Unidade Lectiva 1. Ser verdadeiro. Sei que posso confiar em ti!



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Transcrição:

Ser verdadeiro Sei que posso confiar em ti!

Só a verdade interessa No nosso dia-a-dia tudo corre bem quando todos nos entendemos. Mas nem sempre assim é. E isto porque nem tudo o que se diz é mesmo verdadeiro. Há situa- ções em que já não sabemos bem onde acaba a verdade e começa a mentira. AMOSTRAções em E existem mentiras tão bem inventadas! Lê esta história com atenção. A mentira do sapo Era uma vez um sapo. Verde, como todos os sapos. Feio, como todos os sapos. A coaxar, como todos os sapos. Vocês são uns bichos horrendos coaxou ele uma noite para os outros habitantes do sapal. Só de vos ver até fico verde Mas verde já tu és coaxaram os outros. Só aos vossos olhos! Eu não sou um sapo como vocês, será que ainda não entenderam? Os outros olharam para ele e, se os sapos tivessem ombros, teriam todos encolhido os ombros. Assim, limitaram-se a abrir muito os olhos e a coaxar ainda com mais força. O que, em linguagem de sapo, queria dizer: Só podes estar maluco! Então o sapo contou-lhes uma história de pasmar: Um dia, quando menos esperarem, há-de passar por aqui uma princesa, que me vai dar um beijo Só podes estar maluco! Ui que horror que deve ser beijar uma princesa! coaxou o sapo mais velho, mas ele nem o ouviu e continuou: 2

vai estar uma bela noite de lua cheia, e vou transformar-me em príncipe! Príncipe? coaxaram todos em coro. Claro! Não se vê logo que sou um príncipe encantado? Os outros olharam para ele muito bem e disseram: Por acaso para falar verdade não não se vê logo. E o sapo mais velho até murmurou: Cheira-me a aldrabice O outro ouviu e irritou-se a valer. Aldrabice? Na próxima noite de lua cheia ela vai chegar e depois digam-me se é aldrabice. E deu mais um mergulho no charco. Ainda tentou obrigar os outros a chamarem-lhe «alteza», mas a risota foi tanta que acabou por desistir. E vieram muitas noites de lua cheia mas de princesa nem rasto. E em cada noite de lua cheia o sapo mais velho perguntava: Que é da princesa? E, para cada noite, o sapo arranjava nova mentira: Está com gripe. O despertador não tocou. Há greve de transportes. O pai não a deixou sair de casa. E, por cada aldrabice que inventava, o sapo ia engordando, engordando, engordando E ia ficando de um verde cada vez mais escuro, mais escuro, mais escuro. Por cada aldrabice que inventava ia engordando... Até que chegou um dia em que se quis mexer e não conseguiu. Parecia uma bola, muito verde, muito viscosa, muito feia. 3

E, ao tentar dar um mergulho no charco, rebolou, rebolou, rebolou e acabou por rebentar, com grande estoiro, depois de ter batido numa pedra. É o que acontece a todos os sapos aldrabões murmuraram em coro os habitantes do sapal. Que teriam encolhido os ombros, se os sapos tivessem ombros ***************************** (Conta o sapo velho que, muitas noites de lua cheia depois, uma linda menina desceu de uma carruagem perto do sapal e ficou muito tempo a olhar para o charco. E para a lua. Depois deu um grande suspiro e foi-se embora. Se era princesa ou não, isso o sapo não pode garantir: mesmo em noites de lua cheia, as meninas são todas iguais. Tal como os sapos.) Alice Vieira Texto inédito Parece que as mentiras não dão lá muito bom resultado! A mentira torna-nos menos dignos de confiança. Procura actividades no caderno do aluno: fichas 1 e 2. 4

Verdade, precisa-se! A história do sapo mentiroso está cheia de coisas que não batem certo. Ora vejamos: O sapo afirmava que só ficava verde por achar que os outros sapos eram feios. Não serão iguais todos os sapos? Este sapo estaria mesmo convencido de que era um príncipe encantado? Seria verdade que uma princesa veio mais tarde suspirar para junto do charco, como dizia o sapo velho? Esta linda história mostra como uma mentira dá origem a mais mentiras. Só uma coisa pode esclarecer tudo: a verdade. Ela é como uma luz que ilumina a noite e deixa tudo mais claro. Estes provérbios mostram a sua importância na vida das pessoas. Quem diz a verdade, não merece castigo. A verdade é como o azeite, vem sempre à tona. A verdade dispensa enfeites. Calar a verdade é como enterrar o ouro. A verdade contenta-se com poucas palavras. A verdade existe, só se inventa a mentira. A verdade mostra as coisas como elas são. Provérbios populares A verdade é como uma luz que nos mostra as coisas exactamente como elas são. 5

