ANÁLISE COMPARATIVA DE RUÍDO E ÍNDICES DE ILUMINAÇÃO ORIUNDOS DAS AGÊNCIAS BANCÁRIAS DO CAMPUS I DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE IALY CORDEIRO DE SOUSA (UFCG) ialyengenheira@gmail.com O artigo consiste na realização de uma avaliação ergonômica dos postos de trabalho das agências bancárias, localizadas na Universidade Federal de Campina Grande, no estado da Paraíba. O objetivo é analisar a aplicação das normas regulamentares quanto à ergonomia, nível de ruído e iluminância, propondo melhorias ao ambiente de trabalho, buscando o bem estar dos colaboradores da empresa e bem como aumentar sua produtividade. A avaliação foi realizada através de medições de decibéis e lumens com equipamentos específicos para esse fim. Com a realização do estudo feito nas agências bancárias, pôde-se verificar o quanto a segurança do trabalho está ligada diretamente ao bom desempenho e desenvolvimento das organizações, diminuindo os custos com acidentes de trabalho e pagamento de insalubridades ou indenizações como também ajuda no aperfeiçoamento do desempenho dos colaboradores, fazendo assim que a produtividade das organizações se elevem. Palavras-chave: Segurança, agência bancária, Saúde, Ergonomia
1. Introdução Assim como a vida em sociedade necessita de regras de comportamento regidas pela nossa constituição, no ambiente de trabalho não é diferente, existem leis que regem o seu funcionamento, para que o trabalhador possa assegurar que as condições de trabalho que ele vivencia, não prejudiquem a sua vida ou que sejam amenizados os prejuízos ao máximo possível. Podemos citar como exemplo as Normas regulamentadores do Ministério do Trabalho (NRs), a Constituição de Normas Trabalhistas (CLT), as Normas Brasileiras (NBRs) entre outras normas que delimitam as condições ambientais dos trabalhadores. Existem também órgãos responsáveis pela fiscalização como o Ministério do trabalho e Delegacia do trabalho. A importância dessas normas é que nas mesmas encontram-se as condições ambientais necessárias para o bem estar do trabalhador, bem como medidas e equipamentos que o empregador é responsável a oferecer ao empregado. E com não cumprimento dessas normas, cabe aos órgãos fiscalizadores notificar as empresas, podendo gerar desde multas até embargos ou interdições. Um dos fatos mais comuns encontrados nas empresas é o ruído, que dependendo do tempo de exposição ou o nível de decibéis que o trabalhador fique exposto, podem ser altamente prejudiciais a audição do mesmo, causando outros problemas, como exemplo o estresse. A Norma Regulamentadora 15 Anexo 1 é que trata sobre condições ambientais ligadas ao ruído. Outro fator relevante dentro das organizações é a iluminação. Uma iluminação adequada em um ambiente de trabalho faz muita diferença no desempenho do empregado, como também evita que muitos acidentes de trabalho ocorram. Mesmo não sendo mais considerada uma condição insalubre, a iluminação é um fator importante dentro das organizações e a mesma é tratada pela Norma Regulamentadora de Ergonomia, como também pela Norma Brasileira 5413. Assim nas organizações bancárias foram analisadas essas condições ambientais com intuito de identificar as agencias estão dentro dos limites de tolerância que as normas tratam, sabendo assim se o ambiente está adequado para a realização das atividades dos trabalhadores. O objetivo desse artigo é analisar os níveis de ruídos e iluminação das agências bancárias da UFCG, em relação às normas vigentes, bem como verificar qual (is) dela(s) apresenta(m) maior incidência de ruídos e quantidade luminosa, através de um estudo comparativo entre as 2
mesmas. Em seguida, avaliar qual o impacto que esses níveis geram nos trabalhadores do local. 2. O ruído e a iluminação 2.1. Ruído e o ambiente de trabalho Há alguns anos a preocupação com a saúde e o bem estar do trabalhador está se tornando um tema comum e importante dentre as organizações e cada dia a busca por melhorias nas condições ambientais está se tornando um fato necessário tanto para o empregado quanto para o empregador. Um bom ambiente de trabalho não garante apenas a saúde do trabalhador, garante também um melhor desenvolvimento das atividades dos mesmos, através de sua saúde física, psíquica e emocional. Condições de trabalho adequadas devem ser oferecidas e envolvem questões de jornadas e cargas de trabalho, materiais e equipamentos bem como conforto no ambiente de trabalho como, iluminação, temperatura, ruído, vibração, poeira e gases e outros agente ambientais sejam físicos, químicos ou biológicos. Para garantir que essas condições sejam