1. O QUE É A BÍBLIA? 7 Sumário PREFÁCIO... 00 9 CAPÍTULO 1 O que é a Bíblia?... 0013 CAPÍTULO 2 Como é Deus?... 0023 CAPÍTULO 3 O que é a Trindade?... 0043 CAPÍTULO 4 O que é a criação?... 0050 CAPÍTULO 5 O que é a oração?... 056 CAPÍTULO 6 O que são os anjos, Satanás e os demônios?... 0063 CAPÍTULO 7 O que é o ser humano?... 0069 CAPÍTULO 8 O que é o pecado?... 0075 CAPÍTULO 9 Quem é Cristo?... 0082
8 ENTENDA A FÉ CRISTÃ CAPÍTULO 10 O que é a propiciação?... 188 CAPÍTULO 11 O que é a ressurreição?... 0094 CAPÍTULO 12 O que é a eleição?... 0099 CAPÍTULO 13 O que significa tornar-se cristão?... 0112 CAPÍTULO 14 O que é a justificação e a adoção?... 119 CAPÍTULO 15 O que é a santificação e a perseverança?... 0125 CAPÍTULO 16 O que é a morte?... 0136 CAPÍTULO 17 O que é a igreja?... 0143 CAPÍTULO 18 O que acontecerá quando Cristo voltar?... 152 CAPÍTULO 19 O que é o juízo final?... 0163 CAPÍTULO 20 O que é o céu?... 170 APÊNDICE 1 Confissões de fé históricas... 0175 APÊNDICE 2 Livros de teologia sistemática para leitura adicional...0187
1. O QUE É A BÍBLIA? 9 Prefácio Este livro é um resumo das vinte questões essenciais que todo cristão deveria conhecer. É uma versão condensada do meu livro Manual de doutrinas cristãs (552 páginas), que é, por sua vez, uma versão condensada de minha Teologia Sistemática (1046 páginas) 1. Meu filho Elliot Grudem, mestre em divindade pelo Seminário Teológico Reformado de Orlando, Flórida, fez um excelente trabalho de seleção das seções essenciais desses livros anteriores, condensando longas discussões em uma frase ou duas, e revisando algumas das formulações para torná-las compreensíveis mesmo para pessoas que são novas na fé cristã. Depois, eu editei o manuscrito ligeiramente, e a responsabilidade pela formulação final é minha somente. (Sou grato pelo trabalho de Steve Eriksson e Robert Polen, que ajudaram com a revisão de provas; e de Chris Davis). Espero que este livro mais breve seja útil para novos cristãos, classes de novos membros nas igrejas, grupos de estudo nas casas e nas faculdades e mesmo para classes de escola dominical de adolescentes a 1 Wayne Grudem, Manual de doutrinas cristãs: teologia sistemática ao alcance de todos, ed. Jeff Purswell (São Paulo: Vida, 2001) e Wayne Grudem, Teologia Sistemática (São Paulo: Vida Nova, 1999).
10 ENTENDA A FÉ CRISTÃ partir de 13 anos. Também deve ser útil para não cristãos que estão buscando um sumário dos ensinos cristãos elementares. Os dois comentários que ouço mais frequentemente de pessoas que leram Teologia Sistemática ou Manual de doutrinas cristãs são: Obrigado por ter escrito um livro de teologia que eu consigo entender, e: Este livro está me ajudando na minha vida cristã. Tentamos preservar essas duas qualidades clareza e aplicação à vida nesta versão condensada também. Mantivemos foco claro na Bíblia como a fonte das convicções que os cristãos têm. Em vez de simplesmente fazer referências a versículos bíblicos, citamos frequentemente os próprios versículos da Bíblia, porque a própria palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes; penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é capaz de perceber os pensamentos e intenções do coração (Hebreus 4.12) 2. As palavras da Bíblia nos alimentam espiritualmente, porque Paulo declara que é a Palavra de Deus que tem poder para vos edificar (ARA), e Jesus afirma: Nem só de pão o homem viverá, mas de toda palavra que sai da boca de Deus (Mateus 4.4). Conhecer e entender os fundamentos da fé cristã é importante para todo cristão. As pessoas que não sabem o que a Bíblia ensina não têm a habilidade de distinguir entre a verdade e o erro, e elas são como crianças, [levadas] ao redor por todo vento de doutrina (Efésios 4.14). Porém, os cristãos que têm um fundamento sólido são mais maduros, não se deixam enganar facilmente, possuem um discernimento melhor e têm suas faculdades morais exercitadas para distinguir entre o bem e o mal (Hebreus 5.14). 2 Todas as citações bíblicas são extraídas da Bíblia Sagrada Almeida Século 21, salvo indicação contrária. ARA é abreviação para a Bíblia Sagrada na tradução de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada 2ª. edição. [N. do E.]
