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Transcrição:

Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. 217 Inventário de abelhas Euglossini (Hymenoptera, Apidae) da Estação Biológica de Santa Lúcia (Santa Teresa, ES, sudeste do Brasil), com uma lista das espécies da tribo que ocorrem no Estado do Espírito Santo Inventory of Euglossini (Hymenoptera, Apidae) of Santa Lúcia Biological Station (Santa Teresa, ES, southeastern Brazil), with a list of the species that occur in the Espírito Santo state SANDOR CHRISTIANO BUYS 1,4 AURÉLIO CASTRO SCHMITTEL 2 MONIQUE FRANCIELLY SILVA 2 ROBERTA CAROLINA SOARES 3 CLÁUDIA LEAL RODRIGUES 1 CAUAN AUGUSTO DE OLIVEIRA ANTUNES 1 JULIANA LEIBÃO 1 Euglossini (Hymenoptera: Apidae) é um grupo de abelhas basicamente neotropical com indivíduos de tamanho médio a grande, glossa extremamente longa e tegumento brilhante metálico, e possui cerca de 200 espécies distribuídas em cinco gêneros (SILVEIRA et al. 2002, RAMIREZ et al. 2002). O monofiletismo da tribo não tem sido questionado, mas diferentes pesquisadores chegaram a conclusões distintas sobre relações de parentesco entre os gêneros (KIMSEY 1987, MICHENER 1990, ENGEL 1999, CAMERON 2004). Estas abelhas podem apresentar comportamento de solitário a parassocial (SAKAGAMI et al. 1967, ZUCHI et al. 1969, LAROCA 1,4 Laboratório de Biodiversidade Entomológica, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ 2 Programa de Iniciação Científica da Escola Superior São Francisco de Assis (ESFA), Santa Teresa, ES. 3 Iniciação científica em Ciências Biológicas, Faculdades Integradas São Pedro, Vitória, ES. 4 Endereço para contato: Sandor C. Buys (Pesquisador Visitante), Laboratório de Biodiversidade Entomológica, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Avenida Brasil 4.365, Pavilhão Mourisco, 21.045-900, Rio de Janeiro, RJ, e- mail sandor.buys@gmail.com, sbuys@biologia.ufrj.br.

218 Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. 1991, SILVEIRA et al. 2002) e visitam flores de diversas famílias botânicas, muito comumente Orchidaceae, exercendo importante papel como polinizador em áreas tropicais (ZUCHI et al. 1969, JANZEN 1971, RAMÍREZ et al. 2002). A Estação Biológica de Santa Lúcia é uma área de 440 hectares, localizada no município de Santa Teresa (19º 56 10" S e 40º 36" 06" W), na região Central Serrana do Estado Espírito Santo (sudeste do Brasil), que está inteiramente sob o domínio do bioma da Mata Atlântica. Esta região tem sido apontada como uma das áreas mais ricas em espécies do Brasil (e. g. THOMAZ & MONTEIRO 1997, BROWN & FREITAS 2000, PASSAMANI et al. 2000, SIMON 2000). Contudo, estudos sobre entomofauna ainda são escassos na região. No presente artigo, como parte de um projeto que visa avaliar a diversidade de insetos da região, é apresentado um inventário de espécies de abelhas Euglossini na Estação Biológica de Santa Lúcia. MATERIAL E MÉTODOS A amostragem foi feita nos meses de março, junho e julho de 2009 e março, abril, maio, junho, julho e outubro de 2012. Cada expedição de coleta durou cerca de cinco dias. Foram utilizadas armadilhas construídas com garrafas PET semelhantes às usadas por RAMALHO et al. (2009), que foram penduradas em áreas de mata, de 1,5 a 2,0 m a cima do chão, contendo as seguintes iscas aromáticas: acetato de benzila, cineol, eugenol e vanilina. A identificação do material coletado foi baseada principalmente em NEMÉSIO (2009, 2010, 2011a) e FARIA JR & MELO (2007, 2012). Exemplares que não concordaram perfeitamente com as descrições da literatura não foram listados como material examinado. O material coletado está depositado na Coleção Santa Teresa, junto à Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro, RJ). Informações sobre geografia, história, fauna e flora da Estação Biológica de Santa Lúcia são fornecidos por MENDES & PADOVAN (2000). RESULTADOS Foram encontradas 16 espécies de Euglossini, mas apenas 11 puderam ser identificadas com segurança. Cinco espécies de Euglossa não concordam claramente com as descrições da literatura e não puderam ser identificadas antes de um tratamento taxonômico mais apurado. Do total de cerca de 390 exemplares identificados, a grande maioria era de Eulaema marcii, Nemésio 2009 e Eulaema nigrita Lepeletier, 1841. Cineol foi eficiente em atrair seis espécies de Euglossini, eugenol atraiu

Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. 219 quatro espécies, vanilina, três e acetato de benzila, duas. Abaixo as espécies encontradas e o material coletado são listados.. Eufriesea Cockerell, 1908 Eufriesea auriceps (Friese, 1899) de Santa Lúcia): Buys, S. & Soares, R., 07.III.2009, 1 macho; Buys, S. & Soares, R., 08.III.2009, 1 macho. ISCA AROMÁTICA: Eugenol. Eufriesea violacea (Blanchard, 1840) de Santa Lúcia): Buys, S. & Soares, R., IX.2009, 1 macho; Buys, S. & Soares, R., X.2009, 11 machos. ISCA AROMÁTICA: Vanilina. Euglossa Latreille, 1802 Euglossa bembei Nemésio, 2011 de Santa Lúcia): Buys, S., Antunes, C. & Leibão, J., 09.III.2012, 2 machos. ISCA AROMÁTICA: Cineol. Euglossa cordata (Linnaeus, 1758) de Santa Lúcia): Buys, S. & Soares, R., 09.III.2009, 1 macho; Buys, S. & Soares, R., 06.VII.2009, 1 macho; Buys, S. & Soares, R., 22-23.VII.2009, 1 macho; Buys, S. & Soares, R., IX.2009, 4 machos; Buys, S. & Antunes, C., 22-28.I.2012, 5 machos; Buys, S., Antunes, C. & Leibão, J., 03-11.III.2012, 7 machos; Buys, S. & Leibão, J., 17-21.IV.2012, 2 machos; Buys, S. & Leibão, J., 25.V.2012, 2 machos; Buys, S. & Cordeiro, I., 18.X.2012, 1 macho. ISCAS AROMÁTICAS: Cineol, eugenol. COMENTÁRIOS NEMÉSIO (2009), depois de estudar material tipo referente a este táxon, optou por descrever como uma espécie nova Euglossa carolina Nemésio, 2009 a espécie tradicionalmente conhecida Euglossa cordata. Contudo, a opção de NEMÉSIO (2009) não foi amplamente aceita (e.g. MOURE et al. 2012), sendo possivelmente a designação de um neótipo uma solução mais parcimoniosa. Euglossa iopoecila Dressler, 1982 de Santa Lúcia): Buys, S. & Leibão, J., 03-11.III.2012, 1 macho; Buys,

220 Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. S. & Leibão, J., 17-21.IV.2012, 1 machos; Buys, S. & Leibão, J., 08-09.VI.2012, 4 machos, 1 fêmea; Buys, S. & Leibão, J., 18.X.2012, 1 macho. ISCAS AROMÁTICAS: Cineol, eugenol. Comentários NEMÉSIO (2009) descreveu E. roubiki, desmembrando em duas a espécie que FARIA Jr & MELO (2007) considerou como sendo E. iopoecila e que teria distribuição mais ampla. NEMÉSIO (2009) cita E. iopoecila apenas para os Estados de São Paulo e Paraná; aqui a distribuição desta espécie é estendida para o Estado do Espírito Santo. Euglossa pleosticta Dressler, 1982 de Santa Lúcia): Silva, M. F., X.2012, 8 machos. Euglossa roubiki Nemésio, 2009 de Santa Lúcia): Buys, S. & R. Soares, 06.VII.2009, 1 machos; Buys, S. & Leibão, J., 09.VI.2012, 1 macho. ISCAS AROMÁTICAS: Cineol, vanilina. Euglossa stellfeldi Moure, 1947 de Santa Lúcia): Buys, S. & Soares, R., 06.VII.2009, 1 macho; Buys, S. & Soares, R., IX.2009, 1 macho; Buys, S. & Leibão, J., 19.IV.2012, 1 macho; Buys, S. Leibão, J., 25.V.2012, 1 macho; Buys, S. & Cordeiro, I. 20.X.2012, 1 macho; Buys, S. & Cordeiro, I., 16-21.X.2012, 1 macho. ISCAS AROMÁTICAS: Cineol, eugenol. Comentários Existe uma discussão sobre a identidade de E. stellfeldi (ver especialmente FARIA JR & MELO 2007 e NEMÉSIO 2009), mas aqui o conceito de Nemésio (2009) sobre este táxon é seguido. Este autor cita E. stellfeldi para o Estados de Minas Gerais e na região que se estende do Estado do Rio de Janeiro ao Estado de Santa Catarina. Desta forma, aqui sua distribuição é ampliada para a região serrana do Estado do Espírito Santo. Eulaema Lepeletier, 1841 Eulaema marcii Nemésio, 2009 de Santa Lúcia): Buys, S., Leibão, J., & Antunes, C., 3-11.III.2012,72 machos; Buys, S. & Leibão, J., 18.IV.2012, 7 machos; Buys, S. & Leibão, J., 20.IV.2012, 3 machos; Buys, S. & Leibão, J., 21.IV.2012, 7 machos; Buys, S.,

Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. 221 03.VII.2012, 1 macho; Buys, S., 18.X.2012, 1 macho; Buys, S., 20.X.2012, 2 machos. ISCAS AROMÁTICAS: Acetato de benzila, eugenol, vanilina. Comentários NEMÉSIO (2009) descreveu como uma espécie nova, a espécie amplamente conhecida como Eulaema cingulata (Fabricius, 1804), o que não foi aceito por alguns autores (e.g. MOURE et al. 2012), mas é seguido aqui. Eulaema nigrita Lepeletier, 1841 de Santa Lúcia): Buys, S. & Soares, R. 07.III.2009, 37 machos; Buys, S. & Soares, R., 25.IV.2009., 3 machos; Buys, S. & Soares, R., IX.2009, 4 machos; Buys, S. & Antunes, C. 22-28.I.2012, 5 machos; Buys, S., Leibão, J. & Antunes, C., 08.III.2012, 17 machos; Buys, S., Leibão, J. & Antunes, C., 09.III.2012., 94 machos; Buys, S. & Leibão, J., 09.III.2012, 51 machos; Buys, S. & Leibão, J., 18.IV.2012, 11 machos; Buys, S. & Leibão, J., 19.IV.2012, 8 machos; Buys, S, & Leibão, J., 21.IV.2012., 5 machos. ISCA AROMÁTICA: Cineol. Eulaema niveofasciata (Friese, 1899) de Santa Lúcia): 18.IV.2012, Buys, S. & Leibão, J., 1 macho. ISCA AROMÁTICA: Acetato de benzila. COMENTÁRIOS FINAIS Embora no Brasil áreas de floresta amazônica sejam as mais ricas em espécies de Euglossini (e.g. STORCK-TONON et al. 2009), cerca 60 espécies ocorrem na Mata Atlântica (NEMÉSIO 2009), representando 25-30% do total de espécies conhecidas da tribo. NEMÉSIO (2009) citou 38 espécies de Euglossini para o Estado do Espírito Santo, sendo este o estado mais rico em espécies da tribo dentre aqueles sob o domínio da Mata Atlântica. Posteriormente, a ocorrência de outras espécies de Euglossa foi registrada para o Espírito Santo (NEMÉSIO 2011b, 2012, 2013, NEMÉSIO & ENGEL 2012, HINOJOZA-DIAZ et al. 2012, FARIA JR & MELO 2012) e no presente artigos mais duas espécies são citadas, totalizando 48 espécies conhecidas para o estado, conforme listado no Anexo 1. Contudo, ressalva-se que as várias discordâncias que existem na literatura sobre a taxonomia de grupo (e.g. FARIA JR & MELO 2007, NEMÉSIO 2009, MOURE et al. 2012) torna impossível fazer uma listagem de espécies como esta sem incertezas.

