Técnica Operatória da Soldagem SAW

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Transcrição:

Técnica Operatória da Soldagem SAW Paulo José Modenesi Objetivos Familiarizar-se com o arranjo e a operação do equipamento utilizado na soldagem mecanizada ao arco submerso. Familiaarizar-se com os consumíveis utilizados e os parâmetros importantes do processo. Revisão Na soldagem ao arco submerso (SAW), a união das peças é obtida pela sua fusão localizada com um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico nu, geralmente um arame, e a peça de trabalho. A proteção da poça de fusão e do arco é feita por um material granulado (fluxo) que colocado sobre a junta, cobrindo a região do arco (figura 1). O uso do fluxo limita as posições de soldagem que podem ser usadas e impedem a observação direta da região do arco. Embora a soldagem com um único arame seja a mais comum, existem versões do processo que utilizam simultaneamente dois ou três arames ou que trabalham com um eletrodo na forma de fita o que é muito utilizado na deposição de camadas de revestimento. O processo é quase sempre usado na forma mecanizada com altas densidades de corrente, possibilitando em uma grande penetração e alta taxa de deposição (até cerca de 22kg/h). Escória Solda Metal de Base Fluxo Eletrodo Poça de Fusão Figura 1 Esquema da soldagem SAW. O equipamento básico do processo (figura 2) consiste de uma fonte de energia, cabos, cabeçote de soldagem (composto, em geral, de tocha, alimentador de arame ou fita, sistema de controle e sistema de alimentação de fluxo) e sistemas para o deslocamento e posicionamento das peças e/ou do cabeçote. Fonte Porta Fluxo Peça Arame Trator Cabo de controle Figura 2 Equipamento para a soldagem SAW. Nos equipamentos mais comuns, particularmente aqueles que trabalham com arames de menor diâmetro (inferior a 4mm), utiliza-se fontes de tensão constante com alimentação de arame a velocidade constante uma vez que este tipo de sistema permite um controle intrínseco do comprimento do arco. Fontes de corrente constante em conjunto com alimentadores de arame cuja velocidade é variável e controlada por sistemas eletrônicos de forma manter o comprimento do arco constante são encontradas principalmente em equipamentos que usam arames de maior diâmetro. Neste caso a fonte é, em geral, de corrente alternada e, no primeiro caso, de corrente contínua. No processo de soldagem SAW é influenciado por um grande número de variáveis que incluem (1) : Técnica básica de soldagem (um ou vários arames, etc.), Projeto da junta, Combinação arame/fluxo; 1

bracarense@ufmg.br Paulo J. Modenesi, Prof. Diâmetro do eletrodo, Equipamentos de suporte (dispositivos de deslocamento de peças, posicionadores, etc.), Distância do bico de contato à peça, Ângulo do eletrodo em relação à solda, Corrente de soldagem, Tensão do arco, e Velocidade de soldagem. O detalhamento do projeto de uma junta depende da espessura e tipo do material, tipo da junta, características do processo de soldagem e, em parte, das normas e códigos que estão sendo consideradas. Para a soldagem SAW, juntas de topo em chapas de até 8mm de espessura podem ser soldadas sem chanfro e com abertura nula. Com aberturas de cerca de 1% da espessura, podem ser soldadas juntas sem chanfro de até cerca de 15mm desde que que o sistema possa fornecer corrente suficiente. Neste caso, necessita-se frequentemente de um meio para reter o metal fundido na raiz da solda (uma camada de fluxo ou uma barra de aço ou cobre). Além de facilitar a penetração, a abertura da junta também influencia o formato do cordão, em particular, a altura do reforço. Assim, mantidas todas as demais variáveis constantes, o reforço diminui com uma maior abertura. A soldagem de juntas de maior espessura tende a exigir tanto a execução de vários passes de solda com a abertura de um chanfro adequado para se conseguir uma solda de penetração total. Para a soldagem mecanizada, a preparação correta e adequada da junta é fundamental. Em particular, a variação das dimensões do chanfro ao longo da junta leva à formação de soldas de dimensões irregulares. A escolha dos consumíveis para uma dada aplicação depende do tipo de material sendo soldado, procedimento de soldagem e propriedades desejadas para a solda. Na soldagem SAW, o arame e o fluxo desempenham um papel conjunto na determinação das propriedades da solda e, portanto, não tem sentido especificá-los separadamente. No Brasil, para a soldagem SAW de aço carbono, a combinação de arame e fluxo é usualmente designada de acordo com a norma AWS A5.17. O diâmetro do eletrodo influencia a largura e a penetração do cordão e a taxa de deposição para um dado nível de corrente. Assim, a penetração do cordão tende a diminuir, a sua largura a aumentar e a taxa de deposição a diminuir se um eletrodo de maior diâmetro for usado com a mesma corrente. Adicionalmente, a abertura do arco tende a ser mais difícil e a estabilidade do processo menor. Como no caso de outros processos de soldagem a arco, para cada diâmetro de arame, existe uma faixa de corrente mais adequada para a sua utilização (tabela 1). Tabela 1 Faixa de corrente mais adequada para arames de aço baixo carbono em função de sua bitola. (2) Bitola do arame 4, 6,4 8, Faixa de Corrente (A) 12-7 22-11 34-12 4-13 6-16 1-24 O comprimento do eletrodo, isto é, a sua extensão que conduz a corrente de soldagem do bico de contato até o arco, é uma importante variável do processo pois ela controla a quantidade de calor gerado por aquecimento resistivo (efeito Joule) no eletrodo. Assim, o uso de um maior comprimento do eletrodo para um dado nível de corrente provoca um maior aquecimento do eletrodo (devido ao aumento de sua resistência elétrica) e aumenta a sua velocidade de fusão, particularmente quando se trabalha com altas densidades de corrente (superiores a 125A/mm2)(2). Na prática, como a medida durante a soldagem do comprimento do eletrodo não é fácil, trabalha-se usualmente com o valor da distância do bico de contato à peça ( stickout ). Valores recomendados deste parâmetro variam de 8 a 15 vezes o diâmetro do eletrodo. O ângulo de inclinação do eletrodo em relação à solda determina a direção de aplicação da força do arco, influenciando o formato do cordão e a tendência à formação de mordeduras. O cordão de solda tende a ser mais estreito e profundo, e atendência à formação de mordeduras é maior, quando o cabeçote de soldagem é inclinado de forma que o arco fique direcionado no sentido oposto ao de soldagem (figura 2). 23 www.infosolda.com.br 2