respeitadas houve-se a necessidade de implantar estudos e leis que as promovam, assim surgiu a higiene ocupacional, que segundo a American Industrial Hygiene Association (AIHA) é a ciência que trata da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do controle dos riscos originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, tendo em vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente. A higiene ocupacional esta relacionada com a identificação de doenças ocupacional, bemestar e conforto no ambiente de trabalho, e o pagamento de insalubridade, assim como no controle desses riscos com o objetivo de diminuir cada vez mais prejuízos a saúde do trabalhador e melhorar o seu ambiente de trabalho, aumentando assim a produtividade. A Ergonomics Research Society da Inglaterra conceitua a ergonomia como: estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento. Assim, a NR 17 que é a lei referente à ergonomia, visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições fisiológicas e psicológicas do trabalhador, proporcionando maior segurança, conforto e desempenho eficiente. Existem várias outras leis que regulamentam as condições de trabalho, como a NR 15 que se refere às atividades e operações insalubres, definindo em seus anexos os 3
agentes insalubres, limites de tolerância e os critérios técnicos e legais que avaliam e caracterizam o adicional para cada caso. 2.1.1. Som e ruído O som pode nos outorgar sensações agradáveis, proporcionar o relaxamento, e ser uma dádiva para os nossos ouvidos através das harmonias e ritmos de sua melodia, porém os sons que trazem qualquer sensação auditiva desagradável e perturbadora são denominados ruídos. Do ponto de vista da Higiene do trabalho: O ruído é o fenômeno físico vibratório com características indefinidas de variações de pressão em função da frequência, isto é, para uma dada frequência podem existir, em forma aleatória através do tempo, variações de diferentes pressões. Compreender o som é muito importante para o indivíduo. Com isso, podemos ter a noção da posição e da distância de objetos, do meio e de outras pessoas. Todavia, o ruído acomete o ser humano simultaneamente nos planos físico, psicológico e social. Muitos estudos mostram que ele afeta além do sistema auditivo, outros como, o digestivo, cardíaco, nervoso, afeta também a visão, a concentração, o sono, entre outros. (BARBOSA FILHO, 2010). Podemos considerar que a poluição sonora é uma das maiores causadoras de danos à nossa saúde. Com o objetivo de analisar o tipo de ruído no ambiente de trabalho, a NR 15 classifica o ruído em função da sua variação do tempo, como: - Ruído contínuo ruídos que, durante um período de observação, não menor que 15 minutos, tem uma variação de 3 db; - Ruído intermitente é aquele que apresenta picos maiores de 3 db, com intervalos entre os picos de, até, 1 segundo; - Ruído de impacto é o ruído que apresenta picos com intervalos maiores que 1 segundo. Para avaliar o ruído e os níveis de exposição, a NR-15 estabelece parâmetros diferentes para Ruído Contínuo e Intermitente e para o Ruído de Impacto. Para avaliar o ruído continuo e intermitente determina-se que a medição dos níveis acústicos deve ser realizada próxima ao ouvido do trabalhador, em decibéis, com instrumento de nível de pressão sonora operando na curva de ponderação "A" e resposta lenta (SLOW). Em relação ao Ruído de Impacto, a NR-15 determina que os níveis acústicos devam ser medidos em decibéis, com medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear, e 4
com circuito de resposta para impacto. O limite de tolerância estabelecido para o ruído de impacto é 130 db (linear). Caso não seja possível medir os níveis de ruído no circuito de impacto, as medições deverão ser realizadas no circuito de resposta rápida (FAST). Neste caso, o limite de tolerância passa a ser 120 db (C). Assim, para a avaliação dos níveis de ruídos é necessário à utilização do decibelímetro que é um aparelho que mede os níveis de pressão sonora. 2.1.2. Controle do ruído As medidas de controle do ruído são essencialmente de três espécies: na fonte, no meio, e no homem. Preferencialmente, deve-se combater na fonte, em seguida no meio, e em última instância, no homem. a) O controle na fonte pode ser feito através de substituição de equipamentos por outros mais silenciosos; lubrificação dos rolamentos; reaperto das estruturas; regulação dos motores; substituição de engrenagens metálicas, por outras de materiais absorventes; etc. b) No meio, o controle pode ser executado, isolando o local ruidoso; posicionando os painéis de controle longe da superfície das máquinas; usar barreiras; fazendo tratamento acústico nas paredes, pisos, tetos; etc. c) E no homem, deve-se reduzir o seu tempo de exposição ao ruído, e o uso de equipamentos de proteção individual. 