Trabalho de solidificação. Soldagem. João Carlos Pedro Henrique Gomes Carritá Tainá Itacy Zanin de Souza

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Transcrição:

Trabalho de solidificação Soldagem João Carlos Pedro Henrique Gomes Carritá Tainá Itacy Zanin de Souza

Introdução A soldagem é um processo de fabricação, do grupo dos processos de união, que visa o revestimento, a manutenção e/ou a união de materiais, em escala atômica, com ou sem o emprego de pressão e/ou com ou sem a aplicação de calor. Nesse caso, sempre que a ideia se refira a operação (preparação, execução e/ou avaliação), o termo correto a ser utilizado é soldagem. A soldagem é um processo que visa a união localizada de materiais, similares ou não, de forma permanente, baseada na ação de forças em escala atômica semelhantes às existentes no interior do material e é a forma mais importante de união permanente de peças usadas industrialmente. Existem basicamente dois grandes grupos de processos de soldagem. O primeiro se baseia no uso de calor, aquecimentoe fusão parcial das partes a serem unidas, e é denominado processo de soldagem por fusão. O segundo se baseia na deformação localizada das partes a serem unidas, que pode ser auxiliada pelo aquecimento dessas até uma temperatura inferior à temperatura de fusão, conhecido como processo de soldagem por pressão ou processo de soldagem no estado sólido.

Variáveis do processo Aporte térmico: O aporte térmico, ou insumo de calor quantifica a energia gerada pelo processo de soldagem. Sua equação é: A questão do aporte térmico é uma das mais importantes na adequação ao material escolhido ao processo e aos parâmetros de soldagem. A TAB.1 mostra as faixas de insumo calor para os principais processos de soldagem por fusão e indicando a adequação dos processos ao tipo de material. Para uma determinada espessura e condutividade térmica da chapa, quanto maior o insumo de calor, menor a taxa de resfriamento da junta.o aporte de calor influencia diretamente o tempo de resfriamento e portanto a microestrutura da solda Efeito do aporte térmico nas propriedades mecânicas da solda A ZTA é a região mais crítica de uma junta soldada. Como dito anteriormente, o ciclo térmico pode criar condições para formação de martensita ou estruturas grosseiras. A situação torna-se mais crítica com o aumento do teor de carbono e de elementos de liga do metal base. A soldagem de aços exige alta produtividade, com microestruturas excelentes, porém quanto m maior o aporte térmico maior o crescimento do grão e a formação de outras estruturas de baixa propriedade mecânica.

Microestrutura formada Diversos diagramas de tranformação tempo temperatura (resfriamentos contínuos) têm sido desenvolvidos para explicar o desenvolvimento da microestrutura de aços de baixo carbo no soldados, dependendo da taxa de resfriamento aplicada. Refino de grão: Devido aos passes subsequentes, ocorre uma austenitização das perlitas primárias, e, conform e a taxa de resfriamento, os novos grãos austeníticos se decompõem em grãos finos de ferrita e pequenas novas colônias perliticas.

Processos de soldagem 1. soldagem com eletrodo revestido O processo Eletrodo Revestido (Shielded Metal Arc Welding SMAW) é um processo de soldagem, por fusão, caracterizado pela abertura e manutenção do arco elétrico entre o metal de base (poça de fusão quando em regime) e o metal de adição (arame maciço alma, não contínuo, revestido por uma apropriada composição revestimento/fluxo e alimentado manualmente na maioria das aplicações). A formação da proteção gasosa é obtida pela decomposição queima de parte dos componentes que constituem o revestimento. A geração da proteção gasosa e a fusão da alma/revestimento são justificadas pela necessidade de, ao mesmo tempo, formar a composição química especificada para o eletrodo, viabilizar a proteção da gota metálica e da poça de fusão contra a atmosfera vizinha ao arco voltaico, auxiliar na formação e manutenção do arco elétrico e, finalmente, formar a escoria (limpeza e proteção contra a oxidação e o resfriamento do cordão). Funções do revestimento do eletrodo 1. Proteção gasosa do metal soldado 2. Proteção contra a oxidação 3. Estabilização do arco 4. Adição de metal 2. soldagem a arco submerse Método em que o calor necessário para fundir o metal é produzido por um arco elétrico criado entre a peça de trabalho e a ponta do arame de soldagem. A ponta do arame de soldagem, o arco elétrico e a peça de trabalho são cobertos por uma camada de um material mineral granulado conhecido por fluxo para soldagem (daí o nome arco submerso), portanto não há arco visível pois fica escondido, nem faíscas, respingos ou fumos comuns em outros processos. Parte do fluxo é fundida gerando uma capa protetora sobre a poça de fusão da solda. O restante não fundido é recolhido para a reutilização Vantagens: Garante qualidade da solda Controle maior da taxa de resfriamento (Formação de perlita na ZTA) Adequado para automação Alta velocidade de soldagem Boa qualidade microestrutural da solda Funções do Fluxo: 1. Estabilizar o arco 2. Fornecer elementos de liga 3. Proteger o arco e o metal de contaminação

3. soldagem por feixe de laiser O processo de soldagem a laser (Laser Welding) é caracterizado pela fusão localizada da junta através de um bombardeamento por feixe de luz concentrada de alta intensidade. A vantagem deste processo sobre os demais métodos convencionais de soldagem é o grande potencial da produção de juntas espessas com penetração completa, a partir de um único passe e de forma autógena. Além disto, garante uma alta reprodutibilidade e qualidade da junta e alta velocidade de soldagem. Vantagens da Soldagem a LASER Feixe com alta densidade de potência; Solda realizada com baixa energia; Pequena Zona Termicamente Afetada; Mínima distorção e tensão residual; Altas propriedades mecânicas da junta; Altíssimas velocidades de soldagem e corte; Facilidade de automatização e controle; O feixe não é perturbado por campos magnéticos; Possibilidade de operar em juntas de difícil acesso; Alto nível de qualidade da junta; Capacidade de soldar materiais dissimilares; Geralmente é desnecessário o uso de material de adição; Não necessita de vácuo para a realização da solda; Limitações da Soldagem a LASER São necessários meios precisos e eficientes para posicionar a junta, pois as tolerâncias são muito estreitas; Custo de investimento relativamente elevado São consumidos gases, lentes especiais e que são gastos inerentes ao processo; Referências http://sitedasoldagem.com.br/conceito%20basico/ acessado em 26/04/2013 http://www.unilestemg.br/revistaonline/volumes/02/downloads/artigo_10.pdf acessado em 30/04/2013 http://ivanilzafe.dominiotemporario.com/doc/soldacortelaser_ivanila.pdf acessado em 10/05/2013 Welding Metallurgy, Second Edition. Sindo Kou.