222 Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. Vários levantamentos de abelhas Euglossini têm sido feitos na Mata Atlântica, com variados graus de esforço amostral e incluindo áreas de distintas dimensões e estados de conservação. Em geral, estes levantamentos revelam cerca de 10 a pouco mais de 20 espécies (e.g. REBÊLO & GARÓFALO 1997, PERUQUETTI et al. 1999, TONHASCA et al. 2002) comparação de riqueza de espécies entre levantamentos feitos em várias áreas em STORCK-TONON et al. 2009). Comparando-se estes levantamentos, pode-se considerar relativamente alto o número de 16 espécies encontradas na Estação Biológica de Santa Lúcia, já que o esforço amostral não foi dos mais altos e a área é um fragmento pequeno de mata. Isto sugere que a região seja rica em espécies de Euglossini, acompanhando a tendência de alta biodiversidade em geral da região. RESUMO É apresentado um inventário de abelhas Euglossini da Estação Biológica de Santa Lúcia, que fica localizada no município de Santa Teresa, região central serrana do Estado do Espírito Santo. A amostragem foi feita em 2009 e 2012, com armadilhas construídas de garrafas PET, tendo como iscas aromáticas acetato de benzila, cineol, eugenol e vanilina. Foram coletadas 16 espécies, sendo que cinco espécies de Euglossa não puderam ser identificadas por não estarem em total acordo com as descrições das espécies constantes na literatura pertinente. As espécies coletadas são as seguintes: Eufriesea auriceps (Friese, 1899), Eufriesea violacea (Blanchard, 1840), Euglossa bembei, Nemésio, 2011, Euglossa cordata (Linnaeus, 1758), Euglossa iopoecila Dressler, 1982, Euglossa pleosticta Dressler, 1982, Euglossa. roubiki Nemésio, 2009, Euglossa stellfeldi Moure, 1947, Eulaema marcii, Nemésio 2009, Eulaema nigrita Lepeletier, 1841, Eulaema niveofasciata (Friese, 1899). Dois registros de ocorrência são novos para o Estado do Espírito Santo: Eg. iopoecila e Eg. stellfeldi. O número de espécies encontrado é relativamente alto, considerando o esforço amostral baixo e a pequena área amostrada, sugerindo que a região é rica em espécies de Euglossini, o que segue a tendência de alta biodiversidade da região, que foi demonstrada em outros grupos faunísticos e florísticos. PALAVRAS CHAVE: Eulaema; Euglossa; Eufriesea; Espírito Santo. SUMMARY An inventory of Euglossini species from the Santa Lúcia Biological Station is presented. This biological station is localized in the city of Santa Teresa, in the central mountain region of the Espírito Santo State. The

Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. 223 sampling was carried out in 2009 and 2012, with traps constructed of PET bottles, using benzyl acetate, cineole, eugenol and vanillin as aromatic baits. A total of 16 species was collected, but five species of Euglossa were not identified because did not perfectly match with literature descriptions. The collected species were the following: Eufriesea auriceps (Friese, 1899), Eufriesea violacea (Blanchard, 1840), Euglossa bembei Nemésio, 2011, Euglossa cordata (Linnaeus, 1758), Euglossa iopoecila Dressler, 1982, Euglossa pleosticta Dressler, 1982, Euglossa. roubiki Nemésio, 2009, Euglossa stellfeldi Moure, 1947, Eulaema marcii, Nemésio 2009, Eulaema nigrita Lepeletier, 1841, Eulaema niveofasciata (Friese, 1899). Two occurrence records are new to the Espírito Santo State: Eg. iopoecila and Eg. stellfeldi. The number of found species is relatively high, considering the low sample effort and the small sampled area, suggesting that the region is rich in species of Euglossini, which follows the general tendency of high biodiversity of the region that was demonstrated in other faunistic and floristic groups. KEY WORDS: Eulaema; Euglossa; Eufriesea; Espírito Santo. RÉSUMÉ Est présenté un inventaire d abeilles Euglossini du Poste Biologique de Santa Lúcia, qui est localisée dans la ville de Saint Teresa, région centrale montagnarde de l État du Espírito Santo. L échantillonnage a été fait dans 2009 et 2012, avec des pièges construits de bouteilles PET, en ayant je mange des appâts aromatiques acétate de benzila, cineol, eugenol et vanilline. Ont été rassemblées 16 espèces, en étant que cinq espèces d Euglossa n ont pas pu être identifiées ne pas être dans total accord avec les descriptions des espèces figurant dans la littérature. Les espèces rassemblées sont les suivantes: Eufriesea auriceps (Friese, 1899), Eufriesea violacea (Blanchard, 1840), Euglossa bembei, Nemésio, 2011, Euglossa cordata (Linnaeus, 1758), Euglossa iopoecila Dressler, 1982, Euglossa pleosticta Dressler, 1982, Euglossa. roubiki Nemésio, 2009, Euglossa stellfeldi Moure, 1947, Eulaema marcii, Nemésio 2009, Eulaema nigrita Lepeletier, 1841, Eulaema niveofasciata (Friese, 1899). Deux registres de présence sont nouveaux pour l État du Espírito Santo: Eg. iopoecila et Eg. stellfeldi. Le nombre d espèces trouvé est relativement haut, en considérant l effort amostral bas et petit secteur montré, en suggérant que la région soit riche dans des espèces d Euglossini, ce qui suit la tendance de haute biodiversité de la région, qui a été démontrée à dans d autres groupes des la faune et des la flore. MOTS CLÉS: Eulaema; Euglossa; Eufriesea; Espírito Santo.