2.1.3. Insalubridade Atividade insalubre é aquela que expõe o trabalhador a riscos ambientais, sejam ele químicos, físicos ou biológicos que caracterizam um dano a saúde do trabalhador e estão acima do limite de tolerância estipulado por lei. Podemos afirmar isso no artigo 189 da CLT onde afirma que serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos. O pagamento de insalubridade é assegurado ao trabalhador a percepção de adicional incidente, sobre o salário mínimo da região, de acordo com o grau da insalubridade do agente nocivo, conforme dispõe a item 15.2 da NR15. O acréscimo pode ser de 10%, 20% ou 40% de acordo com o grau de risco exposto. 5
Logo, apenas o pagamento da insalubridade não é suficiente para o empregador, o mesmo é responsável a diminuir ao máximo a exposição do trabalhador a riscos ambientais. De acordo com a NR 15 anexo 1 os valores dos limites de tolerância em relação ao ruído contínuo ou intermitente são de: Figura 1 Limites de tolerância dos ruídos Fonte: Anexo 1 da Norma Regulamentadora nº 15 2.1.4. Ruído e o efeito sobre o corpo humano Inúmeros são os males trazidos pelo ruído ao corpo humano. Os trabalhadores são grandes candidatos a terem problemas de saúde relacionados aos ruídos que ficam expostos durante a sua vida trabalhista. Este risco físico pode causar problemas no sistema nervoso central e autónomo. Quando ultrapassa certos limites, pode chegar a causar surdez e outros efeitos patológicos. Os níveis mais baixos também podem causar problemas como incómodo, desatenção, atrapalha a comunicação, o descanso e o sono, como também estresse e estado crônico de nervosismo podendo causar assim doenças cardiovasculares e alterações do sistema imunitário. Assim, qualquer que seja o efeito do ruído sobre o trabalhador, vai refletir no desempenho de suas atividades, caindo o desempenho da sua produtividade. 2.2. Iluminação e o ambiente de trabalho 6
A luz é uma forma de energia radiante que aparece pela capacidade de gerar a sensação da visão, para uma análise da iluminação a teoria ondulatória da luz é satisfatória para explicar seus diferentes fenômenos. Segundo a norma de Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a luz é definida como potência radiante que, estimulando o olho humano, produz sensação visual. Uma iluminação inadequada, além de atrapalhar o rendimento das pessoas, também pode deixar uma imagem negativa da empresa junto ao público. Já uma boa iluminação, além de trazer benefícios para os trabalhadores, pode valorizar a imagem da empresa. A luz é uma onda eletromagnética, cujo comprimento de onda se inclui num determinado intervalo, dentro do qual o olho humano é a ela sensível. Existem duas formas básicas de iluminação, que são: a natural; e a artificial, que é dividida em geral e suplementar. - A natural é quando existe o aproveitamento direto da luz solar; - A artificial é quando se utiliza um sistema de iluminação, em geral elétrico, podendo ser de dois tipos: a geral que é utilizada para se obter o aclaramento de todo o recinto e a suplementar que é empregada para reforçar o aclaramento de uma superfície ou tarefa. A NR 17 diz que em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada a natureza da atividade, que deve ser uniformemente distribuída e difusa, e que a iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar o ofuscamento de reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. E que deve ser seguidos os níveis de iluminamento dispostos na NBR 5413. Atualmente, a iluminação artificial ultrapassa o simples objetivo de possibilitar a visão em locais com iluminação natural deficitária. Uma boa iluminação representa um conjunto de benefícios para o ser humano, e assegurar que os níveis de iluminação no local de trabalho são adequados contribui para um melhor desempenho, aumentando o rendimento no trabalho, a produtividade e a satisfação do trabalhador, e contribui para a redução dos riscos, quer para a ocorrência de acidentes de trabalho, quer para a saúde dos colaboradores. O nível e a qualidade de iluminação adequada dependem de cada tarefa que vai ser realizada, como por exemplo, se a atividade for minuciosa como a montagem de pequenas peças, é necessária uma maior intensidade de iluminação, já quando a atividade não precisa de muita precisão como a carga e descarga de materiais comuns requerem então, níveis menores de iluminação. 7