PREFÁCIO 11 Dedicamos este livro à memória de Rachael Grudem, que morreu repentinamente em um trágico acidente de carro em Saint Paul, Minnesota, no dia 9 de julho de 2005. Rachael irradiava alegria e fé constantes em seu Senhor Jesus Cristo e amor por seu marido de apenas três meses de casamento, Alexander Grudem, que é filho de Wayne e irmão de Elliot. Em meio à tristeza da nossa família, Deus aprofundou a nossa fé nas doutrinas que discutimos neste livro, especialmente a nossa segurança no fato de que Deus é bom e sábio, que Rachael está no céu se alegrando e que algum dia estaremos com ela, na presença de Deus, para sempre. Wayne Grudem, Scottsdale, Arizona Elliot Grudem, Raleigh, Carolina do Norte 27 de julho de 2005
12 ENTENDA A FÉ CRISTÃ
1. O QUE É A BÍBLIA? 13 1 O que é a Bíblia? Toda consideração responsável de qualquer uma das convicções e questões bíblicas essenciais deve estar fundamentada no que Deus diz sobre o assunto. Por isso, ao iniciarmos a nossa consideração de uma série de convicções cristãs, faz sentido começar com a base para essas convicções as palavras de Deus, ou a Bíblia. Um tópico que a Bíblia trata de forma detalhada e abrangente é ela mesma; isto é, a Bíblia nos informa o que Deus pensa sobre as suas próprias palavras. A opinião de Deus sobre suas palavras pode ser dividida em quatro categorias gerais: autoridade, clareza, necessidade e suficiência. A autoridade da Bíblia Todas as palavras da Bíblia são palavras de Deus. Por isso, não acreditar nelas ou desobedecer-lhes é não acreditar em Deus e desobedecer ao próprio Deus. Às vezes, trechos no Antigo Testamento começam com: Assim diz o SENHOR (ver Êxodo 4.22; Josué 24.2; 1Samuel 10.18; Isaías 10.24; também Deuteronômio 18.18-30; Jeremias 1.9). A expressão, entendida como sendo semelhante à ordem de um rei, indicava que o que vinha a seguir deveria ser obedecido sem confronto ou questionamento. Mesmo as palavras
14 ENTENDA A FÉ CRISTÃ no Antigo Testamento não caracterizadas como citações diretas de Deus são consideradas palavras de Deus. Em 2Timóteo 3.16, Paulo torna isso claro quando escreve que toda a Escritura é inspirada por Deus (ARA). O Novo Testamento também afirma que as suas palavras são as palavras do próprio Deus. Em 2Pedro 3.16, Pedro se refere às cartas de Paulo como uma parte das Escrituras. Isso significa que Pedro e a igreja primitiva colocavam os escritos de Paulo na mesma categoria dos escritos do Antigo Testamento. Por isso, eles consideravam os escritos de Paulo as palavras exatas do próprio Deus. Ademais, em 1Timóteo 5.18, Paulo escreve que a Escritura diz duas coisas: Não amarres a boca do boi quando estiver debulhando e: O trabalhador é digno do seu salário. A primeira citação relativa ao boi vem do Antigo Testamento e está em Deuteronômio 25.4. A segunda vem do Novo Testamento e está em Lucas 10.7. Paulo, sem hesitação, cita tanto o Antigo quanto o Novo Testamento, chamando ambos de Escritura. Portanto, repetindo, as palavras do Novo Testamento são consideradas as palavras do próprio Deus. É por isso que Paulo pôde escrever: as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor (1Coríntios 14.37). Visto que os escritos do Antigo e do Novo Testamento são considerados Escritura, está certo dizer que ambas as partes são, nas palavras de 2Timóteo 3.16, inspiradas por Deus (ARA). Isso faz sentido quando consideramos a promessa de Jesus segundo a qual o Espírito Santo faria os discípulos lembrar acerca de tudo que Jesus lhes dissera (João 14.26). Foi no processo em que os discípulos escreveram palavras capacitadas pelo Espírito que livros como Mateus, João e 1 e 2Pedro foram escritos. Hebreus 1.1 afirma que as palavras da Bíblia foram escritas de muitas maneiras. Em algumas ocasiões, Deus falou diretamente ao autor, que simplesmente registrou o que ouviu (Apocalipse 2.1,8,12).
1. O QUE É A BÍBLIA? 15 Em outras, o autor fundamentou grande parte dos seus escritos em entrevistas e pesquisas (Lucas 1.1-3). E outras vezes ainda, o Espírito Santo trouxe à mente coisas que Jesus ensinou (João 14.26). Independentemente da forma como as palavras vieram aos autores, as que eles registraram por escrito representaram uma extensão deles sua personalidade, capacidades, experiência de vida e educação. Contudo, elas eram também exatamente as palavras que Deus queria que escrevessem exatamente as que Deus afirma serem suas. Se Deus afirma que as palavras das Escrituras são suas, não há autoridade superior à qual alguém possa recorrer para provar essa afirmação, a não ser as próprias Escrituras. Afinal, que autoridade poderia ser mais elevada do que Deus? Assim, no final das contas, as Escrituras obtêm a sua autoridade de si mesmas, mas suas reivindicações só se tornam convicções pessoais nossas por obra do Espírito Santo em cada coração. O Espírito Santo não muda as palavras das Escrituras de forma alguma; ele não faz que, de modo sobrenatural, elas se tornem palavras de Deus (pois elas sempre o foram). O que ele faz, no entanto, é mudar o leitor das Escrituras. O Espírito Santo faz os leitores perceber que a Bíblia é diferente de qualquer livro que já leram. Por meio da leitura, creem que as palavras das Escrituras são as palavras do próprio Deus. É como Jesus declarou em João 10.27: Estas [as minhas ovelhas] ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. Outros tipos de argumentos (tais como confiabilidade histórica, consistência interna, cumprimento de profecias, influência sobre outras pessoas e a beleza e a sabedoria magníficas do seu conteúdo) podem ser úteis para nos ajudar a ver a razoabilidade das afirmações da Bíblia. Como palavras do próprio Deus, as palavras das Escrituras são mais do que simplesmente verdadeiras; elas são a própria verdade (João 17.17). Elas são o padrão final segundo o qual toda a suposta verdade deve ser medida. Portanto, aquilo que se conforma às