Direção de Soldagem Figura 2 Efeito da inclinação do eletrodo no formato do cordão. A corrente de soldagem é a variável que controla de forma mais direta a taxa de fusão do arame, a penetração e a altura do reforço da solda, todas estas aumentando com a corrente. O uso de uma corrente muito elevada pode, dependendo da espessura da junta, causar uma penetração excessiva e a formação de furos ou levar a formação de um cordão com uma razão penetração/largura muito alta (o que favorece o aparecimento de trincas no centro do cordão) e de mordeduras. Na soldagem SAW, o uso de corrente contínua e polaridade inversa (eletrodo positivo) resulta em uma maior penetração e uma menor taxa de fusão do que a polaridade direta. O uso de corrente alternada fornece resultados intermediários e minimiza a ocorrência de sopro magnético. A tensão de soldagem influencia mais fortemente o comprimento do arco e a largura e a altura do reforço do cordão, tendo um efeito mais fraca na penetração e na taxa de fusão do eletrodo. Na deposição direta de cordões de solda sobre uma chapa, o uso de uma maior tensão causa um aumento do comprimento do arco e da largura do cordão e uma redução do seu reforço (figura 3). Na soldagem em chanfro, um valor elevado de tensão pode fazer com que o arco não atinja a raiz da solda e resulte de falta de penetração (figura 4). A tensão de soldagem é particularmente importante na soldagem com fluxos ligados (capazes de fornecer elementos de liga para a solda). Como o consumo de fluxo aumenta com a tensão de soldagem, maiores valores desta tendem a aumentar a quantidade de elementos de liga incorporados à solda. Uma estimativa inicial do valor de tensão a ser utilizado para um dado valor de corrente na soldagem SAW pode ser obtida através da equação: V = 3,54 I,344 (2 < I < 15A) V 2 V 3 < V 2 < V 3 Figura 3 Influência da tensão do arco no formato de cordões depositados sobre chapa (3). V 2 > V 2 Figura 4 Influência da tensão de soldagem no formato de cordões depositados em chanfro (3). 3