2.2.1. Iluminação e o efeito sobre o corpo humano As principais consequências de uma má iluminação é a fadiga visual e geral, maior risco de acidentes, dores de cabeça, estresse, menor produtividade, posturas incorretas, ambiente psicologicamente negativo, e o efeito estroboscópico, que é uma falsa impressão de que a máquina está parada ou se movendo lentamente. Tanto a falta como o excesso de iluminação e o ofuscamento podem ser prejudiciais. Uma distribuição imprópria também pode causar problemas visuais. E sombras em geral causam problemas nas indústrias. 2.2.2. Medição da iluminação As avaliações de iluminação tem por objetivo quantificar a iluminância nos postos de trabalho, visando à sua posterior comparação com os níveis mínimos estabelecidos pela legislação brasileira, bem como fornecer recomendações gerais, para se obter a adequação das condições de iluminação às atividades desenvolvidas nesses locais. A medição dos níveis de iluminamento deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se um luxímetro, com fotocélula corrigida para a sensibilidade dos olhos humanos e em função do ângulo de incidência. As medições devem ser feitas por amostragem, visando recolher dados de alguns pontos de tarefas visuais para avaliar a eficiência e adequação do sistema de iluminação. 3. Metodologia Através da utilização da metodologia adotada, será possível caracterizar o ruído e a iluminação no ambiente, relacionando o nível de ruído e iluminação com os problemas causados por eles. Desta forma, os procedimentos adotados no trabalho foram os seguintes: - Obter as permissões para analisar os locais estudados; - Observar a rotina dos locais; - Identificar as fontes de ruído e de iluminação; - Fazer as medições; - Obter informações com os funcionários; - Analisar e comparar os resultados obtidos; - Apresentar propostas que possam vir a melhorar, se necessário, o ambiente estudado. 4. Análise dos resultados 8
Os procedimentos de avaliação das organizações foram feitos de acordo com a Norma de Higiene Ocupacional 01 que tem como objetivo de estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação de exposição ocupacional ao ruído seja ele contínuo, intermitente ou de impacto. A análise foi feita em 3 dias em todas as agencias e em horários distintos com a intenção de fazer medições em boa parte do horário de expediente das mesmas. Por se tratar de grupos homogêneos de trabalhadores, não foi necessária a avaliação individual de cada trabalhador, havendo assim uma situação típica para todos. Os ambientes foram divididos em ambientes externos e internos, que seriam caixas eletrônicos e atendimento ao público, respectivamente. Os colaboradores em geral trabalham sentados em seus birôs, com pouca movimentação e pouco esforço e trabalham atendendo os clientes das agências. Os colaboradores das agências têm na faixa de 25 a 55 anos de idade. 4.1. Ruído Utilizando um medidor integrador portado por o avaliador, decibelimetro do tipo combo, foi realizado todos os ajustes necessários atendendo os seguintes parâmetros de acordo com a NHO 01: - Circuito de ponderação = "A"; - Circuito de resposta =lenta (slow); - Critério de referência = 85 db(a), que corresponde a dose de 100% para uma exposição de 8 horas; - Nível limiar de integração = 80 db(a); - Faixa de medição mínima = 80 a 115 db(a); - Incremento de duplicação de dose = 3 (q = 3); - Indicação da ocorrência de níveis superiores a 115 db(a). O aparelho foi calibrado, o microfone foi protegido contra o impacto do vento e colocado próximo a zona auditiva do trabalhador. Os trabalhadores estavam cientes do objetivo da análise. Cada ambiente, interno e externo, foram medidos por 15 minutos, no total de 900 segundos, em um intervalo de tempo de 10 segundos de uma medição para a outra, resultando assim 90 leituras. Essas medições foram feitas duas vezes ao dia, em horários distintos e em três dias consecutivos durante o horário de expediente. 9
As principais fontes de ruído nas três agências são os ar-condicionado, os computadores, os caixas eletrônicos e a vozes do clientes e dos funcionários. Segundo a NHO 01 nível médio representativo da exposição do trabalhador deve ser obtido pela expressão matemática: onde: - NM = Nível médio representativo da exposição do trabalhador avaliado; - n i = número de leituras obtidas para um mesmo nível médio parcial assumido - NM i; - n = número total de leituras = n 1 + n 2 +... + n i +... + n n; - NM i = iésimo nível médio de pressão sonora assumido, em db(a). Assim obtivemos: Figura 2 - Primeiro dia de avaliação Figura 3 - Segundo dia de avaliação 10
