Decreto-Lei n.º 296/95 de 17 de Novembro



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Transcrição:

Decreto-Lei n.º 296/95 de 17 de Novembro O Regulamento comunitário n.º 259/93, do Conselho, de 1 de Fevereiro, sobre fiscalização e controlo das transferências de resíduos à entrada, no interior e à saída da Comunidade, estabeleceu algumas obrigações para os Estados membros, a que cumpre dar seguimento. Importa, nomeadamente, definir o quadro legal aplicável à constituição de seguros de responsabilidade civil e garantias financeiras ou garantias equivalentes que cubram os danos eventualmente causados ao ambiente ou à saúde pública aquando do transporte de resíduos, bem como as despesas da eliminação final ou da valorização dos resíduos, nos casos de impossibilidade de serem geridos conforme a autorização dada ou de ocorrência de transferência ilícita. Por outro lado, é necessário fixar as consequências jurídicas das transferências ilícitas de resíduos e determinar as adequadas competências administrativas. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Autoridade competente Cabe à Direcção-Geral do Ambiente (DGA) o exercício das funções cometidas à «autoridade competente» e ao «correspondente», de acordo com o disposto no Regulamento n.º 259/93, do Conselho, de 1 de Fevereiro, adiante designado por Regulamento. Artigo 2.º Taxa 1 Pelos serviços prestados pela DGA para apreciação dos processos de notificação respeitantes às transferências de resíduos a que se refere o presente diploma são devidas taxas, cujos montantes são fixados por portaria dos Ministros das Finanças e do Ambiente e Recursos Naturais. 2 O prazo para pagamento da taxa é de 15 dias a contar da notificação do seu montante por parte da DGA, a -quem compete a liquidação e cobrança da taxa, constituindo sua receita própria. Artigo 3.º Transferências de resíduos por via marítima Para as transferências de resíduos que se efectuem por via marítima é exigido: a) Parecer genérico favorável da Direcção-Geral de Portos, Navegação e Transportes Marítimos (DGPNTM), que levará em conta as normas de segurança específicas para o transporte em causa, por forma a garantir a segurança da navegação, a salvaguarda da vida humana no mar e a protecção do meio ambiente; b) Menção no diário náutico do navio do transporte de resíduos, das entradas e saídas em águas nacionais dos Estados membros ou de terceiros Estados e da data da entrega aos respectivos destinatários; c) Registo no plano de carga do navio da localização, tipo, embalagem e quantidade de resíduos transportados; d) Manutenção a bordo do navio de amostras dos resíduos transportados, durante um período mínimo de três meses, devidamente identificadas, lacradas e autenticadas pelo carregador e notificador, no caso de transporte a granel de resíduos; e) Recolha de amostras, nos termos definidos na alínea anterior, quando ocorram avarias na carga, envolvendo derrames de resíduos embalados. Artigo 4.º Movimento transfronteiriço a partir de portos portugueses