A mentira Para os outros sapos, o sapo vaidoso era mesmo um sapo. Ao declarar-se um príncipe, mentia descaradamente. E mentia porque o que ele dizia não correspondia à realidade. O que ele prometia não se realizava. O sapo orgulhoso só era um príncipe na sua imaginação. Estes são alguns provérbios que nos ajudam a entender o que é a mentira: AMOSTRApríncipe, A mentira tem pernas curtas. Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo. A mentira dá flores, mas não frutos. A mentira só dura enquanto a verdade não chega. Atrás da mentira, mentira vem. Provérbios populares Verdade e mentira são mesmo o oposto. A verdade corresponde àquilo que existe, ou que acontece realmente. A mentira exprime o que é falso, aquilo que não existe e que não acontece nem nunca aconteceu na realidade. A mentira é como um espelho que distorce a realidade. 6 Procura actividades no caderno do aluno: fichas 3 e 4.

Porquê a mentira? Toda a gente diz que «mentir é feio». Mas, então, porque se mente? Repara no que escreveu um dia a Carlota no seu diário: Querido diário, Hoje tive uma má notícia: a professora disse-me que não fui escolhida para actuar na festa da escola, porque briguei com a Rute durante o último ensaio. O problema é que quando a mãe me perguntou se correu tudo bem na escola eu disse que sim. Sei que lhe menti. Mas é que sabes? Tenho medo de que não me ofereça o telemóvel novo que me prometeu Repara ainda no que se passou numa outra ocasião. Na Segunda-Feira de manhã as colegas da Carlota não falavam de outra coisa: o concerto das Five Stars, na inauguração do novo pavilhão da cidade, fora um espanto! Foi um espectáculo! dizia a Sara. O que dizes Carlota? Ah! Adorei! Disfarçou a Carlota, que não pôde assistir, por ter estado de castigo. Os motivos das mentiras da Sara parecem ter sido os seguintes: Recear que a mãe não lhe oferecesse o telemóvel novo; Querer que as amigas tivessem uma boa imagem de dela. 7

AMOSTRAchama-se: AMOSTRA EMRC Desejar o mal dos outros O medo e o orgulho pessoal não são as únicas razões pelas quais se mente. Também se dizem mentiras para prejudicar alguém de quem não se gosta. A esse tipo de mentiras chama-se: Boatos; Difamações; Falsos testemunhos. A propósito do boato, presta atenção à história que se segue: O teste de Sócrates?? Abc Boatos são informações não con- firmadas, que correm publicamente, sem que se saiba quem as espalhou. Difamações são afirmações fal- sas que se enunciam a respeito de alguém, para que fique com má fama. Sócrates (469-399 a.c.) viveu na Grécia antiga. Era um mestre reconhecido pela sua grande sabedoria. Certo dia, ao encontrar-se com alguém conhecido, foi por ele interpelado: Sócrates, sabes o que acabo de ouvir sobre um dos teus alunos? Um momento respondeu Sócrates. Antes de mo dizeres, gostaria que passasses por um pequeno teste. Um teste? Sim continuou Sócrates. Diz-me: estás completamente seguro de que o que me vais dizer é verdade? Bem, não. Ouvi dizer Palavras difíceis Falsos testemunhos São decla- rações falsas que se enunciam a res- peito de alguma pessoa, para que seja injustamente condenada. Vamos à segunda pergunta: o que me vais contar é alguma coisa boa sobre o meu aluno? Não, bem pelo contrário. Busto de Sócrates Então, interrompeu Sócrates queres-me contar uma coisa má a seu respeito, que nem sequer sabes se é verdade? Mas há ainda uma 8