Figura 4 - Terceiro dia de avaliação Figura 5 - Média de exposição diária 11
Figura 6 Gráfico da média da exposição diária dos trabalhadores ao ruído Com os valores observou-se que em nenhum momento os trabalhadores ficaram expostos a 85 decibéis, o que pela NR 15 seria o valor limite para exposição de 8 horas diárias. Logo, o nível de exposição normalizado nas três agências está aceitável de acordo com a figura a baixo contida na NHO 01: Figura 7 Níveis de exposição toleráveis 12
Fonte: Norma de Higiene Ocupacional 01 De acordo com os funcionários das três agências, o ruído não é um agente físico que cause problema para a execução das atividades, por isso é necessário que as organizações continuem mantendo, ou diminuindo, os níveis de decibéis para que se tenha sempre a condição já existente, a qual não perturba o conforto dos funcionários e nem é necessário o pagamento adicional de insalubridade. 4.2. Iluminação Utilizando-se o luxímetro, foram realizados os ajustes necessários atendendo os seguintes parâmetros de acordo com a NHO 01: - Verificação simples; - Avaliação de iluminância; - Sensor do luxímetro. As fontes de iluminação nas agências são as luminárias de aço polido com lâmpadas fluorescentes e a luz natural. Através da ABNT n NB-207, para realizar a medição da iluminação, utilizou-se a fórmula matemática: I = AM ( N 1) BM C( N 1) D ( M 1) N onde, M = número de fontes de luz por fileira; N = número de fileiras de fonte de luz encontra-se o valor médio do nível de iluminamento. E os valores de A, B, C e D são obtidos através das fórmulas: A= a b c d 4 e f B= 2 g g' h h' C= 4 i i' D= 2 Onde, a,b,c,d, e, f, h e i são os valores obtidos nas medições. Assim obtivemos: Figura 8 - Primeiro dia de avaliação 13
Figura 9 - Segundo dia de avaliação Figura 10 - Terceiro dia de avaliação Figura 10 - Média de exposição diária 14
Figura 12 Gráfico da média da exposição diária dos trabalhadores à iluminação Através da NBR 5413 temos exigido os seguintes aspectos para agencias bancárias para o nível de lux. Bancos: - Atendimento ao público --- 300 500 750 -Máquinas de contabilidade --- 300 500 750 - Estatística e Contabilidade --- 300 500 750 - Salas de datilografia --- 300 500 750 - Salas de gerentes --- 300 500 750 Como as pessoas que trabalham não tem uma idade avançada, as paredes ajudam na refletância e não é exigido um trabalho minucioso com a vista, todas as agências se encaixaram na primeira coluna que a norma trás. Assim podemos observar que todas as agencias estão com o nível de iluminação suficiente para o ambiente de trabalho dos colaboradores, ou seja, todos os dias o nível de lux foi superior ao da normal. 15
5. Conclusão Com a realização do estudo feito nas agências bancárias, pôde-se verificar o quanto a segurança do trabalho está ligada diretamente ao bom desempenho e desenvolvimento das organizações, diminuindo os custos com acidentes de trabalho e pagamento de insalubridades ou indenizações como também ajuda no melhoramento do desempenho dos colaboradores, fazendo assim que a produtividade das organizações aumente. Um ambiente bem projeto, eliminando ao máximo os riscos ambientais é uma maneira positiva das organizações evitarem prejuízos à saúde do trabalhador, e foi isso que se pôde verificar nas três agencias, as quais estavam dentro das normas estabelecidas para ruídos e que de acordo com os colaboradores, existia um conforto ambiental relacionado ao ruído. Com isso, podemos considerar a engenharia de segurança do trabalho uma área que auxilia bastante na obtenção de melhorias e mudanças nos processos de organizações em gerais, podendo ser empregada em organizações dotada de tecnologias de alto nível até as quais não possuem tecnologia nenhuma, o que faz da engenharia de segurança do trabalho uma área bastante abrangente e acessível. REFERÊNCIAS AYRES, D. O. CORRÊA, J. A. P. Manual de Prevenção de Acidentes do Trabalho. 2ª Edição. Atlas. 2011. BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do Trabalho e Gestão ambiental. 3ª Edição. Atlas. São Paulo. 2010. CARDELLA, Benedito. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes: Uma Abordagem Holística. São Paulo. Atlas. 1999. ITIRO, I. Ergonomia: Projeto e Produção. Volume Único. 5ª Edição. Edgard Blücher LTDA. São Paulo. 1990. OSHIRO, M. C. S. FANTAZZINI, M. L. Técnicas de Avaliação de Agentes Ambientais: Manual do SESI. Brasília. 2007. SANTOS, N. VIANNA, S. Manual de Prevenção de acidentes. Freitas Bastos. Rio de Janeiro. 1976. www.portal.mte.gov.br/legislação/normas-regulamentadoras-1.html (acesso em 10 de fevereiro de 2015); 16