1 A autoridade de notificação só poderá conceder a autorização para a eliminação de resíduos no alto mar a partir de portos portugueses se a operação de eliminação estiver abrangida por uma licença específica da autoridade marítima. 2 É proibida a eliminação de resíduos no mar territorial e na zona económica exclusiva de Portugal. Artigo 5.º Garantia financeira 1 As transferências de resíduos abrangidas pelo disposto no Regulamento estão sujeitas à constituição de uma garantia financeira ou equivalente que cubra as despesas de transferência e da sua eliminação ou valorização. 2 A garantia referida no número anterior será constituída pelo notificador e apresentada à DGA, podendo revestir a forma de caução ou garantia bancária, bem como a de certificado emitido por fundo de indemnização ou apólice de seguro que sirvam integralmente as finalidades visadas com a exigência da garantia. 3 O montante da garantia referida nos números anteriores será calculado por aplicação da fórmula prevista no anexo ao presente diploma e que dele faz parte integrante. 4 No acto de apresentação da garantia financeira, o notificador deverá anexar nota explicativa do cálculo em que a mesma se baseia. 5 A garantia financeira considera-se suficiente e legalmente constituída se não for recusada, com fundamento em insuficiência, pela DGA. 6 As garantias referidas nos números anteriores ficarão exclusivamente afectas à.cobertura das despesas mencionadas no n.º 1 e serão devolvidas mediante apresentação de: a) Certificado de eliminação ou valorização que ateste que os resíduos chegaram ao seu destino e foram eliminados ou valorizados segundo métodos ecologicamente correctos; b) Exemplar de controlo T5, elaborado de acordo com o Regulamento (CEE) n.º 2823/87, da Comissão, que ateste, em caso de trânsito através da União Europeia, que os resíduos abandonaram o território da União. 7 No caso de importação ou trânsito proveniente de outro Estado membro da União Europeia, o notificador fica dispensado de constituir a garantia a que se referem os números anteriores, se fizer prova, mediante declaração da autoridade competente desse Estado, de que já constituiu garantia adequada para o mesmo efeito. Artigo 6.º Seguros 1 As transferências de resíduos às quais se aplica o presente diploma ficam condicionadas à existência de um seguro de responsabilidade civil por danos causados ao ambiente ou à saúde pública, nos termos dos números seguintes. 2 A obrigação de segurar recai sobre o transportador. 3 O contrato de seguro tem por objecto a garantia do pagamento das indemnizações que legalmente sejam exigíveis ao segurado, em razão da sua responsabilidade subjectiva ou objectiva, pelos danos causados a terceiros e que resultem do exercício profissional da actividade de transporte de resíduos. 4 O contrato de seguro poderá excluir os danos: a) Devidos a responsabilidade por acidente com veículo que, nos termos da lei, deva ser objecto de seguro obrigatório de responsabilidade civil; b) Devidos a atrasos ou incumprimento na efectivação dos trabalhos; c) Reclamados com base em responsabilidade do segurado resultante de acordo ou contrato particular, na medida em que a mesma exceda a responsabilidade a que o segurado estaria obrigado na ausência de tal acordo ou contrato;

d) Devidos a actuação dolosa do segurado ou de terceiro; e) Resultantes de poluição gradual; f) Causados por acidente nuclear; g) Causados por tremores de terra ou outras catástrofes naturais; h) Resultantes de actos de guerra, invasão, hostilidades, rebelião, insurreição, poder militar ou usurpado, tentativa de usurpação do poder, terrorismo, sabotagem, tumultos, assaltos, greves ou lock-out. 5 O contrato de seguro terá um capital mínimo de 20 milhões de escudos por sinistro e por anuidade. 6 O contrato de seguro pode incluir uma franquia não oponível a terceiros lesados. 7 O seguro cobrirá os danos causados por sinistros ocorridos durante a vigência da apólice e reclamados até dois anos após a data do seu termo. 8 O contrato de seguro pode prever o direito de regresso da seguradora, nos casos de actuação dolosa do segurado. 9 A resolução ou suspensão do contrato de seguro rege-se pelo disposto na lei geral e torna-se eficaz três dias úteis depois de comunicada pela seguradora à DGA, sob pena da sua inoponibilidade perante terceiros. Artigo 7.º Fiscalização 1 A fiscalização do cumprimento das disposições do Regulamento e do presente diploma compete c DGA, às direcções regionais do Ambiente e Recursos Naturais, à Direcção-Geral das Alfândegas, à DGPNTM, às autoridades policiais e, na área da sua jurisdição, à autoridade marítima. 2 A fiscalização referida no número anterior inclui, nomeadamente, a realização de inspecções no local de origem ou de destino das transferências de resíduos, bem como nas fronteiras externas da União Europeia ou durante a operação de transferência. Artigo 8.º Contra-ordenações 1 Sem prejuízo do disposto na lei penal, as infracções ao Regulamento constituem contra-ordenações puníveis com coima: a) De 200 000$ a 500 000$, as transferências de resíduos efectuadas sem a notificação, nos termos do Regulamento, das autoridades competentes ou mediante autorização obtida por falsificação, falsas declarações ou fraude; b) De 200 000$ a 500 000$, as transferências de resíduos efectuadas sem a autorização, nos termos do Regulamento, das autoridades competentes ou mediante autorização obtida por falsificação, falsas declarações ou fraude; c) De 200 000$ a 500 000$, as transferências de resíduos que ocasionem uma eliminação ou valorização em violação das normas comunitárias ou internacionais aplicáveis; d) De 200 000$ a 500 000$, as transferências de resíduos que contrariem o disposto nos artigos 14.º, 16.º, 18.º, 19.º e 21.º do Regulamento; e) De 100 000$ a 300 000$, as transferências de resíduos que não sejam especificadas de forma clara e objectiva no documento de acompanhamento; f) De 50 000$ a 100 000$, a realização do transporte de resíduos sem que sejam acompanhados pelos documentos exigidos. 2 As infracções ao disposto no n.º 1 do artigo 4.º do presente diploma constituem contra-ordenação punível com coima de 200 000$ a 500 000$. 3 Constituem ainda contra-ordenações puníveis com coima de 200 000$ a 500 000$: a) A recusa por parte do notificador de aceitar de volta os resíduos que sejam objecto, por sua responsabilidade, de uma transferência ilícita, nos termos definidos pelo artigo 26.º do Regulamento;

