 12.866 117.441 188.26 194.834 Tons (mil) 5. 8.42 1.749 16.523 21.4 3.786 44.315 41.228 46.26 4.616 35.68 26 27 28 29 21 211 212 213 214 215
Pauta de Importação As importações de produtos chineses em 215, em comparação com 214, apresentaram retração na grande maioria dos itens da pauta. O valor das importações dos dois principais setores aparelhos elétricos e mecânicos fecharam o período em queda, respectivamente, de 22% e 27%. Da mesma forma, a quantidade importada também indicou variações negativas, de 22% para aparelhos elétricos e 13% para mecânicos. Ambos os segmentos, se somados, responderam por 44,6% das importações oriundas do país asiático. Em termos de valor, entre os dez principais produtos importados da China pelo Brasil, todos encerraram o ano de 215 com variações negativas, exceto o segmento de embarcações e estruturas flutuantes, cujas compras subiram 113%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Importações Tabela 3 - Pauta de Importação: 215 em comparação com 214 214 215 Qte (1 mil) Qte (1 mil) Var.(%) Var.(%) Qte (1 mil) Participação na pauta em 215 () Máquinas, aparelhos e materiais elétricos e suas partes 1.898 4.964.1 8.471 3.851.436-22% -22% 27,6% Aparelhos elétricos para telefonia ou telegrafia 3.29 11.24 2.341 7.589-23% -32% 7,6% Aparelhos e partes para rádio e televisão 1.512 1.795 1.257 1.566-17% -13% 4,1% Circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos 982 1.674 562 89.94-43% -11% 1,8% Aquecedores elétricos de água 492 6.235 428 5.635-13% -1% 1,4% Transformadores elétricos, conversores elétricos estáticos 548 225.252 49 168.575-25% -25% 1,3% Máquinas e aparelhos mecânicos e suas partes 7.151 86.881 5.23 75.425-27% -13% 17,% Partes e acessórios para máquinas e equipamentos mecânicos 1.317 4.696 945 2.616-28% -44% 3,1% Máquinas automáticas para processamento de dados 674 5.551 449 3.868-33% -3% 1,5% Máquinas e aparelhos de ar condicionado 542 54 395 36-27% -33% 1,3% Bombas e compressores de ar ou de vácuo 495 3.762 381 3.38-23% -1% 1,2% Máquinas e aparelhos para impressão 491 96 376 67-23% -31% 1,2% Produtos químicos orgânicos 2.233-1.96 - -12% - 6,4% Embarcações e estruturas flutuantes 482 6,8 1.24 4,4 113% -36% 3,3% Ferro fundido, ferro e aço 1.388-936 - -33% - 3,% Plásticos e suas obras 1.7-928 - -13% - 3,% Vestuário e seus acessórios, exceto de Malha 935 26.934 872 27.64-7% 2% 2,8% Obras de ferro fundido, ferro ou aço 978 124 82 71-16% -43% 2,7% Veículos automóveis, tratores, ciclos,e suas partes 1.2 7.961 744 6.781-26% -15% 2,4% Partes e acessórios para tratores e veículos automóveis especiais 45 7.61 384 6.481-15% -15% 1,2% Partes e acessórios para motocicletas e outros ciclos 252 245 195 29-23% -15%,6% Motocicletas (incluídos os ciclomotores) 51 17 36 12-3% -28%,1% Automóveis de passageiros 74 1,5 3,9-59% -41%,1% Reboques e semi-reboques 41 71 24 54-42% -24%,1% Instrumentos e aparelhos de óptica; aparelhos médico-cirúrgicos 78 12.897 671 137.739-14% 14% 2,2% Adubos (fertilizantes) 681-635 - -7% - 2,1% Vestuário e seus acessórios, de malha 63 4.79 62 146.146-4% 259% 2,% Como pode ser observado no gráfico a seguir, a partir de 26 houve crescimento quase ininterrupto das importações brasileiras oriundas do parceiro asiático, refletindo o bom momento da economia do País, que em grande medida importa insumos da China para composições de artigos finais da indústria nacional, assim como manufaturados de diversas classes. O ano de 215 indicou, no entanto, a primeira vez, desde 29, no qual houve queda nas importações de produtos chineses, em resposta à retração da economia brasileira no ano passado. Nesse contexto, é fundamental apontar que o cenário
geral das importações brasileiras tampouco apresentou dados promissores, indicando queda de 25% das compras externas brasileiras em âmbito global. 6. Gráfico 5 Importações do Brasil oriundas da China x Tons (26 215) 53.939 54.344 5. 44.97 47.91 4. 38.766 43.915 3. 2. 1. 17.222 7.99 24.532 12.621 29.557 26.559 2.44 15.911 25.595 32.791 34.251 37.34 37.345 3.719 Qte 26 27 28 29 21 211 212 213 214 215