224 Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. AGRADECIMENTOS Agradecemos a Marcela Paes, coordenadora do Programa de Iniciação Científica da Escola Superior São Francisco de Assis (Santa Teresa, ES); ao Museu de Biologia Professor Mello Leitão (Santa Teresa, ES), nas pessoas de Helio Boudet, Marilande Angeli e Rose Kollman; a Jane Costa, Márcio Félix e Daniele Cerri pela acolhida dos exemplares coletados na Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz; a Maria Cristina Almeida pela revisão do manuscrito; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão de bolsa de pós-doutorado sênior ao segundo autor (processo: 150616/2012-0). BIBLIOGRAFIA Andrade-Silva A. & F. Nascimento. 2012. Multifemale nests and social behavior in Euglossa melanotricha (Hymenoptera, Apidae, Euglossini). Journal of Hymenoptera Research 26: 1-16. BROWN, K.S. & FREITAS, A.V.L. 2000. Diversidade de Lepidoptera em Santa Teresa, Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (Nova Série), 11-12: 71-118. CAMERON, S. A. (2004) Phylogeny and biology of neotropical orchid bees (Euglossini). Annual Review of Entomology, 49, 377 404. ENGEL, M. S. 1999. The first fossil Euglossa and the phylogeny of the orchid bees (Hymenoptera: Apidae: Euglossini). American Museum Novitates, 3272: 1-14. FARIA JR, L. R. R. & MELO, G. A. R. 2007. Species of Euglossa (Glossura) in the Brazilian Atlantic forest, with taxonomic notes on Euglossa stellfeldi Moure (Hymenoptera, Apidae, Euglossina). Revista Brasileira de Entomologia 51 (3): 275-284. FARIA JR, L. R. R. & MELO, G. A. R. 2012. Species of Euglossa of the analis group in the Atlantic forest (Hymenoptera, Apidae). Zoologia, 29 (4): 349 374. JANZEN, D. H. 1971. Euglossine bees as long-distance pollinators of tropical plants. Science, 171: 203 205. HINOJOSA-DIAZ, I. A., NEMESIO, A. &. ENGEL, M. S. 2012. Two new species of Euglossa from South America, with notes on their taxonomic affinities (Hymenoptera, Apidae). ZooKeys 221: 63 79. KIMEY, L. S. 1987. Generic relationship within the Euglossini (Hymenoptera, Apidae). Systematic Entomology, 12: 63-72. LAROCA, S. 1991. Euglossa stellfeldi: arquitetura ninho e coexistencia com Pseudocentron apicipennis em uma mesma cavidade (Hymenoptera, Apoidea). Acta Biol. Par, Curitiba, 20: 103-108. MENDES, S. L. & PADOVAN, M. P. 2000. A Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (Nova Série), 11/12: 7-34. MICHENER, C. D. 1990. Classification of the Apidae (Hymenoptera). University of Kansas Science Bulletin, 54: 75 164.

Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. 225 MOURE, J. S., MELO, G. A. R. & FARIA Jr, L. R. R. 2012. Euglossini Latreille, 1802. In Moure, J. S., Urban, D. & Melo, G. A. R. (Orgs). Catalogue of Bees (Hymenoptera, Apoidea) in the Neotropical Region versão online. Disponível em http://www.moure.cria.org.br/catalogue. Acessado Jan/17/2014. NEMÉSIO, A. 2009. Orchid bees (Hymenoptera: Apidae) of the Brazilian Atlantic Forest. Zootaxa, 2041: 1 242. NEMÉSIO, A. 2010. The orchid-bee fauna (Hymenoptera: Apidae) of a forest remnant in northeastern Brazil, with new geographic records and an identification key to the known species of the Atlantic Forest of northeastern Brazil. Zootaxa, 2656: 55 66. NEMÉSIO, A. 2011a. The orchid-bee fauna (Hymenoptera: Apidae) of a forest remnant in southern Bahia, Brazil, with new geographic records and an identification key to the known species of the area. Zootaxa, 2821, 47 54. NEMÉSIO, A. 2011b. Euglossa marianae sp. n. (Hymenoptera: Apidae): a new orchid bee from the Brazilian Atlantic Forest and the possible first documented local extinction of a forest-dependent orchid bee. Zootaxa 2892: 59 68. NEMÉSIO, A. 2012. Species of Euglossa Latreille, 1802 (Hymenoptera: Apidae: Euglossina) belonging to the purpurea species group occurring in eastern Brazil, with description of Euglossa monnei sp. n. Zootaxa 3151: 35 52. NEMÉSIO, A. 2013. Are orchid bees at risk? First comparative survey suggests declining populations of forest-dependent species. Brazilian Journal of Biology, 73 (2): 367-374. NEMÉSIO, A. & ENGEL, M. S. 2012. Three new cryptic species of Euglossa from Brazil (Hymenoptera, Apidae). ZooKeys 222: 47 68. PASSAMANI, M., MENDES, S. L. & CHIARELLO, A. G. 2000. Non-volant mammals of the Estação Biológica de Santa Lúcia and adjacent áreas of Santa Teresa, Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (Nova Série) 11/12: 201-214. PERUQUETTI, R. C.; CAMPOS, L. A. O.; COELHO, C. D. P.; ABRANTES, C. V. M. & LISBOA, L. C. O. 1999. Abelhas Euglossini (Apidae) de áreas de Mata Atlântica: Abundância, riqueza e aspectos biológicos. Revista Brasileira de Zoologia, 16 (Suplemento 2): 101-118. RAMALHO, A. V., GAGLIANONE, M. C. & OLIVEIRA, M. L. 2009. Comunidades de abelhas Euglossina (Hymenoptera, Apidae) em fragmentos de Mata Atlântica no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Entomologia 53 (1): 95-101.

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Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. 227 4. Eufriesea brasilianorum (Friese, 1899) 5. Eufriesea dentilabris (Mocsáry, 1897) 6. Eufriesea mussitans (Fabricius, 1787) 7. Eufriesea smaragdina (Perty, 1833) 8. Eufriesea surinamensis (Linnaeus, 1758) 9. Eufriesea violacea (Blanchard, 1840) Gênero Euglossa Latreille, 1802 10. Euglossa adiastola Hinojosa-Díaz, Nemésio & Engel, 2012 11. Euglossa analis Westwood, 1840 12. Euglossa aratingae Nemésio, 2009 13. Euglossa augaspis Dressler, 1982 14. Euglossa avicula Dressler, 1982 15. Euglossa bembei, Nemésio, 2011 16. Euglossa botocuda Faria & Melo, 2012 17. Euglossa carinilabris Dressler, 1982 18. Euglossa calycina Faria & Melo, 2012 19. Euglossa clausi Nemésio & Engel 2012 20. Euglossa cognata Moure, 1970 21. Euglossa cordata (Linnaeus, 1758) 22. Euglossa crassipunctata Moure, 1968 23. Euglossa despecta Moure, 1968 24. Euglossa fimbriata Rebêlo & Moure, 1996 25. Euglossa hemichlora Cockerell, 1917 26. Euglossa heterosticta Moure, 1968 27. Euglossa ignita Smith, 1874 28. Euglossa imperialis Cockerell, 1922 29. Euglossa iopoecila Dressler, 1982 30. Euglossa leucotricha Rebêlo & Moure, 1996 31. Euglossa liopoda, 1982 32. Euglossa marianae Nemésio, 2011 33. Euglossa milenae Bembé, 2007 34. Euglossa monnei Nemésio, 2012 35. Euglossa pleosticta Dressler, 1982 36. Euglossa roubiki Nemésio, 2009 37. Euglossa securigera Dressler, 1982 38. Euglossa stellfeldi Moure, 1947 39. Euglossa truncata Rebêlo & Moure, 1996 40. Euglossa viridis (Perty, 1833)

228 Acta Biol. Par., Curitiba, 42 (3-4): 217-228. 2013. Gênero Eulaema Lepeletier, 1841 41. Eulaema (Apeulaema) marcii Nemésio, 2009 42. Eulaema (Apeulaema) nigrita Lepeletier, 1841 43. Eulaema (Eulaema) atleticana Nemésio, 2009 44. Eulaema (Eulaema) niveofasciata (Friese, 1899) 45. Eulaema (Eulaema) seabrai Moure, 1960 Gênero Exaerete Hoffmannsegg, 1817 46. Exaerete dentata (Linnaeus, 1758) 47. Exaerete frontalis (Guérin-Méneville, 1844) 48. Exaerete smaragdina (Guérin-Méneville, 1844) Recebido para publicação em 10 de janeiro de 2013