b) A recusa por parte do destinatário de eliminar ou valorizar os resíduos que sejam objecto, por sua responsabilidade, de uma transferência ilícita, nos termos definidos pelo artigo 26.º do Regulamento. 4 No caso de as infracções referidas nos números anteriores serem da responsabilidade de uma pessoa colectiva, a coima aplicável elevar-se-á, em caso de dolo, até ao montante máximo de 6 000 000$. 5 A tentativa e a negligência são puníveis. Artigo 9.º Sanções acessórias Às contra-ordenações previstas nas alíneas a), b) e c) do n.º 1 do artigo 8.º e nas alíneas a) e b) do n.º 3 do mesmo artigo poderão ser aplicadas as seguintes sanções acessórias: a) Apreensão de objectos utilizados na prática da infracção; b) Interdição de exercício da profissão ou da actividade que está na origem da infracção; c) Privação de direito a subsídios ou benefícios outorgados por entidades ou serviços públicos; d) Privação do direito de participar em feiras e mercados, bem corno de entrar em recintos ou áreas de acesso reservado; e) Privação do direito de participação em arrematações e concursos, promovidos por entidades ou serviços públicos, de obras públicas e de fornecimento de bens e serviços, ou concessão de serviços, licenças ou alvarás; f) Encerramento do estabelecimento ou cancelamento de serviços, licenças e alvarás. Artigo 10.º Processamento e aplicação das coimas e sanções acessórias 1 O processamento das contra-ordenações previstas no presente diploma compete à DGA e, na área da sua jurisdição, à autoridade marítima. 2 A aplicação das coimas e sanções acessórias previstas no presente diploma compete ao director-geral do Ambiente e, na área da sua jurisdição, à autoridade marítima. O produto das coimas reverte: Artigo 11.º Produto das coimas a) Em 40% para a entidade competente para aplicação da coima; b) Em 60% para o Estado. Artigo 12.º Reconstituição da situação anterior É aplicável aos infractores ao presente diploma, bem como aos infractores ao Regulamento, o disposto no artigo 48.º da Lei n.º 11/87, de 7 de Abril, sobre a obrigatoriedade de remoção das causas da infracção c da reconstituição da situação anterior. Artigo 13.º Norma revogatória É revogado o Decreto-Lei n.º 121/90, de 9 de Abril, salvo na parte relativa à definição de resíduos e de resíduos perigosos. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 27 de Julho de 1995. Manuel Dias Loureiro Manuel Dias Loureiro Walter Valdemar Pêgo Marques Luís Francisco Valente de Oliveira Vítor Ângelo da Costa Martins Luís Filipe Alves Monteiro

Joaquim Martins Ferreira do Amaral Maria Teresa Pinto Basto Gouveia António Baptista Duarte Silva. Promulgado em 5 de Outubro de 1995. Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 10 de Outubro de 1995. O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. Anexo a que se refere o n.º 3 do artigo 5.º A garantia bancária ou garantia equivalente deverá ser calculada com base na seguinte fórmula: GB = (T + E) x Q x N s, x 1,4 em que: GB = garantia bancária ou garantia equivalente; T = custo do transporte por tonelada de resíduos; E = custo de eliminação final/valorização por tonelada de resíduos; Q = quantidade média em toneladas por movimento; N s, número máximo de movimentos que se prevê venham a ser efectuados em simultâneo.