última pergunta que gostaria de te fazer: o que me queres contar poderá ser útil para mim? Bem Acho que não. Portanto, concluiu Sócrates se o que me queres contar pode não ser verdade, não é bom e pode não ser útil, para que mo queres contar? Observa a imagem seguinte. Sabes o que me disseram da Mindas? Os boatos correm depressa, de boca em boca. Os boatos, as difama- ções e os falsos testemu- nhos levam as pessoas a julgar mal de alguém sem razões verdadeiras. Por isso, devemos ter cui- dado para não alimentar conversas que só servem para tornar negativa a imagem de alguém aos olhos dos outros. As pessoas que espa- lham a mentira acabam por perder a confiança dos que convivem com elas. Podem ser vários os motivos da mentira, mas nenhum é mais forte do que a verdade. Procura actividades no caderno do aluno: fichas 5 e 6. 9

Vale a pena dizer a verdade 10 Toda a gente gosta de estar bem informada acerca do que acontece, do que se diz enfim, acerca do mundo que a rodeia. Ser sincero e verdadeiro com os outros tem, por isso, um imenso valor. AMOSTRAoutros tem, Estas são algumas das razões pelas quais vale a pena dizer a verdade. Ser capaz de distinguir o bem do mal Existem muitos aspectos que diferenciam o ser hu- mano dos restantes animais. Um deles é a capacida- de de distinguir o bem do mal. Enquanto os restantes animais agem apenas com vista à sua sobrevivên- cia, as pessoas fazem-no para cumprir o bem e evi- tar o mal. É a nossa consciência que nos diz se agimos bem ou se agimos mal. Foste muito corajosa em contar toda a verdade. Sinto-me mesmo bem por ter contado tudo...?? Abc Palavras difíceis Consciência Capacidade de reconhecer o bem e o mal numa determinada situação, com vista a tomar decisões correctas e a agir de acordo com as decisões tomadas. Sentir-se bem no segredo da sua consciência Se uma pessoa tiver a sua consciência bem formada, quando pratica o mal sente-se interiormente triste, pois, mesmo que ninguém o saiba, ela reconhece que o que fez não está certo. É o que acontece quando dizemos mentiras. Podemos enganar os outros, mas não nos podemos enganar a nós mesmos.

Dizer mentiras é uma falta de respeito para com os outros, mas também para connosco. No segredo da nossa consciência, sentimo-nos mal por sabermos que fomos mentirosos. Ser verdadeiro, pelo contrário, pacifica a nossa consciência. Respeitar os outros Todas as pessoas têm a mesma dignidade, portanto todas merecem o nosso respeito. Evitar que alguém seja tratado injustamente é uma forma de reconhecer a sua dignidade. Dizer a verdade é respeitar os outros; dizer mentiras é faltar-lhes ao respeito, pois ninguém gosta nem merece ser enganado. Porque mentiste Porque me mentiste, fui injusto com o meu amigo. Porque me mentiste, cheguei atrasado, quando podia ter chegado a horas. Porque não foste verdadeiro? Porque mentiste a meu respeito, todos me puseram de parte. Porque mentiste a meu respeito, fui castigado sem razão. Porque não foste verdadeiro? Porque me mentiste, decidi fazer o que era errado. Porque me mentiste, fiquei triste sem motivo. Não sei se posso confiar em ti. Vamos dizer àquele miúdo que é proíbido trazer bicicletas para este parque. Vamos. Vai ser engraçado vê-lo voltar para casa. Procura actividades no caderno do aluno: fichas 7 e 8. 11

Merecer a confiança dos outros É muito bom poder confiar em alguém. Quem são as pessoas que merecem a tua confiança? São aquelas que te falam verdade, não é assim? Ninguém confia nas pessoas que mentem. Lê a história que se segue. A ponte da verdade Era uma vez um homem que era dono de uma loja onde se vendia um pouco de tudo. Um dia, pediu ao seu empregado de confiança que o acompanhas- se na compra de novas mercadorias. Sabe, patrão? referiu o empregado, pelo caminho. Na minha terra as raposas são do tamanho das árvores! A sério?! Pasmou o patrão. É verdade! Jurava ele, enquanto argumentava com outras raridades da sua terra. Quando, ao longe, avistaram uma ponte, o patrão disse: Sabes? Aquela ponte não é igual às outras quando lá passa um mentiroso, ela abre-se ao meio e ele cai ao rio. O empregado, que não sabia nadar, ouviu e ficou mudo durante al- gum tempo. Quando já estavam próximos da ponte, disse: Bem pensando melhor, tal- vez as raposas sejam apenas da altura das pessoas. E quanto mais se aproximavam da ponte, mais as raposas diminuíam de tamanho: Talvez as raposas não cheguem à altura do om- bro de uma pessoa e a ponte cada vez mais perto talvez cheguem só à cintura não, só chegam ao joelho. Na minha terra as raposas são do tamanho das árvores! 12