bracarense@ufmg.br Paulo J. Modenesi, Prof. A altura da camada de fluxo sobre o cordão é uma variável importante do processo SAW. Uma camada muito fina permite que parte de radiação do arco escape e não possibilita uma eficiente proteção contra a atmosfera. Uma camada muito espessa dificulta o escape dos gases gerados favorecendo a formação de cordões irregulares e com marcas superficiais. A formação de trincas de solidificação é comum na soldagem SAW devido ao volume relativamente grande da poça de fusão neste processo. O formato da seção transversal do cordão é um fator importante para a sensibilidade à formação deste tipo de descontinuidade. Cordões estreitos e profundos (alta razão penetração/largura) tendem a apresentar trincas no seu centro e cordões com seção na forma de sino (resultantes do uso de uma tensão elevada e uma baixa velocidade de soldagem) podem apresentar trincas laterais (figura 5). Trincas Figura 5 Formação de trincas de solidificação. A soldagem SAW é realizada predominantemente de forma mecanizada. Nesta, as operações de acendimento do arco, a manutenção deste, alimen- tação de metal de adição e translação ao longo da junta são realizadas pelo próprio equipamento sob a supervisão do operador. Neste caso, para a deposição de um cordão, o operador realiza basicamente as seguintes tarefas: Alinhamento da direção do movimento de translação a ser executado pelo cabeçote durante a soldagem com a direção da junta. Posicionamento do cabeçote na posição de início de soldagem e preparação para a abertura do arco. Abertura do arco: Uma técnica usual de abertura consiste na colocação de uma pequena quantidade de lã de aço entre o eletrodo e a peça. Com o início do processo, a corrente inicialmente passa pela lã de aço, vaporizando-a e causando a abertura do arco. Alternativamente, pode-se cortar a ponta do arame de forma bem pontiaguda. Estes procedimentos evitam que, no contato inicial do arame com a peça, passe uma corrente muito elevada, o que poderia ser prejudicial para o equipamento. Existem sistemas que possuem técnicas especiais para facilitar a abertura do arco e que dispensam os métodos citados acima. Supervisão do processo de soldagem, incluindo a verificação da correção dos parâmetros de soldagem e o alinhamento do cabeçote com a junta. Interrupção do arco. Limpeza, se necessária, do cordão depositado e preparação para a deposição do próximo cordão. A tabela 2 ilustra parâmetros para a soldagem mecanizada ao arco submerso de juntas de topo de aço carbono sem preparação de chanfros. Tabela 2 Parâmetros para a soldagem SAW de juntas de topo sem chanfro (6). S t 1,5 2, 2,8 3,6 4,4 6,4 8, s - - Diâmetro de arame 4, Corrente (A) 25-35 325-4 35-425 4-475 5-6 575-65 75-85 8-95 Tensão (V) 22-24 24-26 24-26 24-27 25-27 26-28 27-29 27-3 Velocidade de soldagem (cm/min) 25-4 25-4 19-25 125-2 1-18 9-115 75-9 65-75 23 www.infosolda.com.br 4

3. Procedimento Inicialmente, os alunos e o instrutor discutem os objetivos, a parte teórica e a metodologia do trabalho. O instrutor mostra o equipamento a ser usado e demonstra o seu funcionamento. As regras de segurança são relembradas. Os alunos ajustam o equipamento e depositam cordões de cerca de 25cm de comprimento sobre chapas de aço doce com espessura entre cerca de 1 e 12mm. Os parâmetros de soldagem são alterados de forma sistemática entre um cordão e outro. O aspecto superficial dos cordões é observado e suas dimensões (largura e reforço) são medidas. Caso existam facilidades para tal, os cordões devem ser cortados transversalmente para análise macrográfica e avaliação do formato do cordão.. Os alunos treinam a realização de cordões em outras posições de soldagem. Ao final do trabalho, os alunos e o instrutor discutem os resultados. 4. Resultados e Discussão Preencha a tabela abaixo com os resultados obtidos. Discutir em função dos tópicos apresentados. Cordão Parâmetros de Soldagem Dimensões dos cordões N Corrente(A) Tensão (V) Vel.(cm/min) Largura Reforço Penetração Diâmetro do eletrodo: mm Stickout: mm 5. Questões 1. Como os fluxos utilizados na soldagem SAW podem ser classificados: (a) quanto ao seu método de fabricação e (b) quanto ao seu comportamento químico? 2. Quais são as principais funções desempenhadas pelo fluxo neste processo de soldagem? 3. Tente traçar gráficos mostrando as relações entre as dimensões dos cordões e os parâmetros de soldagem. Bibliografia 1. JONES, S.B. Procedure selection in submerged arc welding Submerged Arc Welding, Cambridge, The Welding Institute, 1978, pp. 37-42. 2. AMERICAN WELDING SOCIETY, Welding Handbook, Vol. 2, 8a Edição, Miami, AWS,1991, pp. 191-231. 3. HORSFIELD, A. The fundamental principles of submerged arc welding, Submerged Arc Welding, Cambridge, The Welding Institute, 1978, pp. 2-8. 4. OKUMURA, T., TANIGUCHI, C. Engenharia de Soldagem e Aplicações, L.T.C., Rio de Janeiro, 1978, pp. 33-38 e 271-279. 5. PAVALEY, D.A. Submerged arc welding variables Wire Industry, novembro 1982, pp. 835-838. 6. SMITH, D., Welding Skills and Technology, Nova Iorque, Mc Graw-Hill, 1984, pp. 462-493. 5