Ao chegarem junto à ponte, o patrão fez menção de a atravessar, mas o empregado ficou parado, à entrada. Porque não atravessas? Indagava o patrão. É que nem sei se existem raposas na minha terra confessou, cabisbaixo. O patrão sentou-se numa pedra e esperou. Finalmente, o empregado decidiu prosseguir. A ponte não se mexia, mas os joelhos do rapaz miam que nem varas verdes. Ao regressar a casa, o patrão recomendou à sua mulher que vigiasse treaquele empregado e lhe não confiasse assuntos importantes. Conto anónimo adaptado A não esquecer Só a verdade tem valor, porque quem diz a verdade, sente-se bem consigo mesmo; as mentiras prejudicam os outros; só quem diz a verdade merece a confiança dos outros. Dizendo a verdade, estamos em paz com os outros e connosco mesmos. Procura actividades no caderno do aluno: ficha 9. 13

Deus conhece-te, de verdade AMOSTRAJá falámos Já falámos na consciência. É lá que nos encontramos connosco próprios. Na nossa consciência não existem mentiras. Sabes porquê? Porque no íntimo da nos- sa consciência também habita Deus. É o que diz esta oração, escrita na Bíblia: Texto bíblico Senhor, tu observas-me e conheces-me. Sabes quando me sento e quando me levanto. Conheces à distância o meu pensamento Sl 139 (138), 1-2 Mesmo que consigamos enganar os outros, nunca conseguiremos enganar a Deus. Porque Ele tudo conhece. Mas Deus não deixa de gostar de nós, mesmo quando praticamos o mal. Quando mentimos, fala à nossa consciência e pede-nos que volte- mos a ser sinceros, como seus filhos verdadeiros. Se pedirmos perdão a Deus e àqueles a quem tivermos mentido, haveremos de sentir uma grande paz no fundo do nosso coração, porque nos reconciliamos connosco próprios, com os outros e com Deus que nos ama sem limites. Deus conhece o nosso coração e dá-nos coragem para sermos verdadeiros. 14 Procura actividades no caderno do aluno: ficha 10.

Omitir a verdade Por vezes, é difícil dizer a verdade. Perante determinadas situações, as pessoas preferem ficar caladas, omitindo a verdade. Mas quem é corajoso, não se cala perante as injustiças. Repara: É difícil ganhar coragem?? Abc Omitir Não dizer o que era esperado que fosse dito. Palavras difíceis Todos os dias era o mesmo. Um grupo de meninos mais velhos divertia- -se a insultar o Luís, cada vez que o via passar pelo pátio da escola. Não sei porquê Só sei que o Luís quase chorava. Passava sem olhar para nenhum lado e os outros a troçar dele e a rir que nem uns doidos. Toda a gente via, mas ninguém falava do assunto. Nem eu Nem mesmo quando a professora perguntava ao Luís porque estava tão triste. Mas um dia, enquanto esperava pelo meu pai junto ao portão da escola, vi o pai dele. Tive vontade de lhe contar tudo. Mas, e se aqueles malandros o soubessem? Durante dias não tive coragem de lhe dizer nada. Mas a verdade tinha de ser dita! Já não conseguia ficar calado. Não falei com o pai do Luís, mas falei com o meu. E, não sei como, mas o facto é que o Luís não voltou a ser insultado, para grande admiração de toda a turma. 15

Uma pessoa destemida O Raul era o mais forte da turma. Ninguém se atrevia a enfrentá-lo. Um dia, durante o jogo da apanhada, partiu um vaso enquanto fugia do Joaquim. No recomeço das aulas a professora repreendeu-o, mas ele argumentou: Foi o Joaquim que me empurrou eu até ia partindo a cabeça! É um bruto! O Joaquim ficou indignado: Tu é que quiseste fugir para junto dos vasos, eu nem me aproximei de ti! És um mentiroso! gritou o Raul, enquanto fingia que chorava. Joaquim! ralhou a professora. No final da aula va- mos ter uma conversa! O Joaquim ficou tão irritado que nem conseguiu dizer mais nada. Mas a Sandra, ganhou coragem e falou: Professora! Foi o Raul quem partiu o vaso. Eu vi tudo! Aliás, todos vi- ram, só que ninguém diz nada, porque ele está sempre a ameaçar-nos. Os colegas olharam-na, cheios de vergonha e profundamente admirados com a coragem dela. Por vezes temos medo de dizer a verdade, por causa das consequências nega- tivas que resultam do mau carácter dos outros. Em algumas situações até nos querem convencer a ficar calados. É nessas ocasiões que é preciso coragem para enfrentar as dificuldades. A verdade não pode ficar escondida perante a injustiça e o sofrimento. 16 Procura actividades no caderno do aluno: ficha 11.

É sim ou é não? Nem tudo o que os outros nos dizem nos deixa esclarecidos. Por vezes, ainda ficamos mais confusos.. No fim de contas, não sabemos se o que nos dizem é um «sim» ou um «não» e ficamos sem saber o que fazer. Estas são algumas das frases que escutamos, vezes sem conta: Não, não o vi. Ou vi? Vi, vi. Bem, talvez não fosse ele Não acreditas?! Juro que é verdade! Vou, sim. Quer dizer, não sei Se me apetecer Vou pensar. Gostava muito, mas não sei se vai dar. Sabes que podes contar comigo se eu não tiver nada para fazer. Qualquer dia dou-te a resposta. Não sei se posso; estou com muitos problemas! Não esqueças que dizer a verdade é manifestar aos outros o que realmente pensas e sentes.. É falar-lhes com a mente e com o coração. É estar disposto a cumprir tudo aquilo que lhes prometes. Falar verdade é transmitir aos outros o que realmente pensamos e sentimos. 17

A verdade com simplicidade Jesus ensina-nos a ser verdadeiros. Para ele, a verdade é uma coisa muito simples, que sai pura e transparente dos nossos lábios e do nosso coração. Ele reparava que muitas pessoas do seu tempo exageravam em juramentos, por vezes falsos. Um dia, subiu a um monte com os seus discípulos e muitas outras pessoas e falou-lhes assim: AMOSTRAEle reparava AMOSTRApor vezes Texto bíblico Dizer «sim» e dizer «não» Não jurem, de maneira nenhuma! Não jurem pelo Céu, porque é o trono de Deus; nem pela Terra, porque é onde ele põe os pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. Nem mesmo pela tua cabeça deves jurar, porque não és capaz de tornar branco ou preto um só dos teus cabelos. Basta que digas «sim», quando for sim, e «não», quando for não. Mt 5, 34-37 Jesus ensina-nos a ser verdadeiros. Os seus amigos perceberam bem o que ele queria dizer a respeito da verdade. Mais tarde, um deles escrevia assim, numa carta que enviou a alguns cristãos: 18

Texto bíblico Como Jesus ensinou Sobretudo, irmãos, não façam juramentos, nem pelo Céu, nem pela Terra, nem por coisa nenhuma. Digam «sim», quando for sim, e «não», quando for não. Quero saber mais Tg 5, 12 Também hoje, como sempre, o que Jesus nos pede é que sejamos transparentes como a água. Essa é a vontade de Deus, nosso Pai, que conhece o nosso íntimo e sabe quando mentimos ou quando somos verdadeiros. A lei judaica proibia jurar falsamente em nome de Deus. Para contornar essa proibição, muitos judeus substituíam o nome de Deus pelo Céu, pela Terra, por Jerusalém, ou até pela sua própria cabeça e outras partes do seu corpo. Jesus critica este modo de agir, porque revela hipocrisia para com os outros, para com Deus e para com a própria Lei, pois muitas vezes não havia sinceridade nesses juramentos. Jesus ensina-nos a ser verdadeiros, porque Deus conhece o nosso íntimo. Procura actividades no caderno do aluno: fichas 12 e 13. 19

nem nós Unidade Lectiva 1 A verdade é um valor A verdade é, de facto, um valor. É que, sem ela, a nossa vida seria muito mais pobre e até desumana. Sem ela, os outros nunca nos chegariam a conhecer, nem nós os conheceríamos. Na realidade, não chegaríamos sequer a conhecer- -nos a nós mesmos! E como poderíamos viver em sociedade sem confiarmos nos outros? AMOSTRA-nos a Só a verdade... Só dizendo a verdade, poderei construir a paz à minha volta. Só dizendo a verdade, poderei defender os inocentes. Só dizendo a verdade, poderei fazer grandes amigos. Só dizendo a verdade, conseguirei que me compreendam. Só com a verdade, ficarei informado e esclarecido. Só com a verdade, aprenderei a conhecer-me. Sendo verdadeiro, encontro Deus no meu coração. A verdade é como uma bússola: ser- ve para nos indicar o percurso a fazer. Sem ela, caminhamos à deriva sem sa- ber bem onde nos encontramos e para onde nos dirigimos. Sem ela estaríamos perdidos, tanto nós como aqueles que vivem connosco. A verdade indica-nos o caminho a percorrer. 20 Procura actividades no caderno do aluno: ficha 14.

A lealdade caminha junto da verdade Os amigos leais valem mais do que um tesouro. Ser leal é ser sincero, dedicado e fiel a si mesmo e aos outros. Antes de pensarmos em ser leais com os outros, temos o dever de ser leais connosco mesmos, isto é, devemos agir segundo o que, no nosso íntimo, achamos que está certo, independentemente do que os outros possam dizer. Ser leal com os outros é ser verdadeiro com eles, dando-lhes provas de que podem confiar em nós. Nem sempre é fácil ser leal. Por vezes é preciso coragem para continuar a estar ao lado de alguém que está em dificuldades, que é desser amigo de Jesus, quando o prenderam? Mas Jesus, o mais leal dos amigos, perdoou-lhe. E Pedro chorou de arrependimento. Mais tarde foi capaz de dar a sua prezado, etc. Recordas-te de como Pedro negou vida por Jesus. É nos momentos difíceis que mostramos a nossa lealdade, não donando aqueles que confiam em abannós. 21

Negação de São Pedro, por Ferdinand Graf von Harrach. Quem é leal, não mente, nem a si próprio nem aos outros. Quero saber mais Quando Jesus foi preso, Pedro seguiu-o, embora com medo. Algumas pessoas repararam nele e por três vezes lhe perguntaram se ele era um dos seus amigos. Ele negou sempre porque tinha medo de ser preso e condenado como Jesus. Mas à terceira negação, ouviu-se um galo cantar e Jesus olhou para Pedro Este saiu dali e foi chorar, a sós, arrependido e cheio de vergonha, lembrando-se do aviso que Jesus lhe tinha feito: «antes de um galo cantar, vais negar-me três vezes» (cf. Lc 22, 54-62). Devemos ser leais para connosco, para com os outros e para com Deus. 22 Procura actividades no caderno do aluno: ficha 15.

Assumir os erros Há um ditado antigo que diz o seguinte: «errar é humano». Pois é. Todos cometemos erros. Mas será fácil admiti-lo? Repara na história que se segue. Talvez já a conheças. A corda perdida Conta-se que, em certa ocasião, um homem foi acusado de ter cometido um crime. Por isso, foi levado a tribunal. Acusam-no de ter roubado um cavalo afirmou o juiz. O que tem a dizer a este respeito? Sabe, senhor juiz? Ao passar perto de uns arbustos avistei uma corda perdida no chão e levei-a comigo. Mas só quando cheguei a casa é que reparei que ela estava presa a um cavalo! Anedota popular adaptada 23

Hum os argumentos deste homem parecem apenas desculpas. Terá o juiz ficado esclarecido? Que terá acontecido, na verdade? Bem diferente deste caso é o arrependimento de Pedro, depois de ter reconhecido que agiu mal quando negou ser amigo de Jesus. Como aconteceu com Pedro, Jesus não deixa de gostar de nós, mesmo quando cometemos erros. O que nos pede é que sejamos sinceros e que, sem descul- pas nem omissões, reconheçamos que errámos, procuremos reparar o mal que cometemos e fazer melhor na próxima ocasião. AMOSTRAdo cometemos AMOSTRApas nem Ser verdadeiro é também reconhecer os próprios erros, com humildade. 24 Procura actividades no caderno do aluno: fichas